Influência oculta dos espíritos
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Influência oculta dos espíritos

Retirado do estudo de O Livro dos Espíritos, esse estudo fala da influência que os espíritos desencarnados exercem sobre as coisas do mundo material 

Influência oculta dos espíritos

Conhecimento do íntimo do encarnado

“456. Veem os Espíritos tudo o que fazemos? Podem ver, pois que constantemente vos rodeiam. Cada um, porém, só vê aquilo a que dá atenção. Não se ocupam com o que lhes é indiferente”.

O que o ser humano faz? Será que é capaz de chupar uma laranja?

Participante: sim.

Não. Vamos tentar entender isso.

Por trás de cada ato que ser acha que faz, existe uma intenção. Por isso posso afirmar que o ser humano não chupa uma laranja: se alimenta, mata a fome. Chupar uma laranja não é uma realidade, porque aquela ação é simplesmente o instrumento para satisfazer a sua intenção.

Juntando isso ao que ensinou o Espírito da Verdade nessa resposta – os espíritos podem ver o que o encarnado faz porque o rodeia – diria que os espíritos conhecem a sua intenção. Eles sabem o que você está fazendo e isso quer dizer que conhecem a sua intenção e não apenas os atos.

Isso é fundamental de compreendermos, pois existe muita gente que pratica a caridade, dá comida para os outros, mas faz isso porque quer, porque tem a intenção de fazer. Por esse motivo, não está praticando caridade ao próximo, pois está apenas atendendo à sua própria intenção.

Concorda comigo?

Participante: sim.

Acontece que pessoas que praticam a caridade como ação podem viver uma obsessão. Quando isso acontece, as pessoas perguntam como isso pode acontecer. Como pode uma pessoa que ajuda os outros ser obsidiado? Porque essa ação é vivida com uma intenção individualista, fazer o que quer, e o mundo espiritual a conhece. É por isso que aquele que está fora da carne e quer ter prazer se junta àquele que dá comida para ter prazer individual.

É fundamental sabermos que os espíritos conhecem a nossa intenção. Mais: saber que podemos até iludir outro ser humano, mas a eles não.

Ninguém enrola o mundo espiritual. Ninguém enrola Deus. A intenção, ou seja, o sentimento que se coloca no ato é conhecido pelo mundo espiritual e por Deus. Os espíritos fora da carne podem não saber o que você está praticando fisicamente, mas conhecem a sua intenção, conhecem o sentimento que está sendo usado.

Nesse trecho, o Espírito da Verdade ainda complementa: é claro que nem todos sabem de tudo. Nem todos olham para todos os lugares, mas só para aquele que lhe chama atenção.

Por isso o obsessor que está buscando o prazer não perderá tempo com aquele que não quer ter prazer. No entanto, com certeza notará aquele que quer isso.

Apenas mais um detalhe sobre tudo que conversaremos a partir daqui. Pediria muita atenção porque esse assunto é fundamental para vida daquele que quer aproveitar a encarnação.

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Todos conhecem tudo que o ser humano faz

“457. Podem os Espíritos conhecer os nossos mais secretos pensamentos? Muitas vezes chegam a conhecer o que desejaríeis ocultar de vós mesmos. Nem atos, nem pensamentos se lhes podem dissimular”.

Nada pode ser escondido dos espíritos fora da carne.

Deixe-me clarear bem o assunto. O Espírito da Verdade não está só falando de Deus, de Cristo ou do seu mentor. Está falando de todos os habitantes do mundo espiritual. Tudo aquilo que você se reserva através daquilo que chama de individualidade, é conhecido do mundo espiritual.

Suas verdades profundas, aquilo que você não fala para ninguém, as suas intenções: tudo isso está aberto para todo o mundo espiritual. Eu diria que a sua vida é um livro aberto. Mais que aberto: é um livro comentado.

Todos podem, desde que o que vive lhes chame a atenção, ou seja, desde de que Deus direcione a atenção deles para você, podem saber tudo sobre o seu mundo íntimo e externo. Isso é fundamental ser sabido por aquele que quer aproveitar a encarnação.

Existem muitos que brincam de buscar a elevação espiritual, ou seja, acham que nesse processo podem amar algumas coisas ou pessoas ao invés de amar a tudo. Acham que amando apenas o que querem e gostam podem enganar o mundo espiritual dizendo que realizaram a reforma íntima. Mas isso não dá certo O mundo espiritual como um todo sabe de tudo que você faz e conhece a intenção com que faz.

Participante: então se pensarmos em fazer algo estivermos indecisos, o espirito nos induziria a fazer alguma coisa? Tipo assim, é ele que faz a nossa vontade, que dita o que faremos?

 Já vamos ver isso. Só um momentinho, por favor.

Participante: o Espírito da Verdade é Jesus Cristo como dizem os espíritas?

Não.

Na verdade, o Espirito da Verdade não é um espírito. Trata-se de um grupo de espíritos que coordena a transmissão dos ensinamentos do planeta. É claro, são subordinados a Cristo e a Deus.

Eu diria que eles são os ministros da educação do Cristo para o planeta terra.

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Ninguém nunca está só

“457a. Assim, mais fácil nos seria ocultar de uma pessoa viva qualquer coisa, do que a esconder dessa mesma pessoa depois de morta? Certamente. Quando vos julgais muito ocultos, é comum terdes ao vosso lado uma multidão de Espíritos que vos observam”.

Alguém vive sozinho? Alguém em algum momento tem uma intimidade?

Participante: pelo que diz aí não.

Uma vez eu disse que a vida é igual ao programa de televisão chamado Big Brother. O ser humanizado vivencia um personagem e há sempre uma multidão de espíritos a seu lado observando tudo o que está acontecendo.

Você acha que ninguém está lhe olhando, que ninguém sabe o que está fazendo, mas todo mundo espiritual está lhe observando. No entanto, eles não observam o que está fazendo, mas sim a intenção com a qual vivencia o que acontece. Eles observam a intenção e as emoções que são colocadas nas coisas que acontecem.

Por mais que diga que está amando, eles se interessam em observar como isso acontece. Observam se você ainda quer dominar o próximo através desse amor, muda-lo levando-o a ser como quer e ele seja. Na realidade, o mundo espiritual sabe se você é um ditador, apesar de parecer para os seres humanos como um homem bonzinho, como uma pessoa boazinha.

Então, cuidado com o que faz, ou melhor, cuidado com a intenção que coloca no que vive. Busque sempre amar incondicionalmente, pois aí não corre o perigo de estar fora do universalismo.

Participante: sempre pensei que o ermitão está sozinho, mas depois dessa resposta ...

Não, ninguém nunca está só. Até porque, vocês dizem que o ermitão está cercado pelos espíritos da floresta.

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O que pensam os espíritos do encarnado

“458. Que pensam de nós os Espíritos que nos cercam e observam? Depende. Os levianos riem das pequenas partidas que vos pregam e zombam das vossas impaciências. Os Espíritos sérios se condoem dos vossos reveses e procuram ajudar-vos”.

Ou seja, cada um vive dentro do seu grau de evolução.

Os espíritos que estão buscando o individualismo vão rir da sua cara. Vão dizer: ‘idiota, você está pesando que está enganando alguém; todo mundo vê o que você está fazendo. Você diz que está querendo mudar o seu marido porque o ama, mas isso é irreal. Você não ama ninguém, só quer impor a todos’.

 Todos conhecem a verdade. Sabe, quando diz eu sei o que está certo, os seres fora da carne riem dizendo; ‘você não sabe nada. O que está fazendo é usar algo que imagina ser verdadeiro para poder se impor aos outros’. É assim que os espíritos brincalhões lidam com você.

Já os seres sérios dizem: ‘você perdeu uma grande oportunidade de viver um carma, perdeu uma grande oportunidade de amar’. É isso que vocês não entendem: cada vez que se utilizam de uma intenção diferente que o amor universal, perdem uma grande oportunidade de amar. Cada momento da existência de um ser humanizado é uma oportunidade criada por Deus exatamente para lhes dar a chance de amar. Ao invés disso, vocês ficam presos a intencionalidades individualistas.

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Influência oculta dos espíritos em nossos pensamentos e atos

Há uma influência oculta dos espíritos nos seus pensamentos. Vamos entender isso.

“459. Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos? Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem”.

O que disse o Espírito da verdade?

Participante: que são os espíritos que nos dirigem.

Não é a nós que eles dirigem. É o que?

Participante: nossa vida?

Não, o pensamento.

O seu pensamento é dado pelos espíritos. Não é você que pensa, que raciocina. São os espíritos que estão à sua volta que lhe dão o pensamento pronto. Isso está claramente dito aí: “Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem.”

Acho que não há mais nada para falar. Acho que não há outra interpretação que possa ser dada a esse texto: são os espíritos que dão o pensamento.

Isso quer dizer que você não pensa, que você não raciocina, quer dizer que o pensamento não é seu. Vamos ouvir o Espírito da Verdade mais um pouco sobre esse assunto.

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Existem dois pensamentos

“460. De par com os pensamentos que nos são próprios, outros haverá que nos sejam sugeridos? Vossa alma é um Espírito que pensa. Não ignorais que, frequentemente, muitos pensamentos vos acodem há um tempo sobre o mesmo assunto, não raro, contrários uns dos outros. Pois bem! No conjunto deles, estão sempre de mistura os vossos com os nossos. Daí a incerteza em que vos vedes. É que tendes em vós duas ideias a se combaterem”.

Mais uma resposta muito clara: o ser humanizado dois pensamentos ou dois resultados de um raciocínio; muitas vezes um é contrário ao outro.

Daqui a pouco vamos falar sobre o raciocínio do espírito e do humano, do espírito humanizado, do raciocínio dado pelo ser fora da carne. Nesse momento o que precisa é ficar claro essas duas partes: o pensamento é sugerido pelos espíritos fora da carne e ao mesmo tempo o espírito tem outro raciocínio.

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O raciocínio humano

“461. Como havemos de distinguir os pensamentos que nos são próprios dos que nos são sugeridos? Quando um pensamento vos é sugerido, tendes a impressão de que alguém vos fala. Geralmente, os pensamentos próprios são os que acodem em primeiro lugar. Afinal, não vos é de grande interesse estabelecer essa distinção. Muitas vezes, é útil que não saibais fazê-la. Não a fazendo, obra o homem com mais liberdade. Si se decide pelo bem, é voluntariamente que o pratica; se toma o mau caminho, maior será a sua responsabilidade”.

Qual o pensamento que lhe é sugerido pelos espíritos?

Participante: o pensamento que leva a cumprir o livro da vida.

Não. Por favor, o que está escrito? Qual a distinção entre o pensamento que é sugerido pelos espíritos e o pensamento que é próprio do ser encarnado.

A minha pergunta é: qual o pensamento que é sugerido, segundo O Livro dos Espíritos?

Participante: quando um pensamento vos é sugerido, tendes a impressão de que alguém vos fala.

Isso.

Todo pensamento sugerido é como alguém falar com você. O que é alguém que fala com você?

Participante: é uma voz que fica no fundo.

Palavras, ideias, imagens. Todo pensamento que for composto por palavras, que contar uma historinha, lhe foi sugerido por espíritos fora da carne.

Agora, se todo pensamento que tem palavra lhe é sugerido, qual o que você tem? Aquele que não contém palavras. Qual o pensamento que não contém palavras?

Participante: o sentimento.

Isso. O sentimento, a emoção, é calado, mudo.

Toda ideia lhe é sugerida, mas todo o sentir é o seu pensamento. É o fruto do seu raciocínio, do seu livre arbítrio. Ficou bem claro?

Eia aí, então, tudo o que estamos ensinando há cinco anos. O que você, o ser humanizado, raciocina, pensa, as ideias que lhe vem na cabeça, os conceitos que possui, lhe são sugeridos. Você apenas escolhe um sentimento para viver o que é sugerido. Esse é o raciocínio mudo que o ser humanizado faz.

Está certo isso? Há um raciocínio e você escolhe um sentimento para reagir a ele. Será que o Espírito da Verdade também fala isso?

“Quando um pensamento vos é sugerido, tendes a impressão de que alguém vos fala. Geralmente, os pensamentos próprios são os que acodem em primeiro lugar.

Participante: aqui parece que ele fala diferente ...

Vou explicar.

Você tem um primeiro raciocínio, que é o sentimental. Escolhe um sentimento, faz um pensamento mudo. Depois de ter escolhido o sentimento, os espíritos dizem o que você sentiu.

Participante: os espíritos me dizem através do pensamento o que eu senti?

Sim. Você raciocina espiritualmente e escolhe um sentimento de raiva. Aí o espirito fora da carne lhe fornece uma historinha para mostrar que escolheu sentir raiva naquele momento. Só que a escolha da raiva já foi a sua resposta a um pensamento anterior.

Participante: esse pensamento para identificar o sentimento pode ser justamente isso: a identificação do sentimento?

É exatamente isso.

É preciso que alguém lhe mostre o que escolheu sentir, porque a escolha do sentimento é feita no inconsciente. Por isso, não sabe que sentimento escolheu. Dessa forma, Deus providenciou esse artifício que vocês chamam de pensamento: para que conscientemente saiba o que escolheu no inconsciente.

A dinâmica, então, é a seguinte: você sente raiva, Deus gera uma ideia e manda um espírito lhe dar um pensamento. Esse vai sempre contar uma história que demonstre o que foi sentido. Uma história como: ‘não gostei daquilo, que coisa feia que ele fez, que coisa errada’ ... Isso é o que você está pensando, mas na verdade o que está acontecendo é o ser fora da carne lhe dizendo: ‘está vendo que você está com raiva? Repare que está com raiva, mesmo quando diz que você está amando. Está descobrindo que não escolheu amar aquela situação’?

Toda lógica do pensamento material, das histórias contadas pela mente, das ideias, são criadas por Deus e lhe é transmitida pelos espíritos para que tenha consciência do sentimento que escolheu. O que é dito na história não vale de nada, não tem valor algum, não é real.

Você fica ofendido, por exemplo, porque alguém deixou de fazer alguma coisa. Mas, ninguém deixa de fazer nada, já que tudo que acontece era o que tinha que acontecer. A realidade de qualquer coisa é Deus mostrando o que cada um escolheu sentir. Mais nada do que isso.

Ficou bem claro isso? Sei que o assunto é complexo, mas é assim que as coisas funcionam. Se puderem fazer as perguntas, por favor, pode ser que consiga clarear mais as coisas.

Estamos tratando de inconsciente. Estamos falando de coisas que vocês não sabem e nem conseguem perceber, mas que acontece em você a cada segundo. Acho que esse tipo de conversa necessita de muita concentração no assunto, porque se não, não entendemos nada.

Estou dando esse alerta porque tenho a certeza que devem estar querendo usar o raciocínio que é dado pelos espíritos para entender, mas isso não depende de vocês. É preciso tentar entender pelo seu raciocínio: pelo sentimento ...

Participante: ontem à tarde eu pensei que a espiritualidade poderia me dar uma ajuda sobre algo que deveria fazer. Só que sempre vinha à ideia: cumpra o seu carma. Eu fui lá e falei com a pessoa sem pensar mais se deveria ir ou não. É assim que funciona?

A espiritualidade lhe ajudou muito. Ela não colocou o que tinha que fazer, porque o que vai fazer é o que tiver que ser feito. Mas, ela lhe disse: viva o que fizer com amor. Se for, foi; se não for, não foi; mas, viva qualquer uma das situações com amor. É isso que a espiritualidade estava lhe respondendo, já que buscou auxílio.

É isso que precisamos compreender. Todo raciocínio humano é um grande auxilio da espiritualidade, mas não para nos prendermos ao que raciocínio fala como verdades, mas para que tenhamos a consciência do sentimento que escolhemos.

Sabe, quando o raciocínio diz que você não gostou disso, que não gostou do que foi feito, que tinha que ser diferente, isso é Deus dizendo: ‘repare que está preso as suas verdades. Repare como quer que os outros façam do jeito que você quer, na hora que quer como você quer’. Esses pensamentos não devem servir para lhe prender a história e continuar vivendo achando que todo mundo tem que fazer o que quer.

Participante: tem lógica, mas eu não posso usar a lógica?

Não existe lógica racional.

Volto a repetir. Vamos dizer que você pediu para a sua mulher fazer uma coisa e ela não fez. Nesse momento se sentiu ofendido. Na verdade é Deus, através dos espíritos, lhe mostrando que escolheu se sentir ofendido.

O raciocínio diz: ‘ela não fez o que tinha que fazer. Ela não quer me satisfazer. Ela não tem jeito mesmo, não presta’. Essa lógica é maya, é ilusão. Ela nunca faria o que você quis. Ela sempre teria que fazer o que tinha que ser feito. Então está tudo perfeito.

Essa lógica o pensamento não alcança. Ele precisa lhe mostrar que ela não fez, para que tenha consciência de ter escolhido ofensa para reagir ao que aconteceu.

Você escolheu ofensa, escolheu se sentir ofendido. Mas escolheu por quê? Porque achou que o pensamento anterior, aquele que dizia que o certo era fazer o que você queria, era verdade. Por isso, lute contra essa verdade que da próxima vez não vai mais se sentir ofendido, não mais terá pensamentos que digam que ela está errada.

Compreendeu a lógica agora? Ela não está presente na historinha do pensamento, porque essa é aprisionada a mayas, às leis e verdades humanas que só você acha que é certa. Achar que alguma pessoa fez algo que deveria ser feito de uma forma diferente é ilusão, já que não existe o se.

Ficou bem claro isso? Por favor, coloquem para fora as dúvidas, para conversarmos. Dúvida é como se fosse uma formiguinha. Pegue um monte de terra e coloque dentro de um vidro. Compacte bem essa terra. Agora, coloque uma formiga só dentro do vidro. Quando for ver novamente, a terra vai estar cheia de canais e ponta para afundar.

A dúvida é isso: se você deixar uma dúvida ela vai destruir tudo.

Participante: isso é raciocinar o raciocínio?

Raciocinar o raciocínio é fugir da história. Seu pensamento diz que ela não fez o que deveria fazer. O raciocine: ‘eu sou capaz de definir o que alguém tem que fazer? Sou o senhor do mundo para mandar no outros, para dizer o que cada um tem que fazer? Se ela não fez, não foi ela que deixou que fazer, mas sim Deus, que é a Causa Primária de todas as coisas’.

É isso que eu estou querendo dizer. Só que para chegar a isso é preciso amar a Deus acima de todas as coisas. Se viver no individualismo, jamais vai receber esses pensamentos dos espíritos.

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Descobrir novidades

“462. É sempre de dentro de si mesmos que os homens inteligentes e de gênio tiram suas ideias? Algumas vezes, elas lhes vêm do seu próprio Espírito, porém, de outras muitas, lhes são sugeridas por Espíritos que os julgam capazes de compreendê-las e dignos de vulgarizá-las. Quando tais homens não as acham em si mesmos, apelam para a inspiração. Fazem assim, sem o suspeitarem, uma verdadeira evocação”.

Participante: eu não entendi isso aqui: Algumas vezes, elas lhes vêm do seu próprio Espírito, porém, de outras muitas, lhes são sugeridas por Espíritos que os julgam capazes de compreendê-las e dignos de vulgarizá-las. Algumas vezes a ideia vem do seu próprio espírito?

Vou falar disso.

Se lembra que uma vez me afirmaram que os cientistas descobrem as coisas? Pois bem, aí está a resposta a essa questão: ninguém descobre nada. As ideias que lhe vem, surgem de você mesmo ou de uma transmissão espiritual externa. Não há fonte externa material que possa lhe ensinar nada.

Agora, o que é vir de você mesmo? Elementos, verdades que você, espírito, coloca na sua personalidade, na sua consciência, na sua memória, antes de nascer para quando for necessário usar.

Vou dar um exemplo: o homem que descobriu o avião. Ele pode fazer essa descoberta por dois motivos: receber a intuição dos espíritos fora da carne e usar informações que tinha colocado na sua consciência, na sua memória antes da encarnação. No momento certo da sua missão, ele é intuído e vai buscar isso. Aí se pergunta: como nunca pensei nisso antes. Porque não estava na hora. Só dessa forma se pode conhecer alguma coisa: ou alguém lhe fala – alguém que eu digo é espiritual – ou então já trouxe na sua consciência e vai usar agora.

Apenas um detalhe: isso só serve para conhecimento material. Isso não serve para raciocínio sobre a vida, sobre os acontecimentos da vida. Estamos falando do raciocínio cultural.

Participante: qual a diferença do que o senhor falou para a intuição ou a intuição é exatamente isso?

A intuição é exatamente isso. A intuição existe quando o espírito fora da carne fala com você ou quando vai ler na sua memória espiritual o que precisa.

Participante: isso nos leva a crer, então, que assim como o avião as outras invenções, como a bomba atômica, ou foi inspirada pelos espíritos ou já veio na memória de quem a criou.

Sim, mas para que? Para que um espírito colocou na memória essa informação? Para exercer sua missão. Qual era a missão desses homens? Criar a bomba atômica. Para que? Para explodir exatamente onde explodiram. Para que? Para servir de carma para milhares de espíritos.

Participante: ou seja, até o carma do planeta já era pré-traçado, nada poderia ser diferente.

Nada poderia ser diferente porque foi daquele jeito. Não há como se mudar nada.

Participante: para mim fica mais difícil de entender, por que volto àquela ideia que me diz que Deus é sádico.

Não sádico com o ser humano, mas com a vontade material, sádico com a vida material. Com isso ele é.

Participante: mas, se já estava tudo pré-traçado, não nos deu chance de escolher.

Deus: antes de acontecer. Tudo está pré-traçado a partir de um carma, de uma ação anterior. Se a humanidade tivesse desde o princípio agido diferente, talvez não tivesse que passar por esses acontecimentos. Mas, a partir do momento que foi traçado esse carma por uma ação sentimental anterior, nada pode mudá-lo.

Agora, vamos ver a sua afirmação que Deus é sádico com o ser humano. Realmente ele é. Aliás, na Bíblia, no Velho Testamento, existe uma instrução: tema a Deus.

Se você é um ser humano, tenha medo de Deus, pois Ele não vai satisfazer a sua humanidade. Deus não está preocupado com a sua humanidade, mas sim com a sua espiritualidade e na maioria das vezes a sua vontade material é um desserviço à sua existência espiritual. Você, como humano, quer ganhar sempre, o espírito nunca; quer estar sempre com a verdade, com a razão, o espírito não.

Portanto, sim Deus vai combater seu desejo material, seu lado humano, para poder lhe dar a oportunidade de ser feliz espiritualmente.

Mais um detalhe: está pensando no Pai dessa forma por causa da existência da morte no que falamos. Desculpa, não existe morte. O que morre é carne. Aliás, nem ela morre, se transforma. Espírito não morre.

Participante: concordo, mas até atingirmos a evolução para encararmos isso desse jeito, vai demorar muito.

Não demora muito: vai demorar o tempo que você quiser.

Os ensinamentos estão aí há mais de cinco mil anos para você poder se mudar. Só que Deus não pode passivamente esperando você querer evoluir. Essa não seria a função de um pai. É a mesma coisa que dizer que assistiria passivamente o seu filho ser analfabeto até hoje. Se isso acontecesse, você reagiria, lutaria, o colocaria de castigo, daria penitências até que ele fosse para o caminho que precisa ir. Deus também faz isso.

Participante: Isso me leva a concluir se o planeta Terra está terminando essa fase do jeito que está, o próximo mundo de regeneração vai ser muito pior.

Pior em que sentido?

Participante: no sentido humano que a gente conhece.

No sentido humano que você conhece não será pior, porque aqueles que vão viver aqui não vão mais gerar o carma para passar o que estão passando agora.

Participante: mas, e os que serão transportados?

Esses vão para outro planeta, não estarão mais aqui. Lá vai ter uma vida igual a que se tem aqui: com bombas, tempestades, guerras.

Os que ficarem aqui, os que vivem no mundo de regeneração, não geram esse tipo de carma.

Participante: faça o que fizer, portanto tudo já está traçado.

Por isso, ame a tudo. Vivendo assim, você não sofre. Ao não sofrer, alcança a sua evolução espiritual e a sua vaga para morar no mundo onde não vai ter isso. Agora se ficar chorando e lamentando pelos acontecimentos do mundo, vai ter muito tempo para lamentar, no próximo planeta.

Participante: se eu quiser passar de ano na escola tenho que estudar.

Não tem que estudar, tem que fazer prova. Tem que acertar a resposta na prova. Não adianta ficar estudando, decorando texto. O que tem que fazer é amar e com isso responder perfeitamente a prova.

Depois que o Cristo ensinou que o primeiro mandamento a qual deve se entregar com o corpo, alma, cérebro, mente, é amar a Deus sobre todas as coisas, não há mais nada a estudar. Ame a Deus acima de todas as coisas que você faz.

Participante: mas é isso que quis dizer. Como você falou em escola eu falei na necessidade de estudar. Foi só uma correlação

Certo, mas preciso deixar bem claro o que falei, pois vocês estão estudando há sete mil anos. Só que chega na hora de fazer a prova respondem errado.

Nota: nesse momento um cachorro dá uma latida muito alta e atrapalha aqueles que estavam ouvindo.

Eu preciso: o cachorro é um carma.

Participante: Mas, isso é carma demais para uma pessoa só.

Vocês são testemunhas que eu nunca disse para tirar o cachorro daqui de dentro, nem nunca mandei calar a boca dele. Nunca fiz isso porque sei que ele é carma para vocês. Por isso, como eu devem dizer: Deus seja louvado por ter colocado esse cachorro aqui.

Não adianta nada estudar sem passar na prova.

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Primeiro impulso

“463. Diz-se comumente ser sempre bom o primeiro impulso. É exato? Pode ser bom ou mal, conforme a natureza do Espírito encarnado. É sempre bom naquele que atende às boas inspirações”.

Qual é o primeiro impulso? Estudamos agora pouco: o sentimento.

O primeiro impulso é o sentimento e ele será ‘bom’, universal, ou será ‘mal’, individual, de acordo com a natureza do ser. Se ele é individualista, seu sentimento sempre será o de levar vantagem, amar a si acima de todas as coisas. Levar vantagem em tudo. Sendo universalista, se ama a Deus sobre todas as coisas, o primeiro impulso será sempre amar todas as coisas.

Inclusive o latido do cachorro.

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O conselho dos bons e dos maus

“464. Como distinguirmos se um pensamento sugerido procede de um bom Espírito ou de um Espírito mau? Estudai o caso. Os bons Espíritos só para o bem aconselham. Compete-vos discernir”.

Uma pessoa falou agora pouco de um tipo de resposta que os espíritos deram. Ele perguntou aos amigos espirituais o que fazer e eles disseram: viva seu carma. Eu diria que isso é orientação de um espírito ‘bom’, universalista.

Quando se fala em orientação que o espírito dá, temos que entender o sentido da transmissão. Se o raciocínio expressa qualquer individualismo, você foi sugerido por espíritos individualistas.

Isso mesmo. Sempre que o pensamento lhe incita a brigar, a falar mal de alguém, a ofender, isso vem de um espírito mal, individualista. Quando o pensamento lhe diz que afinal de contas não pode deixar de ninguém tirar vantagem, que ninguém pode lhe fazer de bobo, esse conselho veio de um espírito ‘mal’.

O espírito universalista lhe intuindo dirão: ame a Deus, deixe acontecer, qual o problema de alguém lhe fazer de bobo. Deixe o outro imaginar que está levando vantagem, porque quem estará tendo vantagem realmente é você, pois estará amando a Deus.

Eis aí alguns exemplos de como o espirito ‘bom’ e ‘mal’ lhe dá pensamentos. O ‘mal’ vai reforçar o seu individualismo, a sua crença individualista. O ‘bom’ vai reforçar o seu universalismo.

Não disse que o assunto de hoje era importante? Antes de acabarmos ainda tenho um assunto importante para falar.

Participante: pois é velho, muito já mudou nesse meu sentimento.

Eu sei, por isso agora eu posso falar. Se tivesse falado antes você ainda iria se defender.

Participante: o ciúme pode ser inspirado por um mau espírito?

Sim. O ciúme é um sentimento negativo. Ciúme é posse.

Participante: mas, ele pode ser inspirado?

Só é inspirado.

Você sente posse. Aí, então, o espírito individualista lhe dá o raciocínio de que o outro lhe pertence. Por isso não pode fazer isso ou aquilo.

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Troca de sofrimentos

“465. Com que fim os Espíritos imperfeitos nos induzem ao mal? Para que sofrais como eles sofrem.

Porque que o individualista lhe dá individualismo? Para sofrer igual a ele. Para você ficar amargurado, nervoso, gritar, brigar. Ele lhe induz a viver assim porque enquanto essas emoções existem, você está emanando dor e ele se alimenta da energia negativa.

Ele gosta do sofrimento e você cai na história dele. Você diz para ele: ‘está certo, vou lhe dar comidinha na boquinha’. Só que você também se deteriora com isso. Só que você sofre com isso.

É para isso que o espirito lhe induz ao individualismo: para que ele possa se alimentar. Se isso é verdade, quando você sair da carne individualista, será um espírito que viverá assim, ou seja, agirá em nome de Deus junto outros espíritos para que eles tenham prazer ou dor e você se alimente.

A literatura espírita fala dos viciados no planeta terra. Fala dos viciados em drogas que saem da carne e continuam viciados. Com um viciado em prazer e dor é a mesma coisa. Ele sai da carne e continua viciado em prazer e dor.

Posso dizer que você gosta de sofrer. Sim, isso mesmo: o ser humanizado que sofre gosta de sofrer. Afirmo isso porque o ser humanizado pode não sofrer. Basta apenas dizer para si mesmo: ‘eu não vou sofrer’.

Portanto, se você gosta de sofrer, de criticar, de julgar, de dizer que os outros que estão errados e que é o único certo no universo, prepare-se, porque será assim que vai viver quando desencarnar. Viverá induzindo, por ordem de Deus, que um encarnado tenha pensamentos iguais ao que tinha quando na carne para que possa se alimentar da dor dele.

Aquele que pensa que a morte é uma mágica, que todos os sofrimentos e toda dor vão acabar por mágica, está iludido. Só quando você deixar de sofrer, vai parar de sofrer, na carne ou fora dela.

Participante: é como de fato dizem: o orgulho é o pai de muitas mazelas e os espíritos ignorantes se aproveitam disso para nos induzir ao erro.

Não é orgulho, é individualismo. Querer para si, é o que está presente em todo momento da existência de um individualista. Querer ser, estar, ganhar, ter fama, ser elogiado. Não é orgulho, é individualismo.

Sim, o individualismo é a árvore que dá todos os frutos negativos que acontece com você. Enquanto for individualista, abre um canal de comunicação com espíritos individualistas e ficam tocando figurinhas, trocando sofrimentos. Depois diz que foi ao centro e a limpeza não deu certo. Mas quem pode lhe limpar? Só você mesmo pode fazer isso.

Só você mesmo pode parar de se iludir que poderia fazer um mundo, que ele poderia ser diferente e existir apenas o amor.

Participante: isso não é orgulho?

Orgulho é aquele sentimento gostoso de fazer, de realizar a sua obra. Eu separo muito orgulho de soberba. Orgulho é a motivação para realizar mais; soberba é quando você realiza e diz que por causa disso é o melhor.

O individualismo, abrange muito mais coisas do que só a soberba. Por exemplo, prazer. O prazer é individualista porque é a satisfação de um desejo. O orgulho não abrange o prazer.

Agora, tudo isso são só palavras. O importante é saber que toda vez que você se impõe ao mundo, ou seja, que julga o mundo a partir de verdades só suas, está agindo contrariamente à sua evolução espiritual e abrindo um canal para aqueles que pensam igual.

Participante: troco a palavra orgulho por egoísmo. Me expressei equivocadamente.

O egoísmo realmente está mais perto do individualismo.

O egoísmo é a ação do individualismo. O querer para si lhe leva a ser egoísta.

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Mensagem de Joaquim

Filhos, deixem-me dizer uma coisa com vocês.

Acredito que quem me ouviu hoje aqui e não nos acompanha há muito tempo, deve ter se assustado com o que foi falado. Esse assustado ou essa ligeira descrença que surgiu, se deve pela visão que se tem pelo mundo, pela compreensão que se tem das coisas. Por mais que nos digamos buscador da espiritualidade, ainda vivemos isso através de qualquer religião. Por isso vivemos essa busca preso à materialidade.

Vou dar um exemplo. Tem espírita que sinceramente está buscando a Deus, mas que, por exemplo, ainda vive a realidade que é um micróbio que causa a doença, de que é o cigarro que dá câncer. Acredita nisso, apesar de no próprio O Livro dos Espíritos está escrito que tudo no universo é fluido universal, é composto por fluído universal. Mais: que a causa da propriedade da matéria não está nela, mas na Causa Primária.

Sendo assim, não existe vírus, corpo ou doença. Saibam de uma coisa: não existe fluido universal bom ou mal, certo ou errado, saúde ou doença. Só existe o próprio fluido.

O que estou querendo mostrar agora é que as doutrinas religiosas buscam transmitir ensinamento para que o espirito busque a Deus. Só que elas não conseguem se afastar do materialismo, se afastar do bem humano. Como conversamos outro dia, quando disseram que o espiritismo tinha o controle universal das informações e nós, pelo próprio O Livro dos Espíritos, mostramos que o espiritismo é só uma parte do espiritualismo. É disso que estou falando.

Para que possamos fugir da materialidade como um todo, é preciso viver a vida material com espiritualismo e não com o materialismo. É preciso priorizar a busca do bem celeste em detrimento ao bem material.

Por isso talvez a surpresa hoje. Por isso talvez o dizer: ‘como eu nunca tive essa compreensão se está escrito’? Aqueles que me acompanham há muito tempo não se surpreenderam, porque faz cinco anos que falamos exatamente isso. Faz cinco anos que passamos o ensinamento de que o espírito só escolhe sentimento e que a vida material é dirigida por Deus. Essa é à base do espiritualismo.

Participante: existe meio termo, ou seja, ser espiritualista sem se desligar da matéria?

Não. Não existe espiritualismo ligado a vida material. O que existe é uma vida material vivida com espiritualismo.

Para ser espiritualista você não precisa morrer. O que precisa é viver a vida que tem de uma forma diferente que vivem os seres humanizados geralmente.

Quando digo que é preciso não viver para a matéria, não estou falando em se matar, cometer suicídio, mas suicidar o seu materialismo. Cristo disse assim: ‘Em verdade, em verdade vos digo, quem não nascer de novo não verá o reino do céu’. Nascer de novo não é renascer em outro corpo, mas nascer de novo nessa vida. É renascer em vida.

Renascer quer dizer começar a viver de uma forma diferente Por isso é preciso morrer, não fisicamente, mas materialmente, para renascer espiritualmente, para ligado a esse corpo viver com outros valores.

Influência oculta dos espíritos

Só o ser pode decidir sofrer

“465a. E isso lhes diminui os sofrimentos? Não; mas fazem-no por inveja, por não poderem suportar que haja seres felizes”.

O espírito imperfeito é invejoso, tem inveja da felicidade dos outros. Vendo uma pessoa feliz, vai querer insuflar para que ela deixe de ser feliz.

Voltamos àquele ponto que sempre falamos: ninguém pode lhe fazer infeliz. O espírito fora ou dentro da carne pode insuflar para que você penetre no sofrimento, mas entrar ou não é seu livre arbítrio.

Portanto, por mais que um ser insiste o outro a cair no sofrimento, se esse espírito sofrer, foi porque ele mesmo optou por isso. Não há culpados.

Influência oculta dos espíritos

Os seres imperfeitos não querem que você ame

“465b. De que natureza é o sofrimento que procuram infligir aos outros? Os que resultam de ser de ordem inferior a criatura e de estar afastada de Deus’.

Participante: meio estranha essa resposta.

Os seres imperfeitos influenciam o encarnado dentro dos padrões vibratórios da criatura pequena, daquela que está mais afastada de Deus. Ou seja, insufla sempre o espírito há não amar.

Essa é a característica do espírito fora da carne: ele sempre quer lhe retirar do caminho do amor, porque amar traz a felicidade.

Influência oculta dos espíritos

Obsessão

“466. Por que permite Deus que Espíritos nos excitem ao mal? Os Espíritos imperfeitos são instrumentos próprios a pôr em prova a fé e a constância dos homens na prática do bem”.

Vamos ver novamente a resposta?

Os Espíritos imperfeitos são instrumentos ...

De quem?

Participante: de Deus.

próprios a pôr em prova a fé e a constância dos homens na prática do bem.

Isso.

Agora podemos continuar a ver a resposta.

 “Como Espírito que és, tens que progredir na ciência do infinito. Daí o passares pelas provas do mal, para chegares ao bem. A nossa missão consiste em te colocarmos no bom caminho. Desde que sobre ti atuam influências más, é que as atrais, desejando o mal; porquanto os Espíritos inferiores correm a te auxiliar no mal, logo que desejes praticá-lo. Só quando queiras o mal, podem eles ajudar-te para a prática do mal. Se fores propenso ao assassínio, terás em torno de ti uma nuvem de Espíritos a te alimentarem no íntimo esse pendor. Mas outros também te cercarão, esforçando-se por te influenciarem para o bem, o que restabelece o equilíbrio da balança e te deixa senhor dos teus atos. É assim que Deus confia à nossa consciência a escolha do caminho que devamos seguir e a liberdade de ceder a uma ou outra das influências contrárias que se exercem sobre nós.

Parece Joaquim falando, não? Todos os nossos ensinamentos estão aí,

O espirito fora da carne se junta a um na carne por duas razões. Primeira: provas. O espírito é instrumento de Deus para gerar uma prova ao encarnado. Então, vamos dizer assim: um espírito que esteja fora da carne induzindo a um pensamento individualista não é um diabo, não é um obsessor, é um instrumento de Deus para a prova do outro.

Só que nessa resposta há um complemento que precisamos observar. Deus coloca esse obsessor quando? Quando há simpatia entre os dois, quando há comunhão de interesses entre os dois. É isso que precisamos compreender.

Ninguém pode obsidiar ninguém, a não ser que Deus crie a obsessão. Só que quando Ele faz isso é por que há uma sintonia sentimental entre os dois. Por isso a obsessão transforma-se numa prova para aquele espírito que está encarnado.

Queria aproveitar que há em nosso grupo muitas pessoas que frequentam centro espírita para fazer uma proposição. A partir desse ensinamento que vimos hoje, que mudemos os centros espíritas, mudemos a forma de trabalhar a desobsessão nos centros.

Hoje no centro espírita como se faz um trabalho de desobsessão? Coloca-se o encarnado numa sala, um médium incorpora o desencanado, aí se retira o encarnado do ambiente e se doutrina o desencarnado. Só que o encarnado é tão ‘culpado’ quanto o desencarnado

Por isso, para o encarnado, esse processo não adiantou nada, já que ele não mudou o seu padrão vibratório, não mudou o seu sentimento. Mesmo que a doutrinação do desencarnado seja perfeita, aquele encarnado terá na porta do centro diversos outros esperando por ele. É o que o Cristo ensina: você expulsa um demônio, ele sai e não tem para onde ir, volta, vê a casa arrumada, sai e busca mais sete para morar lá dentro.

Venho falando disso há muito tempo e gostaria que me ouvissem. Vamos começar a fazer uma desobsessão diferente? Vamos manter o encarnado na sala e dizer a ele: ouve o que o obsessor está falando. É por isso que ele está aqui. Você precisa mudar o que ele está mostrando.

Sempre que se faz uma desobsessão o obsessor diz: ‘eu estou com ele porque gosta de fazer fofoca, estou com ele porque tem inveja dos outros, estou com ele porque tem ganância’. A partir disso é preciso dizer para o encarnado: ‘ouviu, é por isso que tem obsessor junto. É porque você tem ganância, tem inveja, porque gosta de fazer fofoca. Mude isso, pois se não mudar isso, não vai se libertar jamais’.

Essa é uma bandeira que estamos carregando há muito tempo. Trata-se de uma bandeira que pode auxiliar tanto ao espírito desencarnado quanto ao encarnado. Essa resposta de O Livro dos Espíritos nos dá plena compreensão da verdade, da realidade, ou seja, que não há um espírito fora da carne mal e um santinho, coitadinho, na carne.

Influência oculta dos espíritos

Libertando-se da obsessão

“467. Pode o homem eximir-se da influência dos Espíritos que procuram arrastá-lo ao mal? Pode, visto que tais Espíritos só se apegam aos que, pelos seus desejos, os chamam, ou aos que, pelos seus pensamentos, os atraem”.

Quer se libertar de obsessor? Comece a pensar diferente, a sentir diferente. Mantendo o mesmo padrão sentimental, vai estar sempre acompanhado dos mesmos espíritos. Isso é fundamental para entendermos a vida.

Os seres encarnados quem mágicas, milagre que mudem a vida. Esperam que um anjo desça do céu com uma varinha de cordão e faça ‘plim’ e as coisas se mudem, o obsessor vai embora. Acham que sempre acontecerá algo externo que fará a mudança e por isso não faz nada por si. Não se muda em momento algum, não pratica nada diferente.

Não existe essa mágica filhos. A primeira lei do universo é a do trabalho. Se você não trabalhar em si para se livrar do obsessor, macumba nenhuma vai fazer isso. Trabalho espiritual algum vai fazer isso. É preciso que cada um tenha a plena convicção que só a sua reforma íntima pode libertá-lo desse tipo de acompanhante.

Participante: o encarnado com a sua benevolência de amor pode mudar o espírito do mal?

Eu não diria espirito do mal. Aliás, você não me ouviu falar isso. Chamei de espirito perdido fora da carne.

Participante: é Kardec quem o chama desse jeito.

Sim.

Sim, pode mudar o desencarnado. Claro que pode. Lembre-se: o amor move montanhas, o amor muda as pessoas.

Por isso, se o espírito encarnado muda para o amor e o difunde para seu próprio obsessor, com certeza o auxiliará. Aliás, esse é o objetivo da vida, não é mesmo? Todo espírito encarna para, servindo ao próximo, realizar provas para a sua evolução.

Participante: os espíritos que obsidiam também são obsidiados por outros?

Sim. Até determinado ponto sim.

O universo é feito de réplica. Você joga uma pedra no meio da água e ela cria círculos de tamanhos diferentes, mas iguais. O universo é assim: círculos iguais entre si.

Participante: sendo os espíritos obsessores encostam em pessoas com os pensamentos como o dele, como funciona com aqueles que incorpora com os centros de umbanda? Os espíritos incorporados têm algum ponto em comum com o encarnado?

Não, incorporado é outra coisa porque é trabalho mediúnico. Na verdade não tem nada a ver com o que estamos falando. Até porque na umbanda também não incorpora espírito mal, viu?

Só lembrando o início da outra resposta: os espíritos são instrumentos de Deus. Por isso nenhum espírito pode ‘encostar’ no outro, a não ser que Deus faça. Nesse caso se transforma em uma prova para o outro.

Influência oculta dos espíritos

O porto seguro

“468. Renunciam às suas tentativas os Espíritos cuja influência a vontade do homem repele? Que querias que fizessem? Quando nada conseguem, abandonam o campo. Entretanto, ficam à espreita de um momento propício, como o gato que tocaia o rato”.

Não esquecendo que os espíritos são instrumentos de Deus, podemos dizer que ele pode tocaiar o resto da vida, mas se o Pai fizer, ele pode desistir.

Desse assunto o que precisamos compreender é que nós precisamos fazer a nossa parte: amar, promover a nossa reforma íntima. Essa é a única segurança que você pode ter nesse universo. Se ama pode ter segurança na vida. Se não ama, jamais vai se sentir segura. O medo, pavor, a depressão, tudo entrará.

Influência oculta dos espíritos

A soberba

“469. Por que meio podemos neutralizar a influência dos maus Espíritos? Praticando o bem e pondo em Deus toda a vossa confiança, repelireis a influência dos Espíritos inferiores e aniquilareis o império que desejam ter sobre vós. Guardai-vos de atender às sugestões dos Espíritos que vos suscitam maus pensamentos, que sopram a discórdia entre vós outros e que vos insuflam as paixões más. Desconfiai especialmente dos que vos exaltam o orgulho, pois que esses vos assaltam pelo lado fraco. Essa a razão por que Jesus, na oração dominical, vos ensinou a dizer: “Senhor! Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal”.

Comece a resposta novamente ...

Praticando o bem ...

Na verdade, amando. Isso porque para praticar o bem precisamos amar a todos

 e pondo em Deus toda a vossa confiança ...

Fé, confiança e entrega. Esses são dois escudos que protegem o espirito de qualquer coisa: amor e fé.

Quer se sentir seguro nessa vida? Ame ao próximo e tenha fé em Deus. Quer se sentir protegido nessa vida? ame e tenha fé em Deus. Só esses escudos podem lhe proteger nessa vida ou em qualquer vida do universo.

Deus protege, o amor neutraliza qualquer sofrimento.

Agora, há uma parte dessa resposta muito importante que gostaria de conversar um pouquinho. Ela diz assim: os espíritos individualistas exaltam o orgulho. Gostaria de falar disso.

O que é esse orgulho, que chamamos de soberba? O que é essa soberba, que o espírito desencarnado exaltam em você? As quatro ancoras. A vontade de ganhar e o medo de perder, a vontade de ter prazer e o medo de ter o desprazer, a vontade de ser famoso, de ter fama e o medo da infâmia, a vontade de receber elogio e o medo da crítica.

É a partir desses pontos de vista que os espíritos lhes influenciam. Sabe aquele pensamento que fala assim: ‘eu vou deixar isso barato? Comigo não, no meu calo ninguém pisa. Tenho direitos e tenho que cobrar que os respeitem’.

Pensamentos desse tipo são espíritos tocando no seu ponto fraco, no seu individualismo, na sua vontade de ganhar sempre, na sua vontade de ficar famoso. Cuidado! Não tenham medo de perder, de serem difamados, de serem criticados. Por quê? Porque senão vão estar sempre no caminho desses espíritos individualistas que irão utilizar seus medos para lhes insuflar o desamor, insuflar o egoísmo, a vaidade.

Temam o querer ganhar, mas não temam o perder. Temam a busca de ficar famoso, mas não temam a infâmia. Temam o elogio e não tenha medo da crítica. Temam o prazer, a satisfação e não tenham medo quando das situações que não lhes satisfaz. Isso é fundamental nessa vida, principalmente porque hoje o ganhar é quase uma obrigação, o ser reconhecido é quase uma obrigação, o elogio é quase como uma obrigação.

Temam essas coisas, porque isso lhes afasta de Deus.

Participante: a obsessão é carma e o sentimento de ser obsidiado é maya.

O sentimento não. O sentimento jamais é maya.

A obsessão é carma e prova. Acabamos de ver em O Livro dos Espíritos que o obsessor é instrumento de Deus. Portanto, é prova. Sendo, é oriundo de uma ação carmática.

Agora, as ideias que lhe surge na cabeça, pensamentos oriundos da obsessão, são maya. O fato de se achar obsidiado também é maya, porque afinal de contas não há ninguém obsidiado, já que há uma troca constante de sentimento e de energia.

Por isso obsessão é um maya.

Participante: diria que obsessão é o nome que a gente dá a essa prova de Deus.

Pode ser, mas a ideia que você tem a partir da obsessão também é maya. Além disso, achar que alguém pode lhe influenciar, lhe mudar de qualquer forma, é maya.

Participante: sem você merecer ...

Não, sem você aceitar.

Ninguém pode fazer nada sem que você aceite. Nenhum obsessor pode fazer você beber se não gostar da bebida.

Participante: mesmo o obsidiado mudando o padrão vibracional, pode acontecer que o obsessor por insistência ali persista?

Não, se você não mantiver o que tem agora, ele vai embora, pois não há mais nada para ele ali.

Participante: nesse caso dos bons espíritos, caso aquele espírito obsidiado não mereça, o obsessor é afastado à força?

Obsessor é instrumento de Deus. Por isso ninguém vai acabar com aquele relacionamento a não ser o próprio Deus e o Pai vai tirar na hora que deve tirar.

Digamos, por exemplo que eu esteja no plano espiritual e veja alguém obsidiado. Com certeza não vou lá meter a minha mão, porque não é minha missão, minha função. Se Deus precisasse de mim, certamente comandaria e nesse caso eu faria.

É por isso que você vê na literatura os socorristas entrarem no umbral e passarem por cima de milhares de espíritos sofredores e buscar um só. Isso acontece porque Deus comandou que apenas aquele fosse buscado.

Não, nenhum espírito pode agir por livre arbítrio. Todo ser, por mais evoluído que seja, diz: Senhor fazei de mim instrumento de vossa vontade. Diz mais: louvado seja Deus.

Influência oculta dos espíritos

O instrumento do carma

“470. Os Espíritos, que ao mal procuram induzir-nos e que põem assim em prova a nossa firmeza no bem, procedem desse modo cumprindo missão? E, se assim é, cabe-lhes alguma responsabilidade? A nenhum Espírito é dada a missão de praticar o mal. Aquele que o faz fá-lo por conta própria, sujeitando-se, portanto, às consequências. Pode Deus permitir-lhe que assim proceda, para vos experimentar; nunca, porém, lhe determina tal procedimento. Compete-vos, pois repeti-lo.”

Nenhum espirito tem missão de ser individualista. Só será se quiser ser. Nesse caso, Deus se aproveita de você que optou pelo individualismo para gerar provas para outros. É isso que está dito ai, porque o mal é o individualismo.

Ser individualista é uma opção de cada espirito. É fruto do livre arbítrio de cada espirito. Só que ele não vai poder incitar nenhum outro ser ao individualismo. Ele não vai poder escolher uma vítima pelo seu interesse ou por acaso.

Deus é que cria e comanda o universo; Ele coloca na frente de quem tem sede a água, coloca na frente daquele que precisa ser testado em alguns pontos do individualismo, alguém que optou por aqueles pontos. Isso se chama interdependência das coisas.

Interdependência é um ensinamento de Buda que também está presente no ensinamento do Espírito da Verdade. É essa característica que rege o processamento da existência universal.

Deus é o sublime comandante dos carmas, ou seja, é Ele que coloca aquele que tem um carma, que gerou para si o carma de ser um obsessor, na frente daquele que gerou para si o carma de ser obsidiado. Isso é fundamental para se compreender na vida, porque Cristo ensinou: Deus dá a cada um de acordo com as suas obras.

Se o que o mestre ensinou é real, um ser jamais poderá receber diferente daquilo que fez. Se você quer, se gosta do individualismo, tenha a certeza que Deus colocará outro individualista ao seu lado com a intenção de que a interação os dois parem de ser individualistas.

Deus faz isso para que os dois possam evoluir, nunca para ferir, para magoar. Sempre é para gerar uma prova que possa levar aquele ser a viver mais feliz.

Influência oculta dos espíritos

Troca de sentimentos

“471. Quando experimentamos uma sensação de angústia, de ansiedade indefinível, ou de íntima satisfação, sem que lhe conheçamos a causa, devemos atribuí-la unicamente a uma disposição física? É quase sempre efeito das comunicações em que inconscientemente entrais com os Espíritos, ou da que com elas tivestes durante o sono”.

A troca de sentimentos entre espíritos é comum.

Influência oculta dos espíritos

O objetivo é sempre testar o encarnado

“472. Os Espíritos que procuram atrair-nos para o mal se limitam a aproveitar as circunstâncias em que nos achamos, ou podem também criá-las? Aproveitam as circunstâncias ocorrentes, mas também costumam criá-las, impelindo-vos, mau grado vosso, para aquilo que cobiçais. Assim, por exemplo, encontra um homem, no seu caminho, certa quantia. Não penses tenham sido os Espíritos que a trouxeram para ali. Mas, eles podem inspirar ao homem a ideia de tomar aquela direção e sugerir-lhe depois a de se apoderar da importância achada, enquanto outros lhe sugerem a de restituir o dinheiro ao seu legítimo dono. O mesmo se dá com relação a todas as demais tentações”.

O espírito desencarnado não carrega dinheiro nem vai jogar isso na rua. No entanto, ele pode saber onde tem dinheiro que caiu de alguém. Nesse caso, pode induzir o espirito encarnado para ir para aquele lugar acha-lo.

Isso pode acontecer, mas quem ele induz a isso? Será que é a qualquer espírito encarnado?

Participante: não, é aquele que precisa passar por essa prova.

Isso: o avaro. Aquele que tem cobiça. São esses que estão sujeitos a serem caminhados para lá. Para realizar uma prova.

Participante: mas isso não é regra, é?

Não, não é regra, mas acontece constantemente. Se o ser fora da carne for individualista buscará estes, porque ai sentirá aquela avareza, sentira aquela cobiça, que alimenta.

É isso que tem que ficar bem claro. Não é o espírito que vai jogar dinheiro, mas ele sabe onde tem dinheiro manda um determinado ser acha-lo, não para ficar rico, mas para testar a avareza e a cobiça dele.

Influência oculta dos espíritos

Anjo da guarda

“489. Há Espíritos que se liguem particularmente a um indivíduo para protegê-lo? Há o irmão espiritual, o que chamais o bom Espírito ou o bom gênio”.

Vamos falar um pouquinho desse irmão espiritual que alguns chamam de anjo da guarda e nós chamamos de companheiro da encarnação.

Como dito nessa resposta, esse espirito vive ao lado do encarnado durante toda a encarnação. Ele não se afasta do encarnado nem um momento sequer. A sua intenção é proteger o espírito que está na carne. Só que isso não é realizado da forma que vocês pensam. Vamos compreender isso direito.

O companheiro da encarnação vai proteger o espírito que está na carne, não o ser humano. Aliás, vai proteger o espírito do ser humano que esse ser se transforma durante a encarnação. O companheiro da encarnação, o amigo espiritual, não vai defender a vida material. Não vai defender o prazer do ser humanizado, mas sim defender espírito desse prazer.

Defender o espírito é fazer com que ele vivencie suas provas, expiações e missões. Isso ele faz. Agora defender os interesses individualistas do ser humano, isso ele não faz.

Para cumprir a sua missão, o companheiro da encarnação está sempre pronto encontrar condições de se cumprir o livro da vida que o espírito escreve antes do nascimento. Essa é a proteção que ele dá. A proteção do anjo da guarda não é para salvar o ser humano, mas é para salvar o espírito da sua humanidade.

Isso precisa ficar bem claro, porque o ser humano tem o hábito de colocar a espiritualidade a serviço da sua humanidade. Isso não é real. O espirito fora da carne auxilia o espírito encarnado para que se eleve e nunca para que se satisfaça.

Entender esse aspecto é importante, porque se não vamos rezar para o anjo da guarda pedindo proteção e isso não evitará nenhum desgosto ao ser humano. Quando a vida contraria o que queremos dizemos que o anjo da guarda não nos ajudou. Isso é uma falácia, pois foi exatamente aí que ele ajudou. Se simplesmente fizesse a nossa vontade humana, ele não nos ajudaria.

Participante: proteger significa inspirar ao bem, pois ele sempre respeita o livre arbítrio do tutelado.

Não só inspirar ao bem. Mais do que inspirar o bem, ele faz a prova acontecer. Deixa eu explicar isso.

Se no livro da vida um ser pediu como carma passar por um assalto, vai ser o anjo da guarda que vai arrumar o assaltante. Se pediu para passar por um acidente de carro, vai ser o anjo da guarda que vai procurar o outro que mereça e precise também passar pelo acidento e vai fazer acontecer o encontro.

É assim que ele protege o espírito: não deixando que esse espírito não vivencie suas provas. Não é a proteção ao ser humano, mas é a proteção ao espírito> Essa proteção consiste em ajudar que ele receba todas as provas que ele precise passar para conseguir a elevação espiritual.

Participante: assim o senhor não acha que o encarnado não terá trabalho algum a fazer?

Tem. O encarnado tem o trabalho de vivenciar o que está acontecendo.

Esse é o único trabalho que o espírito pode fazer: vivenciar acontecimento. Aliás, fazer isso é a coisa mais difícil para o espírito.

É isso que o espírito encarnado faz: ele vivencia a situação através de uma escolha sentimental. O resto não depende da vontade dele. O ato físico não depende da vontade do espírito, porque é a prova que Deus dá para ele escolher entre amar a tudo e a todos.

Participante: esse anjo estará sempre ligado ao tutelado?

Sempre, durante toda a encarnação. Pelo menos é essa a resposta do Espírito da Verdade. Até que o livro da vida seja encerrado, ele estará ao lado do tutelado.

Influência oculta dos espíritos

Protetor do espírito

“490. Que se deve entender por anjo de guarda ou anjo guardião? O Espírito protetor, pertencente a uma ordem elevada”.

É o que nós acabamos de falar.

Participante: mas aqui ele fala protetor.

Ele é protetor.

Participante: protetor do livro da vida?

Protetor do espirito, não do ser humano.

Participante: protetor no sentido de ajudá-lo na sua elevação?

Sim, protetor nesse sentido.

Participante: age promovendo os acontecimentos materiais do seu carma?

Isso. Protetor no sentido de proteger o espírito da humanidade que ele assumiu.

Influência oculta dos espíritos

O melhor para o espírito

“491. Qual a missão do Espírito protetor? A de um pai com relação aos filhos; a de guiar o seu protegido pela senda do bem; auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da vida”.

Ele tem a função de um pai.

Um pai é aquele que manda o filho para a escola, que o acorda de manhã cedo para trabalhar, além de dar todo apoio. Vamos dizer assim, apesar de não gostar da palavra bem, porque não existe nem bem nem mal: o pai é aquele que dá toda a orientação para o filho percorrer a senda do caminho a Deus.

Participante; Isso indicaria que não seriam regras para melhora de conduta moral?

Regras físicas, material, para atos? Não, ele não pode segui-las, porque não existem regras para atos. O ato não existe por ele mesmo, mas existe pela sua essência.

A regra que o espírito protetor segue é a universal. Ela diz o seguinte: se quiser se elevar, você precisa amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Essa é a regra universal, o resto foi criado por individualidades. É essa regra que o espírito protetor lhe ajuda a cumprir.

O amor ensinado por Cristo é a única regra universal, pois todas as outras mudam ao longo dos anos. Uma regra para ser divina, tem que ser universal, ou seja, servir para todos e ser eterna, nunca se mudar. Nenhuma regra de ato humano atende a esses requisitos.

Participante: sem o espírito o ser humano nada é. É o espirito que da vida de relação. Por isso, protegendo a um ele protege ao outro.

Não.

O espirito é o espírito. O espírito humanizado é aquele que se considera ser humano. Por isso é que em O Livro dos Espíritos se usa os temos alma e espírito e, inclusive, se usa grafias diferentes para o espírito. Existe uns que são grafados com ‘e’ maiúsculo e outros com minúsculo. O primeiro é o liberto da materialidade; o segundo é o individualista.

O espírito humanizado é um ser, mas um ser numa condição especial: ele está humanizado. Estar humanizado quer dizer que se passa a viver com uma outra consciência, uma consciência ditada pelo ego.

O espírito fora da carne vive na consciência espiritual; aquele que está na carne vive na consciência ditada pelo seu ego.

Participante: não deixa de ser espírito.

Não, ele não deixa de ser espírito e é por isso que o companheiro luta por ele, ou seja, pela realidade espiritual, pela verdade espiritual, pela eternidade espiritual.

O companheiro não se prende aos efêmeros desejos que esse espírito nutri enquanto humanizado. É isso que eu estou querendo dizer. Por exemplo, digamos que para a sua elevação espiritual, o melhor é se separar da mulher. O ser companheiro vai provocar a separação, ao invés de querer manter o casamento porque você gosta da sua mulher.

Participante: então, podemos jogar fora os dez mandamentos? São todas leis morais.

Mas, os dez mandamentos, como vocês conhecem, já foram jogados fora por Cristo.

Ele disse: eu vim dar um novo sentido a lei. Esse novo sentido é ame para não matar, ao invés de se entender apenas não mate. Há uma diferença muito grande entre uma coisa e outra. A lei como vocês entendem, é cumprida por obrigação e por medo da reação. O novo sentido dado pelo mestre é o de amar para não fazer.

Então, ame para não matar, para não roubar, etc. Observe a diferença entre uma coisa e outra. Não se trata de não roubar porque é proibido, mas sim de amar para não roubar.

Na hora que você alcançar a consciência amorosa da ação, deixar de fazer por amor e não por medo ou por obrigação, não há mais necessidade de lei. Isso porque naturalmente não fará.

Só que enquanto você estiver apegado à lei não alcança a consciência amorosa. Continua não fazendo porque é proibido e porque tem medo da penalidade embutida na lei e isso não tem valor algum para o universo.

Participante: mas se não seguimos as leis, expiamos.

Não. A expiação é resultado do não seguir a lei de Deus e não a lei material;

A lei de Deus é clara: amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Por isso, a expiação ou carma surge quando você ama a si acima de Deus e dos outros. Nesse momento gerou uma negatividade para o universo, que eu prefiro chamar de individualismo, que terá que expiar.

Participante: com relação ao que o senhor falou, quando se ama não se mata, pergunto: e os que matam por amor?

Matam por amor a si e não ao próximo. Isso é individualismo.

Quem mata o próximo porque se sente ferido, ama a si acima do próximo. Sendo assim, não mata por amor. Mata por vaidade, por egoísmo, por todos os individualismos que são chamados de amor. Isso não é amor, é posse. Possessão, ou melhor, obsessão.

Participante: tivemos um estudo em que o senhor falou que às vezes se mata por amor sim. No caso foi dito: se uma pessoa precisar morrer em uma determinada morte, quem que ele vai escolher para fazer isso? Um amigo. Portanto, esse amigo encarna para cumprir essa tarefa por amor ao outro.

Perfeito, só que não foi o sentido da pergunta que acabou de me ser feita. Ela está se referindo ao amor material: marido que mata mulher porque a ama demais e tem medo de perdê-la. Foi nesse sentido que eu respondi.

O amor a que você se referiu foi o universal, que foge muito a compreensão de vocês que estão presos ainda à morte como algo terrível, quando ela é uma coisa natural da existência carnal. Mais ainda: a morte é uma necessidade espiritual, pois o espírito só voltará à sua consciência espiritual no momento em que desencarnar.

Participante: a regra é não matarás. Qualquer coisa diferente será transgressão a regra que vem de Deus.

Então, coloque Jesus Cristo no inferno. Ele matou uma figueira. Pior: a matou por não dar fruto numa época que não era para dar.

Por isso, coloque Jesus Cristo no inferno. Ele sentou o chicote no lombo dos comerciantes que estavam negociando no templo.

Coloque Jesus Cristo no inferno porque ele e vocês que se apegam ao poder coercitivo das leis bíblicas, mas descumprem a lei de Moisés sobre o sábado, o dia que deve ser dedicado ao Pai. Tanto ele como vocês comem e realizam trabalhos nesse dia.

Se você se apega à lei de Moisés, jogue Cristo no lixo. Aliás, Paulo nos pergunta: se Moises já tinha trazido a lei, o que o Cristo veio trazer? O próprio Cristo responde: um novo sentido para a lei. Esse sentido é o amor.

O amor não estava presente no Velho Testamento. Naquela época se ensinava o temor A Deus. Por isso Cristo, que ensinou o amor, deu uma nova interpretação a todo o Velho Testamento.

Participante: vou repetir a primeira pergunta para o senhor entender: a regra é não matarás. Qualquer coisa diferente será transgressão a regra que vem de Deus. Então, não se pode nem pensar em matar por amor e nunca Deus permitiria a encarnação de alguém somente para matar outrem.

Volto a repetir: vocês têm medo da morte. Por isso querem arrumar um jeito de evita-la. Mas, se um espírito, por carma, precisar morrer de um jeito, essa será um motivo de júbilo e não de sofrimento. Morrer do jeito que é preciso, viver a minha expiação, mesmo que seja assassinado, é uma festa para o espírito.

Em O Livro dos Espíritos está escrito: Deus sabe a hora e o modo que cada um vai morrer. Se existe alguém que morre assassinado, pergunto: como é que Deus não permite que isso aconteça? Ou será que nesses casos a Onipotência não teve potência para fazer valer aquilo que achava necessário?

Desculpa, a sua visão sobre o assunto deve-se a prisão à vida material. Você é um espírito, por isso lute para sair da matéria ao invés de querer grudar-se à ela. Se não fizer isso, vai ficar preso no planeta. Todos nós somos espíritos, temos que viver para Deus, para o mundo espiritual e não para a regra material. Temos que viver para o que Cristo ensinou e não para o que a religião ensina.

Participante: respeito os seus argumentos, mas vou me opor a eles, porque senão tenho que jogar fora a seguinte afirmação: Deus é soberanamente justo e bom.

Ele é tão justo e tão bom que dá a morte que você precisa para a elevação espiritual ao invés de se prender ao capricho de lhe manter preso na Terra tendo prazer, quando isso custa a sua evolução espiritual.

O problema não é o que se fala, mas como entendemos a vida. Eu entendo a vida encarnada como um campo de provas para o espírito buscar a sua elevação espiritual. Você está compreendendo-a como a melhor coisa que pode acontecer para o espírito.

Influência oculta dos espíritos

O tempo da companhia

“492. O Espírito protetor se dedica ao indivíduo desde o seu nascimento? Desde o nascimento até a morte e muitas vezes o acompanha na vida espírita, depois da morte, e mesmo através de muitas existências corpóreas, que mais não são do que fases curtíssimas da vida do Espírito”.

É aquilo que disse: o espírito protetor acompanha o encarnado durante toda a encarnação. Como essa não acaba com o desencarne, mas com o fim da humanização, o espírito protetor só pode se afastar nesse momento. Isso porque a sua missão acabou, a provação daquele espírito se encerrou.

Influência oculta dos espíritos

Ajuda por amor

“493. É voluntária ou obrigatória a missão do Espírito protetor? O Espírito fica obrigado a vos assistir, uma vez que aceitou esse encargo. Cabe-lhe, porém, o direito de escolher seres que lhe sejam simpáticos. Para alguns, é um prazer; para outros, missão ou dever”.

Lendo o texto vocês podem imaginar que o protetor é obrigado a seguir o encarnado. Isso é irreal. Se a escolha daquela missão foi amorosa, ele não continua por obrigação, mas pela consciência amorosa, pelo o amor que tem ao encarnado.

Influência oculta dos espíritos

Ajuda exclusiva

“493a. Dedicando-se a uma pessoa, renuncia o Espírito a proteger outros indivíduos? Não; mas protege-os menos exclusivamente”.

É aquilo que falei: se você precisa bater seu carro, o seu companheiro vai procurar alguém que precisa bater o carro e porá no seu caminho. Com isso estará ajudando esse outro também.

Apesar disso, o que devemos ter sempre em mente é que a visão do companheiro é somente no livro da vida de um encarnado.

Influência oculta dos espíritos

Há companheiros substitutos

“494. O Espírito protetor fica fatalmente preso à criatura confiada à sua guarda? Frequentemente sucede que alguns Espíritos deixam suas posições de protetores para desempenhar diversas missões. Mas, nesse caso, outros os substituem”.

Isso é uma coisa muito rara, mas pode acontecer. Vou dar um exemplo dessas excepcionalidades.

Por exemplo, para facilitar, o atual companheiro precisa nascer como filho daquele encarnado e morrer logo depois do desencarne. Ele assume a missão, nasce como filho, morre depois do nascimento e volta assumir a sua tarefa de anjo da guarda. Durante o período que ele estiver ausente, algum outro ser acompanhará o encarnado.

Mas, isso é coisa muito rara. Por isso, apegar-se a essa questão não auxilia nada na evolução espiritual. Na verdade, ter esse conhecimento atrapalha, pois traz curiosidades.

Influência oculta dos espíritos

O companheiro nunca abandona

“495. Poderá dar-se que o Espírito protetor abandone o seu protegido, por se lhe mostrar este rebelde aos conselhos? Afasta-se, quando vê que seus conselhos são inúteis e que mais forte é, no seu protegido, a decisão de submeter-se à influência dos Espíritos inferiores. Mas, não o abandona completamente e sempre se faz ouvir. É então o homem quem tapa os ouvidos. O protetor volta desde que este o chame”.

Volta da onde, se antes foi dito que ele permanece ligado o tempo inteiro? Vou explicar.

O companheiro pode não estar fisicamente ao lado do encarnado, mas como dito nessa resposta, jamais o abandona completamente. Continua ligado sempre.

Portanto, essa resposta é só uma questão física. Ele sempre está ligado ao amigo. Esse é o máximo que posso chegar nesse caso, já que muita coisa sobre o mundo espiritual vocês não entendem.

O que posso lhes dizer é que existe o espirito que lhe acompanha a vida inteira e que ele faz tudo o que for preciso para que você alcance a evolução espiritual.

Influência oculta dos espíritos

Tudo por você

“496. O Espírito, que abandona o seu protegido, que deixa de lhe fazer bem, pode fazer-lhe mal? Os bons Espíritos nunca fazem mal. Deixam que o façam aqueles que lhes tomam o lugar. Costumais então lançar à conta da sorte as desgraças que vos acabrunham, quando só as sofreis por culpa vossa”.

O amigo espiritual pode se afastar fisicamente, mesmo permanecendo ligado, e deixar um obsessor lhe influenciar. Para quê? Para você aprender que está levando um tipo de vida sentimental que não leva a Deus, ou seja, que não está amando.

Só que quando faz isso, ele age por amor, não por briga. Não porque está de mal com o espírito encarnado. ‘Olha, não está adiantando muito meu trabalho. Vamos fazer o seguinte: vamos deixar o obsessor entrar aqui. Eu fico de longe controlando a obsessão e aí esse encarnado pode aprender alguma coisa”.

Quando as coisas acontecem na vida, o encarnado diz que foi sorte, azar ou acaso. Ele não vê o trabalho dos espirito lhe conduzindo o tempo inteiro. Isso é a vida: os espíritos lhe conduzindo o tempo inteiro, enquanto você acha que está racionando o que vai fazer.

Influência oculta dos espíritos

Influência de espíritos do mal

“497. Pode um Espírito protetor deixar o seu protegido à mercê de outro Espírito que lhe queira fazer mal? Os maus Espíritos se unem para neutralizar a ação dos bons. Mas, se o quiser, o protegido dará toda a força ao seu protetor. Pode acontecer que o bom Espírito encontre alhures uma boa-vontade a ser auxiliada. Aplica-se então em auxiliá-la, aguardando que seu protegido lhe volte”.

Nenhum ser pode ofender o livre arbítrio. Se o protegido não quiser, nenhum espírito pode se impor ao protegido.

Apesar de estar sobre a influência de outro ser, saiba que o seu companheiro fica afastado. Ele está de longe auxiliando, mas deixando o protegido ser levado pelos obsessores.

Influência oculta dos espíritos

O que leva o encarnado a não aproveitar a prova

“498. Será por não poder lutar contra Espíritos maléficos que um Espírito protetor deixa que seu protegido se transvie na vida? Não é porque não possa, mas porque não quer. E não quer, porque das provas sai o seu protegido mais instruído e perfeito”.

“Não é porque não possa, mas porque não quer”.

O companheiro da encarnação não quer fazer, não quer libertar o encarnado da obsessão, da influência dos espíritos negativos, dos espíritos individualistas. Mas porque não quer?

“... porque das provas sai o seu protegido mais instruído e perfeito”.

Sendo assim, o que é um obsessor? Uma prova.

Se você tiver uma tentação, ou seja, se não tiver um espírito querendo lhe empurrar para o individualismo, você não vence nada. Por isso os espíritos protetores providenciam as suas provas. Eles sabem que você precisa cumprir a lei do merecimento, a lei do trabalho. Precisa trabalhar espiritualmente, realizar a sua prova. Por isso deixa acontecer a obsessão, ajuda para que ela ocorra e com isso faz a prova acontecer. Faz isso para que saia dela muito mais fortalecido.

“Assiste-o sempre com seus conselhos, dando-os os meio dos bons pensamentos que lhe inspira, porém que quase nunca são atendidos”.

Esse que é o problema.

“A fraqueza, o descuido ou o orgulho do homem são exclusivamente o que empresta força aos maus Espíritos, cujo poder todo advém do fato de lhes não opordes resistência”.

O que vem a ser a fraqueza? É não ir para a academia fazer ginástica?

Participante: não, é se deixar levar ...

Fraqueza espiritual. O que é fraqueza espiritual?

Participante: falta de fé.

Sim, é não ter fé, é não ter amor.

E o descuido? É quando você se deixa levar pelo seu ego. Você se descuida

Participante: por isso, orai e vigiai.

Sim, orai e vigiai

Participante: isso não é feito, não é seguido.

Falta apenas o orgulho. O que é o orgulho? É a crença de ter que ganhar mesmo, estar certo, ter que discutir até provar que está certo.

Influência oculta dos espíritos

Estar constantemente protegido

“499. O Espírito protetor está constantemente com o seu protegido? Não haverá alguma circunstância em que, sem abandoná-lo, ele o perca de vista? Há circunstâncias em que não é necessário esteja o Espírito protetor junto do seu protegido”.

Isso já foi respondido.

Participante: é apenas uma repetição. É uma mesma pergunta feita de uma outra maneira.

Influência oculta dos espíritos

Teleguiados

“500. Momentos haverá em que o Espírito deixe de precisar, de então por diante, do seu protetor? Sim, quando ele atinge o ponto de poder guiar-se a si mesmo, como sucede ao estudante, para o qual um momento chega em que não mais precisa de mestre. Isso, porém, não se dá na Terra”.

Todo espirito encarnado tem um protetor. Todo espirito encarnado é guiado por esse protetor e quando isso não acontece, é guiado pelo obsessor que o protetor deixa influenciar o ser.

Portanto, vocês encarnados são totalmente teleguiados. Quando não é o obsessor, é o companheiro lhe conduzindo. Quando não é um é outro.

Não, você não consegue fazer nada sozinho. Na pergunta nove desse livro está escrito assim: por maior que seja a obra de uma inteligência inferior, ela tem que ser guiada por uma inteligência superior. Portanto, no universo ninguém faz nada sozinho; tudo é guiado por Deus.

Influência oculta dos espíritos

É preciso não ver a realidade

“501. Por que é oculta a ação dos Espíritos sobre a nossa existência e por que, quando nos protegem, não o fazem de modo ostensivo? Se vos fosse dado contar sempre com a ação deles, não obraríeis por vós mesmos e o vosso Espírito não progrediria. Para que este possa adiantar-se, precisa de experiência, adquirindo-a frequentemente à sua custa. É necessário que exercite suas forças, sem o que, seria como a criança a quem não consentem que ande sozinha. A ação dos Espíritos que vos querem bem é sempre regulada de maneira que não vos tolha o livre-arbítrio, porquanto, se não tivésseis responsabilidade, não avançaríeis na senda que vos há de conduzir a Deus. Não vendo quem o ampara, o homem se confia às suas próprias forças. Sobre ele, entretanto, vela o seu guia e, de tempos a tempos, lhe brada, advertindo-o do perigo”.

Aí está tudo o que nos falamos: o homem é criado pelo seu espírito protetor. Você não vê essa construção. Por quê? Para que você vença a si mesmo. Para que utilize o seu livre arbítrio. Se visse ou se compreende-se a realidade, tivesse a certeza de que vem de fora o conselho e é dado por alguém mais elevado, você escolheria não por decisão própria, mas por acatamento àquele elevado. Nesse caso não geraria merecimento.

Você precisa merecer para receber. Cristo ensinou: Deus dá a cada um segundo as suas obras. Se você não obrar, não vai receber. Por isso precisa ser guiado e ter provas para obrar. Essa obra acontece quando se luta contra os pensamentos individualistas para viver no universalismo, para que viver no amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Influência oculta dos espíritos

O companheiro também ganha

“502. O Espírito protetor, que consegue trazer ao bom caminho o seu protegido, lucra algum bem para si? “Constitui isso um mérito que lhe é levado em conta, seja para seu progresso, seja para sua felicidade. Sente-se ditoso quando visto bem sucedido os seus esforços, o que representa, para ele, um triunfo, como triunfo é, para um preceptor, os bons êxitos do seu educando”.

O espírito auxiliar fora da carne também está trabalhando. Ele não está ali de graça. Ele cumpre uma missão. Mesmo que exerça a função por amor, toda missão que se executa para Deus merece uma recompensa.

Isso é a lei do carma: tudo o que se faz, gera uma consequência e essa é o carma. Agora, se o carma é bom ou mal, isso nós deixamos para vocês julgarem.

Influência oculta dos espíritos

O companheiro nunca falha

“502a. É responsável pelo mau resultado de seus esforços? Não, pois que fez o que de si dependia”.

Ou seja, o companheiro da encarnação jamais vai errar. Ele faz tudo que deve e se você não aproveita, o problema é seu. Ele dá tudo de si, mas se você não quer ouvi-lo, problema é seu. Ele não vai obrigá-lo a amar.

Influência oculta dos espíritos

Sofrer pelo que o encarnado faz

“503. Sofre o Espírito protetor quando vê que seu protegido segue mal caminho, não obstante os avisos que dele recebe? Não há aí uma causa de turbação da sua felicidade? Compungem-no os erros do seu protegido, a quem lastima. Tal aflição, porém, não tem analogia com as angústias da paternidade terrena, porque ele sabe que há remédio para o mal e que o que não se faz hoje, amanhã se fará”.

O companheiro da encarnação não sofre. Quando o protegido decide pelo individualismo, o fora da carne compreende que você está indo mal, mas não sofre por isso. Ele não chora, não rasga a roupa, não se descabela.

Aliás, é assim que o espírito puro vive. Se faz alguma coisa que não deu certo, ou melhor, não se aproximou de Deus, em algum momento, ele diz: ‘amanhã faço melhor’. Já os encarnados sofrem e querem se desculpar. A culpa os mantém no sofrimento. Por isso, parem de culpar aos outros e a si mesmo. Saiba que não existe culpado nem vítima.

Influência oculta dos espíritos

O nome do anjo da guarda

“504. Poderemos sempre saber o nome do Espírito nosso protetor, ou anjo de guarda? Como quereis saber nomes para vós inexistentes? Supondes que Espíritos só há os que conheceis”?

Espírito não tem nome, cor, sexo, religião, data de nascimento. Querer saber o nome de um espírito é curiosidade, é querer rotular o que é universal. Para que você quer saber se o seu companheiro foi um papa, Chico Xavier ou um bandido conhecido? O que interessa é o espírito e não quem ele já foi. Temos que amar a todos e não só alguns.

Influência oculta dos espíritos

O nome do companheiro da encarnação

504a. Como então o podemos invocar, se o não conhecemos? Dai-lhe o nome que quiserdes, o de um Espírito superior que vos inspire simpatia ou veneração. O vosso protetor acudirá ao apelo que com esse nome lhe dirigirdes, visto que todos os bons Espíritos são irmãos e se assistem mutuamente”.

Chame o seu protetor de banana, abacaxi, batata ou de qualquer coisa: ele estará sempre lá para lhe orientar.

Para espírito não há qualquer problema de ser chamado de batata. Aliás, ele nem sabe que existe batata. Batata é fluido cósmico universal. Não vai ser por esse motivo que ele vai deixar de fazer. Jamais um companheiro de encarnação se sentirá melindrado: ‘nem sabe o meu nome, eu não vou mais cuidar dele’.

Uma das coisas que mais batemos em nossa conversa é com a questão se nos imaginarmos humanos. Nós somos espíritos. Se ficarmos presos as coisas humanas, não vamos realizar nada. Vamos desencarnar e ficar preso a esse mundinho aqui, já que achamos que as coisas do mundo espiritual são iguais aqui, quando não são.

A vida tem que ser vista de outro jeito. Chega de brincar de elevação espiritual. Outro dia o alguém me falou: ‘isso que o senhor propõe é coisa para muitas encarnações’. Eu respondi: ‘quantas? Sete mil? Você já teve essa quantidade e ainda está brincando de encarnação até hoje’ ...

Vocês brincam de elevação espiritual quando dão nome a espírito, quando acham que podem fazer o que quiser, quando dizem que é preciso seguir a lei por medo ou por coerção, quando todos os mestres quebraram as leis.

Saiba disso? Todos os mestres quebrarão a lei ... Veja o Bhagavad Gita, os estudos de Lao Tse, os sutras budistas, os ensinamentos de Cristo, os ensinamentos trazidos pelo anjo Gabriel, que veio falar com Maomé e o Espírito da Verdade, que pronunciou-se através de Kardec. Nos ensinamentos deles todos existem quebras de verdades existentes até então. Eles nunca deram apoio ao que a humanidade achava das coisas.

Isso vocês nunca entenderam e por isso prendem-se aos dez mandamentos de Moisés e criticam quem fala de acordo com os ensinamentos dos mestres.

Desculpem o desabafo.

Influência oculta dos espíritos

Quem transmite as mensagens

“505. Os protetores, que dão nomes conhecidos, sempre são, realmente, os Espíritos das personalidades que tiveram esses nomes? Não. Muitas vezes, os que os dão são Espíritos simpáticos aos que de tais nomes usaram na Terra e, a mando destes, respondem ao vosso chamamento. Fazeis questão de nomes; eles tomam um que vos inspire confiança. Quando não podeis desempenhar pessoalmente determinada missão, não costumais mandar que outro, por quem respondeis como por vós mesmos, obre em vosso nome”?

A partir dessa resposta pergunto: as psicografias de André Luiz são de quem?

Participante: de André Luiz.

Como você pode ter certeza? Como se acabou de ser dito, pode ser que ele não possa vir e nesse caso manda alguém no lugar dele que será confundido com ele.

Esse conhecimento deve nos levar a parar de idolatrar o texto porque é de André Luiz ou de Emmanuel. Aliás, uma informação: esses espíritos já não estão passando mensagens para a Terra há algum tempo. Hoje quem traz mensagens são espíritos que precisam ocupar os espaços deixados por eles e trabalham em seus nomes.

É preciso parar de idolatrar o espírito, porque se isso não acontecer, não entendemos as mensagens que chegam agora. Nós nos preocupamos em saber quem foi que ditou, ao invés de nos preocuparmos com o que está nos textos atuais.

Esse assunto é tão importante que eu vou repeti-lo:

Os protetores, que dão nomes conhecidos, sempre são, realmente, os Espíritos das personalidades que tiveram esses nomes? Não. Muitas vezes, os que os dão são Espíritos simpáticos aos que de tais nomes usaram na Terra e, a mando destes, respondem ao vosso chamamento. Fazeis questão de nomes; eles tomam um que vos inspire confiança. Quando não podeis desempenhar pessoalmente determinada missão, não costumais mandar que outro, por quem respondeis como por vós mesmos, obre em vosso nome”?

Participante o Espírito da Verdade fala em muitas vezes, não todas as vezes.

Isso. Então, pode ser, pode não ser. Por isso nunca afirme se é ou não.

Aliás, nem se preocupa com isso, já que nunca vai saber quando foi ele mesmo ou quando foi alguém a mando dele.

Influência oculta dos espíritos

Reconhecer o protetor

“506. Na vida espírita, reconheceremos o Espírito nosso protetor”?

A questão fala na vida espírita, não no desencarne. Isso quer dizer que está se referindo ao período quando houver a consciência espiritual.

A pergunta está muito bem formulada: na vida espiritual. Se fosse assim que sai da carne, a resposta seria não, pois assim que acontece o desencarne o ser não reconhece nada. É preciso se libertar da consciência material para aí reconhecer alguma coisa espiritual.

“Decerto, pois não é raro que o tenhais conhecido antes de encarnardes.”

Como normalmente a missão do espírito protetor é exercida por amor, é comum os seres serem amigos.

O que acontece é o seguinte. Aquele que vai encarna chama o seu amigo e diz: ‘vem cá meu amigo. Você é um grande amigo. Por isso quero lhe pedir para colar comigo e não me deixar de passar por tudo o que preciso. Eu necessito desses acontecimentos. Por favor, fique comigo e faça isso acontecer’. Age assim porque sabe que quando vier para a carne a influência do ego vai fazer com que ele não queira aquilo.

Participante: um espírito superior pode mentir, pode enganar?

Mentir nunca. Mas, o que é uma mentira? Algo diferente do que você acredita. Só que o cada um acredita é a mentira. O que você acredita como real e verdadeiro é ilusão, não existe. Isso porque é fruto do ego e não da consciência espiritual.

Portanto, mentir no sentido universal, o espírito puro jamais fará. Agora dizer algo diferente do que você acredita, isso pode. Aliás, faz constantemente. Mais: faz sempre.

Participante: mas se ele usa outro nome está faltando com a verdade.

Não disse que o problema são suas verdades e não o que os outros dizem?

Acabou de ser dito: ele usa outro nome não por vaidade, por orgulho ou soberba, para querer ser mais importante do que é, mas porque você quer um nome. Foi o que acabei de dizer ...

Na verdade, um ser espiritual pode usar o nome que quiser, porque nem um espírito tem nome. Sendo assim, qualquer nome que usar, inclusive aqueles que vocês atribuem a ele, aquele através do qual você reconhece alguém, é uma mentira. Saiba que o nome pelo qual vocês reconhecem um espírito não é dele. É colocado pelos encarnados que são quem precisam de uma identificação.

O problema é que continuamos a ver as coisas a partir das coisas matérias. Acreditamos que exista algo chamado mentira, acreditamos que ela seja o que materialmente achamos que é e a partir disso vamos pensar o mundo espiritual. A realidade é ao contrário: vamos pensar o mundo espiritual e quando conhece-lo vamos repensar o mundo material.

É isso que venho fazendo há cinco anos junto com esse grupo: descobrir o mundo material e a partir dessa descoberta, que é mais real que a material, repensar a realidade material. Somos espíritos, vivemos no mundo dos espíritos, que é a única realidade do universo, por isso é essa visão que precisa prevalecer.

Tudo isso que vocês vivem hoje é fantasia, ilusão e serve apenas como campo de prova para a sua elevação espiritual.

Influência oculta dos espíritos

Quem pode ser protetor

“507. Pertencem todos os Espíritos protetores à classe dos Espíritos elevados? Podem contar-se entre os de classe média? Um pai, por exemplo, pode tornar-se o Espírito protetor de seu filho? Pode, mas a proteção pressupõe certo grau de elevação e um poder ou uma virtude a mais, concedidos por Deus. O pai, que protege seu filho, também pode ser assistido por um Espírito mais elevado.”

Um detalhe: esse pai, enquanto se sentir pai, não pode. Por quê? Porque se não vai querer proteger o filho e esquece o espírito universal está ali dentro.

Sim, o espirito protetor poderá ter um dia sido pai numa encarnação daquele ser, mas só assumirá a sua função quando não mais tiver o amor paternal, que é material, não espiritual.

Influência oculta dos espíritos

Proteger quem ficou

“508. Os Espíritos que se achavam em boas condições ao deixarem a Terra, sempre podem proteger os que lhes são caros e que lhes sobrevivem? Mais ou menos restrito é o poder de que desfrutam. A situação em que se encontram nem sempre lhes permite inteira liberdade de ação”.

A mesma coisa da questão anterior.

Influência oculta dos espíritos

Todos possuem companheiros

“509. Quando em estado de selvageria ou de inferioridade moral, têm os homens, igualmente, seus Espíritos protetores? E, assim sendo, esses Espíritos são de ordem tão elevada quanto à dos Espíritos protetores de homens muito adiantados? Todo homem tem um Espírito que por ele vela, mas as missões são relativas ao fim que visam. Não dais a uma criança, que está aprendendo a ler, um professor de filosofia. O progresso dos Espíritos familiar guarda relação com o do Espírito protegido. Tendo um Espírito que vela por vós, podeis tornar-vos, a vosso turno, o protetor de outro que vos seja inferior e os progressos que este realize, com o auxílio que lhe dispensardes, contribuirão para o vosso adiantamento. Deus não exige do Espírito mais do que comportem a sua natureza e o grau de elevação a que já chegou”.

Está muito claro: o selvagem também é gente, o índio também é gente. Gente no sentido de ser espírito.

Vamos parar com essa discriminação de dizer que existe espírito melhor ou pior. Todo universo é uma grande família formada por irmãos e aquele que trata o seu irmão com desdém ofende ao Pai.

Influência oculta dos espíritos

O encarnado pode velar por um espírito?

“510. Quando o pai, que vela pelo filho, reencarna, continua a velar por ele? Isso é mais difícil. Contudo, de certo modo o faz, pedindo, num instante de desprendimento, a um Espírito simpático que o assista nessa missão”.

Aqui não se fala de pai na função de espírito companheiro de encarnação.

Participante: de pai humano.

Sim. O que é dito aí é que o espírito que foi seu pai, por exemplo, pode pedir para encarnar como seu filho para continuar lhe ajudando.

Apenas um detalhe. Como é dito, isso mais difícil de acontecer. Por quê? Porque se ele ainda tem essa preocupação material com você, está pronto para uma nova encarnação. Considerando-se seu pai, como vai viver como seu filho?

Influência oculta dos espíritos

Há acompanhantes do mal?

“511. A cada indivíduo achar-se-á ligado, além do Espírito protetor, um mau Espírito, com o fim de impeli-lo ao erro e de lhe proporcionar ocasiões de lutar entre o bem e o mal? Ligado, não é o termo. É certo que os maus Espíritos procuram desviar do bom caminho o homem, quando se lhes depara ocasião. Sempre, porém, que um deles se liga a um indivíduo, fá-lo por si mesmo, porque conta ser atendido. Há então luta entre o bom e o mau, vencendo aquele por quem o homem se deixe influenciar”.

Há um companheiro da encarnação que vai ajudar o espírito humanizado a vencer suas provas. Para isso irá providenciar suas provas. No entanto, não há um espírito companheiro da encarnação que durante essas provas vai lhe insuflar o individualismo ou universalismo. Isso é apenas fruto do livre arbítrio de cada um.

Quando um ser opta pelo individualismo, esse sentimento se propaga no universo. Por isso, assim como a barata corre para onde tem doce, um espírito vem atrás daquilo que ele gosta de comer. Nesse momento você terá dois acompanhantes: um espírito servindo de prova; outro velando para que você tenha todas as condições de aproveitar a encarnação.

Influência oculta dos espíritos

Muitos amigos, um só companheiro

“512. Podemos ter muitos Espíritos protetores? Todo homem conta sempre Espíritos, mais ou menos elevados, que com ele simpatizam, que lhe dedicam afeto e por ele se interessam, como também tem junto de si outros que o assistem no mal”.

Só existe um espirito companheiro da encarnação.

Todo universo trabalha para o próximo. Por isso, existem muitos seres que estão sempre buscando lhe auxiliar. Mas, companheiro da encarnação é um só.

Influência oculta dos espíritos

Espíritos amigos

“513. Os Espíritos que conosco simpatizam atuam em cumprimento de missão? Não raro, desempenham missão temporária; porém, as mais das vezes, são apenas atraídos pela identidade de pensamentos e sentimentos, assim para o bem como para o mal”.

Nessa questão não está se falando de espírito companheiro da encarnação, aquele que lhe acompanha o tempo inteiro.

Muitos espíritos podem se aproximar de você para lhe ajudar por missão, mas a maioria só se aproxima pela compatibilidade sentimental. Por isso, se quer ser cercado de anjinhos, você tem que ser um anjinho. Sendo um diabinho, será cercado de diabinhos.

Isso não precisava nem resposta do Espírito da Verdade: é lógico e óbvio.

Participante: o espirito companheiro da encarnação é exclusivamente para aquela encarnação? O que vincula o espírito a uma encarnação específica?

Pode ser para essa encarnação ou até para outras. Isso não tem regras, não tem lei.

O que vincula? A simpatia, o amor entre os dois espíritos ou a missão.

Um detalhe: você nunca vai saber se o seu protetor está junto por missão ou amor.

Influência oculta dos espíritos

Espíritos afins

513a. Parece lícito inferir-se daí que os Espíritos a quem somos simpáticos podem ser bons ou maus, não? Sim, qualquer que seja o seu caráter, o homem sempre encontra Espíritos que com ele simpatizem”.

Espírito afim quer dizer um ser que tenha uma mesma identidade com você.

Se você é diabinho, tem um ser igual ao seu lado. Isso porque eles possuem afinidade com você. São seus espíritos afins. Aquele que imagina que pode ser um diabinho, mas terá anjos ao seu lado, vive uma ilusão.

Influência oculta dos espíritos

Gradações de simpatias

“514. Os Espíritos familiares são os mesmos a quem chamamos Espíritos simpáticos ou Espíritos protetores? Há gradações na proteção e na simpatia. Dai-lhes os nomes que quiserdes. O Espírito familiar é antes o amigo da casa”.

Amigo da casa, da sua vida, da sua encarnação, não da sua família.

Existem gradações de simpatias. A simpatia familiar é uma gradação da simpatia, só isso.

Influência oculta dos espíritos

Pessoa

“515. Que se há de pensar dessas pessoas que se ligam a certos indivíduos para levá-los à perdição, ou para guiá-los pelo bom caminho? Efetivamente, certas pessoas exercem sobre outras uma espécie de fascinação que parece irresistível. Quando isso se dá no sentido do mal, são maus Espíritos, de que outros Espíritos também maus se servem para subjugá-las. Deus permite que tal coisa ocorra para vos experimentar”.

Participante: mudou o tema? Estava falando de Espírito agora fala de encarnado.

Porque achou isso?

Participante: por causa da palavra pessoa

Certo, mas o que é uma pessoa se não um espírito?

Encarnado.

Tanto faz. Uma pessoa é um espírito humanizado, tanto faz se está encarando ou não.

Participante: humanizado não é encarnado?

Não, não é a mesma coisa.

O espírito fora da carne que ainda acredita ser um humano, que ainda se guia pelo individualismo, é uma pessoa. Por isso espírito e pessoa seriam sinônimos.

Quanto ao que foi respondido, já conversamos.

Influência oculta dos espíritos

Pode o companheiro encarnar para estar mais perto?

“516. Poderiam os nossos bom e mau gênios encarnar, a fim de mais perto nos acompanharem na vida? Isso às vezes se dá. Porém, o que mais frequentemente se verifica é encarregarem dessa missão outros Espíritos encarnados que lhes são simpáticos”.

Participante: quem é gênio nesse trecho?

É o espírito elevado fora da carne que gosta de você e quer lhe ajudar.

Tudo que está nessa resposta já foi respondido. Já foi dito que ele pode até reencarnar se preciso for.

Na verdade, O Livro dos Espíritos contém muitas perguntas iguais. Eu proporia acabar essa tema. Não há mais o que responder.

Influência oculta dos espíritos

Influência nos acontecimentos da vida

“525. Exercem os Espíritos alguma influência nos acontecimentos da vida? Certamente, pois que vos aconselham”.

Os espíritos influenciam nos acontecimentos da vida. Isso precisa ficar bem claro.

Influência oculta dos espíritos

Tudo é comandado pelos espíritos

“525a. Exercem essa influência por outra forma que não apenas pelos pensamentos que sugerem, isto é, têm ação direta sobre o cumprimento das coisas? Sim, mas nunca atuam fora das leis da Natureza”.

Quem é a natureza?

Participante: Deus ...

Então, nunca atuam de forma contraria daquilo que Deus determina.

Portanto, os espíritos agem formando atos a mando de Deus. Sendo assim, quem é que está formando os atos?

Participante: Deus ...

Eis aí a resposta: Deus cria o ato. Ele faz você fazer as coisas dessa vida ...

Sei que vocês não conseguem entender isso, mas Kardec entendeu. Veja o comentário dele.

“Imaginamos erradamente que aos Espíritos só caiba manifestar sua ação por fenômenos extraordinários. Quiséramos que nos viessem auxiliar por meio de milagres e os figuramos sempre armados de uma varinha mágica. Por não ser assim é que oculta nos parece a intervenção que têm nas coisas deste mundo e muito natural o que se executa com o concurso deles.

Ou seja, você só acredita na ação espiritual quando não souber explicar o que está acontecendo, mas Kardec e o Espírito da Verdade dizem: o espírito fora da carne faz acontecer todos os atos. Você não vê essa ação porque acha que que faz, acha que é o outro que faz. Tudo isso porque não vê um espírito lhe dando o pensamento e comandando o ato.

Assim é que, provocando, por exemplo, o encontro de duas pessoas, que suporão encontrar-se por acaso; inspirando a alguém a ideia de passar por determinado lugar; chamando-lhe a atenção para certo ponto, se disso resulta o que tenham em vista, eles obram de tal maneira que o homem, crente de que obedece a um impulso próprio, conserva sempre o seu livre arbítrio”.

Ficou claro agora? O homem crente que passou por aquela rua por sua escolha e crente que outra pessoa também escolheu livremente, vivem o encontro que um espírito fez acontecer.

Na verdade é Deus, através dos Espíritos, que fazem as coisas acontecerem. Apesar disso, o homem continua com o seu livre arbítrio: pode encontrar com a pessoa, com amor universal ou individual.

Influência oculta dos espíritos

A realidade da vida

“526. Tendo, como têm, ação sobre a matéria, podem os Espíritos provocar certos efeitos, com o objetivo de que se dê um acontecimento? Por exemplo: um homem tem que morrer; sobe uma escada, a escada se quebra e ele morre da queda. Foram os Espíritos que quebraram a escada, para que o destino daquele homem se cumprisse? É exato que os Espíritos têm ação sobre a matéria, mas para cumprimento das leis da Natureza” ...

Quem quebrou a escada?

Participante: a natureza ...

Não.

Participante: Deus ...

Os espíritos que tem ação sobre a matéria, seguindo a ordem de Deus.

Portanto, um espírito quebrou a escada. Isso quer dizer que existem espíritos para tomar conta de escada. Claro que isso é só um exemplo, mas existem espíritos que tomam conta das coisas materiais. São esses seres que fazem as coisas materiais acontecerem.

Isso quer dizer que a madeira de uma escada não se quebra porque ficou gasta, porque ficou ao tempo, na chuva e sol, porque estava velha ou com cupim. O que aconteceu, na verdade, é que um espírito agiu sobre ele quebrando-a. Para você pode parecer que foi por causa da presença de cupim, por causa da ação do tempo ou qualquer outra causa chamada natural, mas a realidade é que os espíritos a quebraram por ordem de Deus.

Participante: ele não fala que o espírito faz a escada quebrar.

Já disse antes: os espíritos têm ação direta sobre o cumprimento das coisas.

Um detalhe: não estou dizendo que o espírito fez a escada quebrar quando o homem estava em cima. Esse é outro ponto. Por enquanto o que estou afirmando é que a escada não se quebra por causa da ação de elementos da natureza, mas por ação de um espírito.

Participante: mas aqui fala que a escada se quebra porque estava podre.

Sim, ela estava podre, mas porque ficou assim? A resposta está no início dessa resposta: é certo que os espíritos tem ação sobre a escada.

Participante: sobre a matéria.

Nesse caso, a matéria é a escada. Exercem essa ação cumprindo a cumprindo a lei da natureza. Portanto, quem deu a podridão à escada? Elementos físicos ou espíritos?

Participante: interessante que aqui não deixa isso claro.

Mas, está aí. Continue para vermos agora nova influência dos espíritos.

“É exato que os Espíritos têm ação sobre a matéria, mas para cumprimento das leis da Natureza, não para as derrogar, fazendo que, em dado momento, ocorra um sucesso inesperado e em contrário àquelas leis”.

A primeira parte tem uma informação: os espíritos agem nas coisas materiais. Quando agem, para vocês parece que foram as leis naturais que agiram. Agora o Espírito da Verdade vai entrar no exemplo.

A primeira parte diz que os espíritos agem sobre a escada seguindo a ordem de Deus, nunca contrário a Ele, ou seja, nenhum espírito pode quebrar uma madeira por livre arbítrio, mas apenas seguindo as ordens Dele.

“No exemplo que figuraste, a escada se quebrou porque se achava podre, ou por não ser bastante forte para suportar o peso de um homem. Se era destino daquele homem perecer de tal maneira, os Espíritos lhe inspirariam a ideia de subir a escada em questão, que teria de quebrar-se com o seu peso, resultando-lhe daí a morte por um efeito natural e sem que para isso fosse mister a produção de um milagre”.

Portanto, o Espírito da Verdade primeiro afirma que o espírito age em cima da escada. Agora que o ser que dirige o ser humano, o companheiro da encarnação, não vai ficar com uma escada quebrada na mão correndo de lá para cá na esperança dele ter vontade de subir. Sabendo que aquele ser humano precisa perecer, o encaminha a uma escada que já foi quebrada por outrem.

O que precisa ficar bem claro é que o espírito não age sobre uma escada que você escolheu e nem fica com uma quebrada esperando você subir nela: ele empurra, o direciona para a escada certa a fim de que caia e morra. Age desse jeito porque esse é o seu carma.

A escada que cai ou quebra é fruto da ação espíritos que tomam conta de escadas, os que cuidam das madeiras. Esses trabalham as escadas para que aja sempre uma preparada para servir a quem precisa dela, seja para subir ou cair dela. Outro ser de outra equipe, então, encaminha o encarnado para a escada que servirá de instrumento para acontecer o que precisa ocorrer.

Nesse exemplo são duas equipes espirituais trabalhando, mas no planeta Terra existem oito equipes espirituais operando, fazendo as ações acontecerem. São elas:

equipe que cuida dos minerais – juntam as células dos minerais, fazem os vulcões entrarem em erupção e expedirem lavas, etc.

equipe que cuida da água – fazem a chuva cair, seja em garoa ou temporal, fazem os rios correrem e o mar se agitar em ondas.

equipe que cuida dos gases – que forma os ventos, seja ele brisa ou furacão.

equipe que cuida dos vegetais – que faz a planta germinar, que faz o fruto aparecer em determinada época, que faz a planta morrer quando necessário.

equipe que cuida dos animais – que faz acontecer as situações pelas quais o espírito que está morando no animal precisa passar.

equipe que cuida do corpo humano – faz o funcionamento das células do corpo humano e dos órgãos.

Equipe que cuida dos seres humanizados – que dá o pensamento e que leva os espíritos a imaginar que são eles que estão fazendo as coisas.

equipe que cuida das coisas feitas pelo ser humanizado – aquele que dirige o seu carro, o avião, que faz a sua casa permanecer de pé.

Esses oitos grupos trabalham sobre a Terra conjuntamente.

Portanto, quando o espírito que dirige o ser humanizado sabe que aquele ser precisa morrer ao cair de uma escada, esse espírito vamos dizer assim, telefona para o grupo que cuida dos vegetais, porque escada é madeira, e pergunta: ‘onde você tem mais perto daqui uma escada que esteja pronta para ser quebrada.’? Com essa informação, encaminha o ser encarnado para o local, dá o pensamento que contém a vontade de subir naquela escada.

É assim que é o mundo: você, vivendo seus mayas, acredita que teve vontade de ir, acredita que teve vontade de subir, acredita que fez tudo por deliberação própria.

Influência oculta dos espíritos

Só Deus faz

“527. Tomemos outro exemplo, em que não entre a matéria em seu estado natural. Um homem tem que morrer fulminado pelo raio. Refugia-se debaixo de uma árvore. Estala o raio e o mata. Poderá dar-se tenham sido os Espíritos que provocaram a produção do raio e que o dirigiram para o homem? Dá-se o mesmo que anteriormente. O raio caiu sobre aquela árvore em tal momento, porque estava nas leis da Natureza que assim acontecesse. Não foi encaminhado para a árvore, por se achar debaixo dela o homem. A este, sim, foi inspirada a ideia de se abrigar debaixo de uma árvore sobre a qual cairia o raio, porquanto a árvore não deixaria de ser atingida, só por não lhe estar debaixo da fronde o homem”.

A árvore será atingida de qualquer jeito; o raio será encaminhado para a árvore de qualquer jeito. O homem que precisa morrer por aquele raio é encaminhado para a árvore onde cairá raios.

O homem, o ser humanizado, não é o centro do universo. Não é por causa dele que as coisas acontecem e nem é por causa de alguma ação dele que as coisas ocorrem. Quem faz tudo é Deus e não há como se sondar a sua intenção.

Deus faz, através dos espíritos, o raio cair numa árvore; Deus faz, através dos espíritos, o homem que precisa morrer por aquele raio estar debaixo daquela arvore naquele momento. Essa é a realidade.

Deixem-me contar uma história que alguns já ouviram. No céu, no mundo espiritual, tem uma rádio que toca música o tempo inteiro. De vez em quando há uma transmissão especial. Nela é dito assim: ‘atenção senhores espíritos que dirigem seres humanizados, o aviação que vai sair da cidade tal, para a cidade tal, no dia tal às tantas horas vai cair. Ponham dentro quem tem que morrer de acidente de avião’.

É assim que é a vida no planeta. Cada coisa é gerida por Deus independentemente do resto e se aproveita o que já iria acontecer para que outras coisas ocorram. Isso se chama interdependência. Portanto, Deus gera a queda do avião e só depois mandar buscar aqueles que precisam morrer por queda de avião para coloca-los dentro.

Vocês têm mania de dizer que se for o dia do piloto, morrem todos. Isso é ilusão. Se acontecesse, seria injustiça. Para que haja justiça é preciso que seja o dia do piloto, mas também de todos que estão embarcados. Essa é a interdependência das coisas: vai acontecer um acidente, leva-se quem precisa morrer daquele acidente e o coloca dentro do avião.

Desculpa, mas acho que não dá para se dizer que a minha visão está errada. O texto de O Livro dos Espíritos é claríssimo, tanto quanto afirma que Deus é Causa Primária de todas as coisas como quando mostra que ao homem resta apenas participar dos acontecimentos utilizando-se do seu livre arbítrio escolhendo com felicidade e amor ou sofrimento e individualismo.

Participante: acho interessante nesse ponto fazer um paralelo entre o que foi dito com o livre arbítrio.

Esse paralelo seria entender que o ser humanizado tem que passar por todas as coisas que lhe acontecer. Não há como mudar ou deixar de viver alguma coisa. Entender, também que pode passar por todas as coisas com amor ou sem, com dor, tristeza, ou felicidade. Só isso. Esse é o livre arbítrio.

Influência oculta dos espíritos

Bala perdida

“528. No caso de uma pessoa mal intencionada disparar sobre outra um projétil que apenas lhe passe perto sem a atingir, poderá ter sucedido que um Espírito bondoso haja desviado o projétil? Se o indivíduo alvejado não tem que perecer desse modo, o Espírito bondoso lhe inspirará a ideia de se desviar, ou então poderá ofuscar o que empunha a arma, de sorte a fazê-lo apontar mal, porquanto, uma vez disparada a arma, o projétil segue linha que tem de percorrer”.

Isso, a bala não sai da linha para a qual foi traçada.

O espírito que cuida das coisas feitas pelos homens faz a bala ir por um determinado caminho em direção a um alvo prefixado. Os espíritos que cuidam dos seres humanizados agem sobre eles fazendo quem não tem que levar aquela bala sair do caminho. Isso ficou bem claro? Vou repetir: tudo feito pelos espíritos fora da carne.

Participante: não entendi ...

O projétil segue a linha que tem que percorrer, ou seja, é dirigido em uma determinada direção pelo espírito que administra o projétil. Aos espíritos que cuidam dos seres humanizados cabe tirar da frente aquele que não merece receber esse tiro.

Pelo que estudamos, a bala é disparada por um espírito. Depois que ela parte nada pode mudar sua trajetória. A única coisa que o espírito fora da carne pode fazer para ajudar alguém que não deve morrer decorrente daquela bala é tirá-lo da frente.

De acordo com o texto está certo isso?

Participante: morrer ou não morrer pela bala seria realizar o que foi escrito no livro da vida pelo espírito antes de reencarnar.

Sim, seria realizar o que foi escrito pelo próprio espírito antes da encarnação. Mais: realizar o que foi escrito para o planeta, pois inclusive ele tem um livro da vida ao qual o seu precisa se adequar. Por exemplo. No livro da vida do planeta hoje não há mais morte por guilhotina. Por isso, o espírito não pode escrever no seu livro da vida que quer morrer guilhotinado.

Agora, porque estou batendo muito na questão se entenderam ou não? Não é porque acredito que não ouviram ou porque acho que vocês não entenderam. Estou perguntando insistentemente isso porque quero dizer uma coisa: não existe bala perdida ...

Não existe a ideia do pobre coitado que estava dormindo na sua cama e a bala foi lá acertá-lo. Não existe o pobrezinho que estava passando no meio da rua e o malvado do bandido deu um tiro sem pensar e o acertou. Não existe a pura criancinha que estava indo para a escola e por acaso aconteceu um tiroteio e ela recebeu uma bala. Nenhum deles foi desviado porque deviam receber aquele projétil.

O espírita que acredita na existência da bala perdida, não conhece O Livro dos Espíritos, já que aqui está bem claro: se não tiver que morrer pela bala, será desviado da rota dela. O espírito o fará mudar de posição.

Desculpa, mas é o que eu insisto em dizer: não adianta aceitar o que é dito por uma doutrina; é preciso ir buscar no mestre o ensinamento referente ao assunto. Aí está um mestre, o Espirito da Verdade dizendo que a bala acerta quem tiver que acertar e se houver alguém na trajetória que não precise nem mereça levar o tiro, será desviado. Frente ao que lemos, ou cremos que não existe bala perdido ou vamos ter que dizer que existem seres desencarnados que não sabem auxiliar o encarnado. Não sabem exercer sua função no universo, pois não tiraram o atingido da frente da bala.

Desculpa, mas o universo é muito mais perfeito que vocês imaginam. Deus não entregaria uma missão dessas a um espírito que não soubesse fazer. Deus é Onisciente. Por isso quando entrega uma missão a um espírito sabe até onde ele vai realizar a missão. Se não soubesse, não seria onisciente.

Ficou claro? É isso que estou querendo há cinco anos passar para vocês. Pensem, ao invés de ficarem presos apenas àquilo que lhe dizem do ensinamento. Raciocine, utilize a sua capacidade para ler o que está escrito ao invés de ficar chorando por balas perdidas, que nunca foram perdidas.

Desculpe, só existe bala achada, perdida não.

Influência oculta dos espíritos

Contente-se com as maravilhas de Deus

“529. Que se deve pensar das balas encantadas, de que falam algumas lendas e que fatalmente atingem o alvo? Pura imaginação. O homem gosta do maravilhoso e não se contenta com as maravilhas da Natureza”.

Pura imaginação achar que existe uma bala que acertará um ser humanizado por causa da ação humana. Essa ideia é do homem, que não contente com a maravilha de Deus, quer criar maravilhas. Uma bala encantada que acha aquele pobre coitado que estava dormindo na sua casa, que acha a pobrezinha da criancinha que estava indo para a escola. É o homem que não se contenta em admirar a maravilha do mundo, ou seja, que nenhuma bala se perde, mas é usada para acertar quem tem que acertar.

Participante: então, o anjo da guarda não tem a função de proteger?

Sim, o anjo da guarda tem a função de proteger o espírito. Por isso, se aquele ser precisa morrer naquele momento por que é o seu carma, o anjo da guarda para protegê-lo providenciará a morte. Até porque livrar o ser da morte não é proteger, mas é atacar o espírito, pois vai manter preso à carne um espírito que não merece mais estar.

Isso não é proteção, é pena, castigo. Ficar na carne sem a necessidade de estar é castigo para o espírito, não pode ser entendido como algo bom. Quem não quer morrer não o espírito, mas sim o ego. O seu ego não quer que você morra, porque senão ele vai morrer.

Participante: me permita discordar; não acho que estar na carne é um castigo para o espírito. É um caminho para a sua evolução.

Sim, mas compreenda que nenhum espírito quer estar fora do universo espiritual. Ele sabe que precisa estar para poder realizar sua prova, mas anseia pelo dia do retorno. Não pense que é por livre e espontânea vontade que um ser encarne. ‘Eu gosto tanto da carne que vou para lá’: isso não existe.

Participante: e os espíritos que ficam presos no material, onde ficam os anjos para ajudá-los?

Criando carmas para que eles se desprendam do material.

Já ouviram falar do umbral? O que é um umbral? É lugar do espírito preso a matéria. É uma produção dos anjos da guarda para levar um espírito a não aguentar mais o seu individualismo e dizer ‘Deus, me ajude’. Nesse momento pode ser ajudado. Como o ser precisa disso para ser ajudado, o espírito da guarda providencia toda a vida no umbral para que o outro ser mais rapidamente se desumanize e aí possa regressar numa nova encarnação.

Volto a repetir, o espírito é da guarda do ser universal e não do humano.

Participante: e os desencarnados, como despertam para esse desprendimento?

Igual ao ser encarnado: cansando de tanto querer ganhar, ter prazer, querer a fama, de tanto ter medo da crítica e ir à busca do elogio sem conseguir. É igual ao encarnado porque o desencarnado que ainda está preso ao eu material é um encarnado sem matéria. Ele tem a mesma consciência que tinha quando encarnado. Só não tem mais o mesmo corpo. Por isso a ação espiritual é a mesma.

Influência oculta dos espíritos

Nada pode obstar o desejo de Deus

“529a. Podem os Espíritos que dirigem os acontecimentos terrenos ter obstada sua ação por Espíritos que queiram o contrário? O que Deus quer se executa. Se houver demora na execução, ou lhe surjam obstáculos, é porque Ele assim o quis”.

Ou seja, o que Deus quer é o que acontece. Está bem claro isso no texto.

Tudo nasce do fruto do desejo de Deus. Se Deus não disser, faça-se, a coisa não acontecerá jamais. Nada pode obstar a vontade de Deus. Nada pode obstar o cumprimento da ordem de Deus.

Por isso, pergunto: o que existe de errado nesse mundo? O que é feito fora da hora? O que existe fora do lugar onde está?

Participante: nada.

Perfeito.

Se disser que há alguma coisa fora do lugar estará dizendo que Deus botou fora. Terá que dizer que Deus fez algo errado. Por quê? Porque nada pode obstar o que Deus faz. Sendo assim, se Deus quer que uma coisa aconteça de um jeito, nada obstará essa ação, muito menos a sua crítica, a sua acusação, o seu sofrimento.

Não disse que esse capítulo era importante? Desculpa, mas não acho só importante: acho fundamental. Se você pular da pergunta um direto para cá, entende tudo, mas se nos esquecemos da pergunta um (Deus é a causa primária de todas as coisas) não entendemos nada.

Aí está Deus a explicação do porque o Pai ser a Causa Primária de todas as coisas: porque nada obstar a sua vontade.

Influência oculta dos espíritos

As misérias humanas são criadas por Deus

“530. Não podem os Espíritos levianos e zombeteiros criar pequenos embaraços à realização dos nossos projetos e transtornar as nossas previsões? Serão eles, numa palavra, os causadores do que chamamos pequenas misérias da vida humana? Eles se comprazem em vos causar aborrecimentos que representam para vós provas destinadas a exercitar a vossa paciência. Cansam-se, porém, quando veem que nada conseguem. Entretanto, não seria justo, nem acertado, imputar-lhes todas as decepções que experimentais e de que sois os principais culpados pela vossa irreflexão. Fica certo de que, se a tua louça se quebra, é mais por desazo teu do que por culpa dos Espíritos”.

O que são os espíritos zombeteiros? Instrumentos.

Os espíritos zombeteiros são instrumentos de Deus. Aquilo que eles provocam são provas para os encarnados. Você não gostou? Não passou na prova. Não amou? Não passou na prova.

Tudo o que acontece não foi nenhum espirito zombeteiro que, vamos dizer assim, para se distrair fez. Quem fez foi Deus, usando esses espíritos. Para quê? Para que cada um tenha o segundo as suas obras, para que cada um tenha a sua prova.

Tudo que estamos dizendo há cinco anos está escrito ai. Os espíritos zombeteiros tem prazer em zombar de vocês, mas não podem fazer nada se Deus não comandar. Ele comandará se for uma prova para você. Saiba de uma coisa: as misérias da vida humana são criadas por Deus para que o ser humanizado tenha uma prova.

Repare bem. Isso está escrito em O Livro dos Espíritos. Não sou eu que estou inventando.

Participante: na continuidade da resposta eu achei uma coisa esquisita: entretanto, não seria justo, nem acertado, imputar-lhes todas as decepções que experimentais e de que sois os principais culpados pela vossa irreflexão. Fica certo de que, se a tua louça se quebra, é mais por desazo (mau jeito) teu do que por culpa dos Espíritos.

Como pode existir mau jeito, se é Deus que faz tudo?

O mau jeito não aí é material é espiritual. Está se falando do carma. O seu desazo espiritual gera um carma, um acontecimento material.

Participante: hoje sei que não passei em uma prova e outras virão com o mesmo objetivo até que eu supere isso.

Exato: até que você supere.

Virão provas para lhe testar e mesmo depois que superar uma vez, virá outra para testar o mesmo tema. Isso continuará até que Deus, que conhece tudo, saiba que você realmente passou. Se hoje você conseguiu vencer a posse, por exemplo, de um brinco, isso não quer dizer que conseguiu superar a posse. Pode ser que amanhã Deus inclua o seu carro ou a sua casa na mesma prova. Se realmente passou, não sofrerá, mas se não, apesar de não ter sofrido antes, agora sofrerá.

Então, é preciso vencer a prova da posse em várias instâncias para ver se não foi apenas o valor das coisas que realmente lhe levou a não sofrer.

Participante: e as provas vão ficando mais difíceis?

Não, Deus não dá uma cruz maior que você pode carregar.

Deixe-me dizer uma coisa. Se você olhar as suas provas de hoje quando estiver mais elevado, elas não terão a dificuldade que encontra hoje. Eu diria assim: se pegar um bom aluno do ginásio e outro da faculdade para fazer a mesma prova, ela vai ser difícil para quem está no ginásio. É isso que estou querendo dizer: a prova não é difícil, mas hoje você a acha dessa forma porque ainda não domina totalmente o assunto. Apesar disso, saiba que está apto a fazê-la, porque Deus não lhe dá peso em excesso.

Influência oculta dos espíritos

O espírito só acha que tem algo contra você

“530a. Destes, os que provocam contrariedades obram impelidos por animosidade pessoal, ou assim procedem contra qualquer, sem motivo determinado, por pura malícia?

Participante: é meia esquisita essa pergunta ...

Aqueles que servem de instrumentos para lhe causar as amarguras da vida fazem porque não gostam de você ou simplesmente para se divertir?

“Por uma e outra coisa. Às vezes os que assim vos molestam são inimigos que granjeastes nesta ou em precedente existência. Doutras vezes, nenhum motivo há”.

A motivação pela qual o espírito acha que está fazendo é apenas a que o espirito acha que o está levando a fazer. Portanto, digamos que haja um espírito que tenha a motivação para lhe atacar. Acha que não gosta de você, que fez mal a ele e outras coisas. Eles acham isso, mas na verdade só conseguem atacar, como já vimos, porque Deus gera isso. Agora, há outros que ele também faz lhe atacar que não possui um motivo individual. São seres que se comprazem em lhe ver sofrer. Têm prazer em lhe ver sofrer.

Isso não importa: seja baseado numa motivação individual ou apenas pelo prazer, eles são guiados por Deus. Se um espírito tiver algo, mas Deus não o fizer agir contra, nada fará. Ele pode planejar milhares de vinganças, mas só conseguirá realiza-la se Deus fizer acontecer.

Não podemos ler uma pergunta sem juntá-la a anterior. A que acabamos de ver diz que todos os seres que agem criando as amarguras da sua vida são instrumentos de Deus. Por isso, a motivação de cada um, o porque acha que tem para fazer aquilo, é maya, é uma ilusão.

Portanto, o espírito fora da carne tem maya. Acha que está lhe perturbando porque acredita que não gosta de você. Ele não vê que é instrumento de Deus para lhe dar uma prova.

Participante: duas perguntas: se as provas são de acordo com o que aguentamos porque não conseguimos aguentar as vezes? Quanto mais elevado o espírito, maiores as provas?

Porque que você não aguenta algumas provas? Porque não quer aguentar. Porque não ama a Deus acima de todas as coisas.

Veja, o ensinamento está aí para lhe mostrar que tudo que acredita é maya. O ensinamento de Krishna mostrando isso tem quase cinco mil anos. O ensinamento de Cristo que diz que precisa amar a tudo e a todos está ai há dois mil anos. O ensinamento do Espírito da Verdade está aí há duzentos anos e nesse tempo todo mostrou que que tudo o que lhe acontece de mau é uma prova. Apesar disso, você diz que não aguenta as provas. Porquê? Porque continua antes de tudo buscando o prazer.

Esta é uma característica do ser humanizado que não o deixa seguir os ensinamentos, que faz ver dificuldade na hora de colocar em prática. O ser humanizado acima de tudo quer estar bem, dentro do que ele chama de bem. Ele não aceita mudar-se, não aceita abrir mão do prazer nem de ganhar, não aceita ver o mundo de outra forma. Por mais ensinamentos que receba não abre mão de suas verdades, de suas posses, paixões e desejos.

Por isso, desculpa, mas só posso responder assim: não aguenta as provas porque não quer. Os ensinamentos dos mestres estão aí para lhe avisar. Basta coloca-los em prática. Para isso, me permita lembrar: são as provas que você mesmo pediu, porque se achava preparado para vencer.

Quanto ao fato das provas do espírito elevado serem maiores, não é isso que falei. Hoje, para você, a prova do espírito elevado é mais pesada, mas quando for a sua vez de ser elevado, terá a mesma dificuldade das de hoje.

Deus não vai lhe dar algo que não possa carregar; tenha certeza disso.

Influência oculta dos espíritos

A perseguição continua depois da vida

“531. Extingue-se-lhes com a vida corpórea a malevolência dos seres que nos fizeram mal na Terra? Muitas vezes reconhecem a injustiça com que procederam e o mal que causaram. Mas, também, não é raro que continuem a perseguir-vos, cheios de animosidade, se Deus o permitir, por ainda vos experimentar”.

Mesmo depois que acaba a encarnação, você ainda é experimentado por Deus.

Portanto, a junção com outros espíritos acontecerá mesmo depois do seu desencarne, se Deus o permitir. Para quê? Para que continue realizando suas provas. É por isso que venho dizendo: a encarnação não acaba com o desencarne, pois você continua vivendo a mesma realidade assim que sai da carne.

Os espíritos, vamos dizer assim, que lhe atormentam continuaram fazendo isso por ordem de Deus depois do desencarne para experimentá-lo. Isso é importante sabermos, porque se não achamos que simplesmente morrer resolve tudo e não resolve nada. O grande problema de se suicidar não é acabar com a vida, mas desiludir-se por não ter resolvido nada. O mesmo motivo que o levou a suicidar-se continuará existindo depois do desencarne.

Participante: mas, e as pessoas que não tiveram esses ensinamentos?

Todos os espíritas têm o ensinamento que estamos lendo. Todos os hindus têm os ensinamentos de Krishna. Todos os cristãos têm o ensinamento de Cristo. Portanto, todos possuem acesso aos ensinamentos.

Participante: estou falando de quem nunca leu sobre nada, como chegar a essa consciência?

Você fala de um ateu?

Participante: não, de uma pessoa que por um motivo qualquer não teve oportunidade de conhecer o ensinamento de nenhum mestre.

Só o ateu.

Mesmo aqueles que não sabem ler, frequentam uma igreja e ouviram a leitura do ensinamento dos mestres. Só o ateu não teria acesso a esses ensinamentos porque não está procurando a Deus

Participante: não precisa ser necessariamente ateu. Vamos supor que uma criança de favela que não teve uma oportunidade nem de descer o morro. Ela nunca ouviu falar de nenhum mestre e não tem a menor ideia do que é amar a Deus.

A criança ainda não está em época de reforma íntima. Por isso, para ela não é preciso passar esse ensinamento. O receberá depois que alcançar os vinte e um anos, quando for madura. Com essa idade não ficará presa só no morro. Aliás, no morro também tem igreja e templo evangélico.

Influência oculta dos espíritos

Encerrando com as mazelas da vida

531a. Pode-se pôr termo a isso? Por que meio?

Participante: está se referindo à pergunta anterior, se os espíritos podem continuar perseguindo após o desencarne.

Podeis. Orando por eles e lhes retribuindo o mal com o bem, acabarão compreendendo a injustiça do proceder deles. Demais, se souberdes colocar-vos acima e suas maquinações, deixar-vos-ão, por verificarem que nada lucram”.

 Pode-se acabar com isso? Sim, de duas formas. A primeira, amando o próximo. É como fala o Espírito da Verdade: ore pelos seus inimigos, ame o seu inimigo. Mas, a primeira coisa que tem que fazer para amar o seu inimigo é não vê-lo como inimigo. Portanto, quer começar a destruir as influências que recebe? Não chame aqueles que realizam situações que você não gosta como inimigos. Aliás, eles são seus amigos.

Segunda: estando acima das maquinações. O que são as maquinações desses espíritos? O que lhe acontece.

Eles lhe influenciam para criar as situações que você não gosta, ou seja, a maquinação deles é para construir aquilo que você não gosta. Sendo assim, esteja acima do não gostar, acima de ver o errado, acima de ver o que não quer ver, acima da crítica, acima do julgamento. Só assim escapa.

Aliás, é o que estamos comentando o tempo inteiro: esteja acima do bem ou do mal, do certo ou do errado, do bonito ou do feio, do limpo ou do sujo. Só quando estiver acima dessas coisas é que escapará daqueles espíritos que criarão carmaticamente, ou seja, sobre a ordem de Deus, uma prova para você.

Portanto, se quer ser feliz, não ter mazelas na vida, basta não ligar para o mundo, não dar valor aos acontecimentos do mundo. Esteja acima de tudo isso. Só assim poderá estar livre de tudo isso.

Influência oculta dos espíritos

Tudo acontece independente da vontade do ser

“532. Têm os Espíritos o poder de afastar de certas pessoas os males e de favorecê-las com a prosperidade? De todo, não; porquanto, há males que estão nos decretos da Providência. Amenizam-vos, porém, as dores, dando-vos paciência e resignação. “Ficai igualmente sabendo que de vós depende muitas vezes poupar-vos aos males, ou, quando menos, atenuá-los. A inteligência, Deus vo-la outorgou para que dela vos sirvais e é principalmente por meio da vossa inteligência que os Espíritos vos auxiliam, sugerindo-vos ideias propícias ao vosso bem. Mas, não assistem senão os que sabem assistir-se a si mesmos. Esse o sentido destas palavras: Buscai e achareis, batei e se vos abrirá. “Sabei ainda que nem sempre é um mal o que vos parece sê-lo. Frequentemente, do que considerais um mal sairá um bem muito maior. Quase nunca compreendeis isso, porque só atentais no momento presente ou na vossa própria pessoa.”

Vamos ler tópico por tópico da resposta porque há muita informação aí.

 “De todo, não; porquanto, há males que estão nos decretos da Providência”.

Primeira coisa: o espírito não pode afastar todas as mazelas porque há males que vem para o bem, que estão no decreto da providência. Ou seja, existe situação que você tem que passar. Essa é a primeira informação desse texto.

Não importa se você gosta ou não, Deus vai fazer acontecer o que for preciso. É o decreto da Providência. No entanto, já vimos antes que Ele decreta o que está no seu livro da vida. Portanto, há situações que precisa passar, porque foi pedido por você mesmo.

“Amenizam-vos, porém, as dores, dando-vos paciência e resignação”.

O espírito fora da carne não ameniza a situação que vai passar. O que ele ameniza, o que pode fazer, é lhe dar paciência e resignação enquanto acontece o que precisa acontecer. Agora, se ele dá e você não usa, a culpa é de quem?

Portanto, nenhum espírito pode mudar o que está acontecendo. Nenhum espírito pode lhe poupar. O que é possível ser feito é dar paciência e resignação para passar pela situação. São coisas bem diferente.

Nenhum espírito vai fazer você escapar de uma batida de carro, se aquilo está prescrito. Ele pode lhe dar paciência e resignação para passar pela batida.

“Ficai igualmente sabendo que de vós depende muitas vezes poupar-vos aos males, ou, quando menos, atenuá-los”.

Depende de você, depende de como vivencia a vida agora, pois o próximo momento será reação desse. Se nesse momento, utilizando o seu livre arbítrio, ligar-se ao mundo espiritual através da sintonia do amor, gerará um carma diferenciado. Com isso vivenciará uma emoção diferente no futuro.

“A inteligência, Deus vo-la outorgou para que dela vos sirvais e é principalmente por meio da vossa inteligência que os Espíritos vos auxiliam, sugerindo-vos ideias propícias ao vosso bem”.

Ou seja, há sempre pensamentos que lhe leve a fazer o bem, a estar em conexão com Deus. Agora, se preferir escolher o pensamento que julga, que acusa, que critica, que cria dor, isso é algo seu.

Você prefere esse tipo de pensamento; o que o espírito pode fazer? Se ele diz ‘calma’ e você diz, ‘calma nada, aquilo não presta, eu tenho que gritar, tenho que berrar, tenho que partir para cima dele’, que culpa tem o espírito?

“Mas, não assistem senão os que sabem assistir-se a si mesmos. Esse o sentido destas palavras: Buscai e achareis, batei e se vos abrirá”.

Você precisa merecer. Se não dá nenhuma prova de que quer buscar a Deus, não vai receber auxílio para isso.

Você precisa gerar um carma, precisa gerar um motivo para ser ajudado. Nada acontece a não ser um reflexo daquilo que faz. É por isso que Buda ensina: ‘quer saber quem vai ser amanhã, veja o que faz hoje’. Ensina mais: ‘você é herança de você mesmo’.

Se não buscar o caminho do universo, se não buscar a Deus, se não buscar a elevação espiritual, jamais poderá ser assistido. Isso acontece não porque Deus não lhe ame, não porque Ele não queira, mas porque você não gerou esse merecimento.

 “Sabei ainda que nem sempre é um mal o que vos parece sê-lo. Frequentemente, do que considerais um mal sairá um bem muito maior. Quase nunca compreendeis isso, porque só atentais no momento presente ou na vossa própria pessoa”.

O mal surge de onde? Da atenção ao momento presente à sua própria pessoa, ou seja, naquilo que você quer.

É aquilo que dizemos há muito tempo: ninguém pode lhe fazer mal, a não ser que se preocupe consigo mesmo. A não ser que continue achando algumas coisas boas e outras más de acordo com seus próprios interesses.

Não existe o mal como uma instituição universal. O que existe é o ser achar que não gostou de determinada coisa, achar que alguma coisa não está certa, dizer que algo não é bom. De tudo sempre resulta algo positivo para o universo.

Participante: é errado pedir ajuda a Deus para passar pelas coisas de forma tranquila e amorosa?

Não. Fazendo esse pedido você estará pedindo auxilio a Deus para vivenciar o que tem que vivenciar. Agora, pedir para Deus tirar acontecimentos da sua vida, é outra coisa.

Isso não é o caminho de Deus. Caminho para Deus é: ‘Pai afasta de mim esse cálice, mas se não for possível, que seja feita a vossa vontade’

Influência oculta dos espíritos

Riquezas materiais são provas

“533. Podem os Espíritos fazer que obtenham riquezas os que lhes pedem que assim aconteça? Algumas vezes, como prova. Quase sempre, porém, recusam, como se recusa à criança a satisfação de um pedido inconsiderado”.

Como o quê?

Participante: como prova ...

E quem faz a prova?

Participante: nós mesmos a escrevemos ...

Sim, mas quem comanda quem faz ela acontecer?

Participante: Deus através do anjo da guarda.

Isso.

A riqueza material que você ganha não é sua posse, é sua prova. Nenhum espírito pode lhe fazer ficar rico ou ser mais amado por um homem ou por uma mulher ou ainda ter mais amigos, a não ser que isso seja prova para ver se mesmo cercado de dinheiro, amores e de amigos, vai continuar buscando Deus, continuar amando a tudo e a todos. Só isso.

Quem reza para santo pedindo saúde, dinheiro, amor, só vai ganhar se for para ser prova, não para esbanjar, não para se satisfazer.

Participante: a gente que tem culpa de tudo?

Não é culpa. Tudo é fruto do que você faz.

Você não é culpado, mas é o agente causador de tudo que lhe acontece. Se não tiver merecimento daquele carma, nada acontecerá.

Participante: é uma fórmula prática que Joaquim nos ensinou como caminho. Já que não conseguimos decifrar qual o nosso verdadeiro sentimento, pois está sempre muito oculto, que comecemos controlando o pensamento. Com isso podemos estar nos livrando dessa coisa de que tudo acontece.

Controlando o seu pensamento para dizer: ‘ninguém faz nada para mim, por que Deus está do meu lado. Por isso, todos agem a meu favor. Mesmo que eu diga que ele está agindo contra, que está me xingando, me aterrorizando, etc.’ Controlando o pensamento deixa de acusar; ao deixar de acusar, já evoluiu um pouquinho.

Participante: tanto para o bem quão para o mal?

Não existe o bem ou mal.

O bem ou mal é relativo, é você que acha. Tudo é para lhe direcionar a Deus, seja o que chama de bem como de mal. Direcionando-se a Deus através do que acontece você chegou perto do Pai, se não, fugiu de Deus.

Influência oculta dos espíritos

O bom e o mal trabalham para você

533a. São os bons ou os maus Espíritos que concedem esses favores? Uns e outros. Depende da intenção. As mais das vezes, entretanto, os que concedem são os Espíritos que vos querem arrastar para o mal e que encontram meio fácil de o conseguirem, facilitando-vos os gozos que a riqueza proporciona”.

Não importa se o espírito que cria a situação é bom ou mal, está servindo a Deus. Não importa a intenção dele, importa que ao fazer em nome de Deus está agindo para lhe dar uma prova.

Influência oculta dos espíritos

Obstáculos à realização dos desejos

“534. Será por influência de algum Espírito que, fatalmente, a realização dos nossos projetos parece encontrar obstáculos? Algumas vezes é isso efeito da ação dos Espíritos; muito mais vezes, porém, é que andais errados na elaboração e na execução dos vossos projetos. Muito influem nesses casos a posição e o caráter do indivíduo. Se vos obstinais em ir por um caminho que não deveis seguir, os Espíritos nenhuma culpa têm dos vossos insucessos. Vós mesmos vos constituís em vossos maus gênios”.

Se você busca a materialidade, nenhum espírito vai lhe ajudar para isso. Se busca a riqueza para o prazer, nenhum espírito vai lhe ajudar nessa empreitada. Por quê? Porque todos os espíritos agem em nome de Deus e o Pai não vai lhe ajudar a alcançar isso.

Quero deixar uma coisa bem clara. Paulo Diz: ‘o ser humano é o inimigo de Deus’. O ser humanizado, aquele que você imagina ser, é o inimigo de Deus. Por isso, Deus não vai dar sustento ao seu inimigo, ou seja, ele não vai se preocupar em satisfazer os seus desejos humanos. Estará sempre preocupadíssimo com a sua integridade espiritual. Se essa preocupação do Pai ferir, como normalmente fere, a vontade do ser humanizado, Deus não vai nem ligar para o ser humano.

Deus não dará riqueza porque você agora humanizado quer ter um carro, uma casa, comida na mesa; vai lhe dar aquilo que é melhor para você, espiritualmente falando, ou seja, ele vai lhe dar a prova para universalizar-se.

Influência oculta dos espíritos

Agradecer a Deus

“535. Quando algo de venturoso nos sucede é ao Espírito nosso protetor que devemos agradecê-lo? Agradecei primeiramente a Deus, sem cuja permissão nada se faz; depois aos bons Espíritos que foram os agentes da sua vontade”.

Mas é claro: agradeça tudo a Deus. Não crie ídolos. Não agradeça a Cristo, a Santo Antônio, ao mentor x ou y. Agradeça a Deus antes de tudo, porque sem Ele, nada se faz.

Agradeça aos espíritos sim, por terem sido instrumentos de Deus, mas não por terem sido os causadores daquilo que você queria. É isso, nós temos que amar a Deus e respeitar os espíritos puros que são coisas completamente diferentes.

Influência oculta dos espíritos

Louvar a Deus

“535a. Que sucederia se nos esquecêssemos de agradecer? O que sucede aos ingratos”.

Participante: tem que agradecer Joaquim?

Agradecer não dizendo obrigado, mas louvando a Deus.

Veja, a cada segundo da sua vida Deus lhe ama; Ele está sempre pronto para criar uma situação onde você possa se elevar. É isso que nós devemos agradecer a Deus. Agradecer o amor que Ele tem por nós e que jamais O deixa nos esquecer num canto, mas que nos faz vivenciar uma situação que sempre será algo para nos auxiliar.

Mas agradecer não é dizer obrigado, é louvar ao Pai. O que é louvar a Ele? É estar sempre em conexão, em sintonia com Ele. Agradecendo com um obrigado agora, amanhã vai brigar com o próximo; unindo-se a Deus estará sempre em paz.

Louvar a Deus é dizer: ‘Deus é a causa primária de todas as coisas, louvado Ele. Que Ele seja sempre o meu objetivo de vida’.

Portanto, agradecer é muito mais que um simples obrigado: é buscar a conexão a Deus, não importando o que esteja acontecendo. Para conectar-se é preciso compreender que tudo que lhe acontece é fruto de amor de Deus através de instrumentos, que são os espíritos. Não importa que motivação individual esse espírito tenha, sempre será o portador do amor de Deus por você.

Louvado seja o Pai.

Influência oculta dos espíritos

Encerramento

Portanto, filhos, é exatamente aquilo que disse no início dessa conversa: esse capítulo todo é extremamente esclarecedor. Ele joga uma luz sobre a vida que você não vive, ou seja, sobre a influência oculta dos espíritos na sua vida. A partir do que está nele, você pode descobrir que é totalmente manipulado para realizar o que tem que realizar.

Desculpem, eu falei totalmente manipulado, mas não quis dizer que você é uma marionete. Marionete é um boneco que não tem vida, ou seja, não tem sentimento. Você é manipulado para fazer o que precisa fazer como ato, mas é um espírito que tem a capacidade de sentir. Por isso, mesmo que o seu corpo seja manipulado para ir em algum lugar, para fazer alguma coisa, você é livre para escolher o sentimento com o qual vivenciará a manipulação.

Nesse estudo às vezes parece que utilizamos exemplos, vamos dizer assim, que não tem nada a ver com o espiritual, mas estou me lembrando muito agora da estória do Pinóquio. Ele era um fantoche que queria ter sentimentos, que queria amar, ser um garoto de verdade. Pois bem, sinta-se como um Pinóquio e lute para amar e não simplesmente para se libertar das cordas, porque isso jamais você conseguirá.

O ser humanizado é um fantoche, mas o espírito não é. O espírito é livre, inclusive do fantoche e das cordas que o movimentam. O espírito pode até não gostar do que o fantoche estar fazendo; Deus deixa isso, lhe dá esse direito. Deus dá tudo ao espírito, só não dá o direito de praticar atos humanos. Por quê? Porque ao agir frente ao próximo poderia cometer uma injustiça. Ao fazer isso, esse estaria ferindo a organização universal. É só por isso.

O ser não pode praticar ações porque Deus ama a todos igualmente. Não é porque Ele gosta de se divertir, mas sim porque ama profundamente cada filho e mantém o equilíbrio do universo para que não aconteçam as injustiças.

Por isso, se você acha que o ensinamento Deus Causa Primária de todas as coisas que foi esmiuçado hoje lhe tira alguma coisa, não creia nisso. Diria que ele não tira nada. Pelo contrário: lhe dá muito mais responsabilidade. Antes você só achava que tinha responsabilidades que praticar atos certos. Hoje sabe que possui uma responsabilidade muito maior do que praticar atos: tem a responsabilidade de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Essa responsabilidade é maior, porque como Cristo disse, essa é a coisa mais importante do universo.

Você é responsável por executar a coisa mais importante do universo: viu como ganhou, como tornou-se mais importante? Você se torna mais importante quando compreende que dar um prato de comida é muito menos importante do que amar. Quando entende o seu verdadeiro livre arbítrio, você ganha a responsabilidade de amar o próximo, de auxiliá-lo e apoiá-lo através do seu amor.

Aquele que acha que o ensinamento Deus Causa Primária retira dele alguma coisa, é porque não está preocupado em trabalhar para Deus, mas preocupado com a sua fama, com o seu prazer, em receber elogios. Por isso, esqueça todos esses apelos humanos e saía pelo mundo amando. Não se preocupe com o que acontece, com o que vai acontecer ou com o que aconteceu: ame, ame o mundo, a você, a Deus, a tudo, ao próximo.

Essa é a sua grande responsabilidade: ser uma fonte transmissora do amor de Deus. Quanto mais consciente for disso, mais estará perto do Pai.

Participante: tem como amar o próximo sem agir fisicamente? Somente amar o ajudará?

Pelo que vimos hoje, a ação independe de você. Portanto, a ajuda não pode se concretizar com uma ação humana.

Foi o que acabei de dizer. Não se preocupe em fazer materialmente, pois pelo que vimos hoje, somos totalmente teleguiado pelos espíritos. Preocupe-se em amar. Essa é a única coisa que você pode fazer.

Agora, se amando vai ajudar o próximo ou não, também não deve ser a sua preocupação, pois o próximo também não tem o livre arbítrio de fazer. Se ele não quiser se ajudar, nada o ajudará.

Por isso, ame, sem se preocupar se vai ajudar ou não. Ame e deixe ele exercer o livre arbítrio dele e amar também ou não.

 Que a graça de Deus esteja com todos.