Reforma íntima - Textos - Volume 10

Reforma íntima - Textos - Volume 10

Coletânea de textos referente à reforma íntima

Reforma íntima - Textos - Volume 10

A verdade que salva

Todos os enviados de Deus ao planeta, de uma ou de outra forma, deixaram o ensinamento que somente a Verdade pode “salvar” o ser humano, ou seja, somente a compreensão e a vivência de seus ensinamentos podem levar o ser humanizado a retornar à sua consciência universal ainda durante a encarnação.

Cristo afirmou que o cumprimento dos seus ensinamentos levaria o ser a conseguir chegar ao reino dos céus (caminho, verdade e luz). Kardec mostra que a elevação espiritual será alcançada com uma vida vivida de acordo com a atualização dos ensinamentos de Cristo como a espiritualidade transmitiu.

Mohamed fala do incitamento que o Anjo Gabriel faz à completa submissão ao Livro Sagrado (Alcorão). Mesmo o Buda Gautama, cujos ensinamentos muitas vezes tem sido desvinculados de religiosidade, fala da necessidade da fé no Deus Universal para a completa elevação.

Se todos estes enviados provieram de uma Fonte comum, em qual dos ensinamentos está a verdade que poderá nos salvar? No Deus cristão, na espiritualidade de Kardec, no Alcorão ou no "nirvana" de Buda?

Quando afirmamos que o espiritualismo é como uma carreira universitária composta de diversas "cadeiras", buscamos exatamente a compreensão desta Verdade. Existe uma única Verdade Universal, que é Deus, Pai Supremo e Criador do Universo. Esta Fonte Suprema é a Verdade que pode salvar o ser.

Todos os Seus enviados trouxeram trechos dos ensinamentos que, isoladamente, não conseguem atingir a Verdade Universal. Transformar o ensinamento ou o seu porta-voz em objeto de adoração afasta o ser da Verdade Universal.

Apenas compreendendo que cada um dos mestres não passa de transmissor de uma determinada "ciência" necessária para a formação acadêmica o ser conseguirá alcançar a Deus, a única Verdade que pode salvar.

Muitos são os exemplos que podemos citar para comprovar o que estamos falando, mas um deles é bastante representativo. Quando Cristo diz aos seus apóstolos que é preciso que ele vá antes para reservar seus lugares no reino do céu, é questionado pelos apóstolos que não sabiam como alcançá-lo depois de sua ida.

Em resposta o Mestre afirma que "existem muitas moradas no reino de meu Pai", ou seja, existem muitas formas de se alcançar a Deus. Cada um dos mestres da humanidade com seus ensinamentos representa uma destas moradas do Pai.

Entretanto, aquele que não conhecer todo o reino não conseguirá sentir-se "em casa", pois desconhecerá as demais moradas. Para se morar no palácio do Pai é preciso conhecer todos os cômodos, ou seja, conhecer todos os ensinamentos enviados por Deus.

Prender-se a um determinado transmissor como fonte única da vontade divina é criar um ídolo que será servido e idolatrado. Só este fato já quebra o primeiro e o segundo mandamento das leis de Deus transmitidas a Moisés.

Os idólatras não são aqueles que utilizam imagens, mas sim todos aqueles que idolatram o transmissor dos ensinamentos e que não compreendem que eles são apenas instrumentos do Pai.

A religião que prega o isolamento e a superioridade sobre as demais nega os próprios ensinamentos do mestre que lhes serve como doutrina. Nega a fonte da informação a quem todos eles se submeteram: Deus.

Os mestres são caminhos, Deus é o objetivo. No entanto, o que leva cada religião a isolar-se das outras são apenas meros detalhes que, na verdade, não se tratam de diferenças profundas, mas frutos, na maioria das vezes, da soberba do ser humano que quer possuir a Verdade Universal.

Reencarnação ou vida única, Alá ou Jeová, santos orientais ou ocidentais, vida fora da carne ou passividade até o julgamento final? Todas estas informações estão contidas nos ensinamentos de todos os mestres, mesmo daqueles que a religião afirma que não falaram desta forma.

Aqui devemos relembrar o ensinamento que Cristo nos deixou: "olhos de ver e ouvidos de ouvir". Partindo-se de uma premissa pré-elaborada, o ser jamais conseguirá enxergar de outra forma. É necessário que ele isente-se de pré-conceitos para conseguir enxergar a Verdade Universal que está embutida em todos os ensinamentos.

Existe uma única Verdade Universal e esta foi explicitada por Cristo: "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo". Apesar dos demais mestres não terem pronunciado esta frase, esta foi a motivação que todos ensinaram como base para se alcançar a elevação espiritual.

Esta é a única verdade que pode “salvar”. Todos os mestres trouxeram ensinamentos para colocá-la em prática e isto também é uma Verdade Universal.

Cristo e Mohamed falaram teoricamente sobre este amor ao Pai e ao próximo, Buda ensinou a técnica para se colocar em prática este amor na vida material e Kardec ensinou o objetivo desta prática. Assim, a Verdade Universal não poderia ser outra a não ser o "Amor Universal".

Por este motivo, o espiritualismo tem que ser ecumênico. Este espiritualismo não gera ídolos para serem adorados, mas respeita a todos os enviados transmitindo a essência dos seus ensinamentos com o objetivo de que cada um consiga alcançar o "Amor Universal", podendo, então, amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

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Alforria

Há muitos anos atrás, nesta data, a princesa Isabel assinou a chamada “Lei Áurea” que, oficialmente acabou com a “escravidão” no Brasil. Isso é o que nos afirmam os livros de história, mas será que é realidade? Será que apenas uma lei pode acabar com alguma coisa?

É considerada escravidão o regime de sujeição do homem e utilização desse para fins de lucros individuais. Escravo é aquele é dominado por outra pessoa e sujeitado a “trabalhar” para o seu senhor com a finalidade de obter lucros para aquele.

O que diferencia o trabalho livre do escravo é a “sujeição”, ou seja, “tornar obediente ou dependente, constranger ou coagir a outrem” (Mini Dicionário Aurélio).

Analisando por esse aspecto, podemos afirmar que a “Lei Áurea” acabou com a coação e o constrangimento a outrem para que obedeça aos desejos do senhor? Será que essa lei deu realmente a liberdade aos seres humanos? Basta analisarmos o dia a dia da vida de qualquer ser humano para compreendermos que isso não ocorreu.

Ainda hoje os “senhores de escravo” estão por aí. Não mais contraventores ou negreiros que praticam uma atividade ilícita, mas “professores da lei” que se baseiam nos critérios dualistas (“certo” e “errado”, “bonito” e “feio”, “moral” ou “amoral”, “bom” ou “mal”) ditados pela sociedade para escravizar os outros seres aos seus desejos.

Transforma-se em senhor de escravo todo aquele que quer comandar a vida de outro, por meio da coação e do constrangimento. Todos aqueles que apontam os erros dos outros, todos aqueles que querem “consertar” os outros, todos aqueles que querem ditar normas de procedimento padronizadas.

Age desta forma para buscar o lucro individual: o prazer. Está sempre preocupado que suas leis e seus padrões individuais sejam satisfeitos pelo próximo como se somente ele conhecesse a verdade das coisas.

Da mesma forma que os senhores de ontem, utiliza a força bruta para coagir o próximo para que “trabalhem” em seu benefício. Não mais a chibata de couro, mas a de carne.

Ao invés do chicote impiedoso, hoje utiliza a língua para coagir e constranger seus “escravos”. Não mais o “tronco”, mas os gritos e críticas que humilham o próximo.

Não se vende mais o escravo por valores pecuniários, mas ainda se negocia com o próximo para se obter lucro. Quando seu “escravo” não mais o satisfaz, ou seja, o “amigo” não mais concorda com tudo que o ser humano professor da lei afirma (ousa contrariá-lo), o senhor de escravo o troca imediatamente por outro que lhe satisfaça.

Ontem o escravo era o “preto”, hoje não existe mais distinção de cor. Todos que convivem com o ser humano professor da lei se transformam em escravos (fonte de lucro individual) independentes de sexo, cor ou qualquer outro critério, inclusive o afetivo.

Quantas vezes o moderno senhor de escravo coage e constrange o próximo em nome do “amor”? São os pais que querem que o filho siga a carreira profissional que eles escolheram; são os cônjuges quando, em nome de um padrão de organização individual, querem sujeitar o outro a seus padrões; são os amigos que obrigam o próximo a serem cópias suas para continuar com a amizade.

Todos estão sempre procurando tornar o próximo obediente aos seus desejos. Na verdade se relacionam não por amor, mas sempre visando criar a dependência deles para dizer o que é certo ou errado.

Que amor é esse? Isso é amor ou posse? Onde a liberdade conferida pela Princesa Isabel? Ninguém é livre verdadeiramente, nem aquele que busca escravizar o próximo, pois ele serve a uma sociedade. Todos os padrões que necessita para ser feliz na verdade não é dele, mas do mundo em que vive. Ele se escravizou ao mundo que vive.

Agora, passado mais de um século que a “Lei Áurea” foi promulgada, é preciso que a liberdade chegue ao país. Não a falsa liberdade, aquela concedida apenas no papel por uma lei, mas a verdadeira liberdade.

Está na hora dos senhores de escravo (os professores da lei, aqueles que se julgam detentores da verdade) promulguem a alforria de seus escravos. Para isso é fundamental a “doação da razão”.

A carta de alforria consiste em dar ao próximo o direito de ser e fazer aquilo que quiser. Se o seu amigo quer fazer uma coisa, você não tem o direito de constrangê-lo a não fazer. Se o seu filho quer ser “lixeiro”, dê a ele o direito de ser feliz fazendo o que gosta. Se o seu cônjuge não aceita os seus padrões, dê a ele o direito de viver a sua vida dentro daquilo que considera “certo”.

A maior expressão da liberdade é dar ao próximo o direito de ser diferente de nós mesmos. Os grilhões de nossos escravos só serão quebrados quando deixarmos produzi-lo para si mesmos e não mais para nosso benefício.

   Doar a razão ao próximo é saber que eles sempre estão certos porque acham que estão. Ninguém faz nada errado a partir do seu ponto de vista. O erro nasce sempre do ponto de vista do outro, daquele que julga a ação. É o senhor de escravo que escraviza aquele que é livre.

Deus deu o livre arbítrio, ou seja, a liberdade integral de ser quem quiser ser, mas o senhor de escravo não quer permitir que isso se torne em realidade. É por isso que Cristo condenou de forma veemente os professores da lei.

Para o mestre nazareno os senhores de escravo são como túmulos: caiados por fora, mas podres por dentro. Aparentemente agem em nome do amor, mas por dentro nutrem a vaidade, o desejo, o prazer.

É preciso que eles concedam a alforria aos seus escravos, mas para isso é imprescindível que também se libertem da escravidão em que vivem. É necessário acabar com a submissão aos padrões da sociedade.

A verdadeira liberdade é agir com felicidade. No entanto, ela muitas vezes é trocada pela busca do elogio ou da fama.

Vestir a roupa certa, mesmo que ela incomode, calçar o sapato adequado, mesmo que aperte, apenas para não ser criticado por não estar vestido adequadamente ou fora da moda, é escravidão aos padrões da mesma sociedade que o ser critica.

A escravidão já foi extinta no papel, mas quando que a liberdade será alcançada? Quando o ser humano agirá buscando a felicidade dando ao próximo o direito de também ser feliz ao invés de se escravizar aos padrões e querer transformar o próximo também em escravo?

Nesse dia, em que se comemora o dia do “preto velho”, trouxe aqui um pouco da sabedoria daqueles que já foram escravos e não se deixaram escravizar.

Os mais novos, quando caçados e dominados aceitavam a escravidão tanto do corpo quanto da alma. Perdiam a sua liberdade escravizando-se ao senhor por intermédio do ódio.

No entanto, na velhice, quando descobriam que podiam entregar apenas o corpo à escravidão, eram livres para serem felizes, não importando a sua situação material.

Mesmo que o corpo sofresse a chibatada, o espírito livre viajava pelas pradarias de onde fora retirado. Mesmo que trabalhasse de sol a sol, o preto velho vivenciava a paz de espírito da liberdade de poder estar onde quisesse no seu pensamento.

Meus filhos, que vocês aprendam à lição: deixem o corpo ser escravizado pelo mundo carnal, mas jamais a alma. Entregue o seu corpo à escravidão da matéria, da sociedade em que vivem, mas não se entreguem a ela. Não deixe que os acontecimentos do mundo escravizem vocês.

Havendo a fome, louve-se em Deus; acontecendo a necessidade, regozije-se no Pai; ocorrendo a desavença, concentre-se no Bem Maior. Não se deixe engabelar pelo prazer físico, pela satisfação dos desejos; não se escravize a padrões sentimentais.

Proclamemos a nossa “Lei Áurea” e nos libertemos e concedamos a liberdade ao próximo.

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Amor e amor

Hoje eu vou contar a história de dois espíritos que encarnaram aqui na Terra, um no sexo feminino e outro no masculino. Então, um belo dia, se encontraram na adolescência e começaram a namorar. Passaram muito tempo namorando e descobriram que se amavam e casaram.

Casaram, tiveram filhos, viveram felizes muito tempo. Um dia o homem morreu, foi para o céu e a mulher só pedia para ver o homem, só queria ver o homem. Até que um dia ela morreu e foi para o céu. Encontram-se os dois no astral e a mulher se decepcionou porque o homem não a reconheceu. Passou por ela e nem disse olá.

Ela perguntou: “mas como, ele me amava tanto? Gostava tanto de mim e vocês dizem que aqui é tudo igual ao que era lá, porque ele não gosta mais de mim?”

Ela foi procurar auxílio, foi procurar ajuda de quem sabe mais, para descobrir o que estava acontecendo. Foi ver um aparelho que tem no plano astral que mostra a vida da pessoa. Este aparelho mostrou para ela que não o amava com amor de amor, mas a amava com amor da Terra, amor de homem para mulher.

Ela descobriu então que existem amores diferentes. É sobre isso que eu queria falar hoje. Eu queria contar para vocês que o amor não é tudo a mesma coisa: existe o amor que vocês chama de carnal e existe o amor que se chama o amor universal: são duas coisas diferentes.

O amor da Terra não tem amor, tem desejo. O desejo faz parte do amor, mas não pode ser o que comanda em tudo. O espírito na carne tem que vencer as tentações e o desejo é uma das tentações para serem vencidas.

O que vale é o amor sentimento, o amor puro, o amor de gostar mesmo. O amor daquele que não se cobra, não se exige, se pede, se conquista. Esse é o amor universal: ele não é cobrado, não sofre cobrança, pois quem sente esse sentimento pelo outro sabe que existe. Não precisa ficar cobrando a toda hora a existência do amor porque se ele existe para que ficar cobrando.

O amor universal é aquele em que só as pessoas olham uma para outra e já sabem o que ela quer falar. Já sabe o que a outra está pensando. Não é aquele que fica brigando todo dia, todo dia e depois diz: “eu amo você”.

O amor universal é aquele que se sente não só pelo marido, mas se sente pelo filho, se sente pelo vizinho, se sente pelo amigo, se sente por todo mundo, até por um desconhecido que passa no meio da rua.

É aquela sensação de querer sempre ajudar, de querer estar sempre do lado, de querer estar sempre com a mão estendida e querer dizer: “você está precisando? Eu estou aqui para ajudar“.

O marido e mulher têm que ter o amor carnal? Tem que ter sim, mas também tem que superar e passar acima disso e ter muito mais: o amor universal.

No plano espiritual não existe casamento. Não existe isso que vocês chama de família, de viver debaixo do mesmo teto como marido e mulher: um ama o outro como todos se amam. Um sai em trabalho para um lugar e o outro sai em trabalho para outro e ficam contando o dia que vão poder se aproximar para sentar e desfrutar a presença um do outro, desfrutar o carinho um do outro, desfrutar a amizade.

Isso é o amor universal e é o amor que vocês tem que começar a alcançar já a partir da vida encarnada. É mais do que amor é adoração. Isso é o que vocês têm que alcançar, porque senão vai acontecer como a moça da história: chega ao plano espiritual querendo encontrar o amor e não encontra amor nenhum. O que existia era o desejo carnal. Quando acabou a carne, acabou o desejo.

É importante vocês aprenderem, principalmente os jovens. Vocês estão em uma fase em que se fala muito facilmente no amor. Muito facilmente se diz que eu amo você e na semana seguinte diz para outro eu amo você.

Troquem a palavra. Não diga “eu amo você”, diga “eu desejo você”, porque isso é a verdade. Vocês não sabem o que é o amor porque um quer ser sempre melhor do que o outro em uma relação.

Quando duas pessoas se juntam, nenhuma delas aceita que o outro seja melhor do que ele. Quer sempre estar por cima e estar melhor: acabou o amor. Mesmo os namorados, marido e mulher, todos só querem saber: “eu sou mais importante, eu tenho que estar por cima”.

Acabou o amor porque o amor não é querer estar por cima, é querer a igualdade ou até aceitar que eu fico em segundo plano para que você seja melhor.

Vocês que estão começando a vida têm que aprender isso. Têm que saber que não se deve querer ser melhor do que ninguém porque aquele que quer ser melhor do que alguém é o pior, e aquele que consegue sua intenção fica pior ainda porque venceu com carga negativa.

A humildade é uma energia que vocês têm que procurar. É uma energia que vocês têm que tentar alcançar porque só o humilde entra no reino dos céus. Só um humilde tem o seu lugar no reino de Deus.

Aquele que diz “eu sei tudo, eu faço tudo”, vai aprender que não sabe nada, vai aprender que não faz nada, porque vai encontrar aqueles que sabem mais do que ele. Para ter humildade tem que ter amor, senão tiver amor não tem humildade.

Senão tiver amor, não tem caridade, senão tiver amor não tem bondade, senão tiver amor, não tem nada. Só com o amor podemos construir qualquer outra energia. Porque sem a energia do amor você não constrói nenhuma outra energia boa para a sua vida.

Se você tem ódio e rancor no seu coração e acha que vai conseguir fazer a caridade com esses sentimentos, não vai. Se você acha que carregando ódio e rancor no seu coração você vai conseguir amizade, não vai. Pode até conseguir companheiros, mas com falsidade.

A relação é falsa porque um dia aquela energia negativa que você sente toma a sua força e descarrega tudo no outro. Então o amigo some e nós ainda dissemos: “que ingrato, foi embora, eu dei tudo de mim”, mas não deu o principal, não deu o amor.

É isso que vocês que estão começando têm que aprender: sem esse amor não se pode existir.

Eu vou dar um conselho: fujam daquele que em uma semana diz: “eu tenho amor”. Não tem e está querendo enrolar vocês. Fujam daqueles que disser “eu sou o bom”, pois ele é o pior. Aquele aponta erros saia de perto porque a coisa errada (julgar) contamina e quem age dessa forma não tem amor para dar para ninguém.

Ao olharem um para o outro, ao olharem para as coisas, não pense nelas como matérias. Ninguém aqui é carne, vocês vestem uma roupa de carnes, mas todos são espíritos. Como espíritos que são têm que aprender como espírito e não como carne.

Não é olhar para a carne, não é olhar para as coisas da carne, é olhar para as coisas do espírito. Ao olhar para um homem, é olhar e dizer: “ele é bonito por dentro”. Por fora, todo mundo vai ficar feio um dia.

Ainda bem que vocês não me vêem, pois iam ver como eu estou feio. Já fui muito mais bonito do que sou, mas o tempo fez o seu trabalho. E vai fazer com todos vocês. Faz com todos.

Por isso eu estou falando com os novos que acham que vão ficar com esta aparência para o resto da vida. A mocinha olha o rapaz e diz: “mas ele é lindo”. Vai e casa com ele porque é lindo. Depois ele bate nela, mas continua lindo e ela fica. Depois ele arruma outra, mas continua lindo e ela fica. Aí ele fica feio e ela pergunta: “onde foi a minha vida? Onde foi que eu larguei a minha vida. Foi por isso? Não foi. Foi por aquilo. Cadê aquilo?“

Aquilo, nunca existiu. O que existiu era o que estava por dentro e você não via, apesar de muitos terem visto e lhe avisado. Isso só se vê quando se tem o amor verdadeiro. Quando se possui mesmo o amor consegue ver os sentimentos dos outros.

Então, namorar é gostoso? É. Namorar é bom? É. Pode namorar? À vontade, mas não se comprometa. Não diga “eu amo você” porque vai estar mentindo. Só digam se tiver muita certeza.

O amor, só vem com o tempo a não ser que vocês consigam na primeira chance achar o seu, mas isso demora muito para acontecer, não acontece sempre para todo mundo.

Cuidado, um dia vocês vão para o plano espiritual e quando lá chegarem procurarão o que vocês pensavam que é amor e descobrirão que não existia.

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Apelo de um irmão

Espíritas, aos senhores quero dedicar principalmente estas palavras, mas elas também devem ser lidas com muito cuidado por católicos, evangélicos, budistas, islâmicos, judaicos, umbandistas, quimbandeiros e todos os demais freqüentadores de religiões existentes no planeta.

O grupamento espiritual que está trazendo estas palavras o faz com ordem de Nosso Senhor Cristo, Governador Geral do planeta Terra, deste sistema solar. É com sua ordenação e permissão que pudemos comparecer ao mundo dos encarnados e trazer os ensinamentos que agora estão sendo transmitidos. Assim sendo não poderíamos nunca nos diferenciar do que Ele pregou.

Uma das mensagens que Cristo deixou bem clara e consta dos livros sagrados é a seguinte: “não vim para mudar as leis já ditadas pelos profetas, mas sim atualizá-las”.

Todos os ensinamentos passados pelo plano espiritual valem até um determinado conhecimento científico material do ser humano. Quando se alcança novo patamar de conhecimento, deve o mundo espiritual aprofundar-se nos ensinamentos.

Como poderia Cristo explicar aos seres humanos do mundo pré-cristão sobre “energias”, se o que eles conheciam era o lampião a óleo? Desta forma, tinha Ele que dizer que ninguém acende um candeeiro para esconder dentro do armário. Havendo o conhecimento, mesmo rudimentar da energia elétrica, pode o mundo espiritual trazer novas informações.

Apareceu Kardec com as informações sobre energias e ondas eletromagnéticas e já se poderia dizer que não se acende uma lâmpada elétrica dentro do armário. Hoje a fissão nuclear já é capaz de criar novas energias e as velhas lâmpadas incandescentes, que mais pareciam objetos voadores não identificados ao tempo de Kardec, começam a virar peças de museu substituídas pelas possantes lâmpadas de halogênio.

Já podemos mudar o enunciado da lei para: “não se acende um holofote sem projetar a sua imagem no céu”.

Por este motivo nem Kardec nem os demais profetas trouxeram a totalidade dos conhecimentos do mundo espiritual. Nem nós podemos fazê-lo, pois existem ensinamentos que não possuem palavras para serem definidos e outros que não seriam compreendidos, mesmo com as palavras existentes.

Desta forma, não estamos aqui para rasgar as leis existentes nem negar os profetas, Cristo, os apóstolos, Kardec, Mohamed ou qualquer outro mensageiro do plano espiritual. Estamos apenas complementando informações ou atualizando-as, conforme o caso.

Portanto, nossas informações não podem e não estão em desacordo com tudo o que foi dito até hoje pelo mundo espiritual. Se chegássemos à presença dos irmãos encarnados e disséssemos que o preto virou branco e vice-versa seria uma prova de nossa incapacidade para o que estamos fazendo.

Kardec ensinou ao espírito como se deve proceder em caso de novas verdades: verificar se as novas informações trazidas passam pelo crivo da razão. Se houver fundamento lógico e não alterarem a base passada ao longo dos anos pelos interlocutores mandados pelo plano espiritual, deve o espírito na carne acreditar como real.

Baseado nesta premissa conclamo os espíritos de todas as seitas a fazerem uma análise mais profunda dos ensinamentos deste material e dos outros produzidos sob a tutela do Espiritualismo Ecumênico Universal.

Aos mais enraizados na sua fé lembramos sempre as palavras de todos os mestres, desde Cristo a Kardec, que prometeram a vinda de novos espíritos como continuação de sua obra.

Cristo prometeu o “Espírito da Verdade” sempre que fosse preciso, Kardec informou que sua obra continuaria mesmo após sua volta ao mundo espiritual. Portanto, aqueles que se fecham em casulos sem buscar novos ensinamentos estão negando palavras dos próprios mestres.

A única diferença entre este trabalho espiritual e os gerados durante a vinda dos profetas, Cristo, apóstolos ou missionários espirituais é que desta vez não haverá a necessidade da encarnação de qualquer mentor para executá-lo.

Os trabalhadores do Espiritualismo Ecumênico Universal não são profetas ou apóstolos. Eles apenas cumprem a função de amplificadores do som produzido pela Academia Superior de Ciências Espirituais.

Este detalhe só vem confirmar o que o Comandante do Grupamento Espiritual que recebeu a missão da divulgação destes ensinamentos informou no seu manifesto: o comando do novo mundo será do plano espiritual e não mais de encarnados.

O momento da evolução espiritual no planeta não aceita mais que a fé seja conquistada por comprovações materiais e por isso se um apóstolo viesse hoje à carne, cairia no descrédito, como algumas almas benditas caem.

Se muitos que dedicam a sua vida a fazer o bem do próximo são chamados de hipócritas, que dirá aqueles que dissessem falar em nome de Cristo ou de Deus diretamente?

Desta forma, é necessário que os ensinamentos sejam transmitidos unicamente pelo plano espiritual por mensagens mediúnicas ou psicofônicas e que a direção das coisas espirituais, a partir do novo mundo, estejam diretamente subordinadas a Deus.

É o fim dos “representantes” encarnados de Deus: o papado, o bispado, os líderes religiosos encarnados, os monges, etc. É o fim da dominação do mundo religioso pelos encarnados eleitos para serem mensageiros do Senhor e que se transformaram em mensageiros do seu próprio querer.

Como Cristo, conclamamos, principalmente, aos senhores dos templos a abandonarem seus estudos sem prática. Conclamamos estes senhores a desenraizarem-se dos conhecimentos individualizados que possuem e universalizá-los, dando as mãos aos outros senhores de templos diferentes.

É preciso que todo o comando das religiões desça de sua falsa onipotência dando mãos a todos os habitantes do planeta para procurarem a união e a força em Nosso Senhor Cristo, nosso irmão maior e querido e a Deus, nosso Pai Criador.

Dirijo-me, principalmente, aos espíritas, pois estes deveriam ter uma compreensão maior do universo do que os outros, uma vez que foi a sua falange espiritual que fez algumas atualizações do conhecimento das coisas espirituais recentemente.

Outras religiões ainda seguem ao pé da letra códigos religiosos arcaicos, feitos para pessoas que andavam em lombo de burro e mal conheciam o poder do fogo.

Os espíritos conclamados a militar na falange espírita foram os primeiros a serem alertados da necessidade constante da atualização dos ensinamentos recebido e agora também se transformaram em velhos monastérios, em fieis defensores de uma verdade que não é mais atual.

Posso afirmar isso com segurança, pois trabalhei durante algum tempo junto com a falange kardecista nos centros espíritas. Víamos o orgulho destas pessoas em intitularem-se as mais instruídas nas coisas espirituais, portanto imaginando-se as mais elevadas.

Sentíamos a sua prepotência em julgarem-se melhores que os seus irmãos de outras religiões uma vez que um micronésimo a mais lhes tinha sido revelado.

Nada podíamos fazer na transmissão de informações deste tipo aos irmãos daqueles templos, pois não havia a autorização de Cristo para assim procedermos. O plano espiritual não pode alterar o livre arbítrio dos espíritos encarnados, principalmente quando ele se diz guia ou mentor de outros espíritos.

Para isto Cristo deixou os ensinamentos para os professores da lei na Bíblia Sagrada. Mas, como alcançar estes ensinamentos se a própria Bíblia é marginalizada por estes senhores?

Por este motivo, hoje no umbral é grande o número de espíritos que estiveram em sua última encarnação como dirigentes de casas espíritas. Antes nesse local podiam ser vistos em grande número os padres e dirigentes evangélicos, mas hoje os líderes de casas espíritas também abundam neste estado de espírito.

Enquanto isso, os trabalhadores de última hora, aqueles que procuram não se enraizar em conhecimentos, mas amar a Deus acima de todas as coisas, cada vez mais encontram a felicidade universal.

Senhores da lei, detentores da “verdade”, analisem a mudança comportamental do plano espiritual trabalhador da religião espírita.

Antes os ensinamentos eram mais técnicos do que doutrinários. Kardec desvendou o desconhecido e as suas relações com o conhecido. André Luís continuou esta obra, mas hoje as transmissões espirituais dos falangeiros desta religião são só doutrinárias. Trazem romances ou mensagens que abordam o cunho doutrinário e não mais o técnico.

Quando se vê uma literatura espírita nova que busca desvendar as técnicas espirituais, o crédito da obra é dado a um encarnado, que apenas interpreta dentro dos seus conceitos as informações já passadas. Não são mais realidades espirituais, mas, me perdoe a palavra, um "achômetro" de encarnados.

Além disso, estas obras nada mais são do que meras repetições de toda interpretação que foi alcançada no século XIX. Ninguém se atreve a acrescentar nem uma vírgula à interpretação dada pelos senhores da lei com medo de serem “excomungados” da religião.

Kardec nos disse que o avanço da ciência é dado para o desenvolvimento em todos os campos, inclusive o moral. No entanto, todo avanço alcançado durante o século XIX pela ciência espírita não foi capaz de alterar um milímetro da interpretação que foi ensinada pelos senhores da lei do tempo de Kardec.

Por este motivo, a religião espírita, que poderia ser a diretora da mudança espiritual do planeta, não está trabalhando neste momento para este fim.

A vinda da alma bendita de Francisco Cândido Xavier para o Brasil foi o primeiro preparativo para esta liderança da religião. No entanto, os senhores da lei espíritas afirmaram que ele era “igrejista” uma vez que defendia uma nova interpretação para os textos do Pentateuco Espírita.

Os senhores do templo espíritas naufragaram quando se preocuparam em decorar os textos legais sem colocá-los em prática.

Apesar de todas estas palavras, não as interpretem como uma acusação ao espiritismo. Amo os ensinamentos de Kardec e os trabalhadores desta falange.

Meu objetivo com este texto é chamar a atenção dos senhores da lei que estão descumprindo os avisos dados pelo próprio Mestre que eles dizem seguir. Confira no Capítulo 23 (Jesus e os professores da lei) do Evangelho de Mateus o procedimento que Cristo afirma como “falsidade”.

Por estes motivos e nesta curta visão histórica, peço a todos que reflitam sobre as palavras aqui escritas. Elas são um desabafo que um espírito que até bem pouco tempo esteve entre vocês.

Destruam os conhecimentos enraizados, busquem novas informações, passem-nas pelo crivo da razão e depois verifiquem com os anteriores se houve alguma informação contraditória ou se apenas mais se detalhou a informação.

Façam isso por amor a si mesmo, façam isso por amor aos seus irmãos, façam isso por amor àqueles que lhe são confiados, façam isso por Cristo, façam isso pelo nosso Pai Supremo.

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Assassino

ASSASSINAR – 2. Matar (ser humano). (Mini Dicionário Aurélio – 3a. Edição)

Dá-se este título àquele ser humano que tira a “vida” de outro. Ele é condenado por toda uma sociedade pela prática deste ato e passa a ser considerado como um paria por ela. Entre os elementos que compõem a sociedade que assim agem encontramos diversos que se dizem conhecedores das leis de Deus e dos ensinamentos dos Mestres.

Entretanto, dentre todos os ensinamentos até hoje trazidos por estes Mestres, sejam de que religião for, existe um que diz que não se deve julgar o seu semelhante. Neste caso (assassinato), será que a lei de Deus não se aplicaria?

Dentro da “Renovação Espiritualista” aprendemos a entender a “vida” de outra forma (ver tema Vida) e não mais apenas a presença do espírito no corpo material que a este concede os movimentos físicos. Por este motivo, é preciso que busquemos novo entendimento também para este título.

Para aquele que busca fazer a sua renovação, está vivo o espírito que tem como “base de raciocino” o amor universal, independente da matéria que o envolva (carnal ou apenas perispiritual). Portanto, estes não darão o título de assassino àquele que encerrar com uma encarnação, mas para todos aqueles que transferirem sentimentos que interrompam a utilização do amor universal por outro.

Assassino é o transmissor de sentimentos negativos, aquele que transmite estes sentimentos a outros espíritos, alterando a sua base de raciocínio; é aquele que passa tristezas e ressentimentos, que transmite estes sentimentos ao irmão. Ele não utiliza armas de fogo, mas “queima” o irmão, pois estes sentimentos possuem “temperaturas” mais elevadas que o amor universal.

Assassino é aquele que faz críticas, acusações e condenações, pois elimina, com estes sentimentos, a alegria dos outros. Ele não usa armas, mas fere profundamente o próximo causando-lhe rupturas internas que sangram abundantemente.

Assassino é aquele que transmite pessimismo, negativismo e desilusões, pois desta forma acaba com a fé em Deus. Ele não usa a força de suas próprias mãos, mas sufoca os outros quando retira deles a esperança do reencontro futuro com o Pai, o ar necessário à evolução espiritual.

Este é o real assassino: aquele que “mata” o espírito. O outro que serviu como agente para o fim de uma encarnação, foi apenas um instrumento de Deus para a prática de um ato (ver tema ATO).

Ele foi utilizado pelo Pai como fonte de justiça e de amor. Ao encerrar uma encarnação (assassinato) este espírito cumpriu os ditames de Deus para que a Justiça Perfeita e o Amor Sublime prevaleçam. Não importa o grau de “crueldade” que tenha usado para terminar com a encarnação do outro, a forma será perfeita, pois Deus é a Inteligência Suprema do Universo.

Não estamos afirmando que o assassino de vidas materiais é um “santo”, ou seja, uma pessoa de bons sentimentos, mas sim que o ato foi praticado na sua forma sob o comando de Deus para que a Justiça Perfeita se pronunciasse e que este ato visou uma melhoria para aquele espírito (Amor Sublime).

Os espíritas muito falam em “expiação”, ou seja, “pagar” seus débitos anteriores. Para que este “pagamento” seja feito é necessário que exista um agente cobrador, ou seja, o causador aparente da situação de resgate: um destes é o assassino. Estando escrito no livro da vida do assassinado que ele teria que passar por isso, Deus providencia um agente para que o destino se cumpra.

Acusar o causador de mal, monstro ou cruel, é estar aplicando estes mesmos adjetivos a Deus. Acusar o ato como errado, amoral ou ilegal é negar o próprio ensinamento da expiação, tido como uma das explicações lógicas para os acontecimentos da vida. O assassino só conseguirá matar quem precise e mereça morrer e da forma que for melhor, objetivando a sua evolução espiritual.

Porém, Deus não pode “ferir” espíritos que não mereçam ou precisem passar por determinadas situações. Quando alguém recebe o título de assassino, como já falamos, passa a ser considerado à margem da sociedade e, por este motivo, Deus não pode aplicar esta “pena” a quem também não mereça.

Para que alguém se torne um assassino material, é preciso que mereça: e quem merece mais do que o assassino espiritual? Deus comanda para a prática de um ato de assassinato aquele que tem por hábito “matar” os espíritos, ou seja, aquele que tem como base de raciocínio sentimentos negativos. Deus não condena o assassino, mas o torna um como condenação pelos sentimentos que ele utiliza como base de raciocínio. Deus não faz justiça pelo ato, mas transforma o ato em uma Justiça Perfeita ao sentimento de cada um. Aquele que recebe o título de assassino e é posto à parte da sociedade mereceu esta situação pela sua constante difusão de sentimentos negativos aos irmãos.

Portanto, não julgue para não ser julgado, pois com a mesma moeda que utilizar para julgar, será julgado. O assassino não precisa de condenação ou encarceramento, mas sim de aprender sobre o amor universal para que alcance a consciência da compaixão e não mais sirva a Deus como instrumento para a prática destes atos.

Se todos que assassinassem outro espírito, dentro da visão renovada do termo assassino, tivessem que ficar reclusos, não existiria sobre a face da Terra ser humano solto.

Reforma íntima - Textos - Volume 10

Cansaço

Não existe cansaço, ninguém fica cansado pelos motivos que o ser humano imagina. Entendamos esse assunto.

Mesmo os espiritualistas firmam que o espírito não se cansa, mas que o corpo físico se cansa por esforços físicos. No entanto, não é isso que mostra a realidade.

Existem pessoas que executam funções materiais (trabalho) onde o esforço do corpo é exigido. São os trabalhadores braçais. Agora, preste bem atenção a esses trabalhadores, às suas atividades.

Eles labutam duramente na sua jornada de trabalho, mas no horário de folga (almoço, após o expediente), ao invés de procurem repouso, buscam mais atividades físicas. Vão jogar “bola”, andar, enfim, realizar mais trabalhos físicos.

Se o cansaço é uma decorrência do esforço físico tão somente, não seria de se imaginar que esses trabalhadores aproveitassem todos os momentos de folga para não realizarem esforços?

Além disso, existem outras classes de trabalhadores, aqueles que trabalham mais com o raciocínio do que com o esforço físico, que ao terminar o seu expediente de trabalho, corre para casa para sentar-se frente a uma televisão porque está cansado demais para outra coisa.

Afinal, o cansaço nasce do esforço físico? Está comprovado que não.

O cansaço surge da “má” nutrição do espírito. É uma reação ao acúmulo de sentimentos negativos que um ser utiliza durante uma jornada diária, seja no trabalho material ou fora dele, seja pelo esforço físico ou por inércia.

O trabalho material cansa porque é uma obrigação e não um é realizado com sentimentos positivos. O esforço físico não tem nada a ver com o cansaço que se alcança com o trabalho. Mesmo quando o corpo é exigido nos horários de descanso, a felicidade com que se faz o que quer, não deixa que o cansaço surja.

Tudo que é feito com felicidade não cansa. Tudo que é feito por obrigação não precisa de esforço físico, pois cansa da mesma forma.

Repare em um passeio. Quando se sai de casa com toda a ansiedade de chegar, de desfrutar dos momentos que virão, não existe cansaço. Enquanto permanece no local se divertindo, não existe cansaço. É só verificar que chegou o momento de retornar o cansaço surge.

Não por causa das atividades desenvolvidas durante o dia, mas porque o ser começa a retornar às suas preocupações diárias. Ele começa a se “ligar” novamente nas obrigações que terá pela frente no próximo dia e esse sentimento gerará o estado de espírito cansado.

O cansaço normalmente leva ao sono, ou seja, à retirada do espírito do corpo físico para que possa, livremente, abastecer-se de sentimentos mais positivos. O sono, por si só, não é reparador, mas o que o espírito faz durante esse estágio da vida é que pode lhe descansar.

Se ele sair da carne para continuar vibrando dentro das energias negativas, o cansaço continuará e no outro dia acordará todo “doído” e acusará o colchão ou outras pessoas que não lhe deixaram descansar. Mas, preparando-se para o sono com a oração e a limpeza de suas formações mentais (pensamentos) acordará bem disposto, sem cansaço.

Não é o sono que descansa, mas a desintoxicação sentimental que o espírito fez durante esse estágio que alterou a sua “disposição”. Agora ele está com sentimentos mais puros, mais leves: alimentado sem toxinas.

Jamais a inércia trará o descanso. Quantas vezes você não disse que “ficar à toa cansa”? Apenas a realização de todos os atos com sentimentos positivos (amor), pode acabar com o cansaço do ser.

Reforma íntima - Textos - Volume 10

Dificuldade do perdão em nossos dias

Perdoar não é difícil só nos dias de hoje: sempre foi e sempre será difícil perdoar. Isto ocorre porque o perdão é um gesto de humildade e a primeira lição que todo espírito na carne tem que aprender é ser humilde.

Os espíritos na carne consideram-se os mais privilegiados porque dominam o planeta. Não aceitam ter um outro acima dele, em momento algum, em assunto algum.

O perdão só dá quem tem humildade, porque é preciso ter humildade para calar dentro de si o sentimento que poderia ser utilizado para caracterizar um ato como ofensa. Na verdade, a revolta é um sentimento escolhido por cada ser como um valor atribuído a um ato que fere os seus conceitos.

Se a pessoa tiver a humildade de receber o ato e der a ele um valor positivo (amor), alcançará o ato de perdoar. Se não houver a verdadeira humildade dentro do coração jamais será alcançado o perdão.

Não importa se alguém matou seu filho ou se um ladrão lhe tomou todos os bens ou, ainda, se uma pessoa simples lhe dirigiu a palavra grosseiramente. Não importa o grau da ofensa, o ofensor é um irmão perdido que precisa de sua ajuda (amor) e que lhe pede isto desta forma.

Enquanto continuar julgando o irmão que lhe ofende, você também será julgado. Enquanto achar que o irmão que lhe ofende, a qualquer título, é merecedor de penas, prepare-se para as penas dos seus próprios erros, pois certamente são muitos.

Busque o perdão para ser perdoado. Só alcançando o perdão é que se poderá receber de Deus o perdão pelo próprio padrão sentimental. O perdão é a antítese do julgamento, da condenação e do apenamento.

Só os humildes de coração realmente entrarão no “Reino do Céu”. Somente aqueles que tiverem a humildade de não apontar erros no que seu irmão faz, não terão seus erros apontados e, por isso, entrarão no “Reino do Céu”: palavras de Cristo traduzidas para o conhecimento de hoje.

O que estamos dizendo está escrito há mais de dois mil anos. Basta ler, basta entender.

Cristo não quis dizer que o “Reino do Céu” é para quem passa fome, para quem não tem teto, como quer a pastoral da igreja hoje pressupor. Não são esses, porque no meio deles mesmo passando fome, mesmo não tendo teto, existem muitos que são orgulhosos e vaidosos.

Mesmo com a sua pobreza, muitas vezes não aceitam quem lhes estende a mão e, quando aceitam, exigem muito mais do que estão recebendo. Não são esses que entrarão ou herdarão o “Reino dos Céus”, mas sim aqueles que mesmo tendo fortuna são humildes de coração.

Herdar o “Reino do Céu” quer dizer viver a felicidade universal. O humilde viverá esta felicidade quer no planeta denso, quanto na própria essência espiritual.

É muito difícil perdoar, sempre foi e sempre será.

Não existe argumento que sirva de justificativa para julgar outra pessoa, para condenar alguém por menor ou maior que seja o ato. Os espíritos na carne devem ter a humildade de, antes de atirar a primeira pedra, olhar para os seus próprios defeitos: lição de Cristo.

Estamos reforçando a cada exemplo que se fala com uma passagem de Cristo, pois a sua missão foi lição de humildade e de caridade como auxílio ao próximo.

Pedir perdão é um ato nobre. É nobreza não humilhação. É um ato de despojamento, mas não um ato de perda.

Esta visão das coisas, os espíritos na carne ainda não têm. Acham que despojar é perder, mas despojar é ganhar, pois quando se dá se recebe.

Ser humilde não é humilhar-se, é ser nobre. Somente os nobres conseguem ser humilde enquanto que os orgulhosos se humilham: lição de Cristo.

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Doutrina ou religião?

O EEU –Espiritualismo Ecumênico Universal não se trata de uma nova religião ou de uma nova igreja, mas sim de um processo para mover-se no sentido da unificação das religiões sob apenas uma única doutrina, entregando a Deus Pai o comando das religiões do planeta. Por isso, no seu Manifesto, o comandante do Grupamento do Exército do Bem de Nosso Senhor Jesus Cristo, responsável por este trabalho, afiançou que o EEU terá duração certa: cem anos. Após este período, com as religiões unificadas e entregues ao comando direto de Deus, o EEU extinguirá suas atividades.

Entendemos que no planeta existe uma visão errada: a de que a religião deve servir para se compreender Deus.

A compreensão de Deus não pode ser alcançada com atos materiais, pois a sua essência, espiritual, não pode ser compreendida por meios materiais. Compreender Deus em toda a sua complexidade, bem como todos os seus desígnios é um ato para espíritos que tenham compreensão além da matéria.

Os cultos de todas as religiões são atos materiais e tentam, dentro da doutrina de cada uma delas, passar aos espíritos na carne a essência de Deus. O máximo que os participantes dessas religiões conseguem com este proceder é um Deus com atitudes e essência materiais.

Para se entender Deus é necessário voltar-se às coisas espirituais independente da matéria. Todos que buscaram sentir Deus e conhece-Lo por intermédio da meditação (raciocínio puramente espiritual), conseguiram a compreensão Dele.

Os ritos ou religiões devem servir dentro de funções específicas, apenas para levar o espírito à busca da essência espiritual de Deus, executando cada um o seu trabalho.

Não podem e não devem os ritos ou as religiões, servirem para explicar Deus, mas sim para que o espírito prepare-se para a abstenção do mundo material e contemplação do espiritual.

Dogmas ou conceitos sem explicação levam ao bloqueio do raciocínio que gera a incompreensão. Fé raciocinada, ou raciocinar o sentimento, leva à materialização do sentimento, que é espiritual.

Fé (sentimento) com conhecimento raciocinado, leva à compreensão.

 Esta é a finalidade do EEU: apresentar, com auxílio dos conhecimentos já passados pelas religiões, o conhecimento raciocinado, auxiliando ao espírito na carne a buscar o amor a Deus.

Com o novo sentido de encarnação o espírito viverá em um mundo espiritualizado e, portanto, deverá saber vivê-lo. Para isto o plano espiritual formou o EEU e por isto ele é considerado como o porta-voz das verdades espirituais necessárias para o próximo sentido de encarnação sobre o planeta.

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Espírito e corpo

Quem ainda não deixou de gostar de alguém e depois passou a gostar? O desgostar pode ter sido motivado por verdades repassadas por outras pessoas. Através do raciocínio e das informações recebidas, fazemos um julgamento; mas quando adquirimos conhecimento, ou seja, vemos que a informação estava errada, alteramos nossa verdade.

Dessa forma, o parecer inicial não poderia ser verdade porque verdade não se altera. Se a verdade um dia se transformar em mentira é porque nunca foi verdade, pois para sê-la, tem que valer por toda a eternidade.

As verdades ditadas por fatos que se está presenciando ou que estão acontecendo, são sujeitas às nossas interpretações. Ver uma pessoa atirar em outra e matá-la, pode não ser uma verdade, pois ainda não se conhece os motivos dos disparos. A pessoa tanto pode estar matando a outra, como também pode estar agindo em defesa própria. Mesmo o que se vê está sujeito à interpretação de quem vê.

Tudo o que se sujeita a uma interpretação, que se sujeita a conhecimentos, não pode ser definitivo. A começar pela maior mentira que uma pessoa pode acreditar como verdadeira: a carne que o espírito ocupa.

As pessoas acham que esta carne é ela, mas um dia, com toda certeza, a carne irá acabar e a pessoa não. Ninguém, por mais que acredite no mundo espiritual, consegue se ver sem a carne. Por esse motivo o perispírito tem a mesma forma da carne. Assim, a ilusão de forma permanece.

Essa é a maior mentira na vida de uma pessoa. A própria carne que o espírito veste e que acha que nunca acabará. Um dia, certamente, acabará. Ela se transformará e as pessoas continuarão vivendo sem ela. O espírito é a verdade eterna, a carne é a mentira da vida. Não importa o sexo nem a forma encarnada agora, pois o espírito, o dom do raciocínio e o poder da inteligência são eternos. O espírito nunca morrerá, porque é de Deus. Tudo que se origina Dele é verdade.

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Espiritualismo

O espiritualismo compõe o tripé que deve servir de embasamento para toda a existência encarnada de um ser. A vida carnal sem espiritualismo não existe, não se transforma em realização para a vida eterna (espiritual).

Kardec nos ensina que o espiritualismo é o contrário do materialismo. Desta forma se o ser não vive em espiritualismo, obrigatoriamente tem que viver no materialismo, mesmo que se considere religioso.

No entanto, como vimos, quem vive no materialismo não “vive” nada, pois o fim de tudo o que é material é a “morte”, o fim. Tudo que é materialismo acaba com a morte.

A posição de doutor acaba com a morte, a de mãe e de motorista também: toda a vida material se encerra com a morte. Quando o “eu humanizado” deixa de existir, tudo que ele era, tudo que foi objetivo material se encerra.

Para que o ser possa continuar vivendo eternamente é preciso que tenha o espiritualismo, pois pela característica espiritual desse princípio de vida, tudo o que for obtido com este ideal transcenderá à encarnação.

Tudo o que o ser encarnado for espiritualmente falando nesta vida continuará existindo depois do desencarne. Tudo o que ele for materialmente encerrar-se-á com o desencarne.

É por isso que Cristo nos ensina: é necessário juntar bens no céu e não na terra. O espiritualismo é justamente isso: esta busca de juntar bens no céu, ou seja, bens espirituais.

Estes irão continuar com o ser após o desencarne. Já se ele amealha bens na terra, no desencarne todo “bem” fica aqui (na materialidade) e o ser volta ao mundo espiritual sem nada.

Esta é a importância do espiritualismo. Mas, o que é ser espiritualista? É priorizar o bem celeste em detrimento ao bem material.

Para tanto, o ser humanizado precisa compreender que ele não é quem pensa que é (o ser humano), mas compreender que ele é um espírito eterno, sem cor, sexo, raça ou qualquer outra distinção. Saber ainda que ele não conhece a Verdade Absoluta (a Realidade) das coisas e libertar-se de tudo o que acredita ser verdadeiro

Existe ainda uma outra visão que é fundamental para que o espiritualismo sirva como base para uma encarnação: acreditar que o motivo básico de estar na carne é provar a Deus que se é capaz de amá-Lo acima de todas e coisas e ao próximo como a si mesmo. Por isto Cristo nos disse que o ser humano deve empregar todo seu esforço neste sentido.

Ser espiritualista é também saber que não veio a este mundo para gozar a felicidade material. Esta felicidade é um bem material e acabará com o desencarne. Todos os seres vêm à carne para buscar a felicidade espiritual ou universal, o bem no céu.

O espiritualista é, portanto, aquele que não vive para a vida material. Ele não usa as “coisas” do mundo pela forma ou por vontade individual, mas utiliza todas como instrumento para a sua elevação espiritual.

O espiritualista não se preocupa com a vida material: se tem dinheiro ou não, se tem casa ou não, com o que vai acontecer amanhã. A única preocupação de um espiritualista é juntar bens no céu, ou seja, é estar sempre feliz (bem-aventurança), porque ele sabe que apenas esta felicidade é eterna.

Espiritualismo, espiritualista, é uma forma de viver e não uma ciência. Um conjunto de princípios utilizados durante uma existência carnal onde as coisas materiais não trazem prazer ou desprazer ao espírito, onde o mérito e o desmérito não existam.

É um estilo de vida onde os acontecimentos não importam: seja o que estiver acontecendo o espiritualista mantêm a felicidade incondicional para poder levá-la depois do desencarne.

O espiritualista não possui pessoas, porque sabe que todos são iguais, filhos do mesmo Pai; não possui coisas, porque sabe que elas são transitórias; não possui verdades porque sabe que apenas conhece a Verdade Absoluta das coisas.

É isto que é ser espiritualista e não apenas ser um religioso, um devoto, um seguidor de ensinamentos durante certos períodos do dia e viver como humano o restante do tempo.

A única definição que se têm para este termo foi dada por Kardec: espiritualista é aquele que sabe que existe nele alguma coisa a mais que a matéria. Esta definição está perfeita, mas é incompleta. De nada adianta saber-se algo mais: o fundamental é viver-se para este algo mais. Ou, como fala a definição do dicionário para o termo espiritualismo, priorizar o espiritual em detrimento da situação material.

Para se conseguir a reforma íntima, portanto, não adianta apenas ser seguidor de nenhuma religião: é preciso alterar o objetivo da vida. Aquele que vai ao templo para “pedir” prazer e satisfação material é materialista e não espiritualista, pois seus objetivos estão focados nas coisas materiais.

Ser espiritualista não é ir a igreja, mas amar ao próximo como a si mesmo. Não é ser médium ou praticar a caridade material, mas amar a Deus sobre todas as coisas.

O espiritualismo é a prática e não a teoria. Cristo não ensinou o “amor”, mas a “amar” e exemplificou este “amar” submetendo-se a acontecimentos considerados desagradáveis (traição, agressão) mantendo-se em glória com o Pai.

O Mestre não ensinou o “amor”, mas sim a prática dele. Ensinou a agir com amor, com felicidade.

É isto que não foi colocado na definição de Kardec. Espiritualista não é aquele que sabe ou conhece as coisas do espírito, mas aquele que, mesmo que não sabia as coisas do espírito, vive para gozar na vida a felicidade que Deus tem prometido aos seus filhos.

Isto é espiritualismo e quem o vivencia é espiritualista.

Hoje está em “moda” se dizer espiritualista, mas será que na hora do sofrimento (acontece o que não se quer) dos que se auto-designam desta forma não é o lado materialista que aflora (desgosto, sofrimento)? Por isto é necessária a reforma íntima, ou seja, a mudança dos pilares da vida.

É na hora que o sofrimento nasce com a contrariedade que o verdadeiro espiritualista surge.

Ele não se entrega ao sofrimento porque não possui contrariedades; não tem desprazer porque não busca a satisfação individual. Tudo isto porque o seu objetivo de vida não é a realização material, mas todo seu esforço é direcionado em elevar-se espiritualmente.

O espiritualista tem visões diferenciadas sobre as coisas do mundo. Ele não se ilude com atos materiais (ida a cultos, oração, meditação, trabalho caridoso, conhecimento dos ensinamentos) que aparentemente demonstram a sua fé, pensando que apenas estas posturas garantirão um “futuro feliz” na espiritualidade. Sabe que para alcançar o “Reino do Céu” precisará viver a vida carnal integralmente com objetivos espirituais.

Na prática do espiritualismo está a diferença entre uma encarnação proveitosa ou não para o espírito, pois apenas a mudança da essência (valor) das “coisas” (pessoas, acontecimentos e objetos) pode garantir a elevação espiritual. É preciso mudar a essência da própria vida, da existência carnal. Mudar a todas as intenções da vida.

É isto que é necessário para um espírito humanizado realizar durante a encarnação e é isto que se chama reforma íntima. Para executá-la a primeira coisa que deve ser reformada é o desejo pelos “bens materiais”.

Quando falamos em bens materiais não estamos nos reportando a objetos, pessoas ou acontecimentos, mas em utilizar estas coisas para obter a satisfação e o prazer: estes sentimentos é que são os verdadeiros bens materiais que todos os mestres ensinaram que devem ser despossuidos.

Anulado este desejo, o ser poderá, então, ser feliz com aquilo que já tem. Para o ser espiritualista as coisas “acontecem” naturalmente, no momento que têm que acontecer e não frutos de desejo.

Desta forma estará amando a Deus acima do seu desejo individual e dará ao próximo o direito de ser também satisfeito. Só no momento que este for o objetivo da vida de um ser ele poderá se autodesignar espiritualista.

Reforma íntima - Textos - Volume 10

Evolução dos espíritos

Deus cria as formas espírito vazias de conhecimentos.

Dentro da Justiça Suprema que caracteriza a ação de Deus, não poderia Ele favorecer um em detrimento de outro e, por isso, quando cria os espíritos não repassa a eles os conhecimentos necessários para sua evolução.

Para alcançá-los devem os espíritos, utilizando-se da propriedade inteligência de que são dotados se interessarem em obter os conhecimentos necessários para a sua evolução.

Assim, na coletividade de seus irmãos, ou plano espiritual, o espírito estuda buscando adquirir maiores conhecimentos para serem utilizados como base para sua inteligência.

Entretanto, deve o espírito provar que realmente assimilou as lições passadas por seus mestres espirituais. Para isso, Deus criou um processo de verificação de conhecimentos.

Fazendo o espírito incorporar-se a uma forma em matéria mais densa do que ele e interrompendo, durante este período, o fluxo das lembranças adquiridas no aprendizado, Deus procura verificar se realmente o espírito assimilou as lições.

Ao processo de incorporar-se a uma matéria mais densa dá-se o nome de encarnação e à interrupção do fluxo de lembranças de “véu do esquecimento”.

Alguns espíritos, entretanto, durante este processo de verificação do aprendizado são reprovados, ou seja, não conseguem provar o seu amor a Deus acima de todas as coisas. Isto os obriga a novas incorporações na matéria mais densa para novos testes. A este processo chamamos de reencarnação.

Portanto, a encarnação e a reencarnação são processos de elevação espiritual. Esta é conseguida quando o espírito consegue promover a sua “reforma íntima” durante esses processos.

Como “íntimo” do espírito entendemos a sua propriedade inteligência e os raciocínios e sentimentos oriundos dela. Portanto, a encarnação e reencarnação são processos de “purificação espiritual” onde o espírito deve mudar a sua forma de “ver” e “sentir” o mundo.

Dissemos anteriormente que o resultado positivo de uma encarnação é provar o seu amor a Deus acima de todas as coisas. Podemos, então, compreender que todo espírito ao encarnar possui algo contrário a isto e que precisa mudar a sua “forma de pensar e sentir”. Este algo contrário que precisa ser reformulado é o “individualismo” ou o amor a si mesmo acima de todas as coisas.

A vida espiritual, portanto, é um eterno aprendizado onde o ser deverá aprender o amor a Deus sobre todas as coisas. Durante este aprendizado ele terá que fazer provações na matéria mais densa sem a presença da memória espiritual para que possa demonstrar o quanto interiorizou deste amor.

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Expiação

“Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns é expiação; para outros, missão. Mas para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação” (O Livro dos Espíritos – pergunta 132).

O Espírito da Verdade ensinou que o fundamento de uma encarnação é levar o ser a atingir à perfeição. O caminho para essa elevação se dá de duas formas: por missão ou expiação. Missões são trabalhos pedidos pelo ser, para executar quando na carne e veremos depois. Expiação é algo pouco entendido pelo ser humanizado e por isso vamos falar dela agora.

Diferente do que se pensa na Terra, vicissitude não quer dizer pagar por atos cometidos anteriormente vivenciando sofrimentos. O vocábulo vicissitude é definido no dicionário como “mudança ou variação das coisas que sucedem” (Mini Dicionário Aurélio). Portanto, a expiação consiste na mudança ou sucessões de acontecimento na vida de um ser e não no simples pagamento de uma pena.

Sendo assim, como expiar sem que os acontecimentos alterem-se constantemente? As variações dos acontecimentos (hoje está tudo de acordo com o que o ser humanizado quer, outro dia não) não são atos praticados por outros para feri-lo, magoá-lo ou contrariá-lo. É Deus, Causa Primária de todas as coisas, que comanda essas variações, pois elas são o fundamento da existência.

O ser que imagina que vem à matéria carnal para ter uma vida estável, ou seja, para passar apenas por situações que lhe são confortáveis, certas, justas, nega-se a expiar seus atos anteriores. Não cumprindo um dos fundamentos da encarnação, não alcança a perfeição, objetivo primeiro da existência carnal do ser universal.

O errado é uma vicissitude, uma variação do certo do ser, que deve ser vivenciada pelo espírito para alcançar à perfeição. Da mesma forma o sujo, o feio e o desarrumado são variações de limpo, bonito e arrumado e por isso são só vicissitudes e não ações praticadas por outros seres humanizados.

Todas as situações que o ser humanizado qualifica, portanto, espiritualmente falando não são atos praticados por outros seres, mas comandadas por Deus, Causa Primária de todas as coisas para criar a vicissitude necessária para se chegar à perfeição. Mas, mesmo materialmente falando, não podemos atribuir a origem das ações qualificadas por um ser humanizado como sendo provenientes de outro ser.

As qualificações que o ser humanizado vivencia durante a vida nascem das verdades individuais do ser. Ou seja, alguma coisa só pode ser considerada errada se houver um certo diferente do que está acontecendo. Este certo está dentro de quem está qualificando aquilo como errado. É, portanto, o padrão de certo que cria o errado...

Assim, se um dos objetivos da encarnação é passar pelo errado sem apontar erros, é necessário que o ser humanizado abandone os seus padrões. Enquanto eles estiverem presentes não haverá como se atingir à perfeição.

O espírito não vem à carne para atingir o gozo do seu querer, mas para amealhar bens no céu, ou seja, suportar as vicissitudes da existência material. Apegar-se aos conceitos (o que acha certo) como leis, cujo cumprimento é necessário para a felicidade é negar a existência da expiação.

Todas as situações de uma existência onde os desejos do ser não são contemplados, são uma vicissitude para ser suplantada com o objetivo de atingir á perfeição. O desemprego, a falta de bens materiais ou a ausência de saúde são instrumentos da elevação espiritual e não acontecimentos de uma vida que ocorrem motivados por outrem, pelo destino, pelo azar ou pela sorte. Portanto, o ser humanizado precisa vivenciar estes acontecimentos.

Reclamar deles, desejar que eles não existissem ou até mesmo orar a Deus pedindo a suspensão da expiação é negar-se a passar pela vicissitude que pode levar à perfeição. Aliás, se este é um dos objetivos da encarnação, quer dizer que um dos fundamentos da existência carnal do ser consiste-se nesse aspecto. Se não houvesse vicissitudes, ou seja, não houvesse variação do querer do ser, não existiria caminho para a perfeição.

Passar por essas situações mantendo a fé (confiança e entrega absoluta a Deus) é o caminho que leva o ser à perfeição. Foi para passar por esses momentos que ele veio à matéria carnal e, por isso, o Amor Sublime de Deus não deixará de causar essas etapas na sua vida. Não fazê-lo poderia proporcionar ao espírito a chance de acusar a Deus de não lhe ter dado o que precisava.

O Amor divino se apresenta na vida do ser humanizado justamente no momento em que Ele faz o que é preciso para que este ser evolua e não simplesmente dar o que ele deseja. Deus gostaria de contentar o espírito lhe dando o que deseja, mas sabe que esse caminho não leva à elevação espiritual (perfeição). Como um pai material, que utiliza todos os meios para que o filho compreenda a necessidade de fazer o que deve e não o que quer, Deus causa os acontecimentos que contrariam o ser (vicissitudes), pois sabe que isso é importante para o seu futuro.

 Na verdade, Deus é obrigado a agir dessa forma não por desejo próprio, mas porque o filho reluta em buscar a sua elevação. Todas as vicissitudes nascem de um momento onde o ser buscou a sua satisfação individual e não amou a Deus acima de todas as coisas. Se o espírito não houvesse se apegado às qualificações que possui para as coisas em situações anteriores, ou seja, abrisse mão dos seus desejos, jamais o Pai teria que agora gerar uma vicissitude.

É Justiça Perfeita que dá a cada um de acordo com as suas obras. Todas as situações que o espírito não consegue alcançar a felicidade são causadas por situações anteriores onde preferiu buscar o prazer individual. Elas não nascem do desejo do Pai, mas da justa reação a um apego aos seus padrões em ações anteriores.

A perfeita compreensão sobre a vicissitude consiste-se, portanto, em entender que vivenciá-la não quer dizer passar por necessidades pura e simplesmente, mas viver alterações constantes na vida. Entender que estas alterações não são provocadas pelas pessoas, objetos, sorte, azar ou destino, mas são situações necessárias para a evolução de cada um. Não são penas impostas por um juiz, mas a ação de um Pai que é Justiça Perfeita e Amor Sublime.

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Identidade

Com os ensinamentos do capítulo anterior descobrimos que o ser humano é apenas um personagem criado para determinada etapa da vida do ser universal na qual ele, exercendo seu livre arbítrio, buscará abrir mão do seu individualismo penetrando na ação de Deus (amor universal). A partir disso, podemos definir o ser humano como uma identidade temporária que o ser universal assume.

Antes do nascimento, o ser universal projeta o personagem e assume essa identidade como “nascimento” para realizar suas provas. Essa identidade é transitória e só existirá enquanto o ser não se auto-reconhecer como universal, ou seja, limpar a sujeira que encobre sua verdadeira essência luminosa.

Como todo personagem, o ser humano é formado por alguns fatores. Um personagem é composto de uma história que vivencia, uma personalidade e uma forma física (corpo). Esse conjunto de fatores é individualizado com um rótulo: o nome. Esses são os fatores que formam o ser humano e são escolhidos pelo espírito antes do nascimento.

Tudo é fruto do livre arbítrio do ser universal antes da encarnação. Ele escolhe a sua história, a personalidade e o corpo físico conscientemente, buscando aproveitar ao máximo a encarnação para elevar-se espiritualmente.

“258a. Não é Deus, então, quem lhe impõe as tribulações da vida, como castigo?” “Nada ocorre sem a permissão de Deus, porquanto foi Deus quem estabeleceu todas as leis que regem o Universo. Ide agora perguntar por que decretou ele esta lei e não aquela. Dando ao Espírito a liberdade de escolher, Deus lhe deixa a inteira responsabilidade de seus atos e das conseqüências que estes tiverem. Nada lhe estorva o futuro; abertos se lhe acham, assim, o caminho do bem, como o do mal. Se vier a sucumbir, restar-lhe-á a consolação de que nem tudo se lhe acabou e que a bondade divina lhe concede a liberdade de recomeçar o que foi mal feito. Demais, cumpre se distinga o que é obra da vontade de Deus do que o é da do homem. Se um perigo vos ameaça, não fostes vós quem o criou e sim Deus. Vosso, porém, foi o desejo de a ele vos expordes, por verdes nisso um meio de progredirdes e Deus o permitiu”.

A história (acontecimentos), personalidade e o corpo físico são, portanto, fruto do livre arbítrio do espírito. A vida carnal do ser humano é escrita nos detalhes pelo ser universal antes da encarnação objetivando sempre a sua elevação espiritual.

Estes elementos são componentes da prova que o espírito vivenciará e a intenção sentimental que escolher (individualismo ou universalismo) determinará uma conseqüência (carma). Eles também formarão o “destino” do ser humano.

A Deus, como Supremo Administrador do Universo, compete apenas dar a cada um de acordo com as suas obras, ou seja, dar ao ser todos os elementos necessários para que ele possa, por méritos individuais, alcançar a elevação espiritual. O destino do ser humano, portanto, é definido pelo ser universal antes da encarnação e apenas administrado por Deus de acordo com o livre arbítrio sentimental que o ser utilizará durante a encarnação.

Escrever o seu “destino” é conhecido no planeta Terra como redigir o seu “livro da vida”. Dessa forma, livro da vida é a programação para uma existência ou encarnação, que o ser universal faz antes do “nascimento”.

No entanto, como a identidade não se resume apenas aos acontecimentos, escrever o livro da vida não é apenas programar acontecimentos, mas sim tudo o que se refere à encarnação do espírito. O conjunto da história, a personalidade, o corpo físico e o nome escolhido pelo ser universal compõem o livro da vida.

O corpo, as doenças, as propensões, os acontecimentos da vida, a personalidade, é tudo fruto do livre arbítrio do espírito antes do “nascimento”. Não existe nada de fatalidades, acasos, sorte ou azar na vida humana, mas apenas Deus dando ao ser universal aquilo que ele pediu antes da encarnação.

Reforma íntima - Textos - Volume 10

Instrumentos do carma material

Falar da história que compõe o livro da vida como estamos fazendo é falar dos carmas materiais, ou seja, dos acontecimentos da vida carnal. Esses acontecimentos envolvem sempre dois elementos: seres e matérias. Para que a história escrita por um ser universal antes da encarnação aconteça é preciso que existam seres e matérias que exerçam a função de emissor ou receptor da ação.

Esses dois elementos são os instrumentos que o ser universal dispõe para que, vivenciando a sua história, possa realizar suas provas. Podemos, então, afirmar que eles são as letras que formam as questões da prova (acontecimento). Nesse item iremos estudar a participação deles no livro da vida do ser universal bem como se determina que determinado elemento participará de uma história específica.

Iniciemos nosso estudo pelas “matérias”. Os seres humanos conhecem esse elemento pelos objetos materiais que “possuem” durante a encarnação. O conjunto de bens que cada um terá em determinada época é o instrumento que cada um recebe de Deus para sua reforma íntima.

Dessa primeira visão surge logo a necessidade da compreensão do que é “possuir” algo. Jesus Cristo respondeu assim a um jovem israelita:

“Se você quer ser perfeito, vá, venda tudo o que tem e dê o dinheiro aos pobres e assim terá riquezas no céu. Depois venha e siga-me”. (Mateus – 19,21).

Dessa afirmativa surgiu a idéia de que despossuir é entregar todos os seus bens àqueles que não tem e viver na “pobreza”. No entanto, o mestre nazareno afirmou mais:

“E todos os que, por minha causa, deixarem casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou terras receberão cem vezes mais e também a vida eterna”. (Mateus – 19,29).

Jesus Cristo complementa o ensinamento falando de elementos que não podem ser vendidos (parentes). Ao ensinar dessa forma aos seus apóstolos, ele afirmou que esses elementos são considerados também “bens” do ser humano e que, portanto, devem ser despossuídos. Como se negociar os parentes ou a família para se dar o dinheiro aos pobres e assim conquistar o reino do céu?

 Com esse complemento Jesus Cristo nos ensinou que a posse não está em ter, mas em possuir, ou seja, querer ser o dono do elemento. Ter alguma coisa sob sua tutela não quer dizer que se possui esse objeto, mas apenas que ele é um dos instrumentos previstos no livro da vida naquele momento, para elevação espiritual do ser universal.

A posse surge quando o ser sente-se “dono”, quando quer determinar o destino desse objeto. Todos os objetos pertencem ao Universo e são emprestados ao espírito durante a jornada material para que com isso ele possa vivenciar acontecimentos prescritos no seu livro da vida. Como, por exemplo, acidentar-se de carro (acontecimento previsto no livro da vida) sem ter automóvel?

Todos os objetos que formam a propriedade privada do ser humano foram colocados ao seu alcance como instrumentos de elevação. Na verdade foram previstos antes do “nascimento” pelo ser universal para que permanecesse com ele enquanto fosse necessário.

Eles são, como já dissemos, instrumentos importantes na elevação espiritual de cada um. Eles representam o papel de agente de acontecimentos para que o ser vivencie o seu carma. Por esse motivo, cada objeto possui também o seu destino pré-traçado.

Há carros que foram construídos com o objetivo de sofrer acidentes, menos ou mais graves. Há casas que foram construídas para ruir e eletrodomésticos que foram criados para deixarem de funcionar muito rapidamente. Esses objetos serão entregues, através da ilusão da compra, a partir de um desejo individual, para que sirvam de instrumentos para o carma do ser universal.

Quando o ser humano adquire um objeto está apenas cumprindo o seu carma. Apesar de achar que faz porque quer, que escolheu adquirir esse ou aquele bem, que escolheu a loja onde adquirir, na verdade está preso à ilusão do “eu”, ou como ensina Krishna, a sua “maya”.

Tudo já estava pré-determinado. O homem teria que adquirir aquele aparelho que foi feito com aquele determinado fim para que o acontecimento surgisse e a prova do ser universal fosse construída. “Você vai amar mais o que você acha (que essa marca não presta, que são uns ladrões, que o outro foi o culpado do acidente) ou vai amar mais a Mim?”. Essa é a pergunta que os espíritos se propõe a responder a cada segundo de sua existência.

Dessa forma, o livro da vida contém todos os objetos particulares que o ser humano possui e eles estarão à disposição deste enquanto isso for útil para elevação espiritual. Compete ao espírito que está vivenciando os acontecimentos compreender dessa forma e não se abalar sentimentalmente quando as coisas se vão ou alteram-se. Isso é despossuir.

Reformar-se intimamente é despossuir o bem material, ou seja, compreender que ele foi previsto antes da encarnação com a finalidade única de provocar acontecimentos e não por soberba ou vaidade. Da mesma forma, a ausência dele.

O que o ser não “tem” é porque não é útil para a sua elevação. Se o fosse, já teria sido previsto no livro da vida. Dessa forma, podemos dizer que o “desejo” de ter é uma das formas de possuir um bem. É por isso que Jesus Cristo ensinou:

“Vocês sabem o que foi dito: ‘Não cometa adultério’. Mas eu lhes digo: Quem olhar para uma mulher e desejar possuí-la já adulterou no seu coração”. (Mateus 5,27).

Mas, o mestre nazareno ensinando sobre o despossuir aos apóstolos falou também em pessoas (pai, mãe, irmão), como já vimos acima e não somente em objetos. Isso porque esse “papel” que o ser desempenha durante a vida carnal (paternidade, maternidade, irmandade), também é considerado instrumento material da vida carnal.

Ser pai, exercer a paternidade, é um “papel” que o ser vivencia como instrumento de sua provação. No livro da vida estes papéis são consagrados como instrumentos materiais da elevação espiritual. Da mesma forma, podemos acrescentar ser “amigo”, “estudante”, “motorista”. Todas essas “funções” que o espírito vivencia é um instrumento material para a sua elevação espiritual.

Eles são escritos no livro da vida de acordo com as necessidades de acontecimentos que o espírito precise para utilizar a encarnação para a sua reforma íntima. Ser pai, mãe, amigo, estudante ou motorista é escolhido pelo espírito antes do nascimento não para alcançar a satisfação individual, mas apenas como um caminho do livro da vida.

Entendendo a vida dessa forma, o despossuir deve também ser realizado nos desejos de vivenciar determinados papéis. Ninguém conseguirá ser médico ou faxineiro se isso não estiver no seu livro da vida e se conseguir, não deve ser compreendida como uma glória terrestre, mas apenas como um caminho onde existem essências individualistas que precisam ser universalizadas.

Todos os “papéis” que o espírito exerce dentro da vida carnal possuem uma série de normas e padrões que precisam ser seguidos. A paternidade e a maternidade, por exemplo, consagram que os pais devem fazer os filhos estudarem para evoluírem na vida. Eles imaginam que possuem o poder de alterar o destino do filho. No entanto, se no livro da vida deste está escrito que ele será lixeiro, nada alterará esse desígnio, fruto do livre arbítrio do ser universal.

Nada pode interferir no destino traçado pelo ser para a sua encarnação, sob pena de ser quebrada a Justiça Perfeita. Alguém que precisasse ser lixeiro e acabasse médico não vivenciaria as circunstâncias criadas por essa função e, com isso, não conseguiria realizar suas provas. Por esse motivo o imaginário poder paterno de alterar o destino do filho não existe.

Quando o ser escreve no seu livro da vida a função “pai” está pedindo justamente para vencer esses determinados padrões que levam o ser humano a imaginar que possui o poder de criar o destino.

Não estamos dizendo que o pai não deva orientar e auxiliar o filho, mas apenas que ele não deve se imaginar com o poder de alterar o destino daquele ser. O ser deve agir sem buscar resultado, ou seja, entregar a conseqüência do que faz na mão de Deus, Supremo Administrador dos Carmas.

Quando um espírito escolhe o papel de “pai” está pedindo para provar que é capaz de vivenciá-lo amorosamente. Com essa compreensão o “pai” sempre agirá em benefício do filho, mas enquanto quiser determinar o futuro deste, estará exercendo o individualismo, a busca da satisfação.

Tudo, portanto, que o espírito for durante a vida (papéis, funções) servirá para ele provar que conquistou a consciência amorosa de agir. As funções são instrumentos materiais da encarnação e estão previstas antes da encarnação. O espírito encarnado nada poderá ser a mais ou a menos do que escolheu antes da encarnação. Vivenciar o que é, amorosamente (com felicidade, compaixão e igualdade), é a aprovação na busca da elevação espiritual.

Portanto, os dois elementos materiais que formam o livro da vida são os objetos e os papéis que o ser exerce durante a sua encarnação. Passemos agora para o segundo elemento: os outros seres.