Comunhão com Deus-Textos-1-A razão
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Comunhão com Deus-Textos-1-A razão

Primeira parte da palestra realizada em Florianópolis/SC

Comunhão com Deus-Textos-1-A razão

Nosso trabalho

Há mais de treze anos temos mantido contatos com vocês e transmitido informações, mas desde o início de nossas conversas deixamos, através de um documento que chamamos de Primeiro Manifesto, uma coisa bem clara: nós não estamos aqui como uma nova religião. Apesar disso, posso dizer que a totalidade das informações que transmitimos formou uma coisa: uma doutrina. A soma de tudo o que falamos compôs a Doutrina Espiritualista Ecumênica.

Doutrina e religião são coisas completamente diferentes. Doutrina é um conjunto de princípios que se colocados em prática, ou seja, usados no dia-a-dia, lhes leva a alcançar alguma coisa. Já a religião possui uma doutrina, mas também possui rituais que a caracteriza, além de uma série de obrigações que precisam ser atendidas. Quem é católico tem que ir à missa; quem é umbandista precisa ir a gira; quem é espírita, precisa freqüentar os cultos do centro.

Toda religião tem sempre um ou mais rituais que precisam ser praticados e como não temos isso, não podemos nos dizer uma religião. Por isso nosso trabalho não tem seguidores que precisam cumprir determinadas obrigações para participar dele.

Na verdade, nosso trabalho tem apenas um objetivo: transmitir ensinamentos que se colocados em prática leva vocês a alcançarem determinada coisa. O que é alcançado com a prática dos ensinamentos da Doutrina Espiritualista Ecumênica nós também deixamos vem claro no Primeiro Manifesto: a promoção da elevação espiritual.

Nosso trabalho, portanto, tem como objetivo gerar uma doutrina que os ajude, seres humanizados, a conseguirem a elevação espiritual. No espiritismo este processo é chamado de reforma íntima. Trazer as bases para este trabalho é, então, o objetivo único de nosso trabalho.

Sendo assim, se vocês vierem a mim para reclamar de problemas financeiros, de amores não correspondidos, de problemas de saúde, desculpem, mas nada posso fazer. A quem me procura com estes tipos de problema, ao invés de ajudá-lo a resolvê-los, o que farei será ensinar a realizar a reforma íntima nestes momentos. Para a resolução do problema humano que o espírito vive durante a encarnação existem outras falanges que podem ser que os ajude, mas nós não cuidamos deste aspecto da encarnação.

O nosso trabalho, seja o que for que cada um esteja vivendo, é apenas conversar sobre como realizar a reforma íntima durante a vida que se tem. O nosso trabalho, independente dos acontecimentos que são vivenciados por cada ser, é conversar sobre como aproveitar estas situações e realizar aquilo que é o objetivo primário da existência carnal: promover a reforma íntima para alcançar a elevação espiritual.

Imagino que todos aqui acreditam em reencarnação, mas o que desconhecem ou se esquecem é que apenas reencarnar não garante evolução alguma. O que é necessário para que isso ocorra é o aproveitamento deste espaço de tempo para a realização do trabalho de reforma íntima. Só realizando-o o espírito pode retornar à pátria espiritual em situação melhor do que saiu.

Não existe um processo automático que leve o espírito a elevar-se apenas porque encarnou. As diversas reencarnações são apenas oportunidades de elevação e o aproveitamento delas depende da realização do trabalho da reforma íntima. É por isso que o plano espiritual superior cria grupos como o nosso para falar especificamente deste tema aos seres humanizados, para orientá-los na realização deste trabalho e com isso aproveitarem a oportunidade que estão tendo.

É por este motivo que nós e outros grupos nos dedicamos apenas a orientar os espíritos encarnados neste sentido. Portanto, para nós pouco importa se você está bem ou mal de saúde, se vai ou não aos rituais da religião que segue: o importante é que levemos até você uma doutrina que possa lhe ajudar a promover a reforma íntima e assim aproveitar a oportunidade da encarnação alcançando a elevação espiritual.

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Ser humanizado

Ao falarmos de espíritos encarnados as pessoas acham que estamos falando de seres humanos, mas eu não gosto deste título, pois este elemento não existe no Universo. O que há são espíritos que se submetem a um sistema humano de vida e com isso se humanizam. Eles são espíritos, continuam a ser espíritos, mas estão momentaneamente vivendo a partir de um sistema de vida diferente daquele que vivem os seres libertos da materialidade.

Por causa do termo encarnado vocês pensam que esta etapa do espírito se consiste em vir a uma carne, mas isso é irreal. Na verdade o espírito que encarna vem à humanidade, ou seja, vive a partir de um sistema humano de vida, possui uma lógica humana que leva a uma determinada compreensão da realidade.

Mas, o que é um sistema humano de vida? Vamos ver isso...

Chamamos de sistema humano de vida aquele no qual as relações entre os seres são regidas por códigos de normas, leis e costumes que geram obrigações e necessidades para os que estão se relacionando. Dentro deste sistema, por exemplo, um ser humanizado acredita que determinada coisa deve ser feita de determinada forma. Isso gera uma obrigação para aquele com quem está se relacionando e a necessidade de que aquela atividade seja realizada da forma que é considerada correta.

Aparentemente para os seres humanizados não há nada de errado neste sistema, mas se olharmos esta atividade à luz dos ensinamentos dos mestres veremos que não é bem assim. Ao guiar-se por um código de normas para exigir que o outro cumpra determinadas tarefas da forma que aquele considera certa, o ser humanizado fere alguns princípios ditados pelos seres espirituais. Senão, vejamos...

Os seres humanizados acreditam que Deus concedeu o livre-arbítrio a todos os seres do Universo. Ora, se isso é real, porque um determinado ser torna-se obrigado a seguir um código de normas? Se ele tem a liberdade de escolher como quer fazer alguma coisa, porque não pode exercê-la? Retirar o direito de livre opção que Deus deu a cada um: este é o primeiro problema do sistema humano de vida.

Outro ponto importante para quem vive a partir de um sistema humano de vida:

“Não julguem os outros para não serem julgados por Deus”. (Mateus, 7, 1)

O que é o fato de se usar um código de normas para avaliar o que os outros fazem? Julgamento. Quem vive a partir do sistema humano de vida, ou seja, vivencia os acontecimentos da vida submetendo-se a normas e padrões que determinam o que é certo ou errado, bom ou mal, com certeza julga a todos e com isso deixa cumprir o ensinamento de Cristo e por isso não percorre o caminho para Deus.

Mais um aspecto ensinado pelos mestres que é ferido pelo sistema humano de vida: o amor ao próximo. Foi ensinado pelo Espírito da Verdade que a verdadeira caridade é praticada quando se faz pelo próximo aquilo que gostaria de se receber. Ora, se um ser humanizado quer saber o modo certo para se fazer alguma coisa, para poder ser caridoso com o próximo precisa conceder a ele este mesmo direito. Isto, para quem vivencia os acontecimentos a partir de códigos de normas que determinam o certo e o errado é impossível.

Não havendo caridade, não há amor. Quem se acha no direito de cobrar que as coisas ocorram do modo que ele quer sem dar ao próximo o direito de optar pela forma que desejar para realizar determinada atividade, quebra o segundo mais importante mandamento ensinado por Cristo: o amor ao próximo acima de todas as coisas.

Isso é humanizar-se. O espírito que se humaniza é aquele que passa a viver subordinado a códigos de normas e leis que usa para julgar o outro. Com isso não os ama.

Sendo isso verdade, posso, então, dizer que o trabalho de reforma íntima tem a ver com a mudança do sistema de vida e que a elevação espiritual é alcançada quando por amor ao próximo o ser humanizado deixa de julgá-lo.

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Os efeitos da elevação espiritual

Reforma íntima, portanto, resume-se na mudança do sistema de vida que o ser utiliza na sua existência. Vivendo sob um novo sistema, o ser universal, então, alcança a elevação espiritual. Mas, que efeitos esta elevação terá sobre ele? O Espírito da Verdade nos respondeu a esta questão.

“Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade, para aproximá-los de si. Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade”. (O Livro dos Espíritos – pergunta 115)

Quando o ser alcança a perfeição vivencia a felicidade que Deus tem prometido. Sobre esta felicidade já conversamos anteriormente: ela existe quando o ser não se exalta no prazer nem se deixa levar pela depressão da dor. Para os seres humanizados ela é vivenciada quando ele alcança um estado de espírito onde exista a paz e a harmonia consigo mesmo e com o mundo que vive. Mas, existe mais um detalhe que o Espírito da Verdade usa para a caracterização de um ser elevado: ele está próximo de Deus...

Na verdade, nesta resposta o Espírito da Verdade afirma que o Pai dá a cada espírito uma missão com o fim de esclarecê-los. Quando isso acontece, ele aproxima-se de Deus e com isso vive a felicidade que Deus tem prometido. Sendo assim, no trabalho da reforma íntima é importante viver esta felicidade, sobre a qual já conversamos por diversas vezes, mas para que ela exista é importante também compreender como se aproximar de Deus.

  Na verdade, posso afirmar que há poucos pontos onde todos os mestres ensinaram com a mesma letra. Todos eles falaram a mesma coisa, mas com palavras diferentes. Neste ponto, no entanto, todos foram uníssonos ao afirmar que é necessário se aproximar de Deus.

No livro Apocalipse, por exemplo, Cristo afirma que ele e Deus são um só. No Bhagavad Gita, para ensinar a Arjuna, Krishna fala o tempo inteiro na necessidade de se comungar com Deus. Buda também falou da necessidade de se viver harmonicamente com a vida que se tem, que como iremos ver mais tarde, é o próprio Deus. Sendo assim, compreender a questão de como se aproximar do Pai é uma questão importante para todos aqueles que querem aproveitar a encarnação e realizar o trabalho da reforma íntima que leva à elevação espiritual.

Sei que muitos de vocês consideram isso alguma coisa conhecida e até mesmo banal. Acham que apenas ao colocar uma música, acender uma vela e um incenso e fazer uma oração meditativa estão em contato com o Pai, mas isso é irreal. Este estágio que é alcançado com estas atitudes pode ser considerado mais como uma auto hipnose do que realmente uma comunhão com Deus.

Como nosso trabalho é transmitir ensinamentos para a realização da reforma íntima e como a busca desta comunhão com o Pai faz parte deste processo, será sobre isso que iremos conversar hoje.

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A fonte de consulta

Antes de continuar deixe-me esclarecer algo. Ao longo de nossa conversa citarei diversas vezes vocês como protagonistas de determinadas ações. Quando fizer isso, no entanto, não estou me referindo especificamente a ninguém, mas a espíritos encarnados no planeta Terra ou seres humanizados. Portanto, não se sintam culpados com o que eu disser.

Dito isso continuemos...

Quando vocês precisam realizar alguma tarefa e não sabem como fazer, onde buscam informações para realizá-la? Em livros ou manuais que alguém que conhece o assunto edita ensinando como fazer, não é mesmo? No caso do trabalho da elevação espiritual, quem pode nos ensinar o que fazer? Os mestres enviados por Deus: Buda, Krishna, Cristo, o Espírito da Verdade, etc. Onde podemos encontrar os ensinamentos destes mestres para realizarmos nossa tarefa? Nos chamados livros sagrados: Bíblia, Vedas, Suttas Budistas e no Pentateuco de Kardec.

Eis aí, portanto, a fonte onde nos banhamos para entender o trabalho de reforma íntima que leva à elevação espiritual. Para saber o que fazer, buscamos os caminhos ensinados pelos mestres através dos livros sagrados. Agora reparem: não estou falando em doutrinas religiosas, mas nos textos que trazem as informações dos mestres.

As doutrinas religiosas não são fonte segura para este trabalho porque como elementos do mundo humano elas foram constituídas a partir do sistema humano de vida, ou seja, criando uma série de normas e regras que estabelecem obrigações e necessidades. Estes elementos não existem nos ensinamentos dos mestres, pois eles sempre disseram que se chega a Deus não por se cumprir a lei, mas pela fé: pela entrega com confiança ao caminho apontado por eles.

Portanto, precisamos ir direto à fonte para conhecer o que fazer para chegar à elevação espiritual. Todos os livros sagrados servem para isso, pois todos os mestres mostraram um só caminho para se aproximar do Pai, mas como a maioria de vocês aqui é espírita, vou utilizar preferencialmente O Livro dos Espíritos que foi ditado pelo Espírito da Verdade a Allan Kardec.

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Um caminho para a reforma íntima

“75. É acertado dizer-se que as faculdades instintivas diminuem à medida que crescem as intelectuais? Não; o instinto existe sempre, mas o homem o despreza. O instinto também pode conduzir ao bem. Ele quase sempre nos guia e algumas vezes com mais segurança do que a razão. Nunca se transvia”.

“75a. Porque nem sempre é guia infalível a razão? Seria infalível, se não fosse falseada pela má educação, pelo orgulho e pelo egoísmo. O instinto não raciocina; a razão permite a escolha e dá ao homem o livre arbítrio”. (O Livro dos Espíritos)

Ao lermos este trecho de O Livro dos Espíritos encontramos um caminho para se alcançar a perfeição e com isso nos aproximarmos de Deus e vivermos a felicidade que Ele tem prometido. Com certeza vocês que são espíritas já leram este trecho diversas vezes, mas será que viram aí um caminho para a perfeição? Se não viram, vamos encontrá-lo agora.

O que quer dizer o Espírito da Verdade? Que a razão não é um guia infalível para se alcançar a perfeição. Por isso, o caminho que ele mostra é que no trabalho da reforma íntima não se deve confiar na razão humana que se vivencia durante a encarnação. É isso que ele, como transmissor enviado por Deus de ensinamentos aos espíritos encarnados, está nos mostrando e a partir desta conclusão devemos buscar segui-lo.

Na verdade todos os ensinamentos dos mestres são como placas que indicam o caminho que deve ser seguido. O ser humanizado deve, orientando-se por elas, então, caminhar no sentido de observar o que foi indicado para poder alcançar a perfeição desta encarnação. No caso deste ensinamento temos que caminhar no sentido de não confiar na razão com a qual se vive durante a encarnação. Na primeira parte de nossa conversa de hoje vamos caminhar neste caminho...

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O guia falível

O que é a razão humana? Muitas são as respostas – as verdades, os conceitos adquiridos, os valores, a lógica, os conhecimentos, o certo e o que é pensado por cada um – mas, eu prefiro uma definição que junta tudo isso: você mesmo... Quem é você? Aquilo que pensa que é. Se o pensamento é gerado pela razão, você será o que ela disser que é. Portanto, ela é você...

Todo o seu mundo mental, todas as suas crenças sobre qualquer assunto, incluindo o auto conhecimento, é fruto da razão com que cada um vive, ou conjunto de conceitos e verdades que cada um possui. Nada existe para você além dela, pois tudo que não é criado por ela não existe para você. Mesmo tudo aquilo que diz que quer, que deseja, não é, na verdade, um anseio seu, mas um fruto da sua razão.

Perguntando aqui o motivo que os trouxeram pra me ouvir, algumas pessoas, por exemplo, dirão que vieram porque já estiveram conversando comigo e gostaram do que ouviram. Por este motivo desejaram estar aqui de novo. Isso é irreal: quem desejou estar aqui novamente e que gostou da vez anterior foi a razão destas pessoas e não elas mesmos. Ninguém gosta de estar aqui ou acha importante me ouvir se não houver uma razão que afirme isso.

Veja apenas neste início de conversa a diferença entre a vida que você vive e a Realidade. Você acha que gosta de estar aqui, mas na verdade só sente isso porque há uma razão, um conjunto de conceitos e verdades, à qual se prende, que diz que é gostoso vir me ouvir. Se ela dissesse ao contrário, você não gostaria. Sendo assim, na realidade você não sabe se gosta ou não de estar aqui, mas apenas segue um guia, que como o Espírito da Verdade ensinou é falível.

Porque você não tem certeza do que gosta? Porque é escravo da razão. Como não sabe nem que o que afirma ter interesse é ditado pela razão, submete-se ao que ela diz e com isso acaba sendo guiado para caminhos contrários ao da reforma íntima.

Este é o problema de se deixar guiar pela razão. Aparentemente achamos que estamos fazendo o que deve ser feito para nos aproximarmos de Deus, mas na verdade estamos apenas seguindo um guia falível que nem sempre nos leva a isso. Mas, para alcançar esta conclusão precisamos ter em mente que nós mesmos somos a razão.

Compreender que tudo o que sente e vive é criado pela razão: esta é a primeira providência para aquele que quer promover a reforma íntima. Se isso não for feito, ele continuará sendo guiado por um guia falível e acreditará que está caminhando no caminho que o aproxima de Deus, quando estará afastando-se Dele.

Este é o início do caminho: não importa o que lhe venha à mente, saiba que é apenas fruto de uma razão e que por isso deve desconfiar das verdades e conceitos que lhe são impostos por ela. Caminha para Deus, segundo o Espírito da Verdade, aquele que não se submete aos ditames da razão.

Sei que isso é difícil de ser feito, pois a razão humana afirma que vocês são melhores que os animais justamente porque a possui. Mas, o Espírito da Verdade diz exatamente ao contrário: ele afirma que vocês, assim como os animais, deveriam deixar-se guiar pelo instinto. Até mesmo a própria doutrina espírita diz que a forma humana é ocupada por espíritos mais avançados do que aqueles que habitam as formas animais justamente por terem a razão, mas não é isso que o guia a partir do qual foi formada a doutrina afirma. Aliás, ele é taxativo neste ponto: “ele (o instinto) quase sempre nos guia e algumas vezes com mais segurança do que a razão”.

Participante: talvez pensemos isso porque queremos ter razão naquilo que pensamos, não?

Quem formulou esta pergunta: você ou a razão? E, quem gosta de ter razão: você ou a sua razão?

Na pergunta 74 do mesmo livro o Espírito da Verdade, respondendo a uma questão sobre inteligência e instinto, afirma que o instinto é uma espécie de inteligência, mas que vocês não conseguem distinguir a inteligência instintiva da racional. Portanto, não tente compreender esta questão que não irá conseguir.

Esqueça a questão do instinto. Estamos falando da razão e a sua ação pode e deve ser compreendida. Já o instinto é algo que vocês não conseguem perceber.

O primeiro caminho que estamos vendo hoje, portanto, para se aproximar de Deus é não se deixar levar pelo que quer que seja criado pela mente, pois tudo o que nela está trata-se de uma informação falseada que não serve como guia infalível. Digo que o primeiro caminho que estamos vendo hoje porque existem outros para se aproximar de Deus.

Se disséssemos que este é o único ou o melhor caminho, estaríamos afirmando que aqueles que não acreditam nos ensinamentos do Espírito da Verdade não conseguiriam aproximar-se de Deus, mas isso não é Real. Como já afirmamos anteriormente, todos os mestres disseram a mesma coisa, mostraram os mesmos caminhos, mas com palavras diferentes. Cristo, Krishna e Buda ensinaram isso, mas com outras palavras. Como estamos falando com espíritas mostramos o caminho ensinado pelo Espírito da Verdade, mas se aqui estivessem hindus ou budistas falaríamos com outras palavras, mas diríamos a mesma coisa.

Portanto, falando para espíritas, afirmo que se a elevação espiritual é alcançada com a aproximação de Deus, o caminho ensinado pelo mestre sobre qual foi gerada a doutrina espírita afirma que guiar-se pela razão é afastar-se Dele. Isto é o que precisa ser compreendido deste trecho, mas, como já disse também, vocês já leram este trecho diversas vezes e não conseguiram a mesma compreensão que tivemos agora.

Por que isso? Porque ao lerem deixaram-se guiar pela razão. Não foram vocês que compreenderam o que leram, mas a razão que formou uma compreensão que vocês por não estarem atentos não combateram e deixaram-se levar pela interpretação gerada pelo guia falível.

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A razão infalível

Participante: mas, a razão é importante para o auto conhecimento.

Não afirmaria que ela é importante; diria que pode ser importante. Vamos entender isso...

Sendo espírita, com certeza você já ouviu a máxima de Kardec que afirma que todas as informações espirituais devem passar pelo crivo da razão para só depois serem aceitas. Quando digo que não deve confiar na sua razão, o seu pensamento diria que estou atacando esta máxima, mas isso não é real. Assim como Kardec, também afirmo que toda informação que o ser humanizado recebe deve passar pelo crivo da razão. A diferença entre a minha afirmação e a sua compreensão, apesar de aparentemente ser a mesma coisa, se consiste na razão que se utiliza como crivo. Vamos entender isso.

Para compreender a diferença entre o que digo e o que você compreende observe o ensinamento do Espírito da Verdade que estamos estudando:

“75a. Porque nem sempre é guia infalível a razão? Seria infalível, se não fosse falseada ...” (O Livro dos Espíritos)

A razão realmente poderia ser um guia infalível para você selecionar a informação dos espíritos e para se auto conhecer se ela não fosse falseada por causa da presença de alguns aspectos que já iremos ver. Esta é a diferença entre a razão que deve ser utilizada para se seguir a máxima de Kardec e a que você usa normalmente.

O problema não está no fato de se usar a razão ou não, mas que razão utiliza para se auto conhecer ou para analisar as informações espirituais: a falseada ou aquela que não está afetada pelos aspectos elencados pelo Espírito da Verdade. Na verdade, a razão deve ser usada como caminho para se aproximar de Deus, mas não aquela que normalmente os humanos utilizam, pois ela é falsa.

Por isso lhe respondi que a razão pode servir para o auto conhecimento, mas isso só será possível se ela não for falseada. O problema é que a razão que vocês vivem hoje é falseada.

Repare bem. Quando disse que você precisa se libertar da razão que vive hoje, que instrumento acha que utilizará para isso? A própria razão. Mas, não será aquela que tem hoje, mas uma que não esteja falseada pelos aspectos sobre os quais já vamos falar. Caso tente hoje se conhecer com a razão que vive, os aspectos que o Espírito da Verdade cita criarão falsas verdades que você não verá que são falsas, pois ainda acredita em tudo que a sua mente cria.

A razão, portanto, pode se um guia infalível, desde que ela não esteja falseada.

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A origem da razão falseada

Participante: de onde nos vem esta razão falseada?

Mais tarde nesta conversa iremos ver que Deus é a Causa Primária de todas as coisas. Sendo assim, a razão falseada lhes é dada por Deus. Isso fica bem claro se observarmos a resposta do Espírito da Verdade à pergunta 459 de O Livro dos Espíritos:

“459. Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos? Muito mais do imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles vos dirigem”.

A partir desta resposta, podemos compreender que vocês acham que estão pensando alguma coisa, mas na verdade estão apenas tomando consciência do que um espírito lhes fez pensar. Só que como nada acontece sem que o Pai ordene que se faça, este pensamento originariamente vem de Deus.

Agora, para que Ele cria a razão falseada? Para compreender isso precisamos nos lembrar dos objetivos da encarnação: realizar provas e missões (pergunta 132 de O Livro dos Espíritos). Como o espírito realiza suas provações durante a encarnação? Escolhendo entre o bem e o mal durante o destino pré-traçado que vivencia (pergunta 851 de O Livro dos Espíritos). Só que para haver uma resposta é necessário haver uma pergunta. Que pergunta é feita para que o ser universal possa responder? A razão humana, a falseada...

Encarnar, portanto, é vivenciar um destino que é formado a partir dos gêneros de provações que o próprio espírito escolhe antes da encarnação usando seu livre arbítrio (pergunta 258). Durante esta vivência razões são dadas por Deus através de espíritos que criam falsas interpretações para os acontecimentos. Recebendo-as, o espírito novamente utilizando do seu livre arbítrio pode optar pelo bem – permanecer perto de Deus, vivendo com Ele – ou pelo mal, vivendo a partir da falsa razão que lhe vêm à mente.

Portanto, a cada pensamento que você recebe, seja sobre o que for, esteja embasado em quaisquer códigos normas ou leis que a humanidade diga que é justo e correto, há uma provação, uma situação onde você pode optar pelo bem ou pelo mal. Vivendo com a primeira opção se aproxima de Deus e comunga com Ele; optando pela razão falseada, afasta-se Dele.

Mas, porque optar pela razão falseada é mal? Por conta da informação que está no livro Gênesis da Bíblia. Lá é dito que o espírito que come do fruto da árvore do conhecimento comete o pecado original e com isso precisa continuar habitando o mundo onde se nasce e morre, ou seja, o mundo humano. Cada vez que o espírito humanizado acredita na razão adquire um saber, que é o fruto do conhecer, e com isso comete novamente o pecado original. É por isso que optar pela razão falseada é optar pelo mal.

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As falsas criações da razão humana

Antes de falarmos das motivações falsas da razão humana citada pelo Espírito da Verdade, há ainda outro motivo para que aquele que quer viver apenas no mundo espiritual não acredite no que ela cria: a Realidade do Universo espiritual. Isso porque, quem acredita numa razão cria uma verdade. Vivendo com as verdades criadas pela razão humana, o espírito encarnado se afasta não só de Deus, mas também do próprio Universo espiritual. Vamos ver isso...

Por favor, me responda: há quanto tempo você está presente nesta casa para me ouvir?

 Participante: aproximadamente quarenta minutos...

Como você chegou a esta conclusão? Que lógica usou para contar os minutos que aqui está? A humana, a falseada, aquela que não espelha a Realidade do Universo...

O que é para você um minuto? É uma fração do tempo que a Terra utiliza para fazer a sua rotação em torno do sol. Mas, como medir um minuto num lugar onde não haja nem a Terra nem o sol, como é o caso do mundo espiritual?

O tempo que você vive é criado por sua razão. É ela que lhe diz quando tempo você está aqui. Mas, esta mesma razão não pode medir o tempo no mundo espiritual, pois lá não existem os elementos que usa para afirmar que se passou um minuto. Por isso, ao criar os minutos de sua existência, ela lhe faz viver um mundo irreal.

No mundo espiritual, um mundo que é amórfico, só existe um tempo: o presente. Nenhum espírito precisa contar o tempo, pois para ele o passado já passou e o futuro ainda não chegou e por isso não existem. Será que você é capaz de viver apenas o presente usando a sua razão? Creio que não, pois ela nem sabe o que é um presente, não consegue ver o presente acontecendo.

Para compreender o que estou dizendo tomemos como exemplo a própria palavra presente. Quando falo a sílaba ‘sen’, a ‘pre’ não existe mais, é passado, e a ‘te’ ainda não chegou, é futuro. Se pegarmos a própria sílaba ‘sen' ainda não teremos o presente, pois o som de cada letra é um tempo.

Veja quanto dura um presente para um espírito: o tempo que se leva para dizer uma só letra. Será que a sua razão tem condições de compreender profundamente o que acontece no tempo que você está falando apenas uma letra? É por isso que o que ela cria lhe afasta do Universo espiritual. Acreditando no tempo que ela cria jamais conseguirá viver apenas o presente e por isso não terá condições de voltar à sua pátria espiritual nem de se aproximar de Deus.

Além do mais, como disse, o Universo espiritual é amórfico. Será que a sua razão consegue imaginar algo que não tenha forma alguma? O mundo dos espíritos também não é formado por espaços, pois para isso teriam que haver formas? Será que você consegue imaginar algo que não ocupe um espaço?

Destas constatações entre os elementos do Universo espiritual e do seu mundo criados pela razão tiramos, então, o primeiro ensinamento para ver qual a razão é falseada e qual não é: as informações sobre o mundo espiritual. Toda razão que contenha informações sobre o Universo espiritual fundamentadas em valores humanos, que afirme a existência lá de elementos iguais aos do mundo humano, são falsas. O Universo espiritual não é igual aos elementos que existem na razão humana. Toda razão que afirme isso é falsa.

Na verdade, existe um mundo além da matéria que é criado pela razão humana. Chamamos este de mundo dos devas...

Mundo dos devas é o lugar criado pela razão de espíritos humanizados sem carne. São os chamados fantasmas ou espíritos que estão presos ao orbe terrestre sem a vestimenta humana. Estes espíritos ainda conseguem encontrar, por exemplo, violetas numa janela num mundo onde não existe forma, cor ou cheiro.

Em O Livro dos Espíritos é dito que no Universo existem apenas espírito e matéria (pergunta 27). A matéria é definida também pelo Espírito da Verdade como fluído universal (pergunta 30). Sendo assim, como pode haver flores, árvores ou qualquer outra matéria que é criada pela razão humana? Além disso, é ensinado em O Livro dos Espíritos que o frio e o calor que sentem os seres desencarnados é uma reminiscência do que padeceram durante a vida (pergunta 256). Ou seja, tudo o que utiliza forma ou que causa sensação ao espírito, nada mais é do que uma criação racional, uma razão.

O mundo dos devas é um mundo onde existe ônibus espacial para espíritos que segundo o Espírito da Verdade viajam com a velocidade do pensamento. É um mundo onde existem cidades espirituais e umbral que não podem existir no Universo espiritual, pois como ensina o mestre cujos ensinamentos serviram para a formação da doutrina espírita, no Universo não existem espaços circunspectos (pergunta 1012 de O Livro dos Espíritos).

Tudo isso são criações das razões humanas, da razão que quer criar um mundo muito parecido com este, mas que não é Real. Na verdade a razão humana cria a idéia de existir estes lugares para que o ser permaneça ligado a ela, mesmo depois do desencarne, do abandono da matéria carnal. Quem acredita nestas criações racionais quando sai da carne vivencia estas realidades, como vivenciava as criadas no mundo carnal enquanto ligado à massa humana. Ou seja, imagina-se morando nestas cidades ou habitando o umbral. Só que para estes só existe um destino: voltar à carne para poder realizar a reforma íntima.

Quem acredita nestas criações racionais ainda está preso à razão falível, à viciada como afirma o Espírito da Verdade, e por isso não realiza a reforma íntima. Como o objetivo da encarnação não foi alcançado, precisará retornar a esta matéria para fazer o que deixou de realizar. Pior: manteve-se afastado de Deus neste período...

Sei que muitos que moram nestes lugares afirmam estar em comunhão com Deus, mas como vocês quando fazem seu trabalho de oração meditativa, estão apenas vivendo uma auto hipnose. Como se pode estar em comunhão com Deus quando se vive realidades diferentes?

Quem desencarna acreditando nas ideias criadas pela razão humana terá que reencarnar até que se liberte dela, pois só assim entrará na Realidade do Universo espiritual. Quando isso acontecer, fará como o espírito André Luiz, que quando compreendeu que havia um algo além da cidade Nosso Lar libertou-se dela e foi viver no Universo espiritual. Hoje ele apenas penetra nesta razão para ajudar aqueles que ainda prendem-se às criações racionais humanizadas.

Como já dissemos, todas as criações da razão humana são formadas como provas para o espírito. As informações sobre o Universo espiritual também...

Aquele que acredita na existência das cidades espirituais e do umbral, por exemplo, como já vimos é antagônico aos ensinamentos do Espírito da Verdade. Quem acredita em tempo e espaço, neste ou em outro mundo, com certeza julgarão aqueles os outros a partir dos seus códigos de normas. Ou seja, as provações continuam mesmo depois do desencarne. Portanto, o trabalho da libertação da razão precisa ser feito quando na carne, mas também precisa ser realizado fora dela por aqueles que não fizerem isso durante a ligação com a massa humana.

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A metodologia da reforma íntima

Reparam no que fiz na análise dos elementos que servem como cenário para as suas crenças sobre o mundo dos espíritos? Esta é a metodologia da reforma íntima...

Promover a reforma íntima é, a partir da informação que a razão humana é falseada, avaliar tudo o que a mente cria comparando com os ensinamentos dos mestres. É verificar se as criações racionais estão consubstanciadas nos ensinamentos dos mestres ou se não encontram respaldo neles. Se isso acontece, aquela razão é falsa.

É nesta metodologia que mora o engano de muitos. Como eles aceitam o que a razão cria sem questionamentos, acabam agindo em sentido contrário ao caminho indicado por um mestre e imaginam que estão fazendo alguma coisa em benefício da sua elevação espiritual quando nada estão fazendo neste sentido.

Sempre que uma ideia vier à sua mente você precisa avaliá-la, confrontando-a com os caminhos ensinados pelos mestres. Se ela estiver de acordo, servirá para que você aproxime-se de Deus, mas se isso não for verdade, ela deve ser mudada para que não lhe afaste da comunhão com o Pai. A razão que sobra depois que as criações mentais são avaliadas pelo critério que comentei (passadas pelo crivo da razão formada com verdades trazidas pelos mestres) é aquela que serve para que você se auto conheça e que espelha uma reforma que o aproxima de Deus.

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Enfrentar a razão

Portanto, a reforma íntima se consiste em enfrentar a razão que você tem hoje avaliando o que nela é fruto das poluições que o Espírito da Verdade elenca para retirá-los e com isso viver com uma razão não poluída, uma razão que contenha verdades fundamentadas nos ensinamentos dos mestres. E este é o grande o problema para o ser humanizado.

Como Buda ensina, você é o seu pior inimigo. Todos estão ansiosos para modificar o mundo e não a sua própria razão. Todos querem mudar todas as coisas existem para que satisfaça a sua própria razão e não modificar-se internamente. No entanto, a necessidade de enfrentar a sua própria razão é ensinamento de todos os mestres.

Cristo, ao falar com os professores da lei, afirmou:

“Ai de vocês, professores da lei e fariseus, hipócritas, pois lavam o copo e o prato por fora, mas por dentro estes estão cheios de coisas que vocês conseguiram pela violência e pela ganância. Fariseu cego! Lave primeiro o copo por dentro e então a parte de fora ficará limpa também”.

“Ai de vocês, professores da lei e fariseus, hipócritas, pois são como túmulos caiados de branco, que por fora parecem bonitos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de podridão. Por fora vocês parecem boas pessoas, mas por dentro estão cheios de mentiras e pecados”. (Mateus, 23, 25 a 28)

Professores da lei são todos aqueles que acreditam nas informações que a razão chama de verdades. Por causa desta crença compactuam com a razão quando ela cobra dos outros que possuam a mesma verdade. Acreditam ainda na razão que afirma que isso é feito por amor. Qual o que; por dentro estão cheios de podridão, ou seja, estão cheios de intencionalidades individualistas. Como nós veremos, o que eles querem é apenas defender suas posses, paixões e desejos. O que querem realmente é vencer o outro. Esta é a intencionalidade real que está presente na razão poluída e que o ser humanizado vivencia quando não enfrenta a razão para despoluí-la.

Como afirma também Cristo no Evangelho de Tomé: vocês se olham no espelho e admiram o externo, mas será que teriam coragem de ver o seu interno. Eu acho que não. Os seres humanizados não têm coragem de enfrentar a sua razão, mesmo quando sabe que ela está cheia de ossos de mortos, ou seja, daqueles que vocês retiram a felicidade obrigando-os a aceitarem o que a sua razão lhes diz que é o certo.

Eu fico estupefato quando conversando com seres humanizados que acreditam no processo encarnatório (espíritas, espiritualista, umbandistas) falo que os acontecimentos desta vida são fruto do que fizeram em encarnações anteriores. Normalmente eles não aceitam isso. Acham que a menina que foi morta não tem nada ver com carma de existências anteriores. Acreditam que um bandido agiu por livre vontade. Será que eles não sabem que todas as existências estão interligadas e o que se faz em uma cria reflexos (carmas) para a próxima? Claro que sabem, mas não admitem, pois se fizessem isso teriam que não acusar quem age diferente do que a razão deles acusa como errado. Como não querem perder a posição de sábio, de conhecedor da verdade, preferem ignorar aquilo que dizem que acreditam.

Quando para esses acontece alguma coisa que a sua razão diz que não deveria, ao invés de colocar aquilo que dizem acreditar em prática e com isso viver a sua situação carmática, preferem compactuar com a razão poluída e acusar o agente da situação que ele mesmo provocou com suas ações nesta ou em outra existência. Agem sempre como se não tivesse carma, como se esta fosse a sua primeira encarnação ou como se nunca tivessem errado ao longo de existências anteriores.

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Ter razão

Isso é desta forma porque ninguém tem coragem de enfrentar a sua razão. Porque isso acontece? Porque ninguém tem coragem de enfrentar as criações mentais e retirar dela a poluição que não a deixa ser um guia infalível? Porque ninguém quer perder a razão...

Todos querem estar sempre certos. Querem ser os mais bonitos, os mais bem arrumados, os que sabem como as coisas devem ser feitas. Ninguém quer deixar de ter razão quando do relacionamento com os outros. Preferem tê-la a chegar perto de Deus.

Sim, cada vez que o ser humanizado compactua com as criações mentais para poder deter a razão, estar certo, ele se afasta de Deus, pois ama mais o seu anseio de estar certo do que o próprio Pai. Porque com esta forma de agir mostra que ama mais a si mesmo do que ao próximo. Porque não segue os ensinamentos dos mestres, principalmente na questão de não julgar. Quando cumprindo a profecia de Cristo estes são julgados, revoltam-se e dizem que o outro não tem o direito de lhe impor nada. Mas, não foi isso que fizeram quando compactuaram com as criações mentais que receberam como provação?

Quando um ser humanizado enfrentar a sua razão desmascarando as poluições que estão presentes nela e que não deixa cumprir os ensinamentos do mestre, a primeira coisa que descobrirá é que nunca terá razão, nunca estará certo. Isso porque todo ensinamento dos mestres fundamentam-se na doação, no serviço ao próximo, e, como veremos, a razão humana poluída não trabalha dentro desta premissa.

Já repararam que apenas quem doa ao próximo é aquele que acredita que isso é certo, que isso deve ser feito? Pois é... Quando ele age desta forma está realmente doando-se ao próximo ou está agindo assim para ter razão, para estar certo?

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O grau de elevação dos espíritos no orbe terrestre

O ser humanizado não tem coragem de enfrentar suas criações mentais porque tem medo do que a perda constante da razão pode lhes trazer: a depressão da dor. Porque a razão poluída sempre lança emoções de dor para aquele que perde a razão, que nunca se sobrepõe ao outro? Porque como iremos ver a sua intenção básica é ganhar, vencer. Como esta intencionalidade está presente no nível de elevação de todos aqueles que encarnam no planeta Terra, eles não conseguem se libertar desta emoção. Pelo medo de viver o sofrimento, então, não tem coragem de enfrentar a razão humana e perder a razão, o estar certo.

Mundo de provas e expiações, como ensina o Espírito da Verdade, é uma reunião de espíritos que possuem a mesma afinidade. A afinidade caracteriza o grau de elevação dos espíritos atual é marcada pelo egoísmo pelo desejo de vencer, de obter vitórias, como está ensinado pelo Espírito da Verdade (pergunta 913 de O Livro dos Espíritos). A razão humana poluída, portanto, espelha este grau de elevação dos espíritos justamente para que eles possam provar a si mesmos que superaram esta intencionalidade. Daí eu afirmar que o trabalho de reforma íntima se marca pelo enfrentamento da razão.

Sabe, não dá para reformar nada imaginando que se é puro, certo, bom. Se fosse, porque estaria encarnando num mundo de provas e expiações? Para que se promova a reforma íntima é preciso que o ser humanizado se conscientize de que ele precisa mudar alguma coisa e esta é o egoísmo, que segundo o Espírito da verdade na pergunta 913 é o vício mais radical e que dá origem a todos os outros.

Para realizar o trabalho da reforma íntima e com isso aproximar-se de Deus e viver a felicidade que Ele tem prometido, a primeira coisa que um ser humanizado precisa fazer é conscientizar-se de sua posição no mundo dos espíritos. É preciso se conscientizar que ele está entre estes seres (afinidade) porque quer sempre ganhar, estar certo, saber o que deve ser feito. Só a partir desta conscientização pode, então, enfrentar a sua razão que é formada justamente por estas características como iremos ver.

Aliás, não é a toa que todos os mestres ensinaram como caminho o serviço ao próximo, o libertar-se de suas posses, paixões e desejos. Se eles mostraram estas atitudes como caminho é sinal de que os seres humanizados no seu íntimo agem de forma diferente. Esta é a consciência que pode lhes fazer trabalhar no sentido de mudar alguma coisa em suas existências. Sem ela, continuarão atendendo os reclames da razão poluída e acharão que estão fazendo algo produtivo no sentido da aproximação de Deus.

Todos aqueles que acreditam na existência da vida depois da vida sabem que a existência é uma encarnação onde é necessário realizar o trabalho da reforma íntima para alterar a sua situação atual no mundo dos espíritos, mas ninguém quer mudar nada na sua razão. Todos estes sabem que este trabalho não gera lucros materialmente e por isso ninguém está disposto a abrir mão da sua própria razão.

Para estes, um ensinamento de Cristo:

“Quem ouve esses meus ensinamentos e lhes obedece é como um homem sábio que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes e o vento soprou com força contra aquela casa. Porém ela não caiu porque havia sido construída sobre a rocha”.

“Quem ouve esses meus ensinamentos e não lhes obedece é como um homem sem juízo que construiu a sua casa na areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes e o vento soprou com força contra aquela casa. Ela caiu e a sua destruição foi completa”. (Mateus, 7, 24 a 27)

É, falando popularmente, para quem não despolui sua razão e com isso não cede a razão (a verdade, o certo) para o próximo, a casa cai. Isso porque tudo aquilo que é amealhado nesta vida aqui permanece e o espírito chega ao outro mundo completamente destruído, sem nada que possa lhe ajudar a alterar o seu nível dentro da escala espiritual.

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A razão do sábio

Participante: para fazer isso, como já foi falado aqui, é preciso usar a razão, não?

Sim, é preciso usar a razão, mas não esta que você tem agora. É preciso usar uma razão que seja destituída das poluições, que já iremos estudar, e que seja fundamentada nos ensinamentos dos mestres. Esta é uma razão que serve como guia para que você possa construir sua casa sobre a rocha e nada a derrubará.

A razão despoluída é aquela que é desapegada dos valores humanos. É aquela que quando a maioria das razões humanas diz que se deve reagir a uma afronta, oferece a outra face. É aquela que quando a razão humana diz que é preciso progredir nesta vida, lembra-se que o primeiro no reino da Terra será o último no reino do Céu.

Krishna possui uma figura interessante para falar daquele que vive com a razão despoluída, que ele chama de sábio. Para o sublime mestre, aquele que vive com uma razão não poluída tem cara de bobo e transita entre as coisas do mundo sem apegar-se a ela. Ele tem cara de bobo porque é aquele que não quer ganhar, que não quer progredir materialmente, e que por isso muitas vezes é aparentemente passado para trás por outros. Por esta forma de viver não fazer parte da razão humana, este é considerado como bobo. Mas, ele é um sábio...

É sábio porque não busca amealhar bens na Terra, mas no céu. É sábio porque ama a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo e por isso aproxima-se de Deus e vive a felicidade que Ele tem prometido. É sábio porque tem fome e sede da justiça de Deus, porque é pobre espiritualmente, porque não julga e nem tem ódio. É sábio porque realmente trabalha pela paz entre as pessoas, já que não quer nunca ter a razão.

Falando isso me lembrei de uma história budista. Diz-se que uma mulher foi cortejada por um homem muito rico que queria casar-se com ela. Acontece que estava grávida de outro homem e ficou com medo de contar ao pretendente este fato. Por isso pediu um tempo, afastou-se da cidade e deu a luz à criança antes de se casar.

Ao voltar para sua cidade entregou o filho a um homem sábio, pedindo que ele cuidasse dela. Este, sem esboçar reação, recebeu a criança e começou a velar por ela. A mulher se casou e viveu anos com o homem rico e teve novos filhos. Um dia, sentindo saudade do filho que deixara com o sábio, tomou coragem e contou tudo ao marido.

Diferente do que ela esperava, o marido foi compreensivo com o fato e autorizou a mulher a pegar seu filho e criá-lo junto com os dele. A mulher, então, foi ao sábio e pediu a criança de volta. Este, que havia cuidado daquela criança todos estes anos, sem esboçar reação alguma pegou a criança pela mão e a entregou à mãe.

Esta é a razão do sábio. Diferente da razão poluída, que reclamaria quando recebeu a criança e protestaria mais ainda quando lhe fosse tirado aquele ao qual tomara afeto, a razão do sábio reagiu aos acontecimentos sem possessões. Será que você faria a mesma coisa? Se não faria, não possui uma razão de sábio.

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A má educação

Agora estamos prontos para conversar sobre as poluições da razão humana. Vamos à primeira...

“Seria infalível, se não fosse falseada pela má educação...”

O Espírito da Verdade afirma que a razão humana é falseada pela má educação. O que ele quis dizer com isso? Vamos entender...

Educação pode ser definida como sendo o processo de socialização dos indivíduos. Ao receber educação, o ser humanizado assimila e adquire conhecimentos. A educação também envolve uma sensibilização cultural e de comportamento, onde as novas gerações adquirem as formas de se estar na vida. O processo educativo é materializado numa série de valores que ocasionam mudanças intelectuais, emocionais e sociais. No caso das crianças, a educação visa fomentar o processo de estruturação do pensamento e das formas de expressão.

Sendo educação um processo de transferência de valores (crenças) que levam o ser humanizado a socializar-se, ou seja, a conviver com outros seres, pergunto: que valores são repassados à razão do ser humanizado que caracterizam uma má educação para aquele que quer buscar a elevação espiritual nesta encarnação? Aqueles que premiam a busca do bem material...

A razão humana para os espiritualistas é falseada pela má educação porque é formada por valores que premiam a busca do bem material e não do espiritual, porque premiam a evolução humana e não o aproximar-se de Deus, porque induzem à busca do prazer e não da felicidade que o Pai tem prometido. Uma mãe, mesmo sendo espírita ou espiritualista, quando educa o filho, preocupa-se muito mais em transmitir verdades que o faça crescer humanamente falando (ter uma profissão rentável, ser um homem correto, vencer na vida) do que valores que o faça viver com cara de bobo e assim atingir o estágio de sábio. Poucas são aquelas que permanecem fiéis às suas crenças e educam seus filhos para tornarem-se sábios no processo de elevação espiritual. Estas são informações que sempre ficam em segundo plano...

A razão de vocês é má educada porque foram educados para serem seres humanos e não espíritos na carne. Alguma vez durante a sua formação foi lhe dito que não deve importar-se de ser caluniado e perseguido por não querer ser o melhor? Claro que não... Mas Cristo ensinou que os espíritos humanizados só serão bem aventurados (felizes) quando isso acontecer (Mateus, 5, 11).

Reparem que ele não falou se, mas sim quando, ou seja, impôs como condição necessária acontecer isso. Portanto, para que um ser humanizado vivencie a felicidade que Deus tem prometido isso precisa acontecer. Educar alguém para não reagir a acontecimentos deste tipo não é, então, uma boa educação para alguém que acredite na vida depois da vida? Porque a mãe, então, não educou o filho assim, se diz que acredita nesta outra vida? Porque a preocupação dela ao transmitir os valores que servem como educação do filho estava concentrada em torná-lo um ser humano e não um buscador de Deus.

Quando comento isso, o importante é você que aqui está agora compreender que não estou falando apenas de seres humanos ateus ou não espíritas, mas sim de educadores espiritualistas. Estou falando de pessoas que assumem o compromisso de bem educar seus filhos de acordo com as suas crenças espíritas. Dar uma má educação no sentido espiritual é comum a todas as famílias, mas por mais que afirmem confiar em Deus, os educadores familiares espíritas ou espiritualistas estão sempre preocupadas em educar seus filhos primariamente para que eles tenham sucesso como seres humanos, para que sigam o sistema humano de vida.

Mesmo a mãe, pai ou qualquer outro responsável pela educação de uma criança que conviva no meio espiritualista preocupa-se em formá-la como ser humano e não para que ele seja apto a promover a sua reforma íntima. Estou certo?

Participante: sim, mas nós vivemos num mundo humano...

Preste atenção no que foi dito. Quem falou isso? A sua razão. O que ela está fazendo? Está lhe dando razões para que você não lute contra a má educação que recebeu, mesmo agora que já ouviu tudo o que falamos e conscientizou-se de que é preciso livrar-se dela. Ou seja, ela está lhe dando uma hipocrisia (algo que é diferente daquilo que se acredita) e você está caindo.

Sim, a razão é hipócrita. Ela não se incomoda em ser contrária àquilo que diz acreditar desde que você não destrua a sua má educação, ou seja, que não tenha como prioridade o seu bem estar humano.

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Os assassinatos e a má educação

Participante: é por isso que existem diversas pessoas que nós consideramos como bandidos e assassinos, e o senhor sempre diz que eles não estão errados...

O que você chama de erro, mesmo nos casos mais drásticos, é consequência da sua má educação e não do que o outro faz. Isso porque só existe alguém errado quando a sua razão mal educada afirma que foi ferida alguma norma dos seus códigos de leis, que são gerados por ela para preservar a sua humanidade. No caso dos bandidos, por exemplo, acusá-los de qualquer coisa é julgar, o que uma mente que tenha tido uma educação formada pelos valores ensinados pelos mestres não faria.

Quem é você para julgar alguém? Será que você se acha melhor do que o Pai para punir alguém? Sim, porque Deus não pune aqueles que cometem crimes. Ouça o que ensina Cristo:

“Vocês sabem o que foi dito: ame os seus amigos e odeie os seus inimigos. Mas eu lhes digo: amem os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês, para que vocês se tornem filho do Pai que está no céu. Porque Ele faz o sol brilhar tanto sobre os bons e os maus e dá chuva tanto aos que fazem o bem como aos que fazem o mal”. (Mateus, 5, 43 a 45)

Aí, vocês, por terem formação espírita, me dirão: ‘mas, o Espírito da Verdade afirma que é um crime matar os outros’. Eu respondo com outra informação daquele cujos ensinamentos você diz acreditar:

“853a. Assim, qualquer que seja o perigo que nos ameace, se a hora da morte não chegou, não morreremos? Não, não perecerás e tens disso milhares de exemplos. Quando, porém, soe a hora da tua partida, nada poderá impedir que partas. Deus sabe de antemão de que gênero será a morte do homem e muitas vezes seu Espírito também o sabe, por lhe ter sido isso revelado, quando escolheu tal ou qual existência”. (O Livro dos Espíritos)

Aí está o motivo pelo qual Deus não condena aquele que você se acha capaz de fazer: Ele sabe de antemão o gênero e a hora da morte de cada um. Pela Onisciência o Pai já sabia que isso ia acontecer e, por isso, posso dizer que deixou acontecer. Se a morte não tivesse que acontecer, com certeza Ele faria um espírito agir sobre o ser humanizado para que a bala se desviasse (pergunta 528).

Por ter ciência prévia da hora e do gênero da morte de cada um é que Deus não condena mesmo quem mata. Se Ele não condena, será que você tem este direito? Só a sua má educação é que lhe confere este poder. Ou como disse a cobra para Eva: Deus não quer que vocês comam o fruto do conhecimento para que não sejam iguais a Ele (Gênesis, 3, 4). Aquele que vive a partir de uma razão mal educada quer ter os olhos abertos e ser capaz de julgar o bem e o mau, coisa que apenas o Senhor, por ser a Inteligência Suprema, pode fazer.

Antes de continuarmos, apenas um detalhe. Quando falo assim dos bandidos e assassinos não estou querendo dizer que não deve haver cadeia, que eles não devem ser julgados pelas leis da sociedade humana. Isto faz parte da Divina Comédia Humana, da ação carmática de cada um. O que estou querendo dizer é que ele não deve ser julgado e condenado por você, que não precisa receber a sua crítica e o seu ódio. Os acontecimentos da existência do ser que está vivendo o papel de bandido existirão sempre que estiverem programados para acontecer, mas você, se quer realizar a sua reforma íntima, não deve se dar o direito de julgá-los.

Da mesma forma, quando falo daquele que vive com uma razão mal educada não estou acusando ninguém. Como já falei anteriormente, nunca acuso ninguém de nada. Estou apenas constatando que esta forma de viver não está de acordo com os ensinamentos dos mestres e que por isso é preciso se reformar a razão que vive a partir destes conceitos.

Na verdade, o mal na situação que estamos comentando só está em quem vive apegado à razão humana. Vocês sabiam que existem missionários que vêm a Terra apenas para praticar delitos desta gravidade? Sim, existem espíritos que recebem como missão agir contrariamente aos ditames da razão mal educada, apenas para servirem de instrumentos à provação dos espíritos encarnados. Neste caso, todo seu ódio que sentiu por ele volta para você, já que são protegidos para que nada lhes alcance, visto que são enviados do Senhor.

Participante: é difícil aceitar isso...

Eu sei que para sua razão mal educada é difícil aceitar isso, mas ouça este trecho da resposta do Espírito da Verdade à pergunta 132 de O Livro dos Espíritos:

“visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus”.

O assassino é um espírito que toma um corpo cuja matéria seja igual a dos habitantes da Terra, para aqui, sobre as ordens de Deus, realizar ações que sirvam como provações para os seres encarnados, o que é a obra geral. Não foi exatamente o que falei a respeito de missionários? Porque não conseguem enxergar isso? Porque a razão de vocês é mal criada, ou seja, educada para defender sua humanidade.

Além do mais que morte pode existir? Para vocês morte é a cessação da vida. Mas, se como já vimos, ninguém morre antes da hora, isso quer dizer que não havia vida humana programada depois daquele momento. Não havendo, não houve morte, pois nada deixou de existir.

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A hipocrisia gerada pela má educação

O problema é que vocês, apesar de acreditar na existência depois da vida carnal, só vivenciam esta informação como uma cultura e não como verdade. Se realmente acreditassem nisso, ou seja, se sua razão fosse criada para acreditar que a vida nunca acaba, jamais se preocupariam com a morte. Não se preocupando com ela, que importância teria o momento do desencarne?

Mais uma coisa que a má educação da razão traz: o medo da morte... Todos vocês que estão aqui se dizem espíritas ou espiritualistas e por isso acreditam que existe vida depois do desencarne. No entanto, se eu perguntasse quem aceitaria morrer agora, ninguém se tornaria voluntário. Por quê? Porque não aceitariam sair da carne neste momento? Porque a razão mal educada é hipócrita...

A hipocrisia da razão mal educada está exatamente nela conter valores que são contrários a crenças que afirma possuir. Se a sua razão lhe diz que a vida continua, porque ela protege a sua existência carnal? Se a sua razão mal educada lhe diz que você é um espírito, porque ela o incita ao culto à beleza do corpo humano se sabe que não é este corpo?

Todo aquele que acreditando na existência humana como uma encarnação vive apegado à razão mal educada torna-se um hipócrita, ou seja, vive a vida de forma diferente daquilo que afirma acreditar. É por causa desta hipocrisia que é formada por conta da má educação que mesmo as razões que contém ensinamentos dos mestres ainda são poluídas.

Muitos seres humanos afirmam acreditar nos ensinamentos dos mestres. Os cristãos afirmam acreditar no que Cristo disse; os espíritas afirmam que procuram dirigir suas vidas pelos ensinamentos do Espírito da Verdade. No entanto, por conta da má educação que receberam e que não se libertaram, acabam usando estes ensinamentos para defender os anseios humanos, o gozar os bens materiais. Quantas vezes vemos palestrantes pedindo para que Deus socorra os doentes. Será que Ele, que é Onipotente e Onipresente não pode ver que aquelas pessoas precisam de ajuda e socorrê-los sem que um ser humanizado precise Lhe mostrar? Quantas vezes vemos padres pedindo que os fiéis que estão desempregados levem carteiras de trabalho às missas para que juntos orem pelo emprego. Será que eles não sabem que nem só de pão vive o homem?

Estas coisas só acontecem porque a má educação da razão, ou seja, a educação priorizando o bem estar humano está presente na razão que afirma acreditar nos ensinamentos dos mestres. Se suas razões não fossem mal criadas, os professores da lei incitariam nos doentes a fé – já que Cristo ensinou que é a fé que cura – ao invés de orar a Deus pedindo milagres; incitariam no desempregado a submissão aos desígnios do Pai ao invés de prometerem o céu na Terra. Justamente por usarem os ensinamentos dentro de uma razão formada para defender o bem estar humano é que continuam sendo professores da Lei, hipócritas.

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Educando a razão

Vocês estão compreendendo o que estou fazendo? Estou educando a razão de vocês que se dizem espiritualistas ou espíritas. Quando confronto a forma como a razão de vocês interpreta os acontecimentos do mundo com os ensinamentos dos mestres, estou fazendo com que a má educação que tiveram apareça e assim vocês podem libertar-se da impureza que torna a razão guia falível.

Não estou fazendo citações para parecer pastor evangélico nem para mostrar o quanto conheço dos ensinamentos dos mestres. Preciso lhes mostrar o que está escrito nos ensinamentos dos mestres para que vocês possam fazer a comparação entre o que dizem que acreditam com a forma como interpretam os acontecimentos do mundo. Isso é necessários, pois este é o trabalho que pode levar à reforma íntima que faz o ser aproximar-se de Deus e viver a felicidade que o Pai tem prometido, mesmo quando encarnado.

Estou usando, inclusive, mestres que vocês dizem que acreditam para poder mostrar as discrepâncias que a mente má educada tem entre a interpretação que faz dos acontecimentos do mundo com aquilo que ela mesma afirma acreditar. A razão mal educada diz que acredita nos ensinamentos de O Livro dos Espíritos, mas quando percebe um assassinato, ao invés de lhes mostrar que aquilo foi uma ação de um espírito a mando de Deus e que aconteceu no momento e na forma que tinha que acontecer, afirma que é um ato bárbaro, um crime.

Educar a razão é usar os ensinamentos dos mestres que você diz acreditar como filtro para criar realidades. Ao invés de acreditar num assassinato, numa brutalidade, a razão bem educada compreende este acontecimento como uma decorrência do carma dos espíritos.

Educar a razão é usar os seguintes critérios com as ações daqueles que não comungam dos mesmos ideais que você:

“Se alguém lhe der um tapa na cara, vire o outro lado para ele bater também. Se processarem você para tomar a sua túnica, deixe que levem também a capa. Se um dos soldados estrangeiros forçá-lo a carregar uma carga por um quilômetro, carregue-a dois quilômetros. Se alguém lhe pedir alguma coisa, dê, e empreste a quem lhe pedir emprestado”. (Mateus, 5, 39 a 42)

No entanto, para educar a razão desta forma, o ser humanizado precisa aprender a valorizar o mundo espiritual acima da existência material. Só quem valoriza a sua existência eterna em detrimento da carnal pode dedicar a sua vida para alcançar a reforma íntima ao invés de buscar o prazer ou qualquer outro bem material. Só quem valoriza a sua existência eterna consegue vender tudo o que tem e comprar o terreno que esconde o tesouro ou a pérola de valor (Mateus, 13, 44 a 46).

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A razão má educada é perfeita

Como educador momentâneo da razão de vocês o que estou fazendo ao citar todos estes ensinamentos de Cristo é relembrar o que este mestre falou. Estou relembrando caminhos apontados por um mestre que vocês dizem que seguem, mas cujos ensinamentos ela faz questão de esquecer na criação diária que faz através do pensamento da realidade. É isto que estou fazendo e ao fazer isso não estou acusando ninguém, nem dizendo que sua razão está errada.

Apesar de até aqui ter mostrado o quanto a razão má educada é contrária aos ensinamentos dos mestres, por favor, não entendam que estou dizendo que ela está errada. A forma como ela funciona é perfeita para a função dela na encarnação do espírito. Quando mostro como funciona a razão má educada não estou dizendo que ela deveria ser diferente. É preciso que seja exatamente da forma que é para que exista a provação do espírito.

Como poderia o ser humanizado realizar o trabalho de optar pelo amor universal se não houvesse alguém que lhe propusesse a vivência do individualismo? Como poderia o ser provar a si mesmo que o mais importante para ele é o bem celeste se não fosse tentado a optar pelo bem material? Como poderia haver opção se não houvesse duas possibilidades antagônicas disponíveis? Esta é a função da mente mal educada e para este fim o que ela propõe é perfeito.

Sem a razão falseada o espírito não teria provas. Se não lhe chegasse à consciência uma razão dizendo que tal pessoa está errada na sua forma de proceder para que você pudesse realizar o trabalho de libertação dela que lhe gera o merecimento de galgar a elevação espiritual, que mérito seria gerado pela sua encarnação? Sem a razão mal educada, aliás, não haveria necessidade de vida carnal e você como hoje se entende e vê nem existiria.

O ser humanizado, o ser humano que você acredita que ser, só existe por causa da encarnação do espírito. Esta é uma coisa que a razão de vocês não lhe diz por conta da sua má educação. Ela lhes faz acreditar que são seres humanos que possuem experiências espirituais, quando de acordo com os ensinamentos dos mestres, vocês são seres espirituais tendo uma experiência humana, ou seja, sendo submetidos a uma razão que defende o materialismo.

Ela é perfeita da forma que é porque dá ao ser universal a oportunidade de optar em não segui-la e com isso gerar o merecimento para aproximar-se. Já o ser que compreende isso e se deixa levar por ela é que não alcança a perfeição.

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As falsas realidades da razão má educada

A má educação da razão que o ser vivencia durante a encarnação, ou seja, a razão que é formada por valores humanos, acaba gerando algumas falsas realidades. Isso porque ela trata o valor humano como absoluto, ou seja, o usa como fiel para dizer o que é real e o que não é, o que é certo e o que não é. Um exemplo disso é a questão da vida em outros planetas...

Apesar de O Livro dos Espíritos dizer que há vidas em todos os planetas do Universo, já ouvi muito espírita e espiritualista falar que não existe vida na Lua ou em Marte. A razão que eles usam para dizer isso? A falta de oxigênio...

Para a razão humana a vida existe apenas nos lugares onde sejam satisfeitas as condições de existência impostas à massa carnal do planeta Terra. Mas, será que a vida existe apenas na forma humana? Porque não pode haver outras formas que habitem princípios inteligentes e que não precisem das condições humanas? Além do mais, como já vimos, a matéria universal é o fluído cósmico universal. É a múltipla forma que este elemento se combina consigo mesmo que dá origem às matérias como o ser humanizado percebe. Será, então, que o fluído cósmico universal é capaz apenas de formar corpos que abriguem princípios inteligentes se ele estiver combinado da forma que vocês chamam de humana?

Tudo o que falei nesta análise está em O Livro dos Espíritos, mas a razão má educada dos espíritas e espiritualistas acredita preferencialmente na ciência. Será que ela nunca leu nos ensinamentos do Espírito da Verdade que a ciência só pode descobrir o que Deus lhe permite?

“17. É dado ao homem conhecer o princípio das coisas? Não, Deus não permite que ao homem tudo seja revelado neste mundo”.

“18. Penetrará o homem um dia o mistério das coisas que lhe são ocultas? O véu se levanta a seus olhos à medida que ele se depura; mas, para compreender certas coisas, são-lhe precisas faculdades que ainda não possui”.

“19. Não pode o homem, pelas investigações científicas, penetrar alguns dos segredos da natureza? A ciência lhe foi dada para seu adiantamento em todas as coisas; ele, porém, não pode ultrapassar os limites que Deus estabeleceu”. (O Livro dos Espíritos)

Ao falar da pretensão da razão do ser humanizado (ser o original das coisas do Universo), me lembrei de uma história interessante. Durante uma palestra tinha uma mocinha sentada ao meu lado e para chamar a atenção dela para a questão que estamos conversando, perguntei: ‘você acredita, como está na Bíblia, que foi feita à imagem e semelhança de Deus’? Ele me disse que sim. Então, lhe pedi um favor: ‘você pode emprestar sua tesourinha para Deus cortar as unhas Dele’? É claro que Deus não tem unha, mas para que a razão de vocês fosse certa deveria ter, pois acreditam que o Pai tem a mesma forma humana de vocês e não que vocês, espíritos, tenham a mesma forma de Deus.

Será que depois de tantos anos convivendo com os ensinamentos espíritas e espiritualistas não sabem que o espírito não possui a forma humana? Será que nunca leram em O Livro dos Espíritos que o espírito é apenas um princípio inteligente, um brilho (perguntas 23 e 23a)? Os espíritos são criados à imagem e semelhança do Pai, mas não do ser humanizado. A forma humana nada tem a ver com a forma de Deus.

Aliás, nesta questão da forma há outras falsas realidades que a razão mal educada cria e que vocês acreditam. Vamos falar dela...

Se perguntar para espíritas e espiritualistas se já perceberam pela visão ou pela audição espíritos, certamente encontrarei muitos que responderão que sim. Só que o Espírito da Verdade afirma que o espírito para o ser humanizado é um nada (pergunta 23a). Como se consegue ver ou ouvir algo que nada representa para quem está tendo contato com ele?

Na verdade o que a razão está vendo é o perispírito e não o próprio espírito. O que ela está percebendo é a substância vaporosa que cobre os espíritos e não eles mesmos. Mas, perguntariam vocês, isso faz diferença? Muita... Vamos ver isso...

O fato de um ser humanizado se considerar capaz de ver espíritos dá chance à razão má educada a explorar no médium a soberba. Ela afirma que ele é capaz de realizar coisas como a cura de outras pessoas e o insufla a considerar-se melhor por conta disso. Mas, se o próprio Cristo diz que é a fé do ser humanizado que o cura, será que alguém pode se dizer capaz de curar? Ela afirma que o médium é um curador, mas a pergunta hum de O Livro dos Espíritos afirma que Deus é a Causa primária de todas as coisas e o comentário de Kardec à pergunta 9 afirma que “quaisquer que sejam os prodígios que a inteligência humana tenha operado, ele própria tem uma causa e, quanto maior for o que opere, tanto maior há de ser a causa primária”. Portanto, é real a vaidade e soberba dos médiuns?

Outra coisa que a razão explora para dar ideias que sirvam de provações para os espíritos encarnados quando eles exercem a função de médium é a comunicação com aqueles que já se foram para obter informações sobre o mundo espiritual. Já repararam que os seres humanizados se comunicam com reis, rainhas, cantores ou outros que cujo nome já foi imortalizado por obras anteriores. Nenhum espírito que a razão humana afirma estar em contato é um Joaquim, mas todos são Bezerra da Silva ou Ramatis. Mesmo movendo-se à velocidade do pensamento, certamente os espíritos que viveram estes personagens durante uma de suas encarnações não conseguiriam atender a todos os médiuns que afirmam contatar-se com eles.

Mas, como o ser humanizado médium sabe com qual espírito está se comunicando? Por causa da forma do perispírito. Acontece que em O Livro dos Espíritos é dito que qualquer ser universal pode moldar o seu perispírito para que ele se torne um instrumento perfeito da missão que tenha que executar. Será que por trás dos Ramatis ou dos Bezerra da Silva que os médiuns entram em contato não estão espíritos que viveram uma encarnação onde foram simples analfabetos? Se isso é possível, porque deixar-se levar pela exaltação que a razão mal educada faz destes seres humanizados?

Eis aí, portanto, algumas falsas realidades que a razão mal educada cria e utiliza para poder gerar a provação do espírito. Cabe ao ser humanizado manter-se fiel ao que crê e não deixar-se levar por ela...

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O mundo espiritual é criado pela razão humana

Acabamos de ver algumas falsas realidades que a razão humana cria para o mundo espiritual e que como vimos não corresponde às informações dos mestres sobre aquele mundo. Porque ela faz isso? Porque, por causa da sua má educação, acredita que o mundo humano é a Realidade, é o certo. Mas, isso não é real.

Krishna chama o mundo humano de maya ou ilusão. Ele também afirma que este mundo é como uma miragem: algo que se vê onde existe outra coisa. Portanto, o Universo dos espíritos é algo diferente daquele que vocês vivem.

Uma vez uma pessoa me disse que apesar e eu incitá-lo a abandonar as coisas humanas, para ele isso era difícil de fazer, pois era um amante da natureza. Como tal, exaltava as flores do campo, o nascer e o por do sol, etc. Eu respondi para ele: ‘é por isso que você está encarnado e desencarnando há sete mil anos’.

No mundo espiritual, que como já conversamos é amórfico, não existe a natureza como vocês a conhecem. Por estarem presos a esta emoção gerada pela má educação da razão, os seres humanizados que desencarnam quando chegam lá, voltam correndo para poder desfrutar daquilo que estão apegados. Por conta deste apego, que é gerado pela razão e aceito pelo ser humanizado, é que a maioria dos seres encarnados não tem a menor disposição para realizar o trabalho que o leva a elevação. Eles não querem largar as emoções geradas pela razão.

É para satisfazer a esses que a razão humana cria o mundo dos devas que já conversamos. Cria as cidades espirituais com flores, rios, cachoeiras, etc. Mas este mundo não é real.

Aquele que quer realizar o trabalho da reforma íntima precisa se libertar destas formações mentais que são usadas como provações para o espírito.

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Idolatria

Outro aspecto que a má educação da razão leva o ser humanizado a vivenciar é a homenagem a expoentes humanos da doutrina que seguem: a idolatria...

Na Bíblia a questão da idolatria é bem clara. No primeiro mandamento entregue à Moisés é dito: não amarás outro que não o Senhor Deus. Nos provérbios, Salomão afirma que aos mestres devemos respeito, mas idolatria só o Pai. Já Cristo afirma que não devemos chamar ninguém de pai, pois temos um Pai que mora no Céu. Apesar disso, a razão humana continua, por conta da sua má educação que coloca as coisas humanas como certas e perfeitas, continua gerando ídolos e os seres humanizados aceitando esta idolatria.

Mesmo o espírita, cuja doutrina não comunga com esta idolatria, vivencia esta questão. Existem em diversos lugares bustos de Kardec. O seu túmulo é trabalhado com pedras e possui cobertura. Todos os dias flores são colocadas lá, mas principalmente no dia do aniversário de sua morte espíritas se junta ao túmulo para orações e muitos colocam pedidos para o Codificador da doutrina espírita.

Será que estas pessoas nunca leram a O Livro dos Espíritos?

“326. Comovem a alma que volta à vida espiritual as honras que lhe prestem aos despojos mortais? Quando já ascendeu a certo grau de perfeição, o Espírito se acha escoimado de vaidades terrenas e compreende a futilidade de todas estas coisas”. (O Livro dos Espíritos)

Tendo um ensinamento que deixa claro esta questão, porque continuam indo lá e prestando homenagens a um ser que certamente já dispõe de elevação suficiente para não aceitar a idolatria? Porque ainda aceitam as verdades criadas pela razão má educada.

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A má educação e a elevação

A partir destes aspectos que vimos, creio que ficou clara a questão da má educação da razão humana com a qual convivem hoje os espíritos encarnados. Acreditar nela é um entrave para aqueles que buscam a comunhão com Deus que leva à vivência da felicidade que Ele tem prometido, já que ela foi criada para enaltecer os valores humanos e não os espirituais.

Podemos, então, ver outro elemento que está presente na razão humana e que a torna um guia falível para aquele que quer aproveitar a encarnação e elevar-se.

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Soberba

“Seria infalível, se não fosse falseada pela má educação, pelo orgulho...”

O Espírito da Verdade chama a segunda característica que não deixa a razão humana tornar-se um guia infalível de orgulho, mas eu não gosto deste termo para caracterizá-la. Para mim, orgulho é a sensação do dever cumprido. Ele é importante como mola propulsora para levar o ser humanizado a caminhar mais adiante. Por isso prefiro chamar a característica que a razão possui para tentar o espírito encarnado de soberba...

A soberba existe quando a razão afirma que você fez e por isso é melhor do que aquele que não fez ou quando diz que realizou algo melhor do que outro. Soberba é algo que leva à razão a dizer que você é melhor do que os outros.

Portanto, vamos tratar esta característica como soberba...

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Vencer

A característica soberba que existe na razão humana a faz criar pensamentos que sempre espelham que você é melhor do que o outro. A sensação que acompanha esta razão é a de vitória...

A razão humana traz em si necessidade de vencer os outros ou as coisas do mundo. Por isso, mesmo quando ela concorda com o que os outros falam, sempre encontra um mínimo reparo a ser feito no que foi dito. Desta forma ela pode lhe dar a sensação de ser mais completo que o outro.

Por causa da característica soberba que existe na razão humana ela nunca quer ajudar o próximo: o que quer é submetê-lo à verdade que ela acredita. Por conta desta característica ela nunca age sem motivação, mas está sempre agindo com uma motivação: ser melhor, vencer os outros.

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A soberba e o trabalhod a reforma íntima

Porque vocês vieram aqui? Sei que responderão a partir da razão humana de forma hipócrita: porque gosto, porque acho bom, porque me sinto bem estando aqui. Estas respostas são hipocrisias criadas pela razão humana para esconder o verdadeiro objetivo de estarem aqui: ganhar. A razão humana lhes trouxe aqui para receberem ensinamentos e assim conseguirem realizar o trabalho que leva à elevação espiritual. Isso não é uma vitória?

A razão humana se utiliza sempre da busca da vitória até na realização do trabalho para a elevação espiritual, já que ele é tratado por ela como uma vitória. Ela não busca aproximar-se de Deus para estar com Ele, mas trata o alcançar esta proximidade como uma vitória. Para ela, o importante não é estar com o Pai, mas ganhar algo. Ela não busca o Senhor por amor a Ele, mas realiza o trabalho para obter uma vitória individual.

Eu me lembro de uma vez que uma moça conversou comigo e disse que queria desencarnar logo, pois amava muito a Deus e queria encontrá-Lo. Segundo ela, nesta vida ela era muito só. Suas irmãs, sua mãe e seu marido haviam se afastado dela e ela vivia sozinha e tinha a certeza que quando desencarnasse Deus a pegaria no colo e lhe faria afagos. Eu respondi que o problema dela era vencer a solidão e não querer estar com Deus. E disse mais: ‘se você achar um homem ateu que lhe dê este carinho e a atenção que quer, com certeza nem mais acreditará em Deus’.

Este é um detalhe que precisa ficar bem consciente a vocês, pois quem procura a elevação espiritual com o objetivo de ganhar, de conseguir algo que não tem, com certeza jamais a encontrará. Isso porque para aproximar-se de Deus o ser humanizado precisa estar despojado de toda intencionalidade que o leve a sentir-se vitorioso.

Lembro-me de outra moça que nos acompanhava sempre nas conversas virtuais e muitas vezes viaja para nos ouvir. Normalmente perguntava a ela: ‘o que está fazendo aqui?’ Ele me respondia que estava ali porque queria alcançar a elevação espiritual. Eu dizia, então: ‘é por isso que não consegue’. Quem busca a elevação para conseguir algo, jamais consegue, pois seu objetivo real não é comungar com o Pai, mas alcançar uma vitória.

Por conta disso afirmo que a razão humana pouco está ligando para que se consiga a elevação pelo fato desta lhe garantir uma existência eterna ao lado do Pai, mas está preocupada em realizar este trabalho para poder gerar uma vitória.

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A batalha com o próximo

Para poder gerar vitórias, a razão humana explora os outros seres humanizados com os quais você convive. Ela usa os demais seres como instrumentos para poder obter a vitória e hipocritamente afirma que está fazendo aquilo por amor ao próximo. Para que existisse amor ao próximo era preciso que houvesse uma entrega a ele. Seria preciso que a razão humana desistisse de ter razão e comungasse com as verdades e objetivos do outro. Só que ela não faz isso. Ao contrário, expressa o seu amor através do ato de ensinar aos demais seres humanizados o que ela acha certo. Ou seja, tenta dominá-los e quando consegue isso, ela lhe dá a sensação de vitória.

É preciso que você entenda que a sua razão humana nunca tem pena e nem está preocupada com os outros. Esta preocupação não existe nela. Mesmo nos casos onde o ser humanizado acredita que exista um amor profundo, como entre mãe e filho, o que há sempre é uma razão explorando outra para submetê-la aos seus ditames e com isso poder dar a sensação de vitória, que vocês confundem com a ideia de estar amando.

A razão do filho explora os códigos da maternidade para poder ganhar alguma coisa da mãe; a razão desta explora os códigos de filiação do sistema humano de vida para também poder obter vitórias. Isso vale para todos os relacionamentos do mundo humano: amigos, parentes, conhecidos, amigos de trabalho. Sempre uma razão está explorando um código humano que regula aquela relação para poder obter uma vitória pessoal.

 É por isso que as relações humanas são tão conturbadas. Dificilmente se encontra dois seres humanizados que realmente conseguem conviver em paz absoluta. Isso porque o que marca o relacionamento deles é a característica soberba que está presente na razão e que os leva a vivenciar cada relacionamento como uma batalha onde uma vitória precisa ser conseguida. Por mais que os seres humanizados acreditem que estão relacionando-se com outros de uma forma pura, sincera, a presença desta característica que o Espírito da Verdade cita não deixa isso acontecer. Por trás dos maiores amores que a razão afirma existir, a característica soberba da razão não deixa que o relacionamento entre estes seres seja puro e desinteressado.

Uma mãe – e cito muito a mãe porque, segundo vocês, é este ser humanizado que consegue nutrir o amor mais puro que existe – que se diz preocupada com a saúde e o futuro do filho não está realmente preocupada com isso. O que ela está preocupada é em não ser derrotada, o que aconteceria se o filho morresse ou não conseguisse alcançar um futuro reconhecido como bom pelos seres humanizados.

Sei que vocês não estão acreditando muito no que estou dizendo. Guiados por suas razões estão dizendo que isso pode acontecer com outro, mas não com vocês. Mas, lhes faço a mesma pergunta que Cristo fez e que já citamos: vocês teriam coragem de se ver por dentro? O que estou fazendo é desmascarando o interior de vocês, as suas razões. O que estou fazendo é retirando a hipocrisia que a sua razão usa para esconder a soberba que está presente nos pensamentos para que possa aproveitar esta provação e promover a reforma íntima e assim entrar em comunhão com Deus.

Este pretenso amor que os humanos acham que nutrem pelos seus descendentes e que consideram a coisa mais importante, mais pura que podem sentir sempre foi considerado como um entrave à elevação espiritual. Krishna fala da necessidade do desapego destas sensações e até conta no Bhagavata Puranas a história de dois passarinhos que se perderam justamente por conta deste amor. Cristo foi mais longe ainda:

“Quem ama o seu pai ou a sua mãe mais do que a mim não serve para ser meu seguidor. Quem ama o seu filho ou a sua filha mais do que a mim não serve para ser meu seguidor. Só pode ser meu seguidor quem pega sua cruz e me segue”. (Mateus, 10, 37 e 38)

No próprio O Livro dos Espíritos encontramos informações deste tipo. Quando perguntado se os seres que deixam este mundo se preocupam com o destino daqueles que ficam, o Espírito da Verdade responde que sim, mas que esta preocupação varia de acordo com o grau de elevação de cada ser: quanto menos elevado, mais se preocupa.

Porque todos os mestres incitaram o desapego aos laços familiares, ao chamado amor puro? Porque eles sabem que esta sensação é criada por uma razão que possui como característica a soberba e que por isso a utiliza para encobrir a busca da vitória que leva o ser a se afastar de Deus. Eles foram contrários à vivência da hipocrisia de dizer que ama porque sabiam que a razão humana sempre utiliza deste artifício para dar a provação do amor ao próximo.

Se você não entende que o que está vivendo é soberba e não amor, não luta contra a razão. Se não faz isso, é guiado por ela e jamais consegue entrar em comunhão com Deus.

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O prazer

Mas, para que a razão humana quer criar a sensação da vitória? Para lhes dar o prazer...

A razão humana faz questão de confundir o prazer com a felicidade, mas as duas coisas não são iguais. A felicidade é eterna e pura, ou seja, existe sempre e não precisa de motivos para existir. Já o prazer é a satisfação de ver suas posses, paixões e desejos preservados e atendidos.

A felicidade é fruto do amor; o prazer é resultado de uma ação egoísta. Por isso, a vivência do prazer afasta o ser humanizado de Deus.

Só aquele que não confunde felicidade com prazer pode ver a ação da soberba da razão iludindo-o e assim fazer a opção que o leva a comungar com Deus.

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Ganhar e perder

Guiados pelo Espírito da Verdade estamos conversando sobre a característica de sempre querer obter uma vitória sobre o próximo que está presente na razão do ser humanizado. Estamos chegando à conclusão que para alcançar a comunhão com Deus o ser humanizado precisa libertar-se desta característica. Com isso, no entanto, não estou dizendo que deve querer a derrota, pois se isso acontecer, ela se tornará uma vitória e por isso será explorada pela razão.

Muitos seres humanizados ao conscientizarem de que a razão ao se relacionar com os outros está querendo obter uma vitória acabam ansiando por perder. Isto será usado contra eles pela razão para continuar lhes gerando as provações que caracterizam a encarnação do espírito.

Quando falo do relacionamento da mãe com o filho ou de dois amigos não estou querendo dizer que os seres humanizados que ocupam estes papéis na Divina Comédia Humana devem tornar-se submissos aos outros para poderem elevar-se. O que quero dizer é que devem aceitar os valores da razão dos outros. Se uma pessoa, por exemplo, gosta do verde, você, que gosta do amarelo, não precisa passar a gostar do verde. O que precisa é aceitar que o outro tem o direito de gostar do verde e de achar que esta cor é mais bonita que o amarelo. Este é o amor ao próximo.

Ama o outro aquele que lhe dá o direito de gostar do que quiser, de fazer as coisas do jeito que achar melhor. O amor se expressa justamente por esta capacidade de respeitar o livre arbítrio que Deus deu a cada um de seus filhos. Para isso, o que é preciso é aceitação da diferença entre as razões e não a submissão ao outro.

A reforma íntima não se constitui numa mudança de valores da razão humana, mas sim pela libertação das criações do tentador do espírito em provações. Convivendo com uma razão humana que lhe diz que o amarelo é mais bonito que o verde, mas não aceitando a ideia de ter que provar isto ao próximo, o ser humanizado prova a si mesmo que está mais ocupado com a busca de comungar com Deus ao invés de ter uma vitória.

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Rompendo com a razão humana

Participante: como se faz para se romper com a razão?

Você me fez uma pergunta difícil com uma resposta tão fácil... Como se rompe com a razão? Sendo fiel a você mesmo.

Você acredita que é um espírito? Seja fiel aos valores do ser universal. Acredita que está encarnado? Seja fiel aos objetivos da encarnação elencados pelo Espírito da Verdade na pergunta 132 de O Livro dos Espíritos. Acredita que nasceu para realizar o trabalho da reforma íntima? Priorize a vivência dos caminhos que os mestres ensinaram para que realize este trabalho. O problema é que você acredita nestas coisas, mas só usa estas crenças para obter vitórias.

Mais uma vez relembro: não estou lhe acusando de nada. Estou apenas mostrando uma forma de relacionamento que os seres humanizados comumente fazem com as informações que recebem dos mestres: usá-los como um tesouro que lhes enriquece.

O que os mestres ensinaram serve apenas como uma placa que mostra um caminho que deve ser caminhado. No entanto, a maioria dos seres humanizados ao invés de caminharem, ou seja, colocarem em prática o ensinamento, o trata como um tesouro que deve ser protegido. Por isso os enterra no fundo do mar. Mas, de que vale um tesouro no fundo do mar? Se ele não pode fazer nada por você, de nada vale.

Os seres humanizados não rompem com razão porque não colocam em prática os ensinamentos que recebem Na verdade, eles só servem como elementos para gerarem um discurso que os levem a provar que possuem maior cultura, ou seja, são utilizados como armas para obter uma vitória.

Em O Livro dos Espíritos (Introdução I) Kardec define o espiritualista como sendo aquele que acredita haver algo além da matéria. Acontece que tanto ele quanto os mestres também afirmaram que o apego à letra fria, ou seja, a crença sem prática, de nada vale. Por isso, para que alguém possa se dizer espiritualista é preciso mais do que acreditar haver algo além da matéria: é preciso viver para este algo mais.

É a partir desta consciência da necessidade de se viver para o algo mais que se acredita existir que começa o rompimento com a razão. Ele começa quando você diz para si mesmo que acredita que é um espírito, que crê que está encarnado para promover a reforma íntima e assim comungar com Deus e que para isso precisa libertar-se da ação da razão. Ou seja, ele começa quando você consegue superar sua própria razão motivada pelas crenças que afirma ter.

Quando você se torna fiel a sua ideia de que é um espírito e começa a viver para este ser que imagina que é e para o mundo dele, pode aceitar que a razão humana é má educada e soberba e romper com ela. Mas, enquanto a ideia de que você é um espírito só existir como um recurso para que você se sinta mais culta do que quem não acredita nisso, só servirá como instrumento para a razão lhe colocar em batalhas por novas vitórias e assim lhe dar o prazer.

Quem não coloca o ensinamento que recebe em prática acaba apenas buscando vitórias. Foi o caso de um católico que acreditando no repouso dos mortos até a volta de Cristo, ironizou um japonês que estava colocando um prato de arroz em outra sepultura: ‘você é mesmo burro. Se fosse cristão saberia que os mortos estão dormindo e que por isso não podem voltar a Terra. Quem já morreu não pode comer este arroz’. O japonês respondeu: ‘pode sim’. O cristão vaidoso de sua cultura e certo da oportunidade de passá-la para o outro perguntou apressadamente: ‘quando’? ‘Quando vier cheirar as flores que você está colocando neste túmulo’.

O cristão tinha a informação, mas ele não a colocou em prática. Por isso estava no túmulo de um ente querido colocando uma flor para um corpo que não poderia cheirá-las. Como não via que a sua cultura de nada valia a não ser como arma para obter uma vitória, acabou sofrendo.

O ser humanizado que não coloca em prática os ensinamentos que recebe não consegue romper com a razão humana. Por isso suas ações são sempre fundamentadas na soberba, ou seja, as informações servem para converter os outros às verdades que estão na sua razão.

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A necessidade de desiludir-se copm a humanidade

Eu nunca fui de meias palavras. Por isso, digo claramente: enquanto você não se desiludir com a humanidade que está vivendo permanecerá sempre preso à razão mal educada.

O primeiro passo para quem busca a elevação espiritual é se desiludir com a humanidade, com as fúteis vitórias que ela cria. Se você ainda se sentir bem com as vitórias sem importância para a sua existência eterna geradas pela sua razão, certamente estará sempre preso a ela e com isso a má educação guiará a sua ação soberba.

Quem não se desilude do elogio barato, do reconhecimento de estar certo ou de ser aquele que sabe das coisas, levado pela má educação da razão, aquela que premia o bem material ao invés do espiritual, certamente continuará preso à humanidade e lutará para tornar-se um ser humanizado de sucesso ao invés de trabalhar pela sua reforma íntima. Isso vale para todos, inclusive para os religiosos.

Temos uma palestra cujo título é ‘A Humanidade Odeia Jesus Cristo’. Ela mostra o quanto aquele que ainda está iludido pelas falsas vitórias, pelo ganhar o bem terrestre, diz que ama Cristo, mas na verdade o odeia. Isso porque o mestre foi contrário às vitórias humanas.

Ele afirma que se deve dar a outra face ao invés de querer vencer para ter razão; ensina que ao se chegar a um banquete deve se sentar o mais longe possível da mesa principal, enquanto que o ser humanizado quer sempre o lugar de destaque. Ensina que devemos ser simples, quando a humanidade considera a ostentação como símbolo de felicidade. É por estes motivos e muitos outros que a humanidade odeia Jesus Cristo, apesar de dizer que o ama. Hipócritas...

Para que você se desiluda com a humanidade é preciso atentar ao que o apóstolo Paulo ensinou: a lógica humana é contrária a lógica de Deus. Todo o desenvolvimento mental executado pela razão má educada tem finalidades que são contrárias àquelas que possuem os espíritos libertos desta etapa da evolução. A razão humana quer ganhar, enquanto que a espiritual quer compartilhar; quer o prazer, enquanto que os espíritos buscam a felicidade que Deus tem prometido; quer o reconhecimento, enquanto que aqueles que possuem uma razão bem educada querem o serviço; busca o elogio, quando os espíritos querem apenas amar o próximo como a si mesmo.

Desiludir-se com a humanidade que vive é entender que tanto a vitória, o prazer, o reconhecimento e o elogio levam a um estado de espírito alegre que só dura por pouco tempo. É entender que estas coisas não trazem uma água que mata a sede, mas que somente aquela que é ingerida com o serviço a Deus através do próximo pode realmente saciar. Enquanto o ser humanizado ainda achar bom o sabor da água humana, continuará vivendo como hipócrita dizendo que está buscando a Deus, mas servirá à sua humanidade, à razão má educada.

Um dia me perguntaram sobre o destino dos corruptos. Quem me perguntou queria saber o que aconteceria na outra vida para aqueles que praticavam a corrupção nesta. Eu disse: ‘o mesmo que o seu, pois você é um corrupto’. É claro que a razão mal educada e hipócrita daquele ser sentiu-se ofendido dizendo que nunca havia corrompido ou se deixado corromper. Eu, então, provei que sim.

Corrupto é todo aquele que gosta de levar vantagem com o bem dos outros. Todos aqueles que se utiliza de um bem de outro para poder auferir uma vitória para si é um corrupto. Dentro deste pensamento, quem diz que o outro está errado não está tornando-se um corrupto? Ele levou como vantagem o sentir-se mais importante, mais certo, mais conhecedor da verdade com o bem que era do outro, a verdade, pois quem disse que aquele estava errado?

Esta comparação pode até ficar difícil para vocês entenderem que são corruptos. Por isso vamos ver exemplos corriqueiros da existência carnal que vocês praticam para ver se a sua razão, apesar de acusar os políticos de corruptos, também não é.

Quando ao comprar alguma coisa o vendedor lhe diz que se você abrir mão da nota fiscal o preço ficará menor o que faz? Quando um guarda de trânsito vai lhe multar por conta de uma infração que cometeu você aceita a multa ou dá um dinheiro para ele não aplicá-la? Quando está passando no caixa e a atendente esquece-se de cobrar um produto, você a avisa?

Todas estas posturas são corrupções iguais àquelas que são praticadas por políticos e funcionários do governo. Você pode fazê-las; eles não? Por quê? Porque imaginam que são coisas pequenas que não ferem a coletividade como a praticada pelos outros. Enganam-se...

Quando vocês abrem mão da emissão da nota fiscal, o comerciante deixa de pagar imposto e com isso o governo arrecada menos e não pode fazer tudo o que a população precisa. ‘Mas, me dirão vocês, o meu desvio é pequeno se comparado ao deles’. Esta é a ideia hipócrita que a razão má educada, a razão criada para levar vantagem sempre sobre os outros cria.

Se pensarmos realmente apenas em você fazendo, certamente o volume de dinheiro seria pequeno e não daria para muita coisa. No entanto, não é só você que vive deste modo. Centenas, milhares de pessoas praticam esta sonegação diariamente. Pensando nisso, acho que fica bem claro que o montante de dinheiro desviado por vocês é grande, não?

Neste momento a razão formada para dirigi-lo para tornar-se um ser humano vitorioso me dirá: ‘mas, todo mundo faz isso. Porque só eu vou pagar mais’... Porque você está interessado na evolução espiritual, eles não. Estando, precisa fazer a sua parte ao invés de justificar a ação contrária à intenção de elevar-se com o mesmo discurso que a humanidade usa.

Todo ser humanizado quer ganhar, quer estar certo e para isso usa de discursos que justifique suas ações que moralmente não poderiam ser aceitos. Por mais desbarata que seja uma justificativa, a razão gerada para obter vitórias dentro do sistema humano de vida é tornada lógica e você que quer aproximar-se de Deus não deve se deixar levar por este discurso.

Gosto muito de ilustrar o que digo com piadas, pois acho que fica mais simples para vocês compreenderem o que quero dizer. Para entenderem a questão do levar vantagem em tudo, vejam o papel ridículo desta mãe.

Os pais de um jovem foram assistir o desfile militar no qual o filho ia participar. A tropa ia passando e o filho não chegava. De repente a mãe diz para o pai: ’olha nosso filho lá’. O marido, então, responde: ‘onde?’ A mãe aponta o filho e diz: ‘é o único de passo certo’...

Esta é a razão do ser humanizado: aquela que jamais aceita uma derrota, jamais aceita que está errada, mas que cria justificativas para colocar o erro nos outros. Por conta da busca de sempre desejar obter vitórias, mesmo onde é impossível obtê-las, ela acaba criando justificativas ridículas que não possuem o menor embasamento dentro de uma lógica. Você, que quer buscar a elevação espiritual deve observar isso. Só assim poderá se desiludir com a humanidade de sua razão.

É a falta de lógica do discurso hipócrita da razão quando comparado às suas crenças que vocês precisam perceber para que se desiludam com a humanidade que vive. Enquanto não desiludir-se com ela, certamente farão o papel hipócrita desta mãe e acharão que estão sendo o máximo.

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O certo e o errado

As vitórias que a razão cria estão sempre vinculadas aos códigos de lei criados pelo sistema humano de vida que afirma que tal coisa é certa ou errada, boa ou má, bonita ou feia, limpa ou suja. Estes parâmetros não existem no mundo espiritual, mas apenas na mente que está falseada pela má educação, pela soberba e pelo terceiro item que vamos ver agora.

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O eogísmo

“Seria infalível, se não fosse falseada pela má educação, pelo orgulho e pelo egoísmo”.

Chegamos à terceira característica da razão que a torna um guia falível para aquele que quer comungar com Deus: o egoísmo...

O que é ser egoísta? Pensar e viver para si mesmo... Ou seja, egoísta é aquele que defende os seus interesses acima do interesse dos outros.

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O egoísmo e a caridade material

A partir desta definição, pergunto: quem supre a necessidade alimentar de outro porque acha certo fazer isso, porque acha que é um obrigação moral, porque acredita que esta seja um caminho para a elevação, está sendo egoísta? Claro que sim, pois está fazendo apenas aquilo que acredita ser certo.

Este é um exemplo que gosto muito de usar porque a razão mal educada e soberba à qual vocês estão ligados afirma que não, mas é quem dá motivado por ideais individuais é um egoísta. Isso porque a sua ação está defendendo o seu interesse, a sua verdade, a sua crença.

Quem dá alimento a quem precisa porque sabe que este é o certo de se fazer é um grande egoísta. Com isso, por mais meritória que a razão mal educada afirme que esta ação é louvável, na verdade trata-se de um ato fundamentado no egoísmo. É por isso que Cristo ensina que não deve se deixar a mão direita ver o que a esquerda está fazendo. Aquele que racionalmente sabe o porquê está executando uma ação não cumpre este caminho para a elevação espiritual.

Participante: além de egoísta, o serviço ao próximo realizado por convicções individuais também é tratado como uma vitória, não?

Sim. Aliás, qual o nome que se dá àquele que obtém lucros individuais com o trabalho do outro? Cafetão. Pois é, quem dá alimento aos necessitados porque sabe que isso precisa ser feito para atingir o que se quer está explorando o pobre para obter uma vitória individual, além de ter agido com fundamento egoísta.

Participante: o senhor, então, é contra a caridade ao próximo?

Esta mesma pergunta foi feita ao Espírito da Verdade. A resposta está nas perguntas 886 e 888 de O Livro dos Espíritos, mas principalmente na 888a.

 “Dar-se-á reproveis a esmola? Não; o que merece reprovação não é a esmola, mas a maneira porque habitualmente é dada”.

Se vocês saíssem à rua sem intenções e dessem esmola quando lhes fosse pedido, de nada haveria para reprovar. Mas, vocês não fazem isso: saem propositalmente para dar. Neste caso, aconteceu um ato egoísta e não uma ação caridosa realmente.

O resultado desta ação, para você, não é o atendimento do outro, mas ter conseguido fazer o que queria naquele momento. Por isso, o ato tornou-se uma vitória e não uma caridade. Além do mais, você sai para fazer a caridade não pensando nas carências dos outros, mas porque se submete a um sistema humano de vida que afirma que isso é moralmente correto. Viram a influência da razão humana destruindo aquilo que parecia ser uma ação louvável?

Portanto, não sou contra o dar aos necessitados. Acho que você pode dar esmola para quem quiser, mas se quer aproveitar a oportunidade da encarnação e comungar com Deus durante ela, o que não pode é explorar o outro para você ter o prazer de ter conseguido fazer o que queria. Jamais poderia ser contra a qualquer acontecimento do mundo carnal, pois como ainda vamos ver, Deus é Causa Primária de todas as coisas. Sendo assim, tudo o que acontece é Perfeito por conta de sua Origem.

Quando observamos isso encontramos mais uma exploração. Sendo Deus quem causa o auxílio ao necessitado, porque você vai gozar o prazer desta situação?

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O egoísmo diário

Como disse, gosto deste exemplo porque ele destrói algo que a razão humana de vocês chama de sagrado, de expressão máxima do amor. No entanto, o egoísmo está presente a cada pensamento criado pela razão e não só neste momento.

Quem aqui aceita placidamente dar o seu lugar para outro sem que acredite que isso é um ato bondoso? Quem aqui desmotivadamente entrega a razão ao outro concordando com seus pontos de vista? Quem aqui aceita ser ultrapassado por outro ser humanizado quer seja no trabalho ou em qualquer competição? Quem aqui aceita sem retrucar quando a ideia do outro difere da sua? Só quem age desta forma é aquele que acredita que isso é certo e neste caso está agindo por esta motivação pessoal e não por amor ao próximo realmente.

Todas estas situações são egoísmo. Aquele que não é egoísta aceita ser ultrapassado, contrariado, vilipendiado pelo outro e não se desgosta com estas situações. Nem age desta forma motivado por qualquer coisas, pois não defende o seu direito acima do de outra pessoa.

Lembro-me também que numa conversa estava falando da questão do respeito. Disse que vencer o egoísmo é respeitar o direito do outro ser, estar e fazer o que ele quiser sem que você retruque mostrando o certo. Depois de ter dito isso uma mocinha me perguntou: ‘e se ele me desrespeitar?’ Eu respondi que ela deveria respeitar o direito do outro lhe desrespeitar, pois quem anseia pela comunhão com Deus é ela e não outro.

Reagir aos ataques às suas posses, paixões e desejos: esta é a posição que a razão má educada, soberba e egoísta toma a cada momento. Se você sabe que ela não é um guia infalível para a sua aproximação do Pai deve se libertar destas conclusões.

Comunhão com Deus-Textos-1-A razão

O egoísmo e a propriedade privada

Para quem quer aproveitar a encarnação eu tenho um conselho: não imaginem que é fácil descobrir a ação do egoísmo. Ele está escondido no discurso da razão (pensamento) por trás de uma camada de hipocrisias que justificam a ação egoísta. É preciso que você mergulhe fundo na educação da sua razão para poder descobri-lo. Vou dar um exemplo do que estou falando.

Qual a última coisa que um frequentador de um centro faz depois que acabou a reunião. Não estou falando do momento do encerramento, mas sim depois que toda a audiência e demais pessoas já se retiraram. O que faz o último que sai de um centro espírita?

Participante: tranca a porta...

Protege a sua propriedade, não é mesmo? Protege aquilo que julga que é seu da ação de outras pessoas, não é mesmo? Pois bem, em O Livro dos Espíritos o Espírito da Verdade diz que o homem tem direito à propriedade particular, mas que deve compartilhá-la com todos, como uma abelha faz. Será que trancando o centro você está compartilhando a casa de Deus com os outros?

Eis aí um ato de egoísmo que é realizado diariamente por todos os seres humanizados: trancar suas posses com cadeado para que outros não tomem o que a mente humana considerada como seu. Esta ação, que é genuinamente egoísta, no entanto, é justificada pela razão com uma série de argumentos que nada mais são do que instrumentos que ela usa para obter vitórias e servir a humanidade. Se você não se libertar da lógica destas razões, não conseguirá comungar com Deus.

Por isso, mesmo aqueles que dizem seguir os ensinamentos do Espírito da Verdade trancam suas casas e centro de orações para não serem roubados. A estes pergunto: vocês não confiam em Deus? Se confiassem acho que não precisariam fazer isso...

O grande problema é que o deus de vocês é a chave, o alarme, a cerca elétrica. Ela representa o instrumento da sua segurança e não a sua fé no Pai. Como querem aproximar-se Dele e viver a felicidade que Ele tem prometido se não confiam Nele?

Não estou fazendo aqui apologia a não trancarem suas casas. Como já disse, Deus é Causa Primária de todas as coisas e por isso qualquer ação que pratiquem é Perfeita por conta de sua Origem. O problema não está em trancar ou não, mas onde reside a sua segurança.

O egoísmo, ou seja, a defesa de seus interesses estará sempre presente no ser enquanto ele estiver no mundo de provas e expiações. Ou seja, enquanto vocês encarnarem neste mundo terão sempre a intenção de proteger seus bens. Isso não pode ser mudado, pois como já disse diversas vezes, é característica primária do espírito que encarna aqui para provações. Ele só se encerrará quando este mundo for superado e para isso é preciso que confiem em Deus acima de todas as coisas.

Passem as chaves nas portas, coloquem alarmes e cercas elétricas para protegerem suas propriedades que consideram como privadas, mas não acreditem que estas coisas vão protegê-los. Aliás, não é isso mesmo que acontece? Quanto mais o ser humanizado providencia sistemas que proteja sua propriedade, quando ladrão quer, como vocês dizem, nada o impede de roubar. Portanto, estas coisas não são dignas de confiança, mas aquele que se entrega ao Pai, mesmo sendo assaltado, jamais vai se sentir perdido porque foi roubado.

Por falar em ladrão, sabe quem é este ser humano? Um espírito que, como já vimos, ocupa um corpo de acordo com este mundo para aqui, por ordem do Pai, realizar a sua parte na obra geral. Que parte é esta? Lembrá-lo do ensinamento de Cristo: distribua tudo que é seu entre os pobres e me siga.

O ladrão é aquele que lhe retira as suas posses que Cristo disse que você deveria abrir mão. Ele não é um bandido e nem entrou na sua casa porque esta foi a sua escolha. Ele foi levado como instrumento de Deus para que você tenha uma provação. Como iremos ver mais à frente, neste momento, como em todos os demais de sua existência, Deus estará lhe perguntando: ‘e agora, você vai amar mais a mim ou às suas propriedades?’

Comunhão com Deus-Textos-1-A razão

O homem velho e o novo

Acho que agora que vimos todas as impurezas que tornam a razão um guia falível para aquele que quer comungar com Deus fica bem clara a necessidade de se libertar de todas as ideias que ela produz. Quando isso acontece, como dizem os espíritas, nasce um homem novo do velho.

“Eu afirmo que ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito. A pessoa nasce fisicamente de pais humanos, mas nasce espiritualmente do Espírito de Deus. Por isso não se admire de eu dizer que todos vocês precisam nascer de novo”. (João, 3, 5 a 7)

Muitos espíritas acreditam que nesta passagem do evangelho está uma afirmação da existência do processo encarnatório, mas isso não é real. Esta frase foi dita à Nicodemus, um líder religioso dos fariseus, que acreditavam na reencarnação. Portanto, Cristo não precisava ensinar a existência deste processo a ele. Além do mais a própria pergunta de Nicodemus já nos leva a entender que ele não queria comprovações sobre este processo, mas sim saber como renascer:

“Como pode um homem velho nascer de novo? Será que pode voltar para a barriga da sua mãe e nascer outra vez?” (João, 3, 4)

É a esta questão que Cristo responde quando fala: “A pessoa nasce fisicamente de pais humanos, mas nasce espiritualmente do Espírito de Deus”. Ou seja, o mestre está falando que o ser humanizado nasce fisicamente da mãe e que precisa fazer um renascimento em vida, nascer novamente depois de já ter crescido fisicamente. Mas, quando fala disso, Cristo afirma que este renascimento precisa ter um elemento: ser feito a partir do espírito. Ou seja, ele afirma que o ser se humaniza a partir da barriga da mãe, mas precisa ao longo de sua existência mudar-se: precisa deixar de ser humano e tornar-se um espírito na carne.

Este é o processo que passa aquele que consegue se libertar da razão fundamentada pelo sistema de vida humana e que quer apenas defender seus interesses e obter vitórias. Ele renasce do espírito, porque passa a viver sem a defesa de seus valores e por isso não cobra que outros o siga. Ele renasce porque ao invés de contestar a razão do outro, aceita que cada um tenha a sua própria consciência sobre as coisas.

O renascimento, portanto, é necessário. Só para que isso possa acontecer, primeiramente é preciso morrer, ou seja, é preciso se libertar do jugo da razão má educada, soberba e egoísta. E aí reside o grande problema de todos aqueles que se dizem espiritualistas. É por conta da necessidade desta morte em vida que eles não aproveitam a elevação espiritual e vivem a felicidade Deus tem prometido nem comungam com Ele.

Apesar da claridade dos ensinamentos dos mestres, como vimos aqui, mesmos os espiritualistas não querem morrer como seres humanos, não querem matar o homem velho, para poder renascer um novo homem que seja estabelecido no espiritual. Apesar de se dizerem espiritualistas, apesar de dizerem que acreditam nos ensinamentos dos mestres, na verdade tem medo de atirarem-se no novo, que é a vida substanciada pelos valores espirituais. Por isso afirmo que suas crenças não são verdadeiras.

Os espiritualistas, na verdade são como todos os seres humanos: acendem uma vela para Deus e outra para o diabo. Vivem a vida dizendo que estão realizando um trabalho no sentido de aproveitar a encarnação, mas não querem abandonar os prazeres mundanos que a razão promete. Eles vão todas as quartas ao centro, as sextas às giras e aos domingos à missa ou no culto, mas no resto do tempo dedicam-se apenas a seguir o que a razão humanizada lhes diz.

Cristo ensina: ‘nem todos aqueles que chamarem Senhor, Senhor, eu atenderei’. Somente aqueles que no trabalho da reforma íntima forem além dos deveres religiosos e superarem as idéias de suas razões mal educadas é que ele se mostrará.

Estamos parecendo evangélicos ao citar por diversas vezes passagens da Bíblia, mas isso é preciso para que haja uma compreensão perfeita do quanto o trabalho que realizam hoje nada tem a ver com renascimento, mas que serve apenas à própria natureza humana.

Na Bíblia Cristo afirma aos seus seguidores: ‘as raposas tem sua tocas, os pássaros os seus ninhos, mas o homem não tem onde descansar sua cabeça’. Para aquele que busca a elevação espiritual, todos os momentos da vida se constituem em provações onde são tentados pela razão para buscarem o prazer mundano. Por isso, muito mais do ir ao centro, a gira, à missa ou ao culto nos dias programados para isso, ele se dedica vinte e quatro horas à morte que leva ao renascimento.

O verdadeiro espiritualista é aquele que se concentra a cada momento de sua existência em morrer para o velho e renascer para o novo, vive cada momento morrendo para a humanidade e renascendo para a espiritualidade. É para estes que estou falando. É para estes que estou mostrando a má educação, a soberba e o egoísmo da razão humana que surgem quando nos atentamos aos ensinamentos dos mestres.

Quando a razão diz a um espiritualista que o outro está errado, dentro ou fora do seu local de culto, ao invés de aceitar esta afirmação ele responde que Cristo ensinou que não se deve julgar. Quando a razão afirma que o outro agiu de forma incorreta, o espiritualista ao invés de acreditar nesta afirmação se lembra que primeiro precisa tirar a trave que o faz ver cisco os olhos dos outros. Isso é reforma íntima; isto é renascer. Só assim se pode comungar com Deus e viver a felicidade que Ele tem prometido.

Quem não faz isso, ou seja, acata as conclusões da razão humana convive com a humanidade, o que, no entanto, não é nada errado. Aquele que ouvir estes ensinamentos e conscientizar-se da necessidade do morrer para poder renascer, que faça o seu trabalho. Agora aquele que, mesmo tendo acesso a estas informações e assim mesmo decida permanecer vivo humanamente, que o faça. Jamais ouvirá de minha boca ou da de qualquer ser elevado, inclusive de Deus, condenação por esta decisão.

Deus jamais cobrará nada de quem fizer esta opção, pois foi Ele mesmo que deu aos espíritos o poder de livre optar. Se cobrasse, se condenasse ou punisse quem tomasse esta decisão, Ele seria injusto e parcial.

Para quem não quiser morrer para renascer o máximo que acontecerá será a permanência na sansara, ou na roda de encarnações. Ele terá que encarnar e reencarnar novamente durante muitos séculos até que um dia faça a opção pelo renascimento em vida a partir do Espírito.

Falo que um dia terá que executar este caminho que falamos agora, não porque acredite que tenha a razão, mas porque todos os mestres ensinaram que este é o único caminho para Deus. Apenas aqueles que renegam sua humanidade e buscam a comunhão com Deus pelos valores espirituais conseguem vencer os sistemas humanos de vida, a soberba e o egoísmo que não os deixa cumprir os dois mandamentos: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Mesmo Buda, cujos ensinamentos pouco comentamos aqui, fala a mesma coisa. Quando argüido por seguidores que queriam se afastar da comunidade onde o Iluminado morava, lhes foi ensinado que a doutrina deste mestre se consistia em libertar-se do apego às suas posses, paixões e desejos. Foi dito mais ainda: que Buda ensinava assim porque sabia que esta forma de viver garante um bom lugar depois da morte. Como estas coisas são criadas pela razão humana, ao ensinar desta forma, Sidarta Gautama falou a mesma coisa que o Espírito da Verdade.

O que conversamos aqui, portanto é caminho único e certamente terá que ser percorrido algum dia pelos espíritos que encarnam num mundo de provas e expiações, no planeta Terra. Sendo isso verdade, porque não aproveitar esta oportunidade para fazer isso?

Aproveite; lute agora contra a sua razão e entre em comunhão com Deus: esta é a conclamação que faço a todos os seres humanizados.