Bem aventurado - Mateus - Conversa 05
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Bem aventurado - Mateus - Conversa 05

Estudo do Evangelho de Mateus do Novo Testamento da Bíblia Sagrada

Bem aventurado - Mateus - Conversa 05

Jesus e o sábado

Continuamos estudando a Bíblia. Hoje faremos o quinto estudo do evangelho do Mateus. Como sempre, estaremos buscando compreender os ensinamentos que o Mestre Cristo trouxe para que possamos alcançar a Bem Aventurança, ou seja, a felicidade que os santos sentem.

Vamos lá

Poucos dias depois, num sábado, Jesus estava atravessando uma plantação de trigo. Os seus discípulos estavam com fome e por isso começaram a colher espigas e a comer os grãos de trigo. Quando alguns fariseus viram aquilo, disseram a Jesus: Veja! Os seus discípulos estão fazendo uma coisa que a nossa Lei proíbe fazer no sábado!

Então Jesus respondeu: Vocês não leram o que Davi fez, quando ele e os seus companheiros estavam com fome? Davi entrou na casa de Deus, e ele e os seus companheiros comeram os pães oferecidos a Deus, embora isso fosse contra a Lei. Pois somente os sacerdotes tinham o direito de comer esses pães. Ou vocês não leram na Lei de Moisés que, nos sábados, os sacerdotes quebram a Lei, no Templo, e não são culpados? Eu afirmo a vocês que o que está aqui é mais importante do que o Templo. Se vocês soubessem o que as Escrituras Sagradas querem dizer quando afirmam: “Eu quero que as pessoas sejam bondosas e não que me ofereçam sacrifícios de animais”, vocês não condenariam os que não têm culpa. Pois o Filho do Homem tem autoridade sobre o sábado. (Capítulo 12 – versículos 1 a 8)

Esse é o texto. Vamos começar a buscar a compreensão.

Primeiro: de acordo com a lei, não se pode comer aos sábados de acordo com a lei. Que lei é essa?

Participante; o sétimo dia é sagrado para os Judeus.

A lei judaica. A lei religiosa judaica.

Naquele tempo a religião era um partido politico. Era os religiosos que mandavam no país, não o rei. Por isso, a doutrina da religião servia como lei.

Portanto, estamos falando aqui de seguir preceitos religiosos. Certo?

Participante; certo.

Só que vem Cristo e diz: apesar da existência de preceitos legislativos, há pessoas que podem quebrar a lei. Essas pessoas são os sacerdotes. Eles não são obrigados a fazerem o jejum do sábado. Ou seja, têm privilégios.

Só que o mestre não para por aí. Ele completa: o filho do Homem tem poder sobre o sábado. O que Cristo quer dizer com isso? Todo aquele que vive com Deus, em Deus e por Deus, é mais poderoso para o mundo espiritual, do que aqueles que são nomeados como representantes da religião.

Resumindo, sabe o que Ele está querendo dizer? Que ser padre, médium, pastor, não tem importância para o mundo espiritual. Ter esses títulos não vale nada para o mundo espiritual.

Cargos, títulos humano não valem nada no mundo espiritual. O que vale é o que o ser humanizado tem por dentro. O que importa é onde o seu coração está ligado. Isso é importante para o mundo espiritual; o cargo nomeado humanamente não tem nenhuma importância.

Vocês têm a mania de julgar a elevação espiritual de um ser pelo cargo que ele ocupa junto a alguma doutrina religiosa. Os santos católicos, os que detêm cargo nas igrejas e centros, são considerados mais elevados, mas não é o que ensina o mestre.

O próprio Cristo diz: o filho de Deus tem poder sobre as coisas espirituais, ou seja, sobre as coisas religiosas. Possui mais poder que aqueles que foram nomeados para exercer cargos ligados às questões espirituais.

É isso que fala em uma parte do texto. Aliás, duas não é? Já vimos a mesma coisa em outro estudo onde se fala sobre os ritos. Há, ainda, uma terceira oportunidade que isso é dito.

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É preciso ter bom coração

Se vocês soubessem o que as Escrituras Sagradas querem dizer quando afirmam: “Eu quero que as pessoas sejam bondosas e não que me ofereçam sacrifícios de animais”,

Outro trecho desse texto. O que quer dizer?

Participante: que devemos armar o próximo, sermos bondosos que ficar fazendo ritos.

Isso. Você pode ser ateu, mas se for bondoso de coração, será o primeiro no reino do céu.

Não é porque alguém vai a igreja, porque faz orações, porque faz palestras no centro, porque faz trabalhos mediúnicos na Umbanda, que terá destaque no mundo espiritual. O que conta nesse sentido é o que vai por dentro e não o que se faz por fora. Por isso já disse: o primeiro trabalho do mundo de regeneração é parar de queimar incenso ou oferecer sacrifícios a Deus.

É preciso viver com Deus sem deslumbre. ‘Ah, meu Deus como eu lhe amo’! Outros demonstram sua espiritualização postando figurinhas com um coraçãozinho. Que maravilha, mas Isso não vale nada.

É preciso ser bondoso de verdade. É preciso ter um coração bom. .

O que é ter um coração bom? Como ter um coração bom? Quem tem o coração bom? Já respondemos essas questões. Nessas respostas chegamos a conclusão que tem um bom coração aquele que ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, ou seja, aquele que consegue viver dentro da bem aventurança.

Portanto, nesse ensinamento mais que um caminho para a felicidade está uma exaltação a busca da felicidade, da bondade, do respeito a tudo e a todos.

É isso que Deus espera de cada um de seus filhos: que sejam bondosos de coração, que não façam orações longas, que não queimem incensos, que não se deslumbrem com Deus, que vivam fazendo meditação; Essas coisas para Ele não vale nada, são vazias porque são feitas apenas exteriormente.

Ficou claro?

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Cristo e os apóstolos

Participante: ficou uma dúvida com relação a uma coisa que Cristo: Deus tem poder sobre o sábado?

Tem poder sobre a lei que determina alguma coisa, no caso o sabbath.

Participante; é difícil de entender aqui porque ele usa as palavras daquela época. O pessoal daquela época entendia?

Não!

Até porque os judeus não consideravam Cristo filho de Deus. Para esse povo, o mestre era apenas um rabi. Mais: quando não aceitou lutar contra os romanos, perdeu toda a popularidade entre os judeus ortodoxos, judeus religiosos.

Participante; mas e os que andavam com ele?

Os que andavam juntos já tinham abandonado aquilo que agora Cristo estava dizendo para abandonar. É por isso que eles foram chamados para aprenderem a pescar gente.

Participante; certo, mas eles entenderam isso?

Isso, o que?

Participante; os apóstolos e a turma que andava com Cristo já haviam entendido que o status da pessoa aqui na terra não vale nada lá em cima?

As conversas de Cristo com os seus apóstolos era bem diferente do que está na bíblia. Essas conversas, que normalmente eram à beira da fogueira à noite, aconteciam mais ou menos como nós estamos conversando, ou seja, além do ensinamento.

Participante; entendi.

Longe de mim querer me comparar a Cristo viu? Falei assim para que compreendesse o que me perguntou.

Participante; as conversas de Cristo com os apóstolos são mais no estilo do evangelho de Tomé, não é?

Também não.

O Evangelho de Tomé é o evangelho de um preguiçoso. Um evangelho escrito por quem não quis fazer toda uma elaboração literária da historia. O autor anotou só pedacinhos. Na Bíblia há um autor descrevendo e criando uma historia.

A realidade está mais para a descrita no livro ‘Jesus no Lar’.

Participante; do Chico Xavier?

Não. É do Espirito Neio Lúcio.

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Jesus e o homem da mão aleijada

Jesus saiu dali e foi para uma sinagoga. Estava ali um homem que tinha uma das mãos aleijada. Então algumas pessoas que queriam acusar Jesus de desobedecer à Lei lhe perguntaram: É contra a nossa Lei curar no sábado?

Jesus respondeu: Se um de vocês tiver uma ovelha, e no sábado ela cair num buraco, será que ele não vai fazer tudo para tirá-la dali? Pois uma pessoa vale muito mais do que uma ovelha. Portanto, a nossa Lei permite ajudar os outros no sábado.

E disse para o homem: Estenda a mão! Ele estendeu, e ela sarou e ficou igual à outra.

Então os fariseus que estavam ali saíram e começaram a fazer planos para matar Jesus. (Capítulo 12 – versículos 9 a 14)

É o que já disse sobre a missão Jesus Cristo. O mestre foi contra a lei religiosa daquela época e nem quis lutar contra os romanos. Por isso perdeu prestigio entre os judeus. Até hoje Jesus Cristo não tem nenhuma consideração dentro da religião judaica, apesar de ser judeu.

Voltando ao nosso estudo, esse episódio não tem grandes mistérios. Ele narra uma historia de bondade. O que quer dizer é que se Deus quer que você seja bondoso, é muito mais importante ajudar uma pessoa, mesmo que para isso precise quebrar uma lei, do que manter-se restrito às normas, às obrigações religiosas sem ajudar o outro. É isso que Cristo nos ensina. .

Participante: os fariseus eram os ortodoxos, não?

Isso.

Participante: Jesus era um Rabino, mas nunca foi considerado um sacerdote?

O Rabino é um sacerdote. Só que o termo sacerdote não tinha um valor como o de agora.

Hoje os sacerdotes acordam de manhã, tomam seu café farto tranquilamente, depois rezam uma missa e voltam para casa descansar. À tarde rezam outra missa e vão descansar novamente. Ao fim da tarde rezam a última missa e ai passeiam.

Naquele tempo não: o rabino saia pregando pelo deserto. Ele enfrentava situações adversas, necessidades, para poder falar ao povo.

Participante; o rabino era conhecedor das leis, não?

Sim, tinha que ser conhecedor profundo da lei. Eram iguais aos pastores evangélicos de hoje, que precisam conhecer a bíblia de cabo a rabo para fazer um discurso no púlpito.

Participante; naquela época, segundo retrata alguns filmes, havia também muitos rabinos apocalíticos, digamos assim. Eram pessoas que estavam na rua narrando o fim do mundo, dizendo que o fim estava próximo.

Sim, esses eram rabinos também, mas pregavam doutrinas diferenciadas.

Naquele tempo havia várias doutrinas que eram chamadas de judaicas. Na verdade, todas as religiões só começaram a ganhar uma formatação muito tempo depois.

Participante: mas eram todos judeus?

Sim. Naquela região só havia judeus e romanos.

Por nascimento havia outros, pois nasceram em outros lugares, vinham de outros lugares, mas eram judeus, porque pertenciam à religião judaica.

Participante: tem uma estória que afirma que Jesus passou um período com os essênios. Os essênios eram os judeus mais místicos da época. Isso é verdade?

Esquece.

Prender-se a isso é tentar entender o Jesus homem. O Jesus homem não vale porcaria nenhuma. O que precisamos nos prender é em entender a mensagem dele. Isso tem importância.

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O servo escolhido de Deus

Quando Jesus soube disso, foi embora dali, e muita gente o seguiu. Ele curou todos os que estavam doentes e mandou que não contassem nada a ninguém a respeito dele. Isso aconteceu para se cumprir o que o profeta Isaías tinha dito: “Disse Deus: Aqui está o meu servo que escolhi, aquele que amo e que dá muita alegria ao meu coração. Eu porei nele o meu Espírito, e ele anunciará o meu julgamento a todos os povos. Não discutirá, nem gritará, nem fará discursos nas ruas. Não esmagará o galho que está quebrado, nem apagará a luz que já está fraca. Ele agirá assim até que a causa da justiça seja vitoriosa. E todos os povos vão pôr nele a sua esperança.” (Capítulo 12 – versículos 15 a 21)

.

Participante: entendi aqui que é falar com certa humildade.

Cristo ensina que para se fazer uma pregação cristã deve se ter humildade.

O verdadeiro cristão não faz pregações com acusações. ‘Você está errado, está com o diabo no corpo’! Falar assim não é cristão.

Quem fala assim age como ele fala: amassa o galho, arrebenta o galho. Querer ser forte, fazer discurso em alta voz, não mostra nada de bom da pessoa. Por mais que o palestrante conheça todos os ensinamentos, quando prega acusando os que estão ouvindo não são cristões, porque não são bondosos.

Esses estão presos a queimar incensos a Deus.

Participante: é usar a fraqueza do próximo para se levantar?

Não necessariamente usar a fraqueza do próximo. Quem tem como normal essa forma de se colocar até inventa a fraqueza do próximo para poder acusar.

Estamos falando em diminuir os outros para se enaltecer. Essa é a primeira parte desse ensinamento. Segunda: gritar, falar alto. Isso é querer sobrepujar o outro.

Quando formos estudar os ensinamentos conhecidos como ‘aí vocês professores da lei, fariseus hipócritas’ veremos que Cristo diz assim: vocês viajam muitos continentes para converter uma pessoa, mas depois que conseguem não os ajuda a carregar a sua cruz nem com um dedo. Isso está intimamente ligado ao que estamos falando agora.

Quem age assim não é cristão. Está queimando incenso a Deus. Querem mostrar o tamanho do seu rebanho. De que adianta um pastor ter um rebanho imenso se não trata cada uma das suas ovelhas com carinho?

Participante: isso é querer convencer intelectualmente. Convence intelectualmente, mas não ajuda na prática?

Aceito até a palavra convencer intelectualmente, mas na verdade o que essa pessoa quer é se impor. Quer mostrar que é o gostosão e que os outros não prestam. Para poderem mostrar que são os gostosões, têm que provar que os outros não prestam.

Veja, se todos que vão ao templo evangélico têm diabo no corpo, por que o pastor não tem? Ele é melhor que os outros? Ele é mais santo que os outros? Acho que não. Se todos que vão ao centro espírita estão com obsessores, porque os médiuns não estão?

Esses dizem que os outros têm para poderem enaltecerem a si mesmos.

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Se defender

Participante: na Bíblia há alguma passagem onde Jesus se defende? .

Em momento algum.

Participante: mesmo quando atacam ou acusam, se silencia ou sai a francesa. Ele não precisa impor uma defesa. Acho que isso acontece porque a defesa admite um ataque. Seria isso? Não se defendendo estaria admitindo que quem estivesse atacando estaria correto em atacá-lo?

Não. Não é por isso que não se defende.

Quem é que precisa se defender?

Participante: não sei.

Aquele que tem rabo preso.

Quem tem não tem rabo preso, não tem medo nenhum de ataque. Por isso não precisa se defender de nada. Já aquele que tem o nome sujo na praça precisa se defender. Se você falar A, ele sairá correndo para se defender. Para isso cria toda uma historia, toda uma situação para encobrir o que não quer que descubram.

Se não tenho culpa de nada, qual o problema de alguém dizer que alguma coisa a meu respeito? Estando em paz comigo, com minha consciência tranquila, por que vou precisar me defender, precisar contradizer o que alguém falar?

É por isso que Cristo não se defendia: tinha plena consciência de quem era.

Participante: o que ele fazia, então não era uma defesa, mas uma correção para que as pessoas que estivessem acompanhando sua fala percebessem que havia um erro em quem estava o atacando?

Alguém só precisa mostrar os erros do outro para demonstrar o quanto é bom. Como é que se pode provar que é bom? Só mostrando o quanto os outros são ruins.

Participante: diminuir o outro.

Isso, exatamente! Cristo não precisava diminuir o outro para poder demonstrar o seu valor.

Outro motivo para o mestre não precisar corrigir os outros: nunca obrigou a ninguém segui-lo. Até convidou alguns, mas seguiu quem quis.

Por que não tinha preocupação de fazer as pessoas segui-lo? Porque sabia o que tinha que fazer e se concentrou para fazer o que fez. Se as pessoas ouviram ou aceitaram o que ele disse, isso não é mais com ele.

Participante: os outros têm o direito de não concordar.

Sim. Na hora que falar qualquer coisa, saiba que as pessoas têm o direito de não concordar.

Participante: não deve se insistir, ficar mostrando o seu ponto de vista?

Deixe-me falar uma coisa: ninguém ensina nada a ninguém.

Se o outro não está disposto a apreender, você pode usar todos os argumentos do mundo que ele não vai aceitar. Se isso é verdade, para que discutir?

É o que já falamos sobre inteligência emocional. O inteligente emocional é aquele que sabe analisar as emoções que a mente cria e chega a conclusão que sentir determinadas emoções é perda de tempo. Trata-se de apenas gerar mais sofrimento para sofrer.

Uma das coisas que precisa ser analisada é isso. Você está conversando com uma pessoa sobre um assunto, fala algo e aquele que está ouvindo retruca. Na ânsia de ganhar, de vencer, você começa a contra argumentar e acaba entrando numa sintonia negativa, ligando-se a uma energia que só vai lhe causar sofrimento.

Isso compensa? Claro que não. Então, por amor, por respeito a si, por não querer sofrer diga: ‘ele quer ter razão; o deixe estar certo, saber’.

Participante: saber a verdade dele.

Isso.

Até porque ninguém sabe nada mesmo. Ele e você só acham que sabem, mas não têm a menor consciência da Verdade Verdadeira.

Participante: é ficar correndo atrás do rabo o tempo todo.

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O poder de Jesus para expulsar demônios

Então levaram a Jesus um homem que era cego e mudo porque estava dominado por um demônio. Jesus o curou, e ele começou a ver e a falar. A multidão ficou admirada e perguntava: Será que este homem é o Filho de Davi?

Alguns fariseus ouviram isso e responderam: É Belzebu, o chefe dos demônios, quem dá poder a este homem para expulsar demônios.

Mas Jesus conhecia os pensamentos deles e disse: O país que se divide em grupos que lutam entre si certamente será destruído. E a cidade ou a família que se divide em grupos que lutam entre si também será destruída. Assim, se no reino de Satanás um grupo está combatendo contra outro, isso quer dizer que esse reino já está dividido e logo vai desaparecer. Vocês dizem que eu expulso demônios porque Belzebu me dá poder para fazer isso. Mas, se é assim, quem dá aos seguidores de vocês o poder para expulsar demônios? Assim, os seus próprios seguidores provam que vocês estão completamente enganados. Na verdade é pelo poder de Deus que eu expulso demônios, e isso prova que o Reino de Deus já chegou até vocês.

Ninguém pode entrar na casa de um homem forte e roubar os seus bens, sem primeiro amarrá-lo. Somente assim essa pessoa poderá levar as coisas que ele tem em casa.

Quem não é a meu favor é contra mim; e quem não me ajuda a ajuntar está espalhando. Por isso eu afirmo a vocês que as pessoas serão perdoadas por qualquer pecado ou blasfêmia que disserem contra Deus. Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo não será perdoado. Se alguém disser alguma coisa contra o Filho do Homem, será perdoado; mas quem falar contra o Espírito Santo não será perdoado, nem agora nem no futuro.

Participante: quem é o espirito santo?

O que é uma pessoa santa? O que é uma coisa santa? Aquela que vem de Deus. Por isso, espírito santo é aquele espírito que vem de Deus.

Participante: nós!

Sim, vocês e todos, pois todos vêm de Deus.

No estudo desse trecho vamos por partes porque aí tem muita informação.

Primeira coisa: está se falando de expulsar demônios. O que é dito sobre isso? Que uma família dividida certamente vai acabar.

Uma cidade, um país que esteja dividido em grupo vai acabar. Por quê? Porque vão viver em guerra.

Essa é a afirmação de Cristo. O quê será que quis dizer com isso?

Participante: isso aqui é como uma parábola, uma metáfora. Mostra para os fariseus que estavam o acusando de fazer parte com belzebu, com os demônios, que não estava. Se fizesse parte disso estaria dividindo o império do demônio e não ajuntando.

Mas, e antes desse ensinamento? Estou me referindo ao momento que ele fala da família e da cidade que se divide. O que está querendo dizer? Que não existem demônios.

Sim, esse ensinamento é uma alegoria. O que está querendo transmitir é a verdade de que não existe espírito mal. Todo espírito em essência, até por carga genética, é puro. É puro e simples, como está em O Livro dos Espíritos.

Isso foi uma coisa que falamos nesses dezessete anos de trabalho. É preciso acabar com a ideia da existência do obsessor mal; é preciso acabar com a ideia que espíritos podem e querem fazer o mal. Não existem espíritos maus: todos estão subordinados a Deus.

Na verdade a maldade do outro nasce em você. Mal é uma classificação que um ser dá a outro quando vive de uma forma contraria a que aquele acha certo. Mas eles não são errados: apenas pensam diferente.

Acham que alguns os do mal gostam do sofrimento, da maldade, mas todo espirito é, em essência, simples e puro. Por isso, o que quer é voltar a sua simplicidade e não se afundar no sofrimento e na maldade.

Vou dizer uma coisa: se vocês entrarem no lugar que chamam de umbral onde estão aquele monte de espíritos que a literatura fala e acenderem uma luz, todos correm para o seu lado. Eles querem ser ajudados, querem chegar perto da luz. Nenhum espírito gosta da maldade, do umbral, das coisas negativas.

Então, as duas primeiras informações desse trecho são: um país, uma família que se divide, acaba; se até hoje a família de Deus existe, é sinal que dentro dela não existe divisão. Existe apenas Deus, apenas a família espiritual proveniente de Deus.

Pode haver espíritos zombeteiros, brincalhões, alguns que são viciados em alguma coisa, que precisam de algo diferente, mas na verdade, na essência, o que todos querem é voltar a sua condição original.

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O espírito e a consciência

Participante: estou confuso. Você está falando de espírito espirito ou de espírito consciência?

Espírito, espírito.

Participante: aquele que tem uma consciência ligada ao umbral?

Aquele que tem uma consciência sim. Sem uma consciência não há inteligência.

Participante: perfeito. Consciência ligada no mundo material.

Não. Você está falando de consciência humana. Estou falando de consciência espiritual

Participante: isso que você está falando é espiritual puro.

Isso! Exatamente.

Participante: o espírito que você está falando carrega essa carga genética, essa natureza espiritual.

 Sim, mas está vivendo uma natureza que não é a dele e sabe disso.

Participante: sabe?

Participante: se estamos vivendo uma natureza que não é nossa, sabemos disso?

Vou dar um exemplo:

Há muitas pessoas que sabem que se beberem fazem besteiras. Apesar disso, continuam bebendo. Por quê? Por causa do vicio, da necessidade.

Os espíritos encarnados são assim. São viciados em uma determinada natureza e por isso vivem de uma determinada forma. Sabem que um dia precisarão abrir mão disso e voltar pra Deus, mas continuam apegados a forma como vivem.

Participante: você está falando de um nível primário de consciência e não de um nível humano.

Isso. Estou falando de algo muito longe do nível humano.

Participante: então nós seres encarnados temos uma mente humana que, o espirito que vivencia aquilo sabe porem não é reproduzido quando encarnado, não é? Quando encarnado não reproduz isso, sabe sem saber.

Perfeito!

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Fazer o mal

Participante: já ouvi e até concordo que as pessoas sempre dão o melhor delas, fazem o melhor, e que não fazem por mal. Só que o melhor, o bem para elas, devido a ignorância da lei do amor e não a maldade, acaba causando mal.

Não necessariamente a ignorância só. Estou colocando isso em outro patamar. Vício, necessidade!

Os espíritos que se prendem as coisas humanas não são ignorantes da lei do amor, são viciados em viver de determinada forma. Vou dar um exemplo: pichadores mataram uma pessoa e machucaram seriamente um velho em São Paulo.

Participante: sim, estavam pichando e a vítima e o pai, que moravam na casa, foram reclamar

Isso é um ato que é praticado por quem?

Participante: por quem gosta de pichar, tem isso como robe, sei lá!

Por jovens.

Noventa e nove por cento do que picham é jovem. Por quê? Porque a pessoa quando ganha determinada maturidade sabe que não deve fazer isso.

No caso que dei como exemplo, os pichadores eram jovens? Não. Se quem picha é jovem e se esse não era, por que continuava fazendo isso?

Participante: porque é um prazer.

Porque precisa fazer. Os velhos que picham tem a dependência de pichar para se sentir bem. É o vicio!

Esse raciocínio vale para diversas atitudes. Quis colocar um exemplo que fosse mais fácil de compreender, mas na verdade é a mesma questão para a ação do espirito zombeteiro, do espirito que bebe com aquele que gosta de beber. São ações não feitas por maldade, para sacanear, ferir. São feitas porque quem faz precisa fazer, é dependente de fazer, para alcançar o prazer, a satisfação.

Participante: e eles têm a consciência que aquilo terá uma consequência por vezes negativa? Eles têm essa consciência ou existe o embrutecimento, digamos assim, tão grande que essa consciência se perde e o espírito mesmo sofrendo as consequências não conseguem deixar de fazer?

Volto ao exemplo da pessoa que bebe.

Quem bebe muito em um dia sabe que vai ter dor de cabeça no seguinte, que está arriscado ficar caído na sarjeta, que pode chegar em casa todo sujo de vomitado. Apesar de tudo isso, continuando bebendo. É a mesma coisa.

Participante: isso é o que podemos dizer que é a lei de Deus impressa na consciência?

Não! Não!

Não podemos dizer que a lei de Deus está impressa na consciência porque a consciência é manipulada pelo vicio. A necessidade de alguma coisa é muito mais forte do que o clamor pela consciência.

Participante: então ele esquece? Pode-se dizer que ele esquece ou não?

Pode-se dizer que o ser manipula verdades e razões de tal forma que consiga fazer o que quer. ‘Não, vou tomar só um copo; eu sei quando devo parar’.

Participante: aquela historinha pra justificar um só?

Isso!

Participante: de fato ele não esquece, mas vai enrolar outra para encobrir isso aqui.

Isso. Exatamente. É aquela historia: ‘hoje eu só vou tomar um copo’. Só sai de lá carregado.

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A mente encobre o egoísmo

Participante: essa razão eu posso usar para quem é viciado em sofrer, por exemplo?

Pode usar pra quem é viciado em tudo. Até porque todo ser humano é viciado em alguma coisa. Que mais não seja, é viciado em ser humano.

Isso é algo que precisam ter em mente. O humano sempre vai inventar historinhas para poder fazer aquilo que lhe dá prazer. Para isso, ele é manipulador por natureza. É controlador, egoísta, etc.

Aliás, em outra conversa alguém quem me perguntou sobre ser egoísta. Como o assunto era inteligência emocional, respondi assim: ‘quem disse que você é egoísta? Quem dera fosse! Se fosse mesmo ia querer o que é melhor para você e com isso abriria mão dos motivos que levam ao sofrimento. Completei: o ser humano não é egoísta; o que quer é vencer, derrotar o outro.

Participante: o vicio do ser humano que leva a encarnação na humanidade é consequência da consciência do espirito?

Não. No caso do estar encarnado, o vicio de ser humano é prova.

Participante: mas é uma prova que está frequentemente na consciência do espirito. Os espíritos que já passaram por essa prova não precisam mais dela.

Sim. Exatamente.

Só que nenhum espírito é viciado em ser humano. O vício em ser humano é justificativa para usar verdades que são criadas pela mente para derrotar os outros.

Você já reparou que quando começo a falar em despossuir mulher, marido, família, carro, quando falo da necessidade de fazer algumas coisas, as pessoas respondem: ‘ora, mas eu sou humano! Estou no mundo humano’!

Isso é justificativa para continuar sendo humano. Quer continuar ser humano porque acha muito bom ser humano. Tem prazer em ser humano. Quem usa de justificativas para dar vazão à razão humana subordina-se ao trabalho da mente para poder justificar aquilo que ela propõe.

Sim, a mente tem que justificar o que ela propõe porque à luz da razão tudo que a mente gera é egoísta e por isso considerada errada pela humanidade. Então, o ego inventa historinhas para encobrir a presença do egoísmo naquilo que ele afirma. Precisa encobrir a razão com algo logico para que você ache certo fazer o que é contrario ao que acredita.

Participante: aí o espírito identificado com essa mente, fica preso nessa roda da sansara.

Perfeito. Identificado com essas verdades, com essas posses.

Participante: a solução para isso seria; apesar de ter essa mente nesse momento, ter consciência dela e de seu trabalho e não se identificar com ela.

Na verdade a saída para isso é saber que você não vai se tornar um espírito; já é.

Participante: o espirito vivenciando uma...

Você não é um ser humano que tem um espírito, é um espírito que tem um ser humano.

Participante: e vai durar enquanto tiver que durar...

Enquanto você precisar.

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Poder sobre os demônios

No trecho que estamos vendo Cristo fala que não é Belzebu que lhe dá o poder, mas que é o Filho do homem. Para ilustrar quem é o Filho do homem se identifica como sendo. Com isso afirmam que aqueles que vivem com Deus e para Deus têm poder sobre o diabo, Belzebu, demônios. Vamos falar disso.

Humanamente falando tal afirmação é algo estranho, difícil de acreditar ou entender. Quando se pensa em uma pessoa santa, pura, se lembra de alguém magrinho, fraquinho. Quando se pensa em um demônio, se lembra de uma pessoa forte, com muito poder, muita força.

Como se acreditar no poder que Cristo diz que o Filho do homem tem? Como uma pessoa magrinha pode ter ascendência sobre os fortes?

Participante: ascendência moral, não física?

Sim, moral

No universo a ascendência não é conferida por força de cargos, violência, poder de falar, o dom da palavra. Não é isso. No universo qualquer ascendência é conferida pela distinção moral.

Qual é a moral que dá mais ascendência? Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Aquele que vive desse jeito, o Filho do homem, o Filho de Deus, tem ascendência sobre todas as coisas desse mundo.

Esse é o mais forte, poderia fazer o que quisesse com todas as coisas do mundo; Só que não faz. Por quê? Porque quem tem ascendência moral não perde tempo querendo mudar as coisas. Ele está acima do bem e do mal, do certo e errado, do bonito e feio. Por isso, para ele tudo é perfeito do jeito que está.

É isso que Cristo está dizendo. O Filho de Deus tem ascendência moral sobre o Belzebu não porque foi dado pelo diabo algum cargo a Ele, mas porque moralmente é superior ao outro. O outro, mesmo preso aos seus vícios, reconhece essa ascendência moral. Não dá para explicar para vocês como reconhece, mas saibam que todo espírito reconhece a ascendência moral de outro ser.

Participante: então Jesus está afirmando que existe uma hierarquia?

Não!

Não há uma hierarquia, mas existe uma ascendência natural por causa da moral. Hierarquia é algo que é concedido através de méritos ou deméritos. Ascendência moral não é concedida, é reconhecida.

Participante: não há uma imposição: eu sou superior a você, eu...

‘Cala boca que eu estou certo’! Não é isso.

Aquele que convive com alguém com ascendência moral, naturalmente faz o outro quando ele chega perto baixar as orelhas e cala a boca.

Ficou claro isso?

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Belzebu

Participante: por que ele fala Belzebu? Porque é interpretado como desejos humanos?

Não.

Belzebu é uma figura mitológica que está no Velho Testamento. Ele é descrito como forte, brabo e que faz o mal porque nesse livro bíblico não se fala em amar a Deus, mas em temer a Deus.

O temor que se deveria ter naquela época não era de Deus fazer alguma coisa contra, mas de que Ele lhe abandonasse. Se isso acontecesse, o ser humanizado estaria sujeito às garras de um ser que vive para fazer o mal: o Belzebu.

É dessa ideia que surgiu a historia do diabo, de Belzebu. É algo bem contraditório porque na própria Bíblia se fala que o diabo é os anjos caídos.

Participante: então, por isso se explica a preocupação, a ânsia de cumprir os rituais: pelo medo de não ser abandonado por Deus.

A necessidade de queimar incenso a Deus para que Ele não lhe abandone.

Participante: e Jesus veio trazer essa nova visão: você jamais será abandonado, pois Deus ama todos os seus filhos.

Não!

Jesus veio trazer a visão de que Deus não quer que você queime incenso a Ele, mas que seja bondoso de coração. Com isso, transfere a elevação moral daqueles que sabiam cumprir os rituais para aqueles que fossem bondosos de coração.

Uma observação: por acaso o que conversamos primeiro em um dia acaba servindo para ilustrarmos todos os ensinamentos depois.

Participante: não entendi...

A primeira coisa que falamos hoje foi sobre não queimar incenso a Deus. E agora que estamos no terceiro texto de hoje continuamos falando em não queimar incenso a Deus.

Participante: ah tá! Isso faz a divisão da Bíblia, pois ela está dividindo por temas. .

Não.

Isso é assim porque certas coisas são básicas e podem ser usadas em todos os momentos.

Participante: só mais uma pergunta. Eles acreditavam que as doenças eram fruto do diabo naquela época?

Podia ser.

Participante: podia ser, mas não necessariamente era?

Sim. Tem uma passagem no próprio Velho Testamento que corrobora o que você fala, mas há outros lugares onde não há essa afirmação.

Na parte que estou falando (o livro de Jó), o diabo vai ao céu conversar com Deus. O Senhor fala de Jó, pergunta ao diabo se ele tinha visto a fidelidade de Jó a Deus. O diabo diz responde: ‘Ah, mas Você protegendo ele, dando tudo a ele, assim é fácil! Quero ver se não tivesse nada’. Como resposta o Senhor afirma: ‘para testá-lo, vá lá e tire a saúde dele’. O diabo vai e faz.

A doença de Jó, portanto, foi uma ação do diabo. Mas, como já disse, outras doenças narradas no Velo e no Novo Testamento não possuem essa mesma origem.

Bem aventurado - Mateus - Conversa 05

Ser roubado

Cristo fala mais:

Ninguém pode entrar na casa de um homem forte e roubar os seus bens, sem primeiro amarrá-lo. Somente assim essa pessoa poderá levar as coisas que ele tem em casa.

Aí tem um grande ensinamento: ‘ninguém pode entrar na casa de um homem forte e rouba-lo sem antes amará-lo’. Vamos ver isso.

Quantas vezes acusam os outros de planejar o mal contra vocês?

Participante: com frequência...

Impossível!

Ninguém pode fazer o mal se você não estiver amarrado. Ninguém pode roubar nada seu se você não estiver amarrado.

Participante: e o que é esse amarrado?

Se você não estiver preso. Preso a quê? Ao que querer ter.

Só pode tirar alguma coisa de alguém se aquela pessoa quiser ter aquilo. Se não quiser ter, se não estiver amarrado, se não estiver preso a ter que ter, ninguém vai conseguir tirar nada.

Saiba: ninguém pode fazer nada se você não deixar, se não consentir que ele faça.

Uma pessoa só pode fazer o mal, só pode lhe tirar alguma coisa, ou seja, provocar falta, se você estiver preso àquilo. Se não estiver, o outro pode até levar o que era seu, mas você nem vai dar falta. Assim, será como se nada tivesse sido levado.

Lembro de uma moça que veio me dizer que estava muito triste, muito chateada, porque tinha aberto uma vaga para um cargo superior ao dela. Tinha certeza que ia ser promovida, mas o chefe escolheu uma outro, que era mais novo de casa.

Essa pessoa está presa a alguma coisa: a certeza que ia ser promovida. Por isso sentia que roubaram dela a promoção. Se não tivesse certeza de que seria escolhida, daria parabéns ao outro sem a sensação de ter perdido algo.

Participante: a historinha que a mente criou inventou a maldade que o outro fez.

Participante: a mente começa a fantasiar mil coisas. Fala que é vantagem pessoal, que quis fazer de proposito, que manipulou as coisas...

‘Eu tenho certeza que fez de propósito’!

Participante: culpa a pessoa, culpa o chefe, culpa não sei quem, os amigos que estão em volta. Diz que a pessoa tem uma relação intima com o chefe.

Isso.

Para ela tudo isso é verdade, mas a realidade é que só houve perda porque estava presa a ter que ter. Se não estivesse presa, ou seja, se não estivesse amarrada a certeza de que ia ganhar a promoção do cargo, não sofreria.

Ficou claro?

Bem aventurado - Mateus - Conversa 05

Decepção

Cristo continua ensinando no mesmo trecho que destacamos:

Quem não é a meu favor é contra mim; e quem não me ajuda a ajuntar está espalhando.

Isso. O que quis dizer com isso?

Participante: Ele quis dizer que os fariseus estavam dividindo ao invés de estarem juntos.

Mas, o que quis dizer com a afirmação ‘quem não é a meu favor é contra mim’? Lembre-se que ele acabou de dizer que não se pode dividir uma casa. Como agora afirma que há alguém contra?

Aí tem uma grande lição um grande ensinamento. Cristo não está falando do reino de Deus, mas da forma como vocês vivem. Não é assim que vivem?

Participante: sim. Quem não concorda comigo é meu inimigo.

Isso.

Ou seja, quando alguém faz o que eu quero, a aceito; quando não faz, torna-se minha inimiga. É esse o ensinamento que está aí. Para vocês não existe o meio termo: ou é a favor ou contra.

O ideal seria que conseguissem conviver com os outros dentro do amor como já conversamos: dar ao próximo o direito de ser, estar e fazer o que quiser. Mas, isso é impossível para a mente humana. Apesar disso, não pode conviver com pessoas no meio termo: usando as pessoas no momento que convêm.

É isso que Cristo está querendo dizer. A posição daquele que que quer ser feliz deve ser a consciência de que quem não é a favor é contra. Só que de acordo com o amor que ele ensinou, é preciso amar o inimigo.

Ou seja, o feliz precisa ser radical na rotulagem dos outros, mas apesar disso deve respeitar, amar, o outro. Deve dar ao próximo o direito de crer, ser, estar e fazer o que quiser, mesmo que seja diferente do que ele acredita.

Por que é importante ter a consciência de que o outro é contrário a você? Decepção

O ser se decepciona com outro porque você não tem a consciência clara de que aquela pessoa é contrária às suas ideias. Por isso acha que em determinado momento a pessoa vai fazer o que você quer, o que espera. Quando não faz, vem a decepção.

É a mesma coisa do junta/espalha. Quem não ajuda a ajuntar as coisas, espalha. Quem não ajuda a gerar uma determinada forma de vida ou atende uma determinada expectativa, acaba espalhando. Então, não espere que o outro vá lhe ajudar ajuntar nada.

É por isso que é necessário se ter a consciência de que o outro é contrário a você. Só tendo essa consciência não gerará expectativas e com isso não se decepcionará.

Participante: Jesus está acabando com a ideia de neutralidade?

Não, porque ele nunca falou para você ficar neutro.

Ele fala de uma consciência necessária para amar. E, quando se fala em amar de qualquer jeito, não há neutralidade. Amar é uma ação, um agir sentimental. Se isso é real, quem ama não é neutro.

O que Cristo está falando é que você precisa ter a plena consciência que aquele não é a seu favor e que por isso em algum momento vai espalhar o que você está juntando. O resto é apenas conclusão da sua mente.

Participante: o que quero dizer é que ele afirma que se não está a favor, necessariamente não está contra. Não tem o nem a favor e nem contra?

Não. A favor ou contra algo é subjetivo. Isso existe, mas não está ligado a esse trecho.

Na verdade, o que o mestre quer com esse ensinamento é que você compreenda que precisa estar preparado naquela relação para que o outro não faça o que quer ou espera dele. Que você esteja atento durante o relacionamento e não entre nele como um bobo, despreparado para a contrariedade.

O que Cristo ensina é que precisa amar e respeitar como já conversamos, mas apesar disso estar prevenido para uma possível contrariedade, pois na hora que você começar a juntar, o outro pode espalhar.

Participante: atento!

Atento, prevenido. Prevenido não para brigar, mas prevenido emocionalmente para não sofrer.

Participante: você já falou sobre isso.

Já conversamos muito sobre isso. Aliás, tudo que conversamos até hoje foi a partir dos ensinamentos da Bíblia e dos outros mestres. .

Bem aventurado - Mateus - Conversa 05

Falar mal de espíritos

Continuamos com o mesmo trecho. Não disse que ele possuía muitos ensinamentos?

 “Por isso eu afirmo a vocês que as pessoas serão perdoadas por qualquer pecado ou blasfêmia que disserem contra Deus. Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo não será perdoado. Se alguém disser alguma coisa contra o Filho do Homem, será perdoado; mas quem falar contra o Espírito Santo não será perdoado, nem agora nem no futuro”.

Você pode falar o que quiser contra Deus e mesmo assim não será julgado. Por quê?

Participante: porque Deus sabe que você ainda sabe pouco...

 Você não tem a consciência perfeita das coisas.

Apesar disso, afirma: quem falar mal do Espírito Santo não será perdoado. Por quê? Porque alguém pode falar mal de outro ser humano, de Deus, de Cristo, mas de outro espírito não?

Participante: está indo contra a obra de Deus? Contra a perfeição da obra de Deus?

 Quase isso.

Participante: porque é o espírito é o filho de Deus?

Não. Porque está negando a essência divina que existe em tudo e todos.

Participante: nós aqui não conseguimos falar mal do Espírito. Tem alguma forma de reconhecer quando fazemos isso?

Qual é o assunto deste capitulo que estamos lendo?

Participante: o poder de Jesus para expulsar demônios.

Demônios...

Você não fala mal de espirito? Não diz que alguns são obsessores safados que ficam atrasando a vida dos encarnados? Não têm medo que o espírito tome o seu corpo e lhe faça fazer coisas erradas? Não diz que alguns são maus? Que o Exu é o diabo?

Olha você falando mal dos espíritos...

Participante: então, esse ensinamento serve também para quem fala do ser na carne, já que é um espirito também?

Não! Isso Cristo deixa bem claro.

Participante: quando falo mal do Exu falo mal dele e não do espírito.

Fala do espírito trabalhador.

Estou usando a figura do Exu para ficar mais claro dentro do que vocês vivem no dia a dia. O que está querendo se abordar é daqueles que ofendem espíritos dizendo que são demônios, que não prestam, que são do mal, que pertencem a falanges do mal, que querem atacar, fazer o mal. Como já foi dito, não pode haver divisão na família

Participante: entendi. É um ensinamento para aquela época, para aquelas pessoas...

Não, para a época de hoje.

Quando a humanidade de hoje faz desobsessão qual é a primeira ideia que se tem do obsessor?

Participante: que é um demônio, um ser do mal.

É um demônio, um safado que vem pra fazer mal. Até hoje se fala mal do espírito!

Participante: entendi, mas o que acho estranho é Jesus fazer essa distinção.

Que distinção?

Participante: porque um espírito fora da carne teria essa distinção de espíritos na carne no quesito de falar mal?

Não há distinção entre os espíritos.

Pense. Quando fala mal do espirito na carne, não fala dele especificamente, mas da carne, da personalidade humana. Da carne não há problema falar mal, mas do ser puro há.

Participante: É isso mesmo. Quando estou falando mal do Joaquim eu estou falando do ego do espírito.

Paulo está voltando no inicio desse estudo onde fala que não há divisões da família universal. Não há nem espíritos bons e nem espíritos maus.

Participante: compreendo

Bem aventurado - Mateus - Conversa 05

A punição por ofender espíritos

Para aqueles que acreditam que existem espíritos maus, Paulo deixa um recado: você será julgado por isso. Será julgado porque está negando a essência divina que existe dentro de todos os espíritos: obsessores, espíritos desse ou daquele jeito.

Porque esse julgamento é um ato passível de punição? Porque é fruto do egoísmo. Só se chama um ser de ruim ou mal porque ele não atende o que o outro quer. Por isso é fruto do egoísmo.

Quando fala mal de outro ser humano o espírito encarnado não vai sofrer punição, pois não está atacando uma essência divina. Não está falando do espírito na carne, mas do ser humano, da personalidade humana, que não possui essência divina. Agora quando fala mal de qualquer ser universal, seja um obsessor ou exu, o ser humanizado nega a essência divina que está dentro dele.

Participante: você está falando isso pra nós que somos espiritualistas e por isso acreditamos no espírito. Os judeus tinham a consciência do espírito fora da carne como consciência ou Cristo está falando só dessa natureza divina?

Se tivessem ouvido o Cristo, teriam essa consciência como acabamos de ouvir.

Participante: pelo menos nas passagens que a gente estudou até agora, ao menos que esteja enganado, Jesus não deixou claro se quando a pessoa morre tem alguma consciência. Além disso, até aqui fala dos demônios, diabos, que são os anjos decaídos e dos anjos que são os trabalhadores de Deus. Em algum momento deixou claro que todos os espíritos são bons?

Ele vai dizer que todos são iguais porque todos são filhos de Deus.

Participante: não foi isso que ele quis dizer.

Sim. Quando diz que todos são filhos de Deus, afirma que o demônio também é filho de Deus.

Participante: estou falando de alguma passagem onde Jesus fale, por exemplo, dos devas? Judeus tinha consciência do que hoje chamamos de devas?

Não. Não tinha. Essa consciência não tinha.

Alguns grupos tinham alguma consciência, mas como hoje conhecemos do mundo dos devas, não. Isso porque teoricamente não trabalhavam com a ideia de encarnação múltipla.

Participante: os judeus... Você tá falando dos judeus, porque os indianos, budistas tinham essa consciência.

Sim.

Participante: então ele fala da natureza divina, não é?

Sim, natureza divina.

Participante: então, o espírito santo para os judeus é essa natureza divina?

Exatamente. Cristo está justamente mostrando isso.

Você fala dos demônios, chama espíritos de demônios, com isso está negando a essência divina que existe neles. Essa negação divide a família universal, que o mestre disse que não se divide.

Por causa dessa indivisibilidade todos são divinos. Compreendeu?

Participante: compreendi.

Participante: claro ficou, mas eu não concordo.

Está certo! Isso é comum.

Bem aventurado - Mateus - Conversa 05

O espírito e as informações desse mundo

Participante: posso fazer uma pergunta?

Pode!

Participante: você citou o exemplo dos pichadores. Isso faz parte da história recente do nosso planeta. Pergunto: você e todos os devas recebem a informação de tudo que acontece aqui no plano material de uma forma natural ou a partir da mente de médiuns ou outros seres humanos?

Uma coisa e outra. Alguma informação é retirada da mente de seres humanizados, outras são ressaltadas dentro do próprio mundo.

No meu caso específico, muitas informações são escritas para que eu leia aqui.

Participante: é literal o que está falando? Você lê literalmente?

É só uma figura.

Participante: você toma consciência das informações mesmo não enquanto incorporado?

Posso receber antes da incorporação. A maioria só depois que incorporo. .

Participante: essa do pichador, você não recebeu agora?

Não!

Participante: sabe por que perguntei isso? Lembrei da obra Nosso Lar. Tem um momento lá que eles assistem a uma televisão onde aparecem coisas do mundo humano. Isso é como imagem ou é literal?

Sim, claro que é uma imagem! Há obras que falam de museus que contam histórias do que acontece nesse mundo. Tudo é historia. Isso é real só pra quem ainda acredita nessas coisas.

Bem aventurado - Mateus - Conversa 05

A árvore e suas frutas

Vocês só poderão ter frutas boas se tiverem uma árvore boa. Mas, se tiverem uma árvore que não presta vocês terão frutas que não prestam. Porque é pela qualidade das frutas que sabemos se uma árvore é boa ou não presta. Ninhada de cobras venenosas! Como é que vocês podem dizer coisas boas se são maus? Pois a boca fala do que o coração está cheio. A pessoa boa tira o bem do seu depósito de coisas boas, e a pessoa má tira o mal do seu depósito de coisas más.

Eu afirmo a vocês que, no Dia do Juízo, cada pessoa vai prestar contas de toda palavra inútil que falou. Porque as suas palavras vão servir para julgar se você é inocente ou culpado. (Capítulo 12 – versículo 33 a 37)

Uma arvore boa só pode dar frutos bons; uma má só pode dar frutos maus. Vamos entender.

Primeiro detalhe: o que se planta é o que se colhe. Por isso Cristo pergunta: como é que imaginam que podem dizer coisas boas se são maus? Impossível, pois a boca fala do que o coração está cheio.

Participante: é sempre assim?

Sim. O acontecimento da sua existência humana é dado de acordo com a carga energética emocional que possui. Escolhendo ter ciúme, suas palavras serão de ciúme. Claro, serão pronunciadas frente a quem precisa delas, mas serão ditas por você porque seu coração está cheio daquela emoção.

Mas, não é esse o detalhe que eu quero falar. Quero aproveitar o ensinamento e conversar outra coisa.

Reparem uma coisa que é dito: se seu coração é mal, só sairão da sua boca coisas más. Veja que o bem e o mal para Cristo não possuem a mesma conotação que tem para vocês. O mal que ele diz não está ligado a ferir, amaldiçoar, maltratar, não é isso. Mal para o mestre é algo completamente diferente.

O que é o mal para Cristo?

Participante: é não amar o próximo como a si mesmo e não amar a Deus sobre todas as coisas.

Isso... Perfeito!

Estou salientando essa questão para podermos complementar o ensinamento do trecho anterior que analisamos: não existem espíritos maus. Sim, não existem espíritos maus, mas existem espíritos maus.

Não existem espíritos maus dentro do valor de mal que vocês usam: ferir, magoar, atacar. No entanto, existem espíritos que são maus, quando usamos esse termo em outro sentido. Que sentido é esse? Quem são os espíritos maus para Cristo? Aqueles que não amam a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Sim existem espíritos maus, mas eles não são aqueles demônios pintados por vocês. Isso é muito importante entender para nós não negarmos a essência divina que está dentro de cada espírito. Existem espíritos que possuem a essência divina, mas não amam a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Já fiz uma palestra toda falando sobre o acabar com a ideia do mal. Falei da ideia da existência de espíritos que veem para criar situações de risco para encarnados, que agem para causar pânicos, etc. Isso não existe. É só um delírio, são só historias.

Para Cristo a maldade não é ferir o outro, é não amar. Por isso, se o seu coração não ama, as suas palavras não serão – vou tirar o termo mal e dizer: se o seu coração não ama, as suas palavras não serão amorosas.

Não importa o que diga. Pode estar elogiando uma pessoa, mas se por dentro não houver amor, o elogio não será um ato amoroso, não conterá amor. É isso que o mestre está dizendo.

O importante é focar no mundo interno. É, ao invés de ficar pensando o que vai falar para os outros, estar atento ao coração. Isso porque é o que sai do seu coração que vai dizer quem é você. Palavras, atos, ações, não valem de nada.

A árvore má não pode dar frutos bons de jeito algum. Pode ser a pessoa mais pia do mundo, pode ser aquela que faz caridade a três por dois, se não tiver o coração puro, tudo que faz não terá pureza alguma.

Ficou claro isso?

Bem aventurado - Mateus - Conversa 05

A escolha do amor

Participante: se eu não amo, escolhi não amar ou sou um ignorante do amor? Eu ignoro que deveria amar, digamos assim. Houve uma escolha minha de não amar?

Primeiro: não existe outra coisa que não seja o amor. Então, na verdade, nunca deixa de amar: ama o tempo inteiro. Pode amar de uma forma universal ou individual, egoísta, mas sempre será amor.

O amor egoísta, individualista, é proposto pelo ego. A personalidade humana não é egoísta, ela propõe egoísmo. Quando se confunde com o ego, acha que o que ele está fazendo é você que está fazendo, dizendo, pensando, se torna egoísta, ama egoisticamente. Nesse momento vibra individualisticamente.

Portanto, você não escolhe amar individualmente ou universalmente. O que escolhe é aceitar a individualização do amor proposta pelo ego.

Participante: esse é o livre arbítrio?

Esse é o livre arbítrio entre o bem e o mal.

Participante: E essa escolha, que é o livre arbítrio do espírito, é ignorância dele? Escolhe o individualismo por ignorância? Digo isso pela afirmação de não ser mal. Só se fosse escolheria conscientemente o egoísmo.

Desculpe: alegar ignorância é uma coisa que não se aceita mais.

Você tem a Bíblia, tem os suttas budistas, o alcorão, o Baghavad Gita, O Livro dos Espíritos, etc. Possui centenas de ensinamentos dos mestres. Por isso não pode mais se declarar ignorante. A informação está disponível nesse mundo.

Participante: é o que você já falou. Depois que todos acordaram, combinaram esse acordo que é o Novo Testamento, precisam compreender o sentido da encarnação.

Não é isso. Estou falando de algo mais humano, mais terra a terra.

Não existe ignorância, ninguém pode alegar ignorar nada porque hoje tudo é muito escancarado. Por isso, você não pode falar em ignorância. Deve falar em vicio, em apego, em paixão pelas coisas humanas. Pode falar em buscar prioritariamente o prazer. Isso você pode falar.

O ser humanizado, mesmo sabendo que tem que amar a todos, prefere naquele momento não amar, ou seja, acreditar no ego. Prefere amar individualmente para poder tirar alguma vantagem, porque quer ter uma vitória.

Participante: a segunda pergunta é: independente da escolha feita, amar individualisticamente ou amar universalmente não muda os atos, não muda os fatos?

Não. Não muda o ato, só muda o fruto da arvore.

Participante: entendi.

Bem aventurado - Mateus - Conversa 05

O pedido de um milagre

Então alguns mestres da Lei e alguns fariseus disseram a Jesus: Mestre, queremos ver o senhor fazer um milagre.

Jesus respondeu: Como as pessoas de hoje são más e sem fé! Vocês estão me pedindo que faça um milagre, mas o milagre do profeta Jonas é o único sinal que lhes será dado. Porque assim como Jonas ficou três dias e três noites dentro de um grande peixe, assim também o Filho do Homem ficará três dias e três noites no fundo da terra. No Dia do Juízo o povo de Nínive vai se levantar e acusar vocês, pois eles se arrependeram dos seus pecados quando ouviram a pregação de Jonas. E eu afirmo que o que está aqui é mais importante do que Jonas. No Dia do Juízo a Rainha de Sabá vai se levantar e acusar vocês, pois ela veio de muito longe para ouvir os sábios ensinamentos de Salomão. E eu afirmo que o que está aqui é mais importante do que Salomão. (Capítulo 12 – versículo 38 a 42)

Assim como Jonas, vocês irão ao centro da terra por três dias e três noites.

Participante: uma pergunta: essa historia de Jonas e a baleia representa o interior da terra ?

Isso.

 Participante: eu entendi que representa a morte, pois Jesus foi enterrado por três dias e saiu de lá.

Exatamente isso.

Nós já conversamos um pouco sobre essa questão quando disse que nenhum de vocês vai sair da encarnação direto para o universo. Todos terão que passar por algum período, que vou chamar assim de desintoxicação. Para se desintoxicar da sua humanidade.

Depois de falar desse período, Jesus ensina: se Jonas passou por esse período e voltou para ensinar, o que está aqui é maior do que Jonas, pois não precisou passar por isso. Assim, o mestre ratifica Jonas, mas também deixa claro que o ensinamento dele é superior àquele. Esse é um detalhe.

Nesse mesmo texto, Cristo ainda fala da rainha de Sabá. Certamente já ouviram falar nela, não?

A rainha de Sabá era a soberana de um país árabe que tinha muitas riquezas. Depois de ouvir algumas pregações de Salomão largou todas as suas riquezas para continuar ouvindo-o. Com essa referência, portanto, o mestre está querendo se referir à importância de despossuir para ouvir os ensinamentos.

Apesar de Salomão ser um rei sábio – é assim que a historia o marca – Cristo afirma que seus ensinamentos são maiores do que os do profeta. Falando dessa forma, tanto com relação aos ensinamentos do profeta Jonas quanto de Salomão, ele demonstra a importância de suas mensagens. E, se elas são tão importantes, o sacrifício (despossuir) feito para se ouvir aqueles, precisa ser maior agora.

Agora podemos, por fim, entender o que foi dito. Aqui está a informação de que é preciso que os seres humanizados despossuam tudo na busca de algo superior. Libertem-se de tudo que têm. Diz mais: que por mais santos que se considerem, os seres que desencarnarem ainda terão que passar pelo menos três dias e três noites no fundo da terra.

Sabe por que a alusão ao fundo da Terra? Porque para os Judeus o inferno era no fundo da terra. O Reino do Céu era no alto e o inferno era no fundo da terra.

Portanto, Cristo está dizendo que todo aquele que desencarnar vai passar por aquele lugar que vocês chamam de umbral. Se não forem para lá, certamente ainda terão que ir para outro lugar, que chamam de cidades espirituais.

Por último, diante do que o mestre disse encontramos a mensagem que o mandamento de Cristo (amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo) é mais importante que qualquer coisa que possa ser ensinada. Que amar é mais importante do que qualquer outra coisa nesse mundo.

É isso que Ele quis dizer. Certo? Pergunta?

Bem aventurado - Mateus - Conversa 05

Mudança de sentido de encarnação

Participante: uma curiosidade. Acontece de algum espírito que esteja no umbral reencarne direto sem passar pelo processo de desintoxicação, ou todos por um breve ou longo período têm que passar por esse processo e somente após se desintoxicar totalmente do ego humano adquira uma nova encarnação?

Já houve o que vocês chamam de encarnação compulsória, encarnação sem preparação, obrigada. Isso já houve, mas hoje em dia não. Já estamos no final dos tempos, por isso aqueles que sofriam encarnações compulsórias já foram retirados do planeta.

Participante: então posso dizer que o período de passar por esse processo no umbral é cada vez mais curto?

Não. Não pode dizer isso.

Participante: entendi. Não pode porque vão encarnar no mundo de regeneração né?

Não pode dizer por que desencarnando hoje sem aprovação, o espírito não vai continuar aqui. Sendo assim, nem vai para umbral aqui, mas direto para o próximo planeta onde continuará seu processo de evolução moral.

Os espíritos reprovados não ficam mais por aqui. O que vocês chamam de umbral hoje está vazio com uma plaquinha escrita “aluga-se”.

Participante: mas, ainda existem egos em sofrimento, aqueles que o espiritismo diz eu habitam zonas trevosas?

Não.

Participante: já está limpo?

Os que não podem voltar a esse planeta já foram afastados; os que ainda vão voltar, não estão nessas áreas, mas em preparação para voltar.

Participante: mas alguns em sofrimento? Chamam de zonas trevosas...

Aquela ideia e historia em quadrinho é a mesma coisa.

Participante: como será a população no novo mundo? Falam em sobrar apenas um terço.

Não, não vai chegar tudo isso não. Vai diminuir a população sim, mas não vai chegar a tanto.

Participante: na colheita um terço vai ascender, vamos dizer assim.

Não, vai ser mais.

Participante: mais?

Sim.

Participante: mais de um terço vai ficar para a regeneração.

Participante: ascender não é necessariamente ficar aqui, não é?.

Se um ser saiu do mundo de provas e expiação tem que entrar no mundo de regeneração.

Participante: mas não necessariamente aqui?

O problema é a palavra ascensão.

Ascenção é subida, é viver no melhor. No caso da ida para o novo mundo não é ascensão, mas simplesmente mudança de lugar. Não há subida alguma, melhora nenhuma.

Participante: então se eu saio para um mundo de regeneração, não ascendi nada?

Não. Você não é melhor do que ninguém por estar nesse mundo.

Participante: perfeitamente, eu não estou dizendo que eu sou melhor. O caminho para ir para esse novo lugar...

Participante: você passou de serie e não repetiu o ano.

Só isso. Só não repetiu. Não há vantagem nenhuma.

Só no planeta Terra a mudança de uma classe para outra é vivida como vantagem, como glória: “olha que maravilha, meu filho passou de ano”!

No mundo espiritual isso é visto apenas como o processo normal que acontecerá inexoravelmente um dia. Para aqueles que conseguem não há glória, mas apenas a constatação de que não fez mais que sua obrigação.

Participante: tudo bem, não estou julgando se há ou não ascensão, mas essa mudança não me aproxima nem um pouco do Chefe?

Pode ser que quando chegue ao mundo celestial que se aproxime um pouco.

Participante: pelo que estou vendo só troco de casa o resto...

Bem aventurado - Mateus - Conversa 05

A volta do espírito mau

Jesus continuou: Quando um espírito mau sai de alguém, anda por lugares sem água, procurando onde descansar, mas não encontra. Então diz: “Vou voltar para a minha casa, de onde saí.” Aí volta e encontra a casa vazia, limpa e arrumada. Depois sai, vai buscar outros sete espíritos piores ainda, e todos ficam morando ali. Assim a situação daquela pessoa fica pior do que antes. E isso também acontecerá com esta gente má de hoje. (Capítulo 12 – versículo 43 a 36)

Perfeito!

Já conversamos muito sobre isso, não é mesmo? Mas, vamos falar mais um pouco.

Primeiro tem aí a informação que maldade para Cristo não é ferir o outro, mas apenas não amar. Segundo: há a informação que quando um espírito que não ama é expulso de uma obsessão, sai, mas, como não tem para onde ir, volta, encontra a casa arrumada e chama outros para ficarem juntos.

Isso é uma chamada para reforma intima, para que o ser mude a sua casa (seu mundo íntimo) e assim se proteja daqueles que não amam.

O espiritismo retrata isso falando das historias de viciados em algo humanamente condenável. Fala que o viciado em alguma droga é osediado por outro ser. Fala que em centros os obsessores são retirados e alerta que o encarnado precisa se mudar. Continuando preso ao vício, o obsessor retorna para se satisfazer com o que gosta.

Isso explicamos quando estudamos O Livro dos Espíritos. A obsessão é dada por Deus de acordo com a necessidade de cada um. Portanto, o Pai é quem põe o obsessor, é Ele que tira e é Ele, também, quem o traz de volta quando o encarnado não promove a reforma íntima.

Bem aventurado - Mateus - Conversa 05

A mãe e os irmãos de Jesus

Quando Jesus ainda estava falando ao povo, a mãe e os irmãos dele chegaram. Ficaram do lado de fora e pediram para falar com ele. Então alguém disse a Jesus: Escute! A sua mãe e os seus irmãos estão lá fora e querem falar com o senhor.

Jesus perguntou: Quem é a minha mãe? E quem são os meus irmãos? Então apontou para os seus discípulos e disse: Vejam! Aqui estão a minha mãe e os meus irmãos. Pois quem faz a vontade do meu Pai, que está no céu, é meu irmão, minha irmã e minha mãe. )Capítulo 12 – versículo 46 a 50)

O quê que o mestre quis dizer com isso?

Participante: é o rompimento com a família de carne.

Não. É dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.

Cristo não era um ser humano. Por isso não vivia as verdades humanas como algo obrigatório de ser vivido. Por isso, ao invés de se prender ao núcleo familiar gerado por consanguinidade, para ele existia uma grande família universal, que é composta por todos aqueles que fazem a vontade de Deus. Só isso.

Portanto, aqui não existe nenhum apelo ao rompimento com a família de carne. O que existe é o ensinamento que leva à compreensão de que família é algo muito diferente.

Gosto muito de explicar essa questão citando O Livro dos Espíritos. Lá Kardec pergunta ao Espírito da Verdade assim: ‘dizem que o espiritismo veio para acabar com a família. Isso é verdade’?

A resposta é a seguinte: ‘não é bem isso. Na verdade, com a informação da existência de múltiplas vidas onde cada um assume um papel durante aquela encarnação, o espiritismo veio ampliar a sua família a tal ponto que o seu escravo e o seu superior façam parte dela’. Ou seja, aquele que está abaixo de você ou acima, todos.

Acho que essa é uma boa figura para explicar o que Cristo está falando. Ele está dizendo: todos são da sua família. Todos pertencem a uma família universal. Priorizar cargos ocupados em uma vida, não é espiritual.

Está certo? Deu pra compreender?

Participante: deu.