O fim do mundo
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O fim do mundo

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Parte 01
Parte 02

Em 2012 havia o boato de que no dia 21 de dezembro com o fim do calendário Maia o mundo iria acabar. Depois de se recusar muitas vezes a comentar esse assunto, Joaquim de Aruanda acabou falando. Ele disse que o que aconteceria não era o fim do planeta nem da vida humana, mas a transformação do sentido de encarnação: de mundo de provas e expiações para mundo de regeneração. 

O fim do mundo

Não acredite que o mundo vai acabar

1. 21 de dezembro de 2012

O dia 21 de dezembro de 2012 vem sendo muito aguardado por vocês por conta da lenda que afirma que nesta data o mundo acabará. Apesar de lendas de este tipo ser comum, pois elas já foram criadas e levaram a expectativas quanto à chegada do ano dois mil e mesmo do ano mil e novecentos sem que nada acontecesse, sempre geram expectativas e acabam deixando algumas pessoas agoniadas com a proximidade das datas indicadas em cada uma delas. Por causa disso vou conversar com vocês sobre estas lendas e mais especificamente sobre o que acontecerá nesta data.

Quando falamos sobre este dia especificamente é importante nos lembrarmos que outras – não vou chamar de crendices – profecias já foram criadas a respeito de um possível fim do mundo e nada aconteceu no momento marcado. Para que, então, a lenda a respeito deste dia foi criada? Para nos lembrarmos que nada aconteceu em momentos anteriores e que a agonia e expectativa que alguns viveram foram sem propósito. Só com esta consciência podemos esperar esta data sem expectativa ou agonia.

Na verdade o planeta Terra vai acabar um dia, pois tudo o que começa, um dia acabará, mas isso não acontecerá por acaso ou por ação de algum elemento material. Só acontecerá quando houver motivo para que isso aconteça e este ainda não existe. Portanto, o planeta Terra não irá acabar neste momento.

Apesar de falar assim, posso afirmar que a partir da data de 21 de dezembro de 2012 o fim do planeta se iniciará. Para entender o fim que se iniciará nesta data antes, no entanto, é preciso que se conheçam algumas realidades sobre as coisas universais. Por isso, vamos buscar esta realidade antes de falar do fim que começa daqui a pouco.

2. Tudo tem uma finalidade

Universalmente falando, o que será o planeta Terra? Quando observamos a realidade material a partir da espiritual o que será este ou qualquer outro planeta? É um campo de provas de espíritos. Saibam que quando se premia a realidade universal a material, não mais se tem a ideia de que existem planetas que orbitam em torno de sois, mas sim a consciência de que existem salas de aula onde determinados níveis de espíritos fazem a provação necessária para que consigam a aproximação com Deus.

O problema é que vocês humanos não querem raciocinar, pensar sobre os assuntos. Por isso compram idéias prontas em livros ou em palestras, espiritualistas ou científicos, e as vivenciam como se elas fossem absolutas. Se parassem para pensar nas coisas, com certeza chegariam a conclusões bem diferentes daquelas que vivenciam hoje.

Será que vocês, que se dizem espiritualistas já pararam para pensar em todos os elementos que existem no cosmo? Acho que não, pois se tivessem as informações de que dispõem não os deixaria acreditar que todos os planetas que existem não servem apenas para criar uma noite estrelada para os namorados ou para regular a maré dos oceanos terrestres. Aplicando o que já conhecem sobre a existência do mundo espiritual descobriria que estas informações humanas não podem ser reais.

Levando-se em conta o processo reencarnatório que obriga a cíclica presença do espírito em uma massa mais densa, o espiritualista deveria compreender que a finalidade da existência dos planetas é diferente daquela que a ciência humana dá a eles. Ela estaria ligada à questão da provação necessária para a evolução espiritual do ser e isso deveria levá-lo a entender rapidamente que cada planeta do Universo serve como espaço para que as encarnações ocorram e que com isso as provações aconteçam. Mas, como preferem comprar definições criadas pelo mundo humano, o espiritualista não consegue vivenciar esta realidade.

Ora, se todos os planetas existem apenas com esta finalidade, é justo se imaginar que a Terra também só existe por este motivo. Sendo assim, é justo se afirmar que o planeta Terra não existe por ele mesmo, mas porque atende a necessidades do mundo espiritual. A necessidade a que atende o planeta Terra é servir a espíritos de determinado nível de elevação para que eles tenham a sua oportunidade de fazer suas provas e com isso aproximarem-se de Deus.

Apesar disso, como afirmei antes, certamente um dia o planeta Terra acabará, mas isso só acontecerá quando ele não tiver mais utilidade à verdadeira pátria do espírito, como os espíritas chamam o mundo espiritual. Ou seja, o planeta Terra jamais acabará por ações humanas ou de elementos universais enquanto ele for útil a espíritos para que eles realizem o seu processo de reforma íntima que conduz à elevação espiritual.

Para quem a Terra serve? Aos espíritos que se encontram no chamado nível humano. A Terra, portanto, tem como finalidade servir como campo de provação aos espíritos que estão no nível que chamamos humano.

O nível de espírito que classificamos como humano se trata de uma forma de viver a vida e não estar em um corpo humano. O planeta Terra, portanto, é um lugar universal onde espíritos que vivem de determinada forma se juntam para viver de interdependentemente as suas provas. Sendo assim, enquanto houver espíritos que vivam desta forma, o planeta Terra continuará existindo. Quando não mais existirem espíritos neste nível, neste momento este planeta poderá deixar de existir. Antes, não...

Por isso afirmo que nada acontecerá a este planeta por acaso ou por fenômenos naturais: tudo ocorrerá de tal forma que este grupo de espíritos tenha à sua disposição o campo de provas necessário para o seu trabalho de evolução.

A partir desta conclusão, muitas outras compreensões surgem. Por exemplo: pode você, um espírito encarnado aqui, estragar este campo de provas, ou seja, pode você, como acreditam os humanos, acabar com as condições para existência de vida neste planeta? Claro que não... Como você ou qualquer grupo de espíritos poderiam estragar o planeta se ele não foi feito apenas para alguns, mas para todos que vivem no nível humano. Se você ou algum grupo estragasse as condições para existência da vida, o que seria dos outros que dependem deste campo de provas para elevarem-se?

Pense: quem é você ou um pequeno grupo para interferir no destino de mais de setenta bilhões de espíritos? Sim, neste planeta orbitam setenta bilhões de espíritos em nível humano, pois para cada encarnado hoje há pelo menos dez esperando o seu momento de iniciar suas provações. E olha que estou falando apenas de espíritos em provas no mundo humano, fora aqueles que aqui estão para ajudar a estes e que ao mesmo tempo também vivenciam o seu processo elevatório.

Toda esta plêiade espiritual orbita naquilo que se chama orbe terrestre. Sabendo disso, você acha que um cometa ou uma pedra por conta de uma lei de atração física por acaso pode causar este prejuízo ao mundo espiritual? Falo assim porque se algo do cosmo por acaso atingisse a Terra e com isso provocasse a sua destruição, o mundo espiritual teria que arranjar outro planeta para que os seres que aqui orbitam pudessem ter seu campo de provações. Isso não seria um prejuízo imenso para os seres universais?

Como disse antes, o ser humano perdeu a sua grande capacidade de raciocinar. Se não a houvesse perdido, teria chegado à conclusão que chegamos agora sobre a possibilidade do mundo se acabar no próximo dia vinte e um, pois tudo o que dissemos sobre o planeta servir como campo de provações e com respeito à quantidade de seres que dependem dele, é do conhecimento de vocês. Sempre que uma informação chegar até vocês, raciocinem sobre ela a partir daquilo que já conhecem e com certeza acabarão desmitificando muitas das lendas que existem no mundo humano.

Pensando a partir das realidades que conversamos aqui, lhes pergunto: será que o presidente de um país, por conta de não restringir a emissão de gás carbônico de suas indústrias, é capaz de provocar o efeito estufa que vá levar ao fim da serventia do planeta? Será que alguns humanos por sua ação de poluir rios e mares têm a potência necessária para extinguir as condições para que a vida humana possa existir na Terra? São perguntas que se analisadas à luz dos conhecimentos espirituais que vocês têm mudam completamente o entendimento da humanidade sobre este assunto.

Para poder compreender o que estou dizendo, pensem: quantas existências espirituais seriam afetadas pela ganância de um só ou pelo desleixo de alguns? Será que o Senhor, que é Onipresente, Onisciente e Onipotente não pode fazer nada, mas apenas assistir ao humano causando prejuízo a Ele e aos seus filhos? Se o que vocês acreditam fosse possível, pergunto: onde estaria Deus? Será que Ele estaria sentado num trono de ouro sem nada poder fazer? Que poder é este que os mestres dizem que o Pai possui, se Ele não pode agir sobre um ou alguns humanos para defender toda uma plêiade espiritual?

Compreendam isso de uma vez por todas para vocês não viverem as lendas sobre o final do mundo que rotineiramente são criadas no planeta. Saibam que estas lendas são cíclicas e continuarão existindo criando informações sobre um possível fim do planeta. Isso porque o apego à continuidade da vida humana faz parte da provação que os espíritos no mundo chamado humano vivem.

As lendas, portanto, fazem parte da finalidade do próprio planeta, já que são provações para os seres que aqui buscam sua elevação, e por isso elas continuarão existindo, mas aquele que compreende o Universo de cima para baixo não acredita nelas.

3. A interação universal

Há mais um motivo para que a vida humana não acabe: a interação universal ou interdependência das coisas que Buda nos ensinou.

Como dissemos, neste orbe planetário são mais de sete bilhões de espíritos orbitando. Existem milhares de planetas no Universo e muitos possuem mais seres que ali habitam do que aqui. Deste simples raciocínio verifique que não há como se imaginar o número de espíritos que existem no Universo.

Cada um destes seres vive a sua existência. O que é a existência de um espírito? Já falamos disso ao longo de nossas conversas: presentes que se sucedem sem que isso se consista numa contagem de tempo. Sendo assim, posso dizer que no Universo existem inúmeros presentes acontecendo, um para cada ser universal.

Todos estes presentes são criados por Deus de acordo com o grau de evolução de cada ser e o trabalho que este precisa executar para aproximar-se do Pai. Para criá-los, o Senhor leva em conta o carma ou merecimento de cada um e faz com que estes seres se interajam para que exista o trabalho que precisa ser feito por cada um.

Sei que vocês imaginam que o que acontece aqui na Terra não afeta os demais planetas, pois se julgam afastados dos habitantes deles, mas isso não é real. Como já provamos anteriormente, toda ação no planeta interage com todo cosmo.

Este é mais um motivo pelo qual o planeta não pode acabar e com isso extinguir a existência humana. Se isso acontecesse, todo equilíbrio universal seria afetado e a repercussão disso influenciaria o processo de elevação de todos os seres do Universo.

4. A Causa Primária

Durante nossas conversas falamos que Deus é a Causa Primária de todas as coisas que acontecem. Isso é real, mas vocês não conseguem abranger a totalidade do que isso quer dizer.

Deus não é a Causa Primária da sua existência apenas ou somente dos espíritos que vivem no orbe terrestre. Ele causa tudo o que acontece no Universo, causa todos os presentes que servem de provação ao número imenso de seres que acabamos de dizer que existe.

O que Ele usa para causar presentes a espíritos? O merecimento de cada um, a justa medida ao que foi plantado anteriormente. Deus dá a cada um segundo a intenção com que cada um participa do presente que Ele mesmo gerou como oportunidade de trabalho com o fim de aproximar-se Dele.

Além deste, há mais um fator que é utilizado por Deus na hora de gerar os presentes de cada ser: o seu grau de elevação. Ele dá o carma a cada ser, mas quando gera este, o que é criado está relacionado com o mundo onde cada um orbita. Ou seja, o presente que Ele gera para os seres está ligado à finalidade de existência do planeta.

Este é mais um dos motivos pelos quais afirmo que o planeta Terra só se extinguirá se a finalidade para que ele exista não mais seja alcançada. Se o Pai extinguisse este planeta, haveria espíritos que não mais teriam um campo de provas compatível com seu grau de elevação e com isso o seu processo evolucionário – e o de todo Universo por conta da interdependência das coisas – estaria afetado.

Portanto, a existência de uma Causa Primária Universal como afirmado pelo Espírito da Verdade na pergunta 01 de O Livro dos Espíritos, também deve lhe fazer duvidar de qualquer informação que afirme que o planeta vai acabar.

5. Carma

Como já dissemos ao longo dos nossos estudos, o carma é o motor do Universo. É a partir da justa colheita que cada ser recebe como instrumento para seu trabalho de elevação que o Universo se faz.

Agora, imagine se de repente não houvesse mais no Universo um elemento que atendesse à necessidade do carma daqueles que estão no nível de elevação que chamamos de humano. O que aconteceria? O motor do Universo deixaria de mover as existências de cada espírito e com isso acabaria todo o equilíbrio necessário para que a máquina espiritual deixasse de existir.

Havendo, portanto, a necessidade de existir o carma de cada um, o planeta Terra não pode deixar de existir.

6. O fim do mundo

Depois de tudo o que falamos e que vocês afirmam crer, será que ainda acreditam que uma pedra qualquer do cosmo pode acidentalmente entrar em rota de colisão com o planeta Terra? Será que ainda acreditam que o presidente de um país ou alguns seres humanizados pode provocar poluição e com isso acabar com a camada de ozônio que sustenta a forma humana de vida? Será que depois de analisar toda a realidade a partir destas verdades que vocês acreditam, ainda imaginam que pode acontecer uma guerra atômica, que acabará com as condições para a existência humana no planeta, por causa do interesse individual de um grupo de seres humanos?

Todos os conhecimentos que falamos aqui e que comentamos ao longo dos últimos quatorze anos é importante quando se fala em fim do planeta ou mesmo em tragédias que ceifam a existência de grupos de seres encarnados. Quando entendemos que todos os acontecimentos de cada planeta são apenas uma engrenagem que precisam de outras para poder fazer funcionar a máquina que gera as realidades universais. Mais: este conhecimento é importante para qualquer momento de uma existência.

Quando se vivencia a existência do carma, quando se entende que todas as coisas são interdependentes e quando se compreende que não existe nada que aconteça por acaso ou por motivação pessoal, mas que tudo que acontece se prende sempre a uma finalidade maior, os meros acontecimentos de uma existência mudam de valor. Quando uma pessoa, por exemplo, fala algo que lhe desagrada, pode ter certeza que ali não existe uma agressão a você. O que está acontecendo é uma ação universal que possui uma finalidade espiritual, que está ligada ao seu carma e ao de quem está servindo como protagonista do acontecimento.

Não importa o que lhe está acontecendo em cada momento de sua existência: o que está ocorrendo é a rotação das engrenagens de uma máquina e nada que queira lhe ferir ou magoar. Mas, para ver isso é preciso exercitar a fé em Deus ou, como ensina Salomão, viver a seguinte idéia: se Deus é por você, quem pode ser contra?

Se isso vale para a sua existência, que é individual, imagine para o planeta, que hospeda sete bilhões de espíritos encarnados e mais sessenta e três bilhões esperando para encarnar. Quando você consegue compreender o funcionamento do Universo, vê, então, claramente que nada pode acontecer, a não ser que esta seja a movimentação das engrenagens da máquina universal.

Apesar de tudo o que disse até agora, afirmo: o mundo que vocês conhecem vai acabar. Não fisicamente, mas tudo vai se modificar e a mudança começa no próximo dia 21 de dezembro de 2012. Esta mudança ainda ocorrerá durante a existência de muitos que estão aqui hoje e por isso vocês precisam se preparar para os acontecimentos futuros.

Sei que a perspectiva de mudança no mundo que vocês conhecem gera sempre expectativa e medo, mas afirmo que vocês são como a mulher que engravida. Quando uma mulher engravida, no início tudo são flores, tudo é maravilhoso, inclusive o mal estar que muitas sentem. Só que com o passar do tempo o êxtase inicial diminui e no final da gravidez vem a expectativa e o medo da vivência do momento do parto. Mas, este medo em nada influenciará o que vai acontecer a esta mulher, pois todas que engravidam terão que dar a luz...

Da mesma forma vocês: a partir do momento que estão encarnados e o planeta vai viver este momento, vocês não podem deixar de passar por eles.

O fim do mundo

Preparando-se para viver a transição

7. O que é verdadeiro?

Participante: o ser humano acha que ele pode ser, estar ou fazer qualquer coisa independente do Universo. Já que não há como fugir da questão de avaliar o que é, está ou faz, como o espírito avalia esta questão?

Você só encontra uma dúvida nesta questão porque imagina que o padrão humano se aplica ao resto do Universo, ou seja, se o humano imagina que pode ser, estar ou fazer alguma coisa, o espírito necessariamente se ocupa com a mesma coisa. Mas, quem disse que isso é real?

Repare que você está usando o que é humano como padrão universal. Está querendo raciocinar a existência espiritual a partir da humana, pois imagina que tudo o que existe aqui tem que existir lá. Quem disse isso?

Você só se preocupa em querer saber como o espírito encara a questão do ser, estar e fazer porque imagina que se o ser humano se ocupa com isso, o espírito se ocupe também. Ou seja, para você o mundo humano é o padrão que o Universo deve seguir. É por isso que acha que todos os elementos universais precisam agir a partir dos padrões humanos. Não acha que isso é muita soberba?

Por exemplo: se o ser humano raciocina, você acredita que o espírito também o faz. Quem disse isso? Em O Livro dos Espíritos é dito que o ser universal possui a propriedade inteligência, mas nada se fala a respeito de raciocínio. Não é todo ser que possui inteligência que raciocina. Mesmo que outros seres executem esta atividade, quem disse que o raciocinar deles tem a ver com aquilo que humanamente vocês chamam de raciocino?

Esta idéia está plenamente presente no mundo humano. A ciência dos seres humanos, por exemplo, afirmam que não existe vida em diversos planetas porque neles não há oxigênio. Afirmam isso porque a vida humana depende da existência deste elemento químico para existir. Mas, será que não existem outros tipos de vida no Universo que não dependam dele?

Esta é a base para a criação das verdades e realidades com as quais convive o ser humano. Ele acha que todas as informações que possuem aplicam-se a todos os elementos do Universo. Agem como se a Terra fosse o certo do Universo, o padrão que todos precisam seguir para existir.

Este aspecto é importante ser compreendido para falarmos sobre o fim do mundo que ocorrerá a partir do dia 21 de dezembro de 2012. Se este final não será físico, ele ocorrerá de outra forma e esta será marcada pela alteração da concepção que se tem sobre as coisas do mundo.

Os valores com os quais vocês convivem não é a realidade ou são verdadeiros. Se o planeta e, por conseguinte, a vida de cada um tem a ver com a finalidade de cada campo de provas, cada verdade e realidade do mundo em que vocês vivem são apenas expressões que criam o campo de trabalho dos espíritos no nível de elevação humano. Não são verdades, não são realidades: são apenas instrumentos do carma dos espíritos que aqui encarnam.

Aquele que não compreender esta questão, com certeza passará muito sofrimento neste período que se inicia no próximo dia vinte e um. Aquele que continuar projetando para o Universo padrões deste mundo, com o desenrolar do fim do mundo se perderá, não terá mais valores para viver sua existência.

8. A realidade e a Causa Primária

Participante: mas, não é Deus que nos faz entender as coisas deste jeito?

Eis aí um entendimento que não é real. Deus não lhe dá nada; Ele lhe dá a idéia de você estar vivendo alguma coisa.

Quando se fala que há uma Causa Primária, por exemplo, você imagina que foi Deus quem lhe causou fazer esta pergunta, mas isso não é real. Na verdade, Deus lhe deu a idéia de você estar fazendo esta pergunta e não a de perguntar. A pergunta que você me fez, apesar de ter sido realizada através de som, não é real: é apenas a idéia de tê-la feito.

Estamos falando da questão levantada por Krishna no Bhagavata Puranas. Lá o Bendito Senhor afirma que, apesar de aparentemente a mente primária (espírito) estar atada à secundária (humana), tanto a mente secundária como a própria idéia de estar aprisionada é uma ilusão para a primária. Sendo assim, tudo existe apenas no mundo das idéias e não dentro de uma realidade externa. Ou seja, sua pergunta, que foi feita pela mente secundária, aparentemente parece ser real, mas como esta aparente realidade é uma ilusão, tudo não deixou de existir apenas no mundo das idéias e não na realidade.

Portanto, saiba que se você está guiando um carro, não é Deus quem está lhe fazendo dirigi-lo, mas é Ele quem está guiando-o – este guiar é entre aspas porque já vimos anteriormente Deus não dirige carros – e lhe dando a idéia de que está dirigindo-o. Se alguém está lhe fazendo alguma coisa, não é Deus quem fez o outro fazer aquilo contra você. O que o Pai realmente está lhe dando naquele momento é a idéia que existe outra pessoa fazendo determinada coisa. Esta consciência é importante para aqueles que vão viver o fim do mundo que começará no próximo dia vinte e um.

A realidade humana é sempre a idéia de algo estar existindo e não a existência de alguma coisa. Não há ninguém, incluindo você mesmo, fazendo coisa alguma: todos estão tendo a idéia de existir movimentações externas. Apenas o espírito no Universo pode fazer alguma coisa e não o humano no seu mundo.

Por exemplo, você se considera um espírito e imagina que está sentada nesta cadeira, mas isso é irreal. O você espírito não está sentada numa cadeira. Na verdade, dentro da realidade universal, neste momento o espírito está no Universo fazendo a única coisa que ele pode fazer: espiritando. Este é um termo que inventamos durante nossas conversas para falar sobre a atividade do espírito já que o que ele faz não consegue ser conscientizado pela mente humana por falta de conhecimento sobre os elementos universais.

Participante: se o espírito sempre está no Universo, isso quer dizer que só há um lugar para se estar?

No Universo existe apenas o próprio Universo, que é uno e único e por isso não se desmembra em espaços diversos. Apenas a mente humana tem a idéia de existir espaços. Se, como dissemos ao longo de nossas conversas, o Universo pode ser comparado à marca deixada pela ponta de um lápis que se encontra com uma folha de papel, como pode haver espaços nesta pequena marca?

Esta questão é muito importante para quem vai viver o fim do mundo que se iniciará em breve. Isso porque quando este processo passar a ser perceptível por você, se não compreender que tudo está acontecendo apenas no mundo mental, sentir-se-á atacado, caluniado, perseguido por outros elementos do mundo humano ou espiritual. Com isso viverá com preocupação, inquietação e temor as novas realidades que aparecerão com o desenrolar deste processo que hora se inicia.

Participante: mas, para o ser humano, a possibilidade que o senhor está levantando é assustadora.

Concordo com você: para o ser humano é. Mas, lembre-se das bases da doutrina que transmitimos durante estes anos: você é um espírito que está vivenciando situações que servem como provação onde deve ser exercitado o amor a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Tendo em vista esta realidade, você consegue vivenciar a consciência de que não está vivo, mas encarnado no planeta Terra porque ele possui a finalidade de servir como campo de provações para os seres que possuam os carmas humanos.

Participante: mas, nós não estamos encarnados para evoluir?

O espírito encarna para realizar um determinado trabalho e com isso evoluir, mas você, o humano, não. Você é apenas o carma que servirá de provação ao espírito e não ele mesmo. Na verdade, para você humano esta questão de elevação espiritual é apenas historinha para boi dormir.

Diga-me: como um ser humano pode alcançar uma elevação espiritual? Se a elevação é espiritual, ela é alcançada pelo espírito e não pelo humano. O humano e todo o seu mundo é apenas uma idéia que a Causa Primária gera na mente do espírito que lhe serve como provação e não uma realidade que existe no Universo.

Participante: então, para vivermos tranqüilos os acontecimentos que virão teremos que ter fé para ver o que virá?

A fé é entrega com confiança. Quem se entrega esperando alguma coisa ainda não se entregou a nada, mas apenas a si mesmo.

Se você quiser usar a fé para conseguir uma existência mais tranqüila dentro do processo que se iniciará, não pode ter qualquer expectativa quanto ao que vai vir, seja esta positiva ou negativa. A fé é a entrega a cada momento como se ele fosse o último e não a esperança que dias melhores virão.

Quem tem fé não se preocupa com o que vai acontecer, mas entrega-se a cada momento ao que está acontecendo, sem se preocupar com o que vai acontecer. Esta forma de proceder demonstra a confiança que você tem no processo de elevação universal que é conduzido pelo Pai.

Participante: então, quer dizer que o que vai ser será?

Esta é uma frase pronta que você pode usar para alento, mas ela não lhe conduz à realidade. Quem pode lhe garantir plenamente que o acontecer era o que tinha que acontecer? Ninguém, não é mesmo?

Na verdade, ao invés de viver como você disse, atente-se a cada segundo e verifique o que está acontecendo. Se aquilo está ocorrendo, não poderia ser diferente. Isso pode lhe fazer aceitar cada momento, mas se você ainda imaginar que aquilo era o que tinha que acontecer, ainda surgirá o questionamento do porque foi desta forma e não de outra.

Ao constatar a realidade acontecendo a cada momento, utilize, então, a fé, a entrega com confiança àquele momento. Utilize, também, a idéia de que tudo aquilo não existe na realidade, mas trata-se apenas de uma idéia. Finalmente, utilize a informação que foi Deus quem causou primariamente aquela idéia porque é a expressão do seu carma e a vivência daquele acontecimento em paz e harmonia lhe garantirá um futuro melhor. Esta é a única forma de se vivenciar o que acontecerá em paz.

O fim do mundo

A mudança que sofrerá o planeta

9. Constatando as mudanças

Tudo o que falamos até agora foi só para que vocês pudessem ter consciência das mudanças que ocorrerão no planeta ao invés de imaginarem que a parte física dele se extinguirá. Agora vamos falar sobre o que vai acontecer. Mas, antes quero falar um pouco sobre a forma como as coisas acontecerão.

O processo que se iniciará no próximo dia vinte de dois ocorrerá muito lenta e gradualmente. Não haverá nada que chamará a atenção neste dia ou em subseqüentes como realização da mudança, mas os fatos que levarão a ela começarão a ocorrer. Vocês não terão consciência do início do processo e de seu desenrolar durante algum tempo, mas ele estará ocorrendo.

Aliás, sempre foi assim em qualquer processo de mudança no planeta. Sempre que um processo começa vocês não conseguem observar a que fim as coisas chegarão, mas o caminho traçado ocorrerá inexoravelmente. Quando o processo está no nascedouro, vocês não conseguem medir a proporção que aquele fato tomará futuramente. Um exemplo disso foi a segunda guerra mundial.

Este evento que provocou marcas profundas no planeta e levou a mudanças não começou quando Hitler invadiu a Áustria ou a Polônia. Na verdade teve início quando foi assassinado o Arquiduque da Áustria antes da primeira guerra. A partir deste dia e talvez ainda antes com os acontecimentos que levaram a este assassinato, foi iniciada a segunda guerra, mas isso vocês só conseguiram perceber quando as nações já combatiam nos quatro cantos do planeta.

Agora será da mesma forma. Acontecimentos vão surgir e vocês não o ligarão à mudança que ocorrerá por conta deste dia, mas tudo desembocará no que está planejado para a mudança do sentido das encarnações no planeta. Quando perceberem, as mudanças estarão em franco desenvolvimento e só aí, então, vocês verão que aqueles acontecimentos fizeram parte do processo que levou àquele destino.

10. O que acontecerá

O que vai acontecer a partir do dia 21 de dezembro de 2012 já foi até comentado por algumas correntes humanas: a mudança do eixo do planeta.

Participante: tem algum evento específico que vai demonstrar o início desta mudança do eixo?

Sim, tem, mas como acabei de dizer, vocês não perceberão de imediato que aquele evento levará a mudança deste eixo. Até porque, como estão preocupados com eventos físicos e catastróficos como maremotos e terremotos não perceberão o início do processo. Para que percebessem alguma coisa deveriam estar atentos a outras questões, pois como já falei não estou me referindo a mudança do eixo físico, mas sim de outra coisa.

O que é o eixo de um planeta? Tenho que lhes perguntar isso, porque apesar de ter acabado de falar que não existe o planeta fisicamente, vocês ainda estão pensando no eixo físico. Anteriormente dissemos que a Terra é um campo de provas para espírito, portanto, temos que entender que o eixo do planeta tem a ver com as encarnações que aqui ocorrem e não com a parte física dele.

Vocês, que se dizem espiritualistas, para poderem entender alguma coisa sobre a existência que vivem, precisam de uma vez por todas compreenderem a realidade. Tudo existe a partir do mundo espiritual e não por conta da própria materialidade. Enquanto não utilizarem as informações de lá para decodificarem as coisas com que convivem aqui, estarão sempre presos à ilusão, ao maya, imaginando que estão vivendo realidades.

O que é o chão que vocês pisam? Segundo o Espírito da Verdade é fluído cósmico universal. Vocês vêem chão, rocha, terra e areia, mas O Livro dos Espíritos deixa bem claro a questão quando afirma que tudo o que existe é composto por este elemento imaterial. Este livro afirma mais: é a disposição dos órgãos de vocês que os fazem ver elementos materiais diversos onde existe um único elemento espiritual.

Como podem achar que estão pisando num chão sólido quando vocês mesmos dizem que o fluído cósmico universal é etéreo, imaterial, vaporoso? Vocês sabem, mas não aplicam ao cotidiano da existência, não convivem com esta realidade. Por isso, o que estou falando agora é interpretado por vocês a partir do sonho que estão vivendo.

É preciso se ter consciência plena do que estou afirmando agora (que o espiritual existe apenas como cultura, informação, e não como realidade) porque será exatamente este o eixo que se mudará. O eixo da encarnação, ou seja, o centro da existência de vocês é o que é vivido na matéria e isso se alterará a partir do dia 21 de dezembro de 2012.

Afirmo que a materialidade é o eixo da existência de vocês porque é ele que determina o ângulo de inclinação da existência de cada um. É a materialidade que serve como guia para a sua existência que começará a mudar a partir daquele momento.

11. O eixo da vida de um encarnado

Qual o eixo da existência de vocês? O que quero dizer quando afirmo que vocês se inclinam a viver a partir da materialidade?

Participante: a matéria...

Não, a matéria não pode ser o eixo da existência de vocês porque ela nem existe para servir como guia para qualquer um. Aliás, repare na resposta de vocês e descobrirão que a existência que vivem está baseada em coisas que nem imaginam que existe. Na verdade, a existência de cada ser humanizado está fundamentada, calcada, em algo que vocês nem sabem que existe.

O eixo da vida de vocês, aquilo que lhes faz inclinar-se para isso ou para aquilo, são os valores que aplicam as coisas do mundo. O eixo da vida de vocês, ou seja, aquilo que lhes faz inclinar-se a viver desta ou daquela forma, é uma escala de valores que atribuem às coisas da Terra.

Agora pouco, por exemplo, disse que o chão que pisam não é composto de elementos sólidos, mas de um elemento etéreo. Apesar de saberem disso, vocês ainda continuam convivendo com ele como se fosse sólido. O que é esta solidez que vivem? Um valor que aplicam ao chão. Na verdade o chão só é sólido para aquele que dá a ele este valor. Se você não vivesse com este valor, o chão não seria sólido e a parede não lhe bloquearia a passagem.

Estou falando besteira? Mas, a própria ciência está chegando perto do que estou falando. Ela já descobriu que um elemento material é composto por moléculas e que entre elas existem grandes espaços vazios. Na verdade, estes espaços suplantam o número de moléculas, o que poderia nos levar a questionar a rigidez do elemento material.

Como pode algo que é vazio, oco, ser ao mesmo tempo rígido? Como pode esta cadeira que possui um extenso espaço vazio no seu interior segurar um corpo humano? Tudo isso a ciência está descobrindo e pesquisando como pode ser e quando descobrir o que procura verá que a solidez das coisas está dentro da mente de cada um, no valor com que cada um convive com o objeto e não nele mesmo.

Portanto, o eixo da existência de cada um é o conjunto de valores que atribuem às coisas deste mundo e que serve para determinar as realidades que vivem. Será este conjunto de valores que se mudará muito lentamente a partir do dia 21 de dezembro de 2012. Tudo aquilo que serve como guia para a sua existência se alterará e com isso o seu mundo se acabará.

O fim do mundo que é esperado para este período na Terra não tem nada a ver com a parte sólida do planeta, mas com o mundo individual de cada um. Quando o eixo de cada existência (o conjunto de valores que norteiam a criação das realidades humanas) se alterar o mundo em que você vive hoje acabará e um novo surgirá.

É sobre este ponto que as catástrofes acontecerão. O conjunto de valores que agora vivem será soterrado por imensos terremotos e coberto por grandes ondas que levarão à modificação de tudo aquilo que hoje se constitui no eixo da existência de cada um.

Reparem que não estou falando especificamente neste ou naquele conjunto de valores, mas em todos. Não importa se você possui um valor para uma coisa e o outro possui valores completamente contrários sobre um determinado assunto. Os dois serão soterrados pela avalanche da mudança que ocorrerá no planeta, pois ambos são formados por uma visão material e não pela espiritual.

O que fará ocorrer estas catástrofes vocês também já tem notícias. São elementos que virão do céu, mas estes não serão físicos como um cometa ou outro planeta. Elas ocorrerão com a chegada dos extraterrestres encarnados e de espíritos universais desencarnados que mostrarão a hipocrisia contida nos valores de cada ser, mesmo naquele que se dizem espiritualistas. Aliás, é como disse Paulo: primeiro os judeus (os que conhecem os ensinamentos espirituais) e depois os não judeus.

12. O valor da moeda

Ontem conversando com vocês eu citei um destes valores que sofrerão mudanças: o valor monetário.

Quanto vale um real? O valor que cada um dá a ele. Quando os seres humanos não tiverem mais referenciais para poder dar valor à moeda, como será, como viverão?

O valor de um real depende daquilo que você pode obter a partir dele. Ele depende daquilo em que pode ser usado para satisfazer seus desejos. Para vocês, por exemplo, que não são ricos, mas têm mais alguns reais no bolso, esta moeda pode ser dada até como gorjeta ou esmola. No entanto, para aquele que não possui muitos outros reais no bolso, esta moeda tem um valor importante. Ela pode até significar a única refeição de um dia para um ser humanizado.

Portanto, um real não tem valor algum, mas vale aquilo que cada um determina que ele valha. Este valor é o eixo da existência de cada ser e será ele que sofrerá mudanças a partir do dia 21 de dezembro de 2012. Para isso existirão ataques, as acusações dos extraterrestres encarnados e dos seres desencarnado, a estes valores. Mas, que ataque é este que me refiro? Vamos ver isso...

13. A base dos valores do ser humano

A que está subordinado o valor que cada ser humanizado dá às coisas deste mundo? Às posses, paixões e desejos que a mente cria. Seguindo dentro do exemplo de valor que acabei de dar, um real vale para cada um o quanto ele puder satisfazer a vontade do ser humanizado. Se esta moeda não é capaz de satisfazer seus desejos, ela não vale nada.

É por este motivo que para vocês que estão aqui um real nada vale: tudo o que desejam custa mais do que isso. Agora, para aqueles que desejam o que um real pode comprar, esta moeda possui alto valor.

Acho que vocês lembram que disse em outras conversas: tem gente que ganha salário mínimo e vive sempre feliz, mas tem pessoas que ganham muito dinheiro e nunca conseguem satisfazer-se. O que diferencia cada um deles? Será que é o volume de dinheiro que ganham? Acho que não. A diferença está no quanto querem possuir com o que dinheiro que recebem.

É neste aspecto que o mundo individual de cada um começará a mudar a partir do dia 21 de dezembro de 2012: os valores que cada um atribui às coisas desta vida começarão a sofrer ataques.

14. A fome

Ontem, por exemplo, quando estávamos falando sobre o tema de hoje, abordei a questão do alimento. Disse que durante o processo de fim do mundo os alimentos não seriam mais encontrados em abundância. Quando falei disso não estava me referindo à quantidade de alimentos que estarão disponíveis para compra, mas sim no valor que se aplica aos alimentos.

A questão da quantidade de alimentos neste novo eixo que a existência de cada um assumirá não tem a menor importância. O ser humano acaba sempre se adaptando às condições do planeta. Hoje, se um ser humanizado possui dois pratos de comida por refeição utiliza esta quantidade para saciar a sua fome, mas se amanhã esta quantidade é reduzida a apenas um prato, ele come o que tem e também se sente saciado.

A pretensa escassez de recursos não é o problema. Mesmo hoje existem pessoas que precisam de grande quantidade para saciar sua fome enquanto alguns se satisfazem com pratos quase vazios. A questão do não ter alimentos que é profetizada para o futuro do planeta está, portanto, em outro aspecto. Que aspecto é esse?

A fome está firmada sobre a questão do comer ou não o que se quer comer, seja em quantidade ou em qualidade. É este aspecto que afirma que existe a fome ou não.

Quando falei ontem que o resultado da mudança do eixo da existência de cada um pode levar à fome, não estava me referindo à carência de coisas para comer, mas sim à existência de um desejo de comer determinados alimentos, determinada quantidade de alimentos ou ainda a vontade de comer no momento que achar que isso deve acontecer. Ou seja, não estava me referindo ao mundo externo, mas sim às verdades que existem dentro de cada um sobre o alimentar-se.

Aquele cujo eixo de existência diz que deve haver determinado tipo de comida ou determinada quantidade dela sempre à sua disposição para alimentar-se no momento que quiser, quando isso não puder mais ser conseguido se sentirá atacado pelo próprio mundo. Com esta carência, que na verdade não é falta, mas o não conseguir satisfazer suas vontades, o mundo que este ser humanizado conhece vai acabar.

Não estamos falando em nenhum tipo de alimento específico. Quando falo em carência, não estou dizendo que faltará o básico para os seres humanizados, mas aquilo que sacia a fome de alguns. Uma pessoa que ache que deva sempre comer um doce depois da refeição, por exemplo, quando não mais tiver este à sua disposição conseguirá sentir-se saciado? Acho que não. Este ser sentir-se-á atacado e não satisfeito, mesmo que tenha comido alimentos suficientes para sustentar o seu corpo.

Lembro que numa de nossas conversas falei com alguém a respeito de alimentos que vocês consideram mais saudáveis: aqueles que não contêm agrotóxicos. Quem utiliza esta questão como eixo da sua alimentação verá a carência deste tipo de alimento acontecer. Com isso terá que comer os alimentos considerados não saudáveis e assim o eixo da existência desta pessoa mudará e o mundo que ela vivia acabará. É isso que estou falando.

Estão começando a ver que o que estou falando sobre fim do mundo a partir de 21 de dezembro de 2012 não tem nada a ver com catástrofes ou com o fim do planeta? Tem a ver com catástrofes particulares, com o fim do mundo de cada um: o fato de desejar alimentar-se com uma determinada quantidade de comida ou com determinado tipo e não ter o que deseja à sua disposição. Estou falando de querer comer um pão com queijo e não haver mais lugares que vendam estes ingredientes ou a quantidade de dinheiro que possa adquiri-los.

Querer comer um prato de macarrão e não haver este produto para vender ou não ter dinheiro para comprá-lo não é uma catástrofe para a sua vida? Claro que sim, mas como em qualquer acontecimento catastrófico só sofrerá com isso aquele que estiver apegado aos seus desejos. Para aquele que não viver uma supervalorização da quantidade ou qualidade do alimento que ingerirá não haverá sofrimento.

Participante: concordo com o que o senhor está falando sobre valores aplicados a elementos físicos do mundo. Mas, com relação a outros valores com os quais convivemos como é o caso do valor ao relacionamento familiar?

É a mesma coisa. Aquele que é apegado a viver a vida familiar a partir de determinados valores terá estes atacados.

15. Preparando-se para a mudança do eixo

 Participante: como podemos nos preparar para esta mudança que o senhor está falando?

Não há como se preparar para isso porque como disse você só sentirá que esta mudança de eixo está acontecendo quando ele acontecer. Durante o tempo em que lenta e gradualmente ele estiver sendo alterado você não se dará conta de que aquilo está ligado ao fim do seu mundo e por isso não se preocupará em preparar-se para a vivência deste processo.

Agora, se você não pode preparar-se para o dia em que se conscientizará da mudança do eixo de sua existência, pode quando isso acontecer reagir. Como? Libertando-se naquele momento de suas paixões, posses e desejos.

Durante o processo lento da mudança do eixo você não vai conseguir agir contra estas criações mentais. Como às vezes ainda conseguirá satisfazer-se, não vai atentar-se para lutar contra elas. Mas, na hora que não mais conseguir realmente atingir a satisfação, aí está o momento em que deve reagir se libertando das criações mentais ao invés de se deixar levar pelo lamento e sofrimento que a personalidade humana também criará.

Participante: durante o desenrolar da mudança não podemos ir aos poucos desligando-nos das posses, paixões e desejos?

Hipoteticamente até poderia, mas se pudessem fazer isso a partir de agora pergunto: porque ainda não fizeram? Se já houvesse feito o eixo de sua existência seria outro e não passaria pelo processo de mudança deste.

Não sei se vocês perceberam, mas não estou falando nada novo do que falei nestes últimos quatorze anos. Com certeza vocês algum dia já ouviram de mim que é importante para ser feliz libertar-se das posses, paixões e desejos. Sendo assim, porque não fizeram? Porque ainda têm algumas dessas coisas sendo satisfeitas.

Na verdade, o ser humanizado dificilmente reage contra as criações mentais com relação às coisas deste mundo porque em alguns momentos ainda consegue satisfazer-se. Somente quando esta satisfação for quase impossível pode ser que ele se lembre de fazer o trabalho necessário para a libertação.

Por que disse pode ser? Porque na hora que a mente criar o lamento e o sofrimento se este ser humanizado não for lembrado de que existe outra forma para se viver aquele momento, dificilmente conseguirá realizar este trabalho de libertação. Sendo assim, mesmo a reação que falei que você pode fazer ainda dependerá de alguma coisa.

Dependerá do que? Do seu envolvimento com uma doutrina que pregue a libertação das posses, paixões e desejos. Se você não vive envolvido com um conjunto de ensinamentos que possuam elementos que lhe alertem para realizar este trabalho de libertação, com certeza nem neste momento conseguirá alcançar a paz. Viverá completamente o sofrimento de não ter mais aquilo que norteava a sua existência e esperará que alguém venha lhe libertar desta condição, como, aliás, hoje vivem aqueles que se envolvem com doutrinas que reforçam as posses, paixões e desejos mundanos.

Para justificar o que estou dizendo, cito o nosso próprio relacionamento. Quando eu estava mais presente no dia a dia de vocês fazendo palestras constantes não se lembravam mais rapidamente de colocar em prática os ensinamentos nos momentos de sofrimento? Sei que sim... No entanto, no passado recente quando nossas conversas se espaçaram mais, este tempo de reação não aumentou? Acho que sim...

Este é o exemplo que tomo para poder lhe falar a respeito da sua forma de vivenciar a mudança do eixo de seu mundo. Se você estiver perto de pessoas que comunguem do mesmo caminho para a felicidade mais rapidamente poderão reagir quando se conscientizarem da mudança do eixo da vida. Agora, se estiverem afastados deste convívio, isso se tornará mais difícil e muitas vezes não acontecerá, apesar de um dia ter sido informado da existência deste caminho. Por isso falei ontem e repito hoje: busque manter-se envolvido com a comunidade que comunga das mesmas idéias que você neste momento em que não mais estarei disponível para palestras neste planeta.

Sei que vocês acham que já sabem tudo o que falei, que já compreenderam e interiorizaram os ensinamentos sobre a nova forma de vida que conversamos nos últimos quatorze anos, mas isso não garantirá que no momento que o eixo de sua vida for modificado você se lembrará deles. O poder de maya, a ilusão de que a realidade ilusória que os seres humanizados vivem é real, é muito forte e isso solapará toda pretensão de colocar em prática o caminho da felicidade sem que haja um estímulo externo para que isso aconteça. É para haver este estímulo que indico o seu envolvimento com uma comunidade que comungue este caminho. Somente sendo relembrado constantemente que existe outra forma de se viver aquele momento você se lembrará dos ensinamentos e poderá reagir quando o eixo de sua existência for alterado.

16. A vivência da mudança

Participante: se o processo que o senhor está falando acontecerá inexoravelmente com todos os seres humanizados, acho que não há nada que possa ser feito, não é mesmo? Todos que estiverem encarnados terão que viver a mudança do eixo da vida.

Concordo com você: todos os que estiverem encarnados viverão a mudança do eixo de sua vida. Mas, isso não quer dizer que todos viverão isto da mesma forma. Vamos entender o que estou querendo dizer...

Para falar sobre isso vou usar o exemplo do alimentar-se que já usamos. Digamos que duas pessoas tenham determinado eixo ou conjunto de valores para a questão do alimentar-se. Estes viverão a mesma carência, mas dependendo a forma como reagirão à mudança, cada um viverá este processo de forma diferente.

Aquele que não reagir ao ataque às suas posses, paixões e desejos libertando-se destas formações mentais, viverá inexoravelmente o desespero, o sofrimento e o lamento. Já aqueles que reagirem às formações mentais e não vivenciarem o apego a elas poderão libertar-se da criação emocional do ego. Com isso, conseguirão viver em paz e tranqüilidade.

Repare: a carência é a mesma, mas a vida de cada um é diferente. Enquanto um vivencia um momento de sofrimento o outro vivencia um momento idêntico com paz. Mas, isso só acontecerá a quem fizer o trabalho de libertação e para que isso ocorra há a necessidade da convivência com uma comunidade de afins para que externamente esta lhe lembre da existência da forma diferente de viver o momento.

 

17. O resultado do trabalho de cada um

Quem não conseguir reagir colocando em prática ensinamentos que se fundamentem no despossuir as posses, paixões e desejos, como viverá a mudança do eixo da sua existência: com sofrimento, em desespero. E quem conseguir reagir como viverá? Em paz e tranqüilidade, em harmonia com o novo eixo.

Quem vive desde jeito o que faz? Ama a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Ou seja, exerce a sua fé, a sua entrega com confiança ao Pai. Portanto, reagir aos acontecimentos que caracterizarão a mudança do eixo da vida com paz, tranqüilidade e harmonia com os acontecimentos é um exercício da fé que segundo os mestres aproxima o espírito de Deus.

Portanto, neste momento em que a provação do espírito no planeta Terra passa pelo momento da mudança do eixo da existência humana, libertar-se das posses, paixões e desejos é o caminho para a aprovação. Para o ser humano, este também é o único caminho para conseguir superar a dor deste momento.

18. Vivendo o novo mundo

Seja pela fé, seja por conta do não sofrer, aquele que executa o trabalho da libertação das suas posses e desejos não mais estará apegado ao eixo atual de sua vida. Este, pelo processo de adaptação que o ser humanizado vive que já comentei, irá paulatinamente se adequando às novas condições de sua existência. Quando isso correr, o que este ser terá feito? Mudado o eixo de sua vida...

Esta é a forma para se viver o novo mundo que surgirá quando acabar o processo que se inicia agora em 21 de dezembro de 2012. Os eixos da vida de um ser humanizado que libertarem-se do sofrimento oriundo do deslocamento do atual serão outros e aí começará, então, um novo sentido para as encarnações no planeta Terra.

Este é o surgimento esperado do mundo de regeneração que substituirá o mundo de provas e expiações que hoje embasa a encarnação dos seres neste planeta. Este novo mundo nada mais é do que um conjunto de valores diferentes dos atuais que norteará as provações que o espírito realizará.

Sei que existem muitas lendas a respeito da chegada deste novo mundo. Muito se fala na questão dos elementos materiais ou dos sistemas atuais de vida, mas nada disso é importante, pois estas coisas não se mudarão. O que realmente marcará o fim de um mundo e o início do outro é a mudança do eixo da vida humana, do conjunto de valores que cada ser humanizado aplica durante a vivência da encarnação.

O fim do mundo

Você e o novo mundo

19. A escala não é sua

Participante: o senhor está falando da escala de valores para os acontecimentos da vida que cada um dá aos acontecimentos?

Não existe uma escala de valores que você aplique às coisas do mundo. Na verdade, não é você que aplica valores à vida, mas a mente.

A escala de valores não é sua, ou seja, não representa a sua opinião sobre o acontecimento, mas ela é gerada pela mente. No entanto, ela foi gerada por você. Vou tentar explicar o que estou dizendo.

A escala de valores que cada um convive durante os acontecimentos da vida não foi gerada por você, o ser humano, mas pertence a você, o espírito. Ela não foi criada por você, mas sim por conta do gênero de provações pedidos pelo ser universal antes da encarnação.

A personalidade humana ou o ser humano que você imagina ser agora é apenas o instrumento da provação do espírito e não um elemento do Universo que possua qualquer ação. Ela é uma ilusão que tem por finalidade gerar as provações a partir dos gêneros de provas pedidas pelo espírito antes da encarnação. Desta forma, quando diz que você gerou um determinado valor para alguma coisa está cometendo um equívoco.

Todos os valores com os quais convive durante uma vida foram formados pelo Senhor das encarnações para que aquele acontecimento e a reação que a personalidade humana à qual está ligado teve naquele momento gerem a provação dentro do gênero de provas pedido antes da encarnação. Vou lhe dar um exemplo.

Imagine que você gosta de determinada coisa. Isso é uma paixão que está ligada a uma posse. Estas posses podem ser morais (eu sei), sentimentais (eu amo) ou do objeto (é meu). Quando esta possessão e a paixão são geradas pela mente e você as aceita, surge, então, o desejo de ser, estar ou fazer aquilo que é desejado. Tudo isso, entretanto, só existe para o mundo ilusório, o maya que o ser universal vivencia para a sua provação.

O espírito não é, está ou quer fazer nada. Quando estas coisas são geradas pela mente, ele tem apenas a opção de livre escolher entre o bem e o mal, conforme ensina o Espírito da Verdade. O mal, neste caso, é apegar-se a estes valores e desejos como sendo seu. Isto é mal porque o espírito quando se apega a estas coisas não está amando a Deus sobre todas as coisas, pois o não conseguir o que se deseja leva ao sofrimento o que o afasta de Deus. Sendo assim, o bem ocorre quando o ser, mesmo sendo fustigado pelas posses, paixões e desejos não compactua com a mente.

Sendo tudo isso verdade, você, o espírito não quer nada, não acha nada. Só a personalidade humana acha e esta não é você: trata-se apenas de um tentador que gera a oportunidade para o espírito realizar suas provas.

Isso é importante de ser sabido? Sim. Por quê? Porque na hora que você tiver que reagir contra mudança do eixo, se achar que gosta ou que quer, dificilmente conseguirá libertar-se do sofrimento. Aquele que imaginar que estas coisas são suas, ou seja, que é ele quem quer e gosta, terá mais dificuldade para se libertar.

 

20. Você

Sei que vocês humanos acreditam-se únicos, mas será que são mesmo? Acho que não... Vocês são o que a mente diz que são. Vamos entender esta questão.

Diga-me uma coisa: se você tomar uma pancada na cabeça pode perder a memória, não é mesmo? Perdendo-a, o que acontece? Não saberá mais quem é... Perderá tudo aquilo que imagina ser hoje, inclusive o conjunto de valores com que vivencia os acontecimentos da vida.

Tomando uma pancada na cabeça você passa a ser uma nova pessoa e jamais saberá quem foi. Se alguém lhe disser que gostava muito de uma coisa, depois da pancada poderá rir desta pessoa e dirá que ela está enganada, pois nunca gostou daquilo.

Por isso afirmo: você é o ego, é aquilo que a mente diz que é. Se a sua mente não lhe disser que é alguma coisa, jamais a será.

Sendo assim, não há como dizer que existe uma escala de valores que seja sua, mas que você vive a partir de uma que é gerada pela mente. Se amanhã a mente tiver alguma pane, você poderá receber uma nova escala da mente e aí nem saberá que agora gosta do que não gostava, que agora quer o que não queria. Portanto, não há um você para ser: você recebe quem é da mente.

Vocês acham que estou falando besteiras? Pergunte a qualquer psicólogo ou psiquiatra que ele lhe dirá que você vive e é apenas aquilo que a mente cria. Se algo não for criado pela mente, jamais terá consciência e por isso aquilo jamais existirá. Agora, se a mente criar, jamais você irá discordar, ou seja, será ou acreditará na informação que ela gere.

O que é um doente mental? É aquele que recebe da mente uma realidade que não é real para outros seres. Será que se simplesmente dissermos para ele que o que imagina não é real ele acredita? Ele não consegue alcançar que aquilo não é real, pois para ele é e isso é desta forma porque acredita no que a mente diz. Sendo assim, quem determina o que é real, você ou a mente? Quem determina o que você gosta ou quer?

Reforçando esta idéia que é importante para aqueles que pretendem reagir à mudança do eixo de sua existência a partir do dia 21 de dezembro de 2012, crio a seguinte questão hipotética: imagine que exista uma máquina que é capaz de penetrar na sua mente e apagar determinada região da memória onde está arquivado o seu conhecimento sobre a chegada do homem à lua. Imagine ainda que todos os seres humanizados que existem no planeta se submetessem ao mesmo processo. Pergunto: será que a humanidade saberia que um dia o homem pisou na lua?

Será que se apagassem da sua memória algo que você já fez, se lembraria de ter feito? Se alterasse da sua memória o valor que dá a certas pessoas, será que você ainda ia sentir a mesma coisa por ela? Tenho certeza que não.

Por tudo isso eu pergunto novamente: será que você é capaz de criar um sistema de valores para os acontecimentos deste mundo e manter o seu ponto de vista em qualquer condição? Acho que não. Por isso afirmo que você não é capaz de criar nenhum valor, mas vive com os valores que a mente cria. Sendo assim, não é você que tem aquele valor, mas a sua mente. Por isso, lutar para preservá-los quando eles forem atacados com a mudança do eixo é lutar por algo que não é seu. Consciente disso fica mais fácil reagir para libertar-se das posses, paixões e desejos quando isso acontecer nesta mudança.

21.

22. Como se viverá no novo tempo?

Participante: então, nós somos uma programação?

Não. Vocês não são a programação, mas sim o resultado do que foi programado. Ser a programação seria ter a consciência de ver o programa rodando. Isso vocês não têm consciência. Vocês são o resultado do que foi programado, o programa em ação.

Participante: então, nós não precisamos saber de nada?

Sim, precisam saber de uma coisa: que são o resultado da programação. Esta é a única coisa que precisam saber para poderem viver o novo tempo que surgirá.

Vocês estão ouvindo de mim agora que um novo tempo surgirá onde o eixo de suas vidas, os valores que aplicam às coisas deste mundo, se modificará. Quando este tempo estiver ocorrendo, você não precisa saber nada sobre estes novos valores conceitualmente, mas apenas compreender que aquilo não é seu, mas é sim um programa que está rodando gerando as provações do espírito.

Por que precisam saber disso? Para não ficarem como estão agora: procurando saber como vão viver nestes novos tempos. Quem vai determinar a forma como viverão dentro deste novo tempo? A mente. Então, para que prender-se a este querer saber? Deixe a mente determinar os novos valores que surgirão da mudança do eixo e continue caminhando sem se apegar a nada que ela criar.

Participante: então, nós não precisamos achar nada bonito ou feio, bom ou mal?

No novo tempo continuará recebendo valores da mente que determinam se algo é bom ou mal, feio ou bonito. Isso não pode mudar, pois se isso acontecesse os gêneros de provações pedidos pelo espírito antes da encarnação não mais estariam presentes e com isso a encarnação não seguiria as normas descritas pelo Espírito da Verdade.

Neste novo tempo você continuará recebendo o resultado da programação, mas ao invés de achar que sabe ou gosta de alguma coisa, deverá reagir com o único conhecimento que possui: de que aquilo não é seu, de que você não sabe ou gosta de nada, mas que tudo aquilo está sendo gerado pela mente para poder criar a provação do espírito. Aquele que não realizar isso, continuará como hoje: achando maldades e feiúra no mundo e sofrendo por causa disso.

Na verdade, o que vai ser importante realizar na vivência do novo mundo nós falamos quando conversamos sobre o ego. Logo no início do estudo que chamamos de ‘Conhece a ti mesmo’ eu disse: é preciso que você assuma uma dupla personalidade, você e a mente. Enquanto não compreender que é dois e que é a personalidade humana (mente) que cria tudo aquilo que chama de seu, ainda viverá este novo tempo apegado às posses, paixões e desejos e com isso o sofrimento continuará. Agora, aquele que se separando da mente compreender que tudo é ela que cria, este conseguirá viver em paz quando o eixo de sua vida mudar de lugar.

Assumindo a consciência de que existe uma dupla personalidade, você e a mente, que se fundem num único elemento, o ser humano, e consciente ainda de que todos os valores que são usados durante a vida são da mente e não seu, conseguirá viver os novos tempos em paz e harmonia e com isso se habilitará a continuar encarnando neste planeta no mundo de regeneração. Para poder assumir isso, a única coisa que precisa saber é que a personalidade humana é aquilo que está dizendo o que você é, está ou faz e que você é aquele que ouve o que a mente fala e que tudo aquilo pertence só a ela.

Você me perguntou se não pode achar nada certo ou errado, mas eu afirmo que nos novos tempos continuará recebendo da mente estes valores, só que eles serão formados em novas escalas que determinarão coisas novas para serem certas e erradas. Será isso que irá mudar. Agora, quanto ao fato de que tudo o que ela produz são apenas provas, isso não se alterará.

23. A motivação da mudança do eixo

Sei que tudo o que estou dizendo já afirmei anteriormente. Ao longo de nossas conversas constantemente alertei para a necessidade da libertação do que a personalidade humana cria para que se possa alcançar a elevação espiritual. Sendo assim, qual a novidade, então? Porque estou afirmando que agora começa uma nova etapa se o processo é o mesmo que já vinha acontecendo? Por causa da troca do seis por meia dúzia.

Quando ao longo destes anos alertei para a necessidade da libertação do que a mente produzisse, a personalidade humana se adaptou a esta nova informação e gerou novos valores para as coisas deste mundo. Aqueles que me ouviram e buscaram praticar o que foi ensinado, então, acharam que já tinham feito alguma coisa. Imaginaram que porque não consideravam mais uma pessoa chata, por exemplo, tinham conquistado algo no sentido da elevação espiritual. Engano...

A libertação da mente não se dá acreditando em novos valores que ela gera, mas não crendo em nada do que ela diga, mesmo que o que é afirmado agora seja contrário ao que era anteriormente.

Libertar-se da mente é libertar-se de qualquer coisa que seja criada pela personalidade humana, não importa se a criação está ligada ao bem ou ao mal, ao certo ou ao errado. Muitos se libertaram de um pólo dos valores gerados pela mente apenas para cair noutro. Ao invés de libertarem-se, continuaram escravizados aos novos valores. Este é o motivo pelo qual neste momento se iniciará um novo processo de modificação de valores.

Como tenho alertado desde o início do nosso trabalho e muitos outros têm avisado, o planeta está, desde a aparição de Maria em Fátima, passando por um processo de transição entre o sentido de encarnação provas e expiações para regeneração. Este período está chegando ao fim. Por isso este é o momento para, digamos assim, a prova final.

Aqueles que já ouviram falar da necessidade de se amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo têm agora a oportunidade de, ao invés de transferirem-se de um pólo para outro do conjunto de conceitos que não os deixa amar incondicionalmente, libertarem-se de tudo aquilo que não deixa este amor existir. Este é o tempo que começa no dia 21 de dezembro de 2012.

24. O mundo atual

A vida no planeta Terra vem se preparando para este momento há algum tempo. Será que vocês não repararam que ultimamente o apego ao mundo material, a busca pela satisfação individual tem aumentado muito? Isso foi uma preparação para os tempos que virão. Estando com o apego reforçado, a provação torna-se mais forte e a vitória gera mais merecimento.

Lembro-me que durante nossas conversas uma pessoa ao receber a informação que todas as coisas do mundo material são mayas que têm por finalidade gerar a provação dos espíritos, me perguntou para que Deus, então, tinha inventado um sistema tão complexo de vida. Para que Ele tinha inventado o sistema monetário, as descobertas recentes e tudo aquilo que hoje é considerado como tão importante pelos seres humanizados.

Naquela ocasião, como hoje também, eu afirmo que isso aconteceu para que houvessem mais valores gerados pela personalidade humana para que os espíritos que aqui encarnam pudessem realizar suas provações e com isso aproximarem-se de Deus. De que vai adiantar, por exemplo, desejar ter computadores, laptops e celulares de última geração se vocês não tiverem dinheiro para comprá-los?

No mundo atual as coisas estão simples. A ciência descore, a indústria populariza estas descobertas e você tem os valores necessários para adquirir o que produzem. Ou seja, todos estão satisfeitos pela escala de valores atuais. Agora, quando o eixo mudar, ou seja, quando a ciência descobrir, a indústria produzir, mas as pessoas não tiverem condições de adquirir o que é produzido, como viverá a humanidade? Será que ela conseguirá viver em paz e harmonia, que é o que surge do amor incondicional a Deu e ao próximo, com esta nova situação,? Esta é a pergunta que se fará a partir de 21 de dezembro de 2012 e para que ela existisse o mundo de hoje teria que ser como ele é.

Portanto, o mundo de hoje como está foi necessário, pois tudo o que aconteceu nas últimas décadas reforçou a posição materialista da personalidade humana gerando, assim, provações para o espírito. Nada do que surgiu recentemente tem qualquer outra finalidade que não seja reforçar a materialidade que os ser vivencia quando se humaniza para que ele possa realizar suas provações.

Tudo o que foi criado sempre buscou reforçar o desejo de ter, ser e estar que servem como provação do espírito. A ciência foi descobrindo, a indústria produzindo e o ser humanizado recebendo valores maiores para poder adquirir os bens que eram gerados. Com isso a idéia de que este processo não seria jamais interrompido se fixou e o ser humanizado imaginou que apenas desejar ter era o bastante para conseguir.

Agora, quando este ser não tiver mais emprego ou o seu salário não for mais o suficiente para adquirir tudo o que deseja, o que acontecerá? É por isso que disse que o primeiro valor que será atacado é o monetário, pois ele é o instrumento de realização dos desejos de cada um.

25. Bases da vida

Afirmei agora pouco que o valor das moedas do planeta serão os primeiros que serão modificados porque o dinheiro é o instrumento da realização dos desejos de cada um. Sei que quando fiz isso alguns não concordaram, mas isso é real.

Diga-me uma coisa: se você não tem dinheiro para sustentar sua família será que consegue conviver consigo com os mesmos valores se tivesse essa condição? Acho que não. Quando possui a capacidade monetária de sustentar os anseios dos membros de sua família um ser humanizado se considerada um pessoa importante, tem orgulho de si mesmo. Agora, quando não tem, considera-se uma pessoa menor, um ser humanizado inferior.

Será que o valor da convivência dos membros da família com aquele que a sustenta é o mesmo tendo o provedor familiar condições ou não de prover o que ela considera como necessário para a vida? Acho que não, também. Se o provedor, seja ele a mãe ou o pai, tiver condições de sustentar os anseios dos membros dela com certeza será tratado de um jeito; mas, se não tiver, o tratamento será outro.

Portanto, o ter ou não condições de sustentar os desejos dos membros de uma família mudam o relacionamento do ser humanizado consigo e com os outros. Por isso afirmei que este valor monetário é à base de todos os relacionamentos e por isso precisa ser o primeiro a ser modificado.

Até agora o provedor foi cada vez mais adquirindo condições de sustentar a si e a sua família, mas, quando isso não mais acontecer, o valor do relacionamento será outro e com isso o eixo da existência dos membros deste núcleo familiar se mudará. O mundo daquelas pessoas como era acabará e um novo começará. Se estas pessoas mantiverem-se presas ao eixo anterior a discórdia acontecerá; adaptando-se aos novos valores, a vida seguirá em paz e harmonia.

Você quer ver outra base da vida que será questionada logo? As descobertas científicas no campo da saúde.

Todo ser humanizado, mesmo aqueles que se dizem espiritualistas, são apegados á questão de permanecerem vivos. Ninguém quer morrer. Hoje a ciência tem descoberto diversos procedimentos quase milagrosos que vêm prorrogando a existência humana gerando a ilusão de que eles estão servindo para prorrogar a vida. Isto está sendo criado para dar ao ser humanizado a impressão de que basta se entregar à ciência que terá um dos seus desejos mais robustos sendo atendido. Mas, e quando as descobertas científicas começarem a falhar? Quando elas não cumprirem aquilo que prometem, em que o ser humanizado se apoiará para ter este desejo atendido?

Sei que você está pensando que isso não ocorrerá. Imagina que se hoje determinado procedimento tem alcançado sucesso com pacientes continuará sempre realizando o que promete. Mas, quantas vezes isso já não aconteceu com a ciência? Quantos procedimentos ou mesmo afirmações da medicina do passado não foram ao longo do tempo sendo contestados ou deixando de fazer o efeito esperado?

Tudo isso, o processo de adquirir capacidade de comprar novos bens e o de prorrogar a vida, fazem parte da preparação para o que vai acontecer a partir do dia 21 de dezembro de 2012. Eles foram atendendo aos desejos básicos do ser humanizado (ter as coisas e continuar vivo) cada vez mais e com isso conquistaram a confiança deste ser. Com isso reforçaram a idéia de que esta situação nunca mais acabará. Mas, será que realmente isso não poderá mudar?

Se vocês hoje confiam na ciência para satisfazer suas necessidades básicas, será que amanhã não se decepcionarão quando estas coisas não mais forem capazes de realizar o que prometem? Quando se decepcionarem, em que vão se apoiar para continuar a se satisfazerem? Esta é a questão que a mudança do eixo da existência de cada um no planeta vai levantar e a resposta de cada um a ela será o determinante da aprovação espiritual ou não.

26. As dores da transformação

Participante: esta será a dor que Bíblia diz que haverá naqueles dias?

Não isso não é a dor, mas apenas o princípio da dor.

Para um espírito não conseguir comprar uma televisão de última geração não causa dor. Esta está apenas na mente e não no espírito. Para o ser universal a dor começa quando depois de desencarnado ele constata que perdeu a elevação por causa de uma dor que não era dele, mas sim da personalidade humana.

A dor de não mais ter condições de satisfazer suas vontades é apenas o princípio da dor do espírito, pois é ela quem leva o ser universal a sentir a dor de não ter aproveitado a encarnação. Isto dói para um espírito porque ele, que possui outros interesses que são muito maiores do que apenas ser, estar ou fazer alguma coisa, constata que terá que começar tudo novamente em busca do que realmente importa: aproximar-se de Deus. Quando ele vê que deixou de fazer isso porque viveu a dor de não poder ter aquilo que desejava materialmente, aí sim vem a verdadeira dor.

A este respeito vou lhe dizer uma coisa: esta dor dói muito... Todos nós já passamos pela dor de não ter aproveitado uma oportunidade para a elevação espiritual e posso lhe garantir que ela dói muito. A decepção que sente um espírito quando vê que optou por sentir a dor de não ter uma televisão ao invés de vivenciar a felicidade que o Pai tem prometido dói muito.

Apesar de dolorida esta dor é importante para o ser universal porque o impulsiona para frente. Quando ela vem o ser universal aprende o quanto é importante se lutar por aquilo que ele quer. Só que quando encarna novamente, a tentação torna-se maior e mais uma vez ele cede. De novo volta a sentir esta dor e mais uma vez busca interiorizar a importância da elevação espiritual para fazer mais uma provação que pode lhe fazer consegui-la.

O fim do mundo

O que realmente acontecerá nesse período

Participante: o senhor algumas vezes fala metaforicamente e em outras fala de uma forma concreta. O que realmente vai acontecer no período que se inicia no dia 21 de dezembro de 2012. Digo isso, porque esta questão de desejos é vaga. Posso querer ter um iate e nunca consegui-lo, mas isso não me afetar.

Você está falando de sonhos distantes. Está falando como uma pessoa que mora numa favela e quer ter uma casa própria. Para ela isso é um sonho distante que um dia quem sabe se realizará. Eu não estou falando disso. Quando digo que necessidades começaram a acontecer a partir do dia 21 de dezembro de 2012 estou falando em necessidades básicas de cada um.

Estou falando que neste período acontecerão carências de coisas que hoje estão ao seu alcance, que não são sonhos utópicos hoje. Deixar de poder realizar estes sonhos utópicos realmente não lhe causa mal estar porque você sabe que aquilo é utopia. O que vai acontecer não diz respeito a estes sonhos. Estou falando que haverá carências de algo que para você hoje é comum ter, que é fácil obter.

Vou dar um exemplo para ficar mais fácil de compreender. Hoje você se passar na porta de uma padaria e lhe der vontade, compra um chocolate. Dando vontade na hora que estiver passando na porta da padaria você tem o dinheiro para poder comprar. Mas, e quando estiver passando por lá, tiver a vontade e não houver dinheiro no seu bolso suficiente para comprá-lo?

A mudança que estou falando é sobre este aspecto e não sobre sonhos utópicos. Estou falando em desejos ligados a coisas que hoje você pode adquirir quando quiser, mas que depois daquele dia ficará cada vez mais difícil de ter. Esta é a diferença entre o que vocês já vivem, pois mesmo hoje não conseguem ter tudo o que desejam.

Hoje você já sonha com coisas como um iate, ou seja, já sonha com coisas que na realidade não pode conseguir. Para você, estes ataques dos desejos gerados para a mente já são comuns, mas como tem a consciência de que são apenas sonhos, esta carência não lhe causa estragos na felicidade com que vivencia a vida. Agora, imagine para aquele que hoje pode comprar um iate; para estes não poder comprar mais será um desapontamento.

É disso que estou falando. Hoje vocês estão acostumados a desejarem coisas que sabem que é utopia. Estas provações já existem. O que estou falando não é destes desejos, mas do não mais poder realizar aquilo que hoje é normal conseguir. Serão estes desejos que começarão a ser atacados a partir de agora.

Outro exemplo: o celular. Hoje comprar um celular é algo comum para você. Compra um e quando surge um novo modelo que realiza mais alguma coisa que o seu não faz você deseja este novo modelo e, através de crediário ou tendo o dinheiro suficiente para isso, o adquire. Isso é fato comum na existência de vocês hoje.

Sei que vocês imaginam que um celular não é necessidade básica, mas estão enganados. Hoje vocês se tornaram viciados em ter este aparelho à sua disposição. Mais: se viciaram em sempre atualizá-los por modelos mais novos quando estes são lançados. Este vício tornou habitual ter este aparelho e mudar constantemente para um modelo mais moderno. Mas, e quando houver um modelo mais novo e você não conseguir comprá-lo, que ação este vício fará sobre você?

Por estar acostumado hoje a realizar esta troca facilmente, você não vê que aquilo é vício. Agora, quando o vício continuar existindo e não houver mais condições para adquirir o que acontecerá? Você sentirá muito mais este baque do destino do que aquele que nunca teve este vício.

Aquele que não tem este vício, certamente tem outros. Tem o vício de trocar a televisão, o computador, o carro, etc. No mundo atual onde o consumismo é a marca principal, cada ser humanizado tem um vício de consumo. Este vício e a sua realização constante que ocorre nos dias atuais tornam o objeto em que cada um é viciado numa necessidade básica. Serão estas que vão ser atacadas a partir do dia 21 de dezembro de 2012.

Foi por conta disso que afirmei que o materialismo de hoje foi criado. Com o cenário atual, onde mais gente tem condição de ser feliz ao conseguir adquirir bens materiais, os vícios foram criados e vocês nem se deram conta disso. Tornaram-se mais dependentes de objetos humanos para poderem sentir-se felizes e, como isso contradiz completamente o ensinamento de Cristo que diz que não se pode servir dois senhores ao mesmo tempo, estabeleceu-se uma nova provação que acontecerá a partir do dia 21 de dezembro de 2012. Ou seja, o vício está presente e gera o desejo que até agora era possível ser satisfeito; quando se retira o poder de ter aquilo no que se é viciado gera-se, então, a provação do espírito.

Tudo que a humanidade viveu nos últimos tempos, ou seja, o aumento da capacidade de ter que levou ao vício de ter que ter, foi feito justamente para que neste final de etapa do planeta os espíritos tivessem o choque entre o querer ter e ser possível realizar este desejo e depois isto não ser mais possível.

Aliás, foi por isso também que eu disse que não será uma coisa que acontecerá de uma hora para outra. Será preciso que haja uma degradação paulatina do seu poder de adquirir para você chegue ao ponto que tenha que escolher entre comer ou comprar um celular novo. Como neste momento a consciência de que podia fazer as duas coisas continuará, lamentar-se-á por não mais poder.

As necessidades acontecerão aos poucos. Vocês têm muito vícios, muitos desejos de realização. Hoje conseguem realizar alguns destes sonhos ou muitos deles. A partir do dia 21 de dezembro de 2012 o declínio na capacidade de ter estas coisas acontecerá passo a passo. Um dia não poderá mais ter um celular novo, no outro um computador e mais adiante trocar a televisão.

A cada uma destas carências de ter você terá condições de acordar para a espiritualidade que diz buscar. Reagindo contra essas carências mantendo-se em paz e harmonia com o próximo, o golpe não doerá tanto. Agora, se não reagir, cada vez mais se afundará no lamaçal do lamento e viverá em eterno martírio.

Participante: na Europa já está acontecendo isso, não é mesmo?

Eu diria que a situação de alguns países europeus é um balão de ensaio para o que acontecerá em todo planeta. Resguardando a diferença entre os países do planeta, cada povo sofrerá uma redução na capacidade de comprar o que hoje pode adquirir, ato este que se tornou num vício.

Não pensem na carência que disse que começará a ocorrer a partir da data que estamos comentando de forma global, ou seja, que acontecerá a falta da mesma coisa para todos. Isso não é real, pois cada povo e país possuem hábitos e costumes diferentes. O que será atacado, na verdade, é aquilo em que cada povo ou faixa social está viciado em ter.

 Haverá gente, por exemplo, que não mais poderá comer caviar diariamente. Estes terão que se satisfazer em comer feijão com arroz. Isso para vocês não é carência alguma porque habitam um país e pertencem a uma casse sócio-econômica que não tem este hábito. Agora e para aqueles que têm isto não será o fim do mundo?

É disso que estou falando. O que estou dizendo que acontecerá mais comumente a partir do dia 21 de dezembro de 2012 será um ataque global ao individual que cada um está acostumado a poder ter. O que será o alvo das provações com a retirada do suposto poder de ter algumas coisas é aquilo que para cada um hoje é normal se ter.

Verifique se o que acabei de dizer não está ligado ao sistema de valores que cada um tem? Ao falar que o ataque será individualizado dentro dos hábitos e costumes de cada um me referi o tempo inteiro aos valores que cada um possui. Serão estes os ataques que serão gerados a partir de agora como provação para o vício e o desejo que estão presentes na humanidade que o espírito vivencia durante a encarnação e não sobre os sonhos utópicos.

Sei que hoje você tem sonhos de adquirir determinados modelos de carro, mas estes são utópicos. Você admira aquele modelo novo, imagina que seria muito bom tê-lo, mas sabe que não pode realizar este sonho e por isso consegue contentar-se com aquele que pode adquirir. Mas, e quando nem este que hoje lhe contenta puder ser mais comprado, como você viverá? Esta é a pergunta que será feita aos espíritos encarnados no planeta neste tempo que marcará o início do novo mundo.

São as provas finais porque até agora o não conseguir ter aquilo que sonha possuir, mas que sabe não ter condições, doía, mas a esperança de um dia poder ter lhe amenizava a dor. Mas, quando aos poucos sua capacidade de ter for diminuindo, o fato de um dia poder ter tido faz com que a dor gerada pela mente seja mais profunda. Esta intensidade da dor é o que caracteriza este momento como a prova final do mundo de provas e expiações.

Ela dói mais porque é vivida com revolta. Pense com a cabeça de hoje: se você não conseguir mais ter condições monetárias para realizar o que é capaz de fazer, o que fará? Revoltar-se-á contra o governo, contra a política monetária do governo do país, como hoje está acontecendo nos países onde o poder aquisitivo da população está em declínio. Com esta revolta, o que estará fazendo? Julgando, acusando, criticando e faltando ao ensinamento de Cristo e Paulo: respeite os governantes do país porque eles foram escolhidos por Deus.

Compreendeu agora? São provas finais porque abrangem muito mais questões do que agora. Hoje com seus sonhos sendo consciente de que são utópicos ou apenas esperanças de um dia conseguir estas coisas não aparecem. Pelo contrário, confiando no aumento paulatino do seu poder de compra gerado pelo governo o elogia. Mas, e quando a situação for diferente, ou seja, quando viver um declínio neste poder, será que continuará a elogiar o governo?

O que estou falando não é de uma fome generalizada no mundo. O que estou dizendo é que o sistema atual de vida, onde cada um ganha o suficiente para realizar alguns desejos, sofrerá ataques que diminuirão a capacidade de ter. Isto acontecerá paulatinamente seja no poder de ter algumas coisas assim como na qualidade do que se poderá adquirir.

Um dia você não poderá adquirir o melhor e terá que se contentar com aquele objeto que possui menos recursos. Tempos depois nem mais este conseguirá comprar. Assim, passo a passo chegará um dia que não poderá mais ter nenhum objeto daquele tipo, por menos qualidade que ele possua. É isso que ocorrerá e estes fatos atingirão cada um individualmente dentro daquilo que se tornaram viciados em ter.

Na verdade isso já está acontecendo, pois muitos setores da economia tiveram declínio no seu poder aquisitivo. No país de vocês alguns segmentos do funcionalismo público hoje vivem com o mesmo salário nominal de dez anos atrás. O que aconteceu neste período? O poder de compra foi diminuindo. Se antes alguém deste setor podia ter algumas coisas, hoje isso não é mais possível. É isto que estou falando que acontecerá no planeta inteiro mais acentuadamente e generalizadamente a partir do dia 21 de dezembro de 2012.

A mudança do eixo que estou dizendo que acontecerá será esta. Até então você é um elemento de uma classe média e de repente será, pelos padrões de hoje, de uma classe pobre. Digo pelos padrões de hoje, porque a classe pobre do futuro terá muito menos condição de ter realizado seus sonhos do que a de hoje.

Nos dias atuais a classe pobre já pode sonhar com algumas conquistas. Mas, no futuro, estas conquistas não estarão mais disponíveis para ela. Agora, imagine você que hoje possui a capacidade de ter o que a classe média sonha e amanhã não poder ter o que a classe pobre de hoje pode? Isso fomentará a lógica que a mente irá usar: a de que você precisa ter aquelas coisas e alguém externo (o patrão que paga pouco, o governo que não gera empregos, etc.) é o culpado da sua situação. Viram que grandes provas acontecerão para aqueles que estiverem encarnados?

Participante: então, os acontecimentos que o senhor está prevendo que acontecerão a partir do dia 21 de dezembro de 2012 ocorrerão sobre a capacidade de comprar e não sobre os elementos materiais em si. É isso?

Sim, Por quê? Porque o problema não estar em ter, mas no querer e não poder ter.

A capacidade de comprar não tem nada a ver com o ato de comprar. Como disse anteriormente, o ser humanizado acaba se adaptando a novas condições e passando a viver dentro da sua nova realidade, ou seja, ele se acostuma a viver com aquilo que está disponível para isso. Por isso o fato de ter ou não nada tem a ver com a provação. Esta existe quando há o desejo de ter aliado a uma certeza de que poderia ter tido e o de não conseguir adquirir o que se deseja.

É quando a mente afirma que merece ter, quando ela diz que você já teve condições de ter e que alguém lhe retirou esta capacidade é que surge realmente a oportunidade para que o ser humanizado opte entre o bem e o mal. O simples fato de ter não gera toda esta especulação mental e por isso não serve como provação.

Participante: insisto na questão. Na verdade as coisas que são previstas para o fim do mundo como a falta d’água e de alimentos não ocorrerão?

Sim, poderão ocorrer, mas para aqueles que querem estas coisas. Como disse, o que sofrerá ataque serão aquelas coisas que cada um deseja e anseia. Por isso, as carências serão individualizadas e não global.

Tudo o que está previsto acontecerá. As carências existirão, mas assim como hoje elas serão acontecerão com setores diferentes da humanidade. O desencarne de muitos espíritos acontecerá, pois no próximo mundo menos espíritos estarão realizando suas encarnações neste planeta. Mas, isso não quer dizer que acontecerão catástrofes que ceifarão milhares de vidas de uma só vez. Na verdade continuarão acontecendo as mesmas coisas que acontecem hoje: terremotos que atingirão determinados pontos do planeta, tsunamis que alcançarão determinadas praias. Estes atos isolados farão a peneira daqueles que ficarão no planeta no próximo sentido de encarnação e os outros que não poderão permanecer aqui

Tudo o que está previsto é metafórico e não realidade. O planeta continuará o mesmo e viverá o que hoje já vive, mas a grande catástrofe que acontecerá será no mundo individual de cada um.

O fim do mundo

A vida e a mente

27. Desapego

Participante: esta mudança de eixo que o senhor está comentando que irá acontecer tem a finalidade de fazer nos apegarmos a coisas mais simples?

Não. Esta mudança tem a finalidade de lhe fazer a não apegar-se a mais nada.

É muito simples você ler nos ensinamentos de Buda, Krishna, Cristo e do Espírito da Verdade que tem que libertar-se do apego aos objetos materiais e apenas não querer coisas mais sofisticadas. No entanto, quando se trata de posses sentimentais, ou seja, do apego aos seus entes queridos, ou das posses morais (sei o que é certo), ou ainda de elementos materiais que já está acostumado, você não se desapega. Por isto esta mudança acontecerá. Ela não se concentrará apenas nos objetos, apesar de estarmos falando muito deles, mas de todas as posses que sua mente nutre e você compactua com elas.

Não serão apenas os apegos a novos objetos que serão atacados nesta fase da vida, mas todos, inclusive os apegos morais e sentimentais. Se eles não forem atacados, você não tem a oportunidade de despertar e atacar estas questões que lhe afasta de Deus.

Participante: o que é estar apegado a alguma coisa?

O apego existe quando você se sente dono daquilo porque tem paixão. Por exemplo, estando apegado sentimentalmente ao seu filho acredita que ele deva lhe ouvir e fazer aquilo que você ache certo fazer. Isto é um apego porque você se considera dono dele.

O apego existe quando você se acha capaz de gerir o futuro daquilo com que convive. Por exemplo, quando exige que sempre que aperte o botão a televisão funcione, há um apego. Esta forma de conviver com ela leva ao sofrimento, pois por conta da impermanência das coisas aquele aparelho um dia deixará de funcionar e ao apertar o botão e não conseguir o resultado que esperava sofrerá. Se não estiver apegado, ou seja, se não achar que sempre que ligá-la ela funcionará, não há apego e não haverá sofrimento quando não funcionar.

O apego leva a outros problemas. Quando ele for contrariado pelo momento presente, ou seja, quando acontecer o que você não esperava, julgará e criticará o fabricante da televisão ou alguma outra pessoa como causa do seu sofrimento. No entanto, não está vendo que o apego é que o faz sofrer e não a televisão ou qualquer outra pessoa. O que o faz sofrer é a certeza de que só porque apertou o botão ela terá que funcionar.

Participante: quer dizer que o apego leva sempre ao sofrimento?

Não necessariamente. Você receberá o sofrimento da mente, mas isso não quer dizer que precise sofrer. Na verdade o seu sofrimento dependerá do quanto você compactua com o que a personalidade humana cria. Se ela criar o sofrimento e você realizar o trabalho do desapego, não sofrerá; mas, se não fizer isso, sofrerá o sofrimento criado pela mente.

Na verdade o apego à televisão não é seu, mas sim da mente. É ela que cria este apegar-se. Você só sofre porque está apegado à mente e não ao aparelho. Só sofre porque acha que o apego é seu. Por achar isso, quando ela diz que é preciso sofrer, vibra dentro deste sentimento.

Estas perguntas foram muito boas porque reforça a necessidade da existência do período que começará no próximo dia vinte e um. Se o apego está na mente, só quando o mundo externo o fizer aflorar é que você poderá reconhecer a existência dele e realizar o trabalho indicado pelos mestres. Se o mundo externo não provocar uma mudança de eixo, ou seja, não contestar a verdade que sua televisão não funciona apenas porque você quer, como reconheceria a existência deste apego na sua mente?

Hoje automaticamente você liga a televisão diversas vezes ao dia. Ela sempre funciona. Isso criou em você um vício e este acabou com o pensamento sobre a sua relação com este objeto. É por conta deste descuido do ser humanizado em penetrar fundo no presente que ele tem para viver (ligar a televisão) que a mente cria inconscientemente o apego, ou seja, cria a ilusão de que ao apertar o botão ela sempre funcionará. Como você está desatento àquele momento aceita esta criação mental.

Por isso, somente quando o mundo externo agir contrariamente ao habitual é que você poderá conscientizar-se de que há um apego naquele relacionamento. Por isso a mudança de eixo neste momento das encarnações no planeta é importante. Somente quando a sua verdade de que é dono do destino da televisão (basta apertar o botão que ela funcionará) for atacada, poderá realizar o trabalho que o aproximará de Deus.

 Apesar de ter falado assim, digo outra coisa importante: não será qualquer mudança que ocorrerá para cada um dos seres encarnados. Toda mudança estará vinculada sempre a um gênero de provações pedido pelo ser antes da encarnação.

O Espírito da Verdade nos ensinou que quando o espírito pede determinado gênero de provações cria para si uma espécie de destino, que é o resultado de sua posição na escala espiritual. Por isso afirmo que qualquer acontecimento que aparecer na existência de um ser humanizado necessariamente terá quer estar ligado ao gênero pedido. Sendo assim, neste momento em que os acontecimentos para a provação dos seres ocorrerão, não poderão haver ataques a apegos que não estejam dentro do pedido original do espírito.

Quando ocorrerem os ataques a mente, então, será gerado o sofrimento. Neste momento você tem o livre arbítrio de sofrer ou não, de escolher entre o bem e o mal.

Participante: este livre arbítrio não existe, pois como o senhor disse, a mente criará o sofrimento.

Quando se fala em livre arbítrio, digo sempre que ele é muito maior do que vocês imaginam. Primeiro porque ele aparece no momento da escolha dos gêneros da provação e depois porque ele retorna quando existe um acontecimento fundamentado nesta escolha.

O que quer que aconteça na sua vida é fruto do seu livre arbítrio, da sua livre escolha de viver este ou aquele gênero de provações. Pedido, este gênero se transforma num acontecimento. Nele existem os atos físicos, as compreensões racionais que dão valor àquele ato e o resultado dela: o sofrimento ou o prazer. É neste momento que você exerce o segundo livre arbítrio. Como? Sentindo ou não a dor ou o prazer proposto pela personalidade humana. No exemplo da televisão não funcionar, isto só aconteceu porque aquele acontecimento é uma representação perfeita de uma provação que o ser que o vivencia pediu.

O que eu chamo de acontecimento não é apenas o ato físico (o apertar o botão e ela não funcionar), mas também as declarações mentais a respeito dos atos físicos: ‘que droga de televisão, foi quebrar logo agora. Eu comprei uma porcaria’. Mais: está embutida também a sensação que virá depois desta postura mental, ou seja, o sofrimento ou o prazer pelo que aconteceu. Neste momento, exerça o segundo livre arbítrio, ou seja, ao invés de seguir o que a mente propõe, permaneça equânime.

Falando em questão de apego, como disse ele está na mente de uma forma que você não tem consciência de que a relação com a televisão é feita desta forma. Somente pela reação emocional que a personalidade humana tiver no momento da relação é que você pode conscientizar-se da existência dele.

O que é o prazer? A satisfação de ver seus desejos atendidos. Portanto, se você tem prazer quando a televisão funciona, há um desejo inconsciente de que isso acontecesse. De onde surgiu este desejo? Da sua paixão por assistir televisão. Todas estas coisas estão na mente e você não tem consciência delas. Só quando o aparelho funciona e a personalidade humana cria o prazer é que pode conscientizar-se da existência destas coisas.

O raciocínio que desenvolvemos para o prazer é o mesmo para a dor. O desejo, a paixão e o apego estão na personalidade humana e você não sabe. Somente quando ela gerar o sofrimento de não ter o desejo atendido é que poderá ter a consciência da presença destes elementos.

Sendo assim, sua provação só começa quando a mente cria o prazer e a dor. É a existência destas emoções que lhe mostra que ali há uma provação a ser vencida. Portanto, só neste momento pode realizar o trabalho da reforma íntima. Como? Vivenciando o seu segundo livre arbítrio optando por amar a Deus acima do funcionamento da sua televisão. Quando faz esta escolha, a mente cria o sofrimento e você permanece equânime.

A partir de tudo o que disse agora, portanto, afirmo que você não sofrerá se um desejo for questionado, mas isso só ocorrerá se não fizer a opção por Deus.

28. Valores sentimentais

Participante: você está falando muito na questão dos valores que temos no relacionamento com os objetos, mas e os outros, também serão atacados? Por exemplo, o amor que tenho pelo meu filho será atacado? De que forma?

A partir da descrição que dei da prova de cada um (um acontecimento externo que é interpretado pela mente ao qual é atribuída uma emoção), pergunto: o que gera os valores sentimentais de vocês? O que gera o valor com o qual você vive uma informação? O que gera o valor com o qual você convive com seu filho? O que gera o valor com o qual interage com a televisão? O sistema humano de vida.

A vida de um ser universal é vivenciada pela mente a partir de sistemas, ou seja, a partir de um conjunto de normas e regras que são aceitas como certas e, portanto, devem ser seguidas. Uma pessoa só gosta do seu filho porque o subsistema familiar com o qual aquele ser humanizado convive diz um pai deve fazer isso. Não é você que gosta do seu filho, mas a idéia de gostar dele é gerada pela mente para dar força de realidade a este maya.

Os subsistemas que compõe o sistema humano de vida, ou seja, as regras e padrões que cada grupo de ser humano deve seguir são os elementos usados pela mente para criar as idéias com as quais o ser convive como provação durante a sua encarnação. O gostar de um filho é uma desta regras que aquele que alguns que representam o papel de pai vivem e por isso a idéia de gostar é gerada pela personalidade humana como elemento da criação da representação que serve como provação ao ser universal.

 Esta emoção tanto é regra que para os que vivem com esta idéia quando isso não acontece, ou seja, um pai não gosta de um filho, acusam este ser humanizado e dizem que não entendem como isso pode acontecer. Esta é mais uma utilidade deste subsistema na provação dos espíritos, pois esta forma de raciocinar da personalidade humana está ligada aos gêneros de provações pedidos pelo ser antes da encarnação.

Portanto, na verdade não é você que gosta ou não do filho, mas a emoção com que se relaciona com personagem da sua história é gerada pela mente a partir de um subsistema de vida. Como você não vê que existe este subsistema e acredita que é você que gosta, acaba acreditando que tem que ter a obrigação de gostar dele.

Saber que existe um sistema humano de vida que é seguido pela sua mente é importante, porque todos os valores com os quais convive com as coisas (pessoas, objetos e acontecimentos) deste mundo surgem a partir dele e não de ações praticadas livremente. Não é você que gosta ou desgosta de alguma coisa, mas a emoção que a mente cria, seja ela positiva ou negativa, com relação àquela coisa surge por subordinação a determinado conjunto de normas e regras. Tudo o que você sente nada mais são do que resultado de normas, regras e padrões que geram o sistema de vida que vive.

Pergunte a uma pessoa que está ligada num sistema de vida onde ter um celular é necessário se ela imagina uma vida sem este objeto. Se a regra de ter que ter for quebrada, esta pessoa sofrerá. Mas, existem pessoas que não possuem este telefone e nem por isso sofrem. Será, então, que é realmente a ausência do telefone que faz aquele ser sofrer ou porque ele vive a partir de um sistema onde ter o telefone é regra?

O que faz esta pessoa sofrer não é a carência do celular, mas sim o fato dela estar vivendo submetida a um sistema de vida que possui como regra a necessidade de ter este aparelho. O sofrimento só existe porque quando o ser se submete a um sistema gera para si obrigações e necessidades. O sofrimento só existe porque esta pessoa vive a necessidade de ter e a obrigação de ter. Se não estivesse submetida a este sistema, como não estão aqueles que não têm o celular, ela não teria a necessidade e a obrigação e com isso não sofreria com a ausência deste aparelho.

 Voltando à relação com o seu filho, afirmo que o valor a mente cria para ela não nasceu em você, mas na sua subordinação a um sistema de vida. Subordinando-se a um sistema que afirme que todo pai ama o filho, que acredito você tenha como verdade, gera para si a necessidade e a obrigação de amá-lo. Por conta disso, acredita que ama, mas este amor não é real: é apenas o cumprimento das obrigações geradas pelo sistema de vida que vivencia.

O amor que acredita ter pelo seu filho não é você que sente, mas sim uma criação mental. Trata-se de uma criação que atende aos padrões do seu sistema de vida. A personalidade humana cria este amor porque esta é a expectativa que supre as obrigações do seu sistema de vida. Se você, por provação espiritual, tivesse que viver com a obrigação de não amá-lo, seria esta a criação mental e em momento algum entenderia porque não o ama.

Justamente por não ver todo este processo sendo gerado, sente-se obrigado a viver o amor ou o desamor que a mete gerar. É também por conta desta inconsciência com relação à criação mental que surge, então, a necessidade deste elemento ser atacado a partir do dia 21 de dezembro de 2012.

A mente, que é na verdade a criadora da idéia de gostar de algo, não consegue amar incondicionalmente. Todo o amor que ela cria faz exigências daquele que é amado para existir. Ninguém ama sem um porque, para que ou como. Este fato faz com que o amor que a mente cria se torne numa possessão.

Quem ama esperando alguma coisa de quem é amado, nem que seja ser amado também, está vivendo na verdade uma possessão, pois como disse antes, ter uma posse é achar-se capaz de gerar um futuro determinado para algo ou alguém. Portanto, este amor não é um sentimento, mas um elemento gerador de provas. Sendo assim, é eixo da vida e por isso precisa ser atacado neste movimento que se iniciará no planeta.

Se a mente fosse capaz de amar universalmente, esta idéia não precisaria ser alvo do processo que se iniciará. Mas, como não é, ataques vão acontecer.

Que ataques são estes? Não haver correspondência no amor. Os filhos começarão cada vez mais a questionar as orientações paternas e maternas e com isso exporá a possessão que está encoberta pela idéia de amar. Quando o filho não seguir estas orientações a mente gerará idéias como meu filho não me ama, para que você possa compreender que quem não ama é você, pois ainda se imagina dono do seu filho.

Se o amor que a mente diz que você sente fosse incondicional, não deveria nunca se desapontar com o que o seu filho faz. Mesmo que ache que determinado caminho que seja seguido por ele não leva a um fim considerado humanamente como bom, não sofreria. Isso porque quem ama incondicionalmente pode até orientar o outro, mas jamais cobrar que a orientação seja seguida.

Quem ama incondicionalmente respeita o livre arbítrio do outro. Por isso, mesmo que oriente o seu filho a seguir por determinado caminho, não se sente desapontado por não ter sido ouvido. Este desapontamento só existe para aquele que ama condicionalmente, ou seja, aquele que coloca a sua felicidade dependente de um desejo, de ter sua orientação atendida.

Este é o caminho que se tomará a partir do dia 21 de dezembro de 2012. Cada vez mais os filhos ou entes queridos não corresponderão aos desejos gerados pelo amor que imagina ter por eles. Com isso você pode ter consciência de que aquela emoção gerada pela mente está subordinada a uma regra de um sistema de vida (todo filho respeita e segue a orientação dos pais) e vivido como uma possessão, ou seja, como uma paixão que gera desejos.

Participante: mas, a base do relacionamento de uma mãe com um filho é o amor...

Desculpe, mas por tudo o que falei acima fica bem claro que a base para quaisquer relacionamentos entre dois seres humanizados são as regras pertencentes ao sistema de vida que está sendo vivenciado naquele momento. Estas regras são vividas por possessões, ou seja, por sentimentos condicionais, e não por amor. Aliás, vocês nem imaginam o que seja realmente amar, pois só conhecem aquilo que a mente cria e, como disse antes, ela é incapaz de criar o amor incondicional.

Compreenda que todo relacionamento que vive é sempre vivenciado a partir de regras e normas que regulam o comportamento seu e do outro elemento. Tudo o que estas normas e regras disserem será seguida piamente por aquele que está apegado à mente, mas para aqueles que estão despertos, ou seja, que estão conscientes da existência de um tentador é possível conscientizar-se da real forma como a vida se movimenta.

Participante: uma mãe indígena, por exemplo, que vive de forma diferente da nossa pode amar o filho verdadeiramente?

Mais uma vez você prova que não entende a questão do sistema de vida humano. Quando falo de regras e normas que regem os relacionamentos não estou falando nesta ou naquela regra, mas em existir um preceito regulador da convivência. A mãe indígena realmente não possui as regras que vocês que vivem na cidade e em grandes sociedades possuem. No entanto, ela possui as regras dela.

O problema não é qual regra você segue. Como disse, quem acha que não gosta do filho está também seguindo um preceito gerado pelo sistema humano de vida e não um sentimento. Este está agindo igualmente àquele que gosta, pois com relação ao sistema de vida precisamos compreender que cada um vive um conjunto de normas diferente do outro. Isso é desta forma, porque cada conjunto está ligado a uma opção de gênero de provas pedido pelo espírito.

O que importa no sentido da elevação espiritual não é se você vive desta ou desta forma, se acredita nisso ou naquilo, mas sim o fato de submeter-se a um sistema humano de vida. Esta questão é importante para aqueles que buscam a elevação espiritual porque como ensinou Cristo não se serve dois senhores ao mesmo tempo. Aquele que se submete a um sistema humano, ou seja, vive a partir de determinas regras serve a humanidade e por isso não serve a Deus.

Neste ponto, portanto, o importante não é saber no que alguém acredita, mas sim compreender que toda crença de um ser humanizado é submissão a regras que compõem o sistema humano. Saiba: onde há um ser humanizado, há uma norma sendo vivenciada por uma mente.

Repare na própria anarquia que alguns seres humanizados vivenciam e dizem que por conta disso são livres de regras. Anarquia é um sistema de vida onde os seguidores dele não possuem normas. Aparentemente parece que eles estão vivendo libertos da sociedade humana, mas será que estão mesmo?

O que é a sociedade humana? Um conjunto de normas. Que norma possui os anarquistas para viver em sociedade? A norma de não ter normas. Para eles a norma é não seguir as regras da sociedade humana. Em que eles se diferenciaram da sociedade? Em nada, pois ainda continuam vivendo uma regra e não uma livre opção.

É isto que você precisa compreender. Mesmo quem não segue determinadas normas ainda vive de uma forma normatizada, pois está submetido à norma de não ter normas.

Participante: vejo que quando o senhor fala generaliza muito as coisas. Eu, por exemplo, dou plena liberdade ao meu filho e não cobro nada dele. Estou amando universalmente?

Claro que não. Para você a norma é libertar o filho. Esta liberdade que concede a ele não é, portanto, algo liberal, mas resultado da submissão a uma norma.

Além do mais dizer que não cobra nada dele é também uma falácia. Com certeza você ainda espera que dentro da liberdade que dá ao seu filho ele aja, como vocês dizem, com juízo. Você dá a liberdade a ele, mas ainda espera que ele a utilize de uma forma que não gere nenhum perigo a si mesmo.

Este é o preço que você cobra do seu filho por conta da liberdade que dá a ele. Também expressa, mesmo que inconscientemente, um desejo. Por conta dele, se o seu filho não agir com juízo quando você lhe dá liberdade irá sofrer. Mais: cobrará dele...

Quantas vezes você já teve conhecimento de pessoas que não prendiam seus filhos e quando eles agiam dentro do conceito destas pessoas de uma forma considerada negativa, elas cobravam: ‘meu filho, porque você foi fazer isso... Nunca lhe faltou nada em casa...’ Esta indignação é a prova que existia uma perspectiva que não foi atendida.

Quem realmente liberta o seu filho, mais do que não impor horário, ele não gera expectativa nenhuma. Ele não interroga para saber o que o filho fez, não questiona se estava com pessoas que considera boa ou não, não tem a expectativa que tudo vai correr bem quando estiver longe.

Na verdade a libertação que a mente lhe diz existir nada mais é do que uma regra. Esta é considerada como boa ou elevada para que você viva submissa a ela e não repare que está servindo somente à humanidade.

Repare: todo mundo acha que a regra que vive é boa. Aquele que segue o caminho que afirma que é preciso castigar o filho, acha que fazer isso é bom para o futuro dele. Aquele que fere alguém com uma crítica acredita que é importante alertar o outro para o erro que está cometendo. Isto é desta forma para que, iludido pelo maya que dá poder de real ao que é pensado, o ser humanizado não veja que está apenas vivendo criações mentais que se submetem a regras individuais e não agindo universalmente.

29. A vida é um processo mental

Há algo que vocês precisam compreender para poderem aproveitar as oportunidades que serão geradas a partir do dia 21 de dezembro de 2012 para o processo de elevação espiritual: tudo o que você vivencia é apenas criações mentais e não realidades.

Para poder falar sobre isso vou criar um exemplo, mas antes disso deixe-me dizer algo àqueles que não estão aqui: não há ninguém fazendo a ação que vou colocar no exemplo. Estou usando apenas uma figura que vai ficar muito fácil compreender o que estou dizendo que é necessário para a vivência do processo que se iniciará.

Vocês estão vendo aquela pessoa tirando meleca do nariz? Ver esta ação cria em vocês nojo? A resposta a estas duas perguntas para vocês é sim, mas para mim é não. Vamos entender isso...

Vocês estão vendo uma ação? Não, é a mente que está criando a imagem que você diz que está vendo. A própria ciência humana diz que o olho capta apenas energias que estão no mundo externo. Estas energias são conduzidas até o cérebro e só ali a imagem é formada. Como o cérebro é apenas uma massa, ele não pode criar. Por isso no espiritualismo dizemos que a imagem é formada pela mente. Sendo assim, você não está vendo nada, mas apenas recebendo imagens da mente.

Ver este tipo de ação causa nojo? Não. O nojo só é vivido quando a mente, submetendo-se a um sistema de vida diz que esta deve ser a sensação a ser vivida.

Portanto, você não está vendo nem sentindo nojo: tudo isso está sendo criado pela mente. Este processo vale para tudo o que um ser humanizado vivenciar durante uma existência carnal.

Todas as imagens, a descrição do que está acontecendo e a reação, elementos que formam a vivência que vocês têm, são criações mentais que são formadas desta forma porque esta é a representação necessária que o espírito precisa vivenciar para que os gêneros de provação que ele pediu antes da encarnação aconteçam. A este, só resta escolher entre viver tudo isso ligado a Deus, no bem, ou apegado às criações mentais, no mal.

Todas as criações mentais prendem-se a este propósito, por isso, não importa o que seja que ela diga, não importa qual valor esteja sendo aplicado em cada momento, não acredite nele. Se a mente diz que você ou outra pessoa é certa ou errada, bonita ou feia, limpa ou suja, boa ou má, não acredite nisso. Acreditando, certamente não viverá a equanimidade que caracteriza a evolução de um ser, mas sim o prazer ou a dor.

Lembre-se que a mente é o diabo, aquele que tem a função de tentar o ser que encarna para que ele possa, exercendo seu livre arbítrio, optar sempre pelo amor universal. Assim como a história bíblica que fala das tentações de Cristo, o diabo ao qual você está ligado neste momento não tentará apenas uma vez lhe desviar do caminho do Pai e lhe levar a submeter-se a ele. Por isso, nunca acredite que aprendeu ou que sabe alguma coisa. As afirmações que você está certo nada mais são do que tentações e não verdades.

Para vencer estas tentações é preciso que entenda que não faz nada, que não vê nada, que não compreende nada, que não sente nada: tudo que atribui a si mesmo nada mais é do que criações mentais que geram as provações do espírito. Para poder gerar isso cada mente possui um sistema humano de vida individual, ou seja, possui um conjunto de normas e regras que levam a determinadas obrigações e criam certas necessidades.

Tem mãe que libera o filho do horário de chegada; tem mãe que não libera. Nenhuma das duas é certa ou melhor do que a outra. As duas são apenas representação de aplicações de regras individuais que servem a espíritos como provações. Portanto, não julgue a nenhuma delas.

30. Os sistemas de vida

Quando digo que tanto a mãe que impõe horário quanto a que libera o filho disso não são certas ou erradas estou afirmando algo que vocês ainda não compreenderam: não existe um sistema humano de vida. O que existe é a idéia de existir.

O sistema humano de vida nada mais é do que regras que normatizam os acontecimentos de uma pessoa. Vivendo com a idéia do ser humano, os espíritos que estão encarnados acham que estas regras existam, mesmo que elas contenham informações diferentes. Por exemplo, para alguns existe a regra que para se elevar é preciso comparecer à missa todo domingo. Para outros, isto é regulado pela existência da norma de que é preciso suprir a carência dos que não têm as suas necessidades básicas atendidas. Apesar de conterem textos diferentes, todas as duas informações nada mais são do que uma regra que cada um possui.

É por conta da existência destes preceitos e da idéia que para o objetivo ser alcançado é necessário cumprir a regra, diga ela o que disser, que o ser humanizado não concebe que se possa viver sem regras, sem a existência de um sistema de vida. No entanto, o apóstolo Paulo nos diz que Cristo veio trazer a liberdade. Que liberdade ele traria se a condicionasse a seguir determinadas normas? Isso não seria liberdade, mas prisão a alguma coisa. Para que realmente ele fizesse isso não poderia haver regras de qualquer tipo.

É por causa deste argumento que afirmo que as regras que formam o sistema humano que vocês vivenciam quando encarnam não existe. Além do mais, quem diz a você que precisa haver uma regra para que um objetivo seja alcançado? A própria mente. Mas, se tudo o que ela diz é apenas uma tentação que serve de provação para o espírito, o que ela fala não é real, mas apenas uma idéia de existir.

Por tudo isso, volto a falar: os sistemas de vida gerados pela mente, não importa em que verdade a regra esteja substanciada. Se a mãe libera ou não, isso não é importante. O que realmente importa é saber se ela acredita que exista um padrão certo, pois isso não existe. Não existem padrões certos, mas o certo, espiritualmente falando, é não ter padrões, pois neste momento o ser libertou-se do sistema humano de vida.

31. Os valores de cada um

A partir de tudo o que disse, posso afirmar que cada ser humanizado possui um pacote de regras e normas que formam o seu sistema de vida individual. Aliás, isso precisa ser assim, se compreendermos que as provações dos seres são diferentes. Se cada um tem a liberdade de optar pelos gêneros de provas que vivenciará durante uma encarnação e se eles são representados através das compreensões que a mente humana gera, é necessário que existam diferentes valores que gerem diferentes interpretações dos acontecimentos. Por isso existem diferentes pacotes de regras e normas com as quais o ser humanizado vivencia os acontecimentos do mundo.

Cada um possui um pacote diferente que leva aquele ser humanizado a pensar, dizer, achar, acreditar, desejar, ter paixão e apegar-se a valores diferentes. Este conjunto com o qual cada ser vivencia quando encarnado chamamos de natureza do ser humanizado.

Cada ser humanizado possui uma natureza diferente do outro, ou seja, possui um pacote de normas e regras que criam a individualidade de cada ser. Este, no entanto, não existe por acaso nem é formado como resultado da vivência dos acontecimentos de uma existência, mas acompanham o ser desde o início da sua encarnação, pois é ele que atende ao que foi pedido antes dela. É por isso que Krishna afirma que ninguém pode agir fora de sua natureza.

Toda formação mental (compreensão sobre um tema) bem como a emoção que acompanha a idéia está ligada à natureza do ser humanizado. Se não estivesse, aquele espírito teria uma provação que não refletiria o seu pedido ainda no mundo espiritual. Se isso pudesse acontecer, este ser viveria uma injustiça, pois teria que realizar uma prova para a qual não se sentiu preparado. É por isso que cada um tem uma natureza, ou seja, tem um pacote que possui determinadas regras e normas com as quais vivencia os acontecimentos e que servem como fundamento para a vivência desta ou daquela emoção a cada momento.

Dentre os elementos que compõem nestes pacotes está a valorização que se dá às coisas deste mundo. A mãe que acha que deve soltar o filho, só faz isso porque no seu pacote de normas existe esta regra. Já a que prende, que controla, que toma conta, também só age assim porque existe uma norma que afirma que isso deve ser feito. Sendo assim, qual a diferença entre elas? Nenhuma...

Mas, a mãe que prende pode soltar? Não. E a que solta, pode prender? Não. Por quê? Porque se agisse diferente da sua natureza o ser que está vivenciando a provação teria uma prova diferente daquela que pediu antes da encarnação.

32. Alteração de valores

Participante: mas, tem gente que muda, ou seja, tem que gente que ao longo de sua existência altera os valores com que vive. Diante do que o senhor disse, como isso funciona?

Vou contar uma história real para vocês poderem entender a questão dos valores de cada um e suas possíveis mudanças. Uma pessoa um dia se libertou da questão do ter que andar bem calçado. Ele, que estava acostumado a andar de tênis ou sapato fechado comprou uma sandália. Sentiu-se tão bem e tão livre com ela que não a tirava mais do pé. Mais: achou que tinha realizado alguma coisa no sentido de libertar-se do apego porque estava usando um calçado que não era ligado ao sistema de vida que vivia até então.

Só que além de usar a sandália, ele passou a mostrar a todos o quanto estava livre da obrigação de andar bem calçado. Quando conversava com outros espiritualistas freqüentemente citava a sua sandália como símbolo da libertação que tinha alcançado do sistema humano de vida. Um dia, uma pessoa ouvindo-o falar mais uma vez da sandália e do desapego que a sua utilização caracterizava, lhe disse: ‘será que você ainda não viu que está apegado ao desapego que imagina ter realizado’?

Na verdade, este ser humanizado não havia conseguido desapego algum. A idéia de ter se desapegado foi criada como um novo apego e ele nem teve consciência de que apenas havia trocado um apego pelo outro. Sendo assim, houve alguma mudança neste ser humanizado? Não...

Estou lhe contando isso para poder falar da mudança dos valores que algumas pessoas podem sofrer durante a existência. Isso realmente pode acontecer, mas ela não alterará nada, pois qualquer mudança de verdade que aconteça não se caracteriza num desapego, mas apenas no apego a outra coisa.

Voltando ao exemplo das mães, aquela que prende o filho e um dia resolve não mais agir desta forma porque imagina que compreendeu que deve libertá-lo do seu jugo, na verdade não realizou nada no sentido do desapego, mas continuou apegada a uma norma de um sistema de vida humano. Mas, será que o novo valor feriu o gênero de provas pedido por aquele ser antes de encarnar? Eu diria que não. Na verdade iniciou-se uma nova prova...

A prova do apego à norma continua, pois o valor atual que afirma que é certo libertar o filho é que norteia aquela idéia e isso caracteriza a submissão a um sistema de vida humano, o que, em última analisa, é a provação que o espírito vivencia durante a encarnação. A prova, portanto, continua, só que, além disso, uma nova começa com a mudança do valor daquela norma.

Quando a mente afirma que aquele ser humanizado está fazendo alguma coisa no sentido da sua elevação espiritual está criando uma nova verdade para este mundo. Como vimos, nada foi feito, mas apenas surgiu a idéia de se ter feito alguma coisa. Esta nova verdade é um novo valor que serve como nova provação ao ser.

Voltando ao exemplo da pessoa que alterou a sua forma de se calçar, o hábito de usar tênis, sapato fechado ou sandália não tem a menor importância, mas sim a forma como se relaciona com ele. Quem usa sandália ou sapato social está vivendo a mesma provação. Quando o tipo do calçado se altera, portanto, em nada muda aquela prova. É por conta desta continuação da mesma provação que afirmo que ninguém se muda, mesmo que passe a pensar diferente ou que aceite novos valores como certo.

Dito isso, você poderia, então, me perguntar se o não vivenciar qualquer valor que a mente cria não se trata de uma modificação. Na verdade, não se trata. Isso porque a vivência desapegada da criação da mente jamais poderá ser criada pela mente. Por isso, ninguém que racionalmente tenha consciência de estar desapegado realmente está.

Quem realmente se desapega não sabe que fez isso, ou seja, não acredita no desapego gerado pela mente. Este sabe que esta nova criação mental nada mais é do que uma nova proposição de apego, uma nova corda para atá-lo a um novo pacote de regras e normas. Sabe que qualquer mudança que seja gerada pela mente, ou seja, que lhe venha à consciência, não se tratou de uma mudança real, mas apenas a alteração do rótulo do padrão.

Quem realmente entende o processo de elevação sabe que qualquer valor que a mente crie nada tem a ver com certo ou bom, mas trata-se de uma valorização gerada pelo tentador como provação para a sua encarnação. Por isso, não importa qual assunto seja, ele jamais aceita a consciência de que se mudou, mas compreende que foi a mente que se alterou para poder mantê-lo preso à humanidade que vive.

Na verdade as mudanças que você cita que alguns conseguem em determinados assuntos nada mais são do que as vicissitudes que fazem parte dos objetivos da encarnação como ensinou o Espírito da Verdade na pergunta 132 de O Livro dos Espíritos. O fato de hoje prender o filho e de amanhã achar que precisa soltá-lo são apenas os dois lados da mesma moeda, a alternância dos valores que geram a provação do espírito quando encarnado.

33. A ação de libertação

Participante: pelo que estou entendendo, devemos viver em contemplação da vida. É isso?

Na verdade, não. Isso porque um ser humanizado jamais conseguirá viver em contemplação. A cada momento da existência você precisa agir. Vou tentar explicar o que estou querendo dizer...

Viver em contemplação seria apenas observar os acontecimentos da vida, mas isso lhe é impossível já que a realidade criada pela mente é apenas uma proposição de realidade e não algo real. Por exemplo: a imagem que você neste momento está percebendo não é real, mas uma proposição de realidade. A imagem do médium, das outras pessoas, deste lugar e os sons e cheiros que está sentindo não existem, mas são criações da mente. Ela cria estes elementos e lhe afirma que eles formam uma realidade, mas não são.

No momento em que a mente lhe passa as informações que ela cria para este momento, você precisa agir: aceitar ou não aquilo como real. É por isso que você não pode viver contemplativamente.

Sempre que a mente cria alguma coisa você precisa agir: precisa optar entre o bem e o mal. Por isso não pode viver contemplativamente: tem sempre que tomar uma posição...

Participante: mas, não tenho que me libertar de tudo o que a mente cria?

Sim, mas para isso você precisa de uma ação. Jamais conseguirá se libertar da mente através da contemplação.

Se a mente lhe diz, por exemplo, que age despossuidamente porque não cobra horário para o seu filho chegar à noite, você não deve acreditar nestas informações, mas para isso precisa agir com um não acreditar. Observando apenas o que ela disse, ou seja, não agindo no sentido de não acreditar, não conseguirá se libertar do que foi criado pela mente. Esta ação é o segundo livre arbítrio que o Espírito da Verdade diz que todo ser possui.

Você jamais conseguirá viver a vida humana meditativamente, pois quando não fizer a opção, aceitará implicitamente a criação mental como realidade. Neste caso optou pelo mal. Para que optasse pelo bem teria que reagir à proposição mental dizendo que não sabe se o que o tentador criou é realidade ou não, certo ou não, bom ou não. Nada saber é a única resposta que o ser encarnado pode dar a qualquer criação da mente se quiser aproveitar a encarnação e aproximar-se de Deus.

Porque isso? Porque nada saber é a única resposta que leva o espírito aproximar-se do Pai? Porque o saber qualquer coisa lhe afastou de Deus...

Vocês se lembram do que está escrito na Bíblia a respeito do que levou ao início das encarnações no planeta Terra?

“Então, o Deus Eterno pôs o homem no Jardim do Éden, para cuidar dele e nele fazer plantações. E o Eterno deu ao homem a seguinte ordem: ‘Você pode comer as frutas de qualquer árvore do jardim, menos da árvore que dá o conhecimento do bem e do mal. Não coma a fruta dessa árvore, pois no dia em que você a comer, certamente morrerá’”. (Gênesis, 2, 15-17)

“A cobra era o animal mais esperto que o Deus Eterno havia feito. Ela perguntou à mulher: é verdade que Deus mandou que vocês não comessem de nenhuma árvore do jardim”?

“A mulher respondeu: Podemos comer as frutas de qualquer árvore, menos a fruta da árvore que fica no meio do jardim. Deus nos disse que não devemos comer dessa fruta nem tocar nela. Se fizermos isso, morreremos’.

“Mas, a cobra afirmou: vocês não morrerão coisa nenhuma! Deus disse isso porque sabe que, quando vocês comerem a fruta dessa árvore os seus olhos se abrirão e vocês serão como Deus, conhecendo o bem e o mal”.

“A mulher viu que a árvore era bonita e que as suas frutas eram boas de comer. E ela pensou como seria bom ter conhecimento”. (Gênesis, 3, 1-6)

Portanto, se a ação que afastou o espírito de Deus que agora encarna no planeta Terra foi ter comido do fruto da árvore do conhecimento, ou seja, adquirido saber, o que pode aproximá-lo Dele é não mais comer desse fruto. É por isso que a única ação que pode libertar o espírito da sansara (roda de encarnações) é o declarar nada saber. Se esta declaração foi importante ao longo dos últimos sete mil anos de encarnações, imagine agora que estamos entrando na reta final do mundo de provas e expiações.

É isso que vocês precisam compreender. A vida humana nada tem a ver com ela mesmo, mas sim com a encarnação do espírito. A vida humana nada mais é do que um campo de provas para que o espírito evolua e por isso tudo o que diz respeito a ela tem que ser pensado a partir deste ponto de vista e não observado de forma isolada do mundo espiritual.

Porque vocês estão encarnados neste mundo? Porque continuam vivos neste momento? Porque um dia comeram o fruto da árvore do conhecimento. Não é assim? Vocês não julgam que são capazes de perceber as coisas (tem os olhos abertos) e não se acham capazes de distinguir o bom do mal, o certo do errado? Então, são espíritos que ainda cometem diuturnamente o pecado original. Sendo, estão vivos neste momento para poder realizar a ação libertadora que os fará retornar ao Jardim do Éden, ao mundo dos espíritos que vivem próximos de Deus.

Esta é a forma que precisam encarar a vida. Se não fizerem deste modo, vocês continuarão iludidos pelo poder de maya, o poder que dá à ilusão a força de real, e terão que reencarnar novamente até que um dia executarão a ação libertadora que os libertará da sansara.

Diante de tudo o que disse, portanto, volto a afirmar que não é possível se conseguir aproveitar a elevação numa vivência contemplativa, mas somente através de uma ação e essa é a declaração expressa de nada saber, mesmo que a mente afirme ao contrário. Na verdade, quem não dá esta resposta é como a primeira mulher, que ao ser tentada pela cobra acha que as frutas são muito bonitas e boas de comer e quer para si o poder que apenas Deus tem.

34. Como agir para se libertar

Participante: então, segundo o senhor, se regular o horário de chegada do meu filho estarei errando, mas se o libertar também estarei. Como devo agir, então?

Boa pergunta... Falamos agora pouco da ação libertadora que leva o ser a aproximar-se de Deu, mas esta nada tem a ver com a ação humana. Por isso está perdida, sem saber como agir, e quer agora saber como deve proceder fisicamente.

Para lhe responder pergunto às demais pessoas que estão aqui: como acham que ela deve proceder?

Participante: fazer o que for melhor para o filho...

Boa resposta, mas eu lhe pergunto: o que é melhor para o filho?

Se perguntasse aqui o que vocês acham melhor, certamente lembrando-se da adolescência que tiveram me responderão que era deixar o filho decidir o horário que quer chegar. Acontece que uma moça que freqüentava nossas conversas ficava muitas vezes desgostosa com os pais justamente porque eles agiam dessa forma. Quando ela saía com as amigas todas tinham horário para chegar a casa e ela não. Neste momento ela sempre se perguntava por que os seus pais não impunham um horário a ela.

Face a esta pessoa, que tenho certeza não é única neste mundo, pergunto novamente: o que é melhor para uma pessoa?

Participante: pergunte ao filho o que é melhor para ele e faça o que ele disser...

Novamente uma boa resposta, mas será que ela resolve? Acho que não...

Tenho certeza se a liberdade da moça que citei fosse cerceada no seu horário de retorno, de início se sentiria realizada, mas depois, quando a vontade de ficar fosse grande e não pudesse permanecer até hora que quisesse, voltaria no horário determinado pelos pais, mas não estaria feliz por causa disso. Lembra-se da história do escoteiro? Ele foi feliz receber a sua medalha por ter ajudado uma pessoa de idade a atravessar uma rua e recebeu uma bronca, pois a velha já tinha ido se queixar ao chefe dos escoteiros que foi conduzida ao outro lado sem querer atravessar a rua.

Por isso, digo que praticar uma ação imaginando que está fazendo o bem para outro não corresponde a nenhuma libertação.

Participante: deixe-o decidir o que quer fazer sem criar regra alguma.

Mais uma boa resposta. Mas, me diga uma coisa: o que você acabou de criar? Uma regra... A regra de que ele é que decide o que fazer. Criando-a estabeleceu um item do pacote de regras de um sistema humano. Submetendo-se a ela ainda estará servindo a humanidade e não a Deus e por isso não está evoluindo...

Saiba de uma coisa: não há como você decidir o que fazer, pois qualquer que seja a sua decisão sobre a forma de agir, esta sempre se transformará numa regra criada pela mente. Seguindo-a, continuará sempre preso à humanidade que vive neste momento e com isso jamais conseguirá aproximar-se do Pai.

Sempre que falo em ação, vocês se preocupam com atos físicos. Como estamos falando de relação entre mãe e filho, a preocupação de vocês é saber como agir com o filho, mas esta relação em nada influi no seu trabalho de reforma íntima. O trabalho necessário para a aproximação de Deus se executa na sua relação com a mente e não com outros elementos do mundo carnal. Um ser humanizado não consegue a elevação espiritual porque se relaciona com o filho desta ou daquela maneira, mas sim como ele se relaciona com as criações da sua mente enquanto está se relacionando com o filho.

Lembram do que disse à pessoa que me perguntou como ficaria após o dia 21 de dezembro de 2012 os seus relacionamentos sentimentais? “... na verdade não é você que gosta ou não do filho, mas a emoção com que se relaciona com personagem da sua história é gerada pela mente a partir de um subsistema de vida”. Disse mais: “Todas as imagens, a descrição do que está acontecendo e a reação, elementos que formam a vivência que vocês têm, são criações mentais que são formadas desta forma porque esta é a representação necessária que o espírito precisa vivenciar para que os gêneros de provação que ele pediu antes da encarnação aconteçam. A este, só resta escolher entre viver tudo isso ligado a Deus, no bem, ou apegado às criações mentais, no mal”.

Sendo isso verdade, pergunto: quem está se relacionando com o filho: você ou a mente? Tudo o que disser respeito a este relacionamento, interna ou externamente, será sempre gerado pela mente e não executado por você. Esta criação não sofre a menor ingerência sua, a não ser antes da encarnação, já que ela é uma provação sua e do espírito que hoje ocupa o papel de seu filho. Por isso digo: não se preocupem em como agir fisicamente...

Toda ação será comandada pela mente. Na verdade, será criada por ela, pois como já disse não há nada no mundo externo, mas apenas uma propositura de haver, para você decidir se irá apegar-se ao que foi criado ou se manterá ligado a Deus. Portanto, se você como mãe liberar seu filho para chegar tarde, isso não terá sido uma ação sua, mas algo criado pela mente. Se não o liberar, é a mesma coisa. Sendo assim, para que se preocupar com isso?

Este é o grande problema que não deixou vocês aproveitarem as encarnações até hoje. Estão sempre preocupados em como agir fisicamente e não no sentido de sua elevação espiritual. Estão preocupados em ser, estar e fazer fisicamente falando e não espiritualmente. Isso só denota que ainda servem a humanidade e não a Deus.

Aquele que se reconhece como sendo algo além da matéria, que sabe que a vida é só uma encarnação e que ela existe apenas para a realização do trabalho da reforma necessária para que possa na sua existência eterna aproximar-se do Pai e viver a felicidade que Ele tem prometido, não se preocupa em como agir fisicamente, mas sim espiritualmente. Ao invés de estar preocupado com o que fará a outras pessoas, este ser preocupa-se apenas em como manter-se afastado da humanidade para poder viver a sua espiritualidade.

35. Responsabilidades

Participante: diante do que o senhor fala, nós não temos nenhuma responsabilidade neste mundo?

Com relação às coisas deste mundo, realmente não têm. Aliás, se Deus é Onipotente, Onipresente, Onisciente, Causa Primária de todas as coisas, Inteligência Suprema, Justiça Perfeita e Amor Sublime, será que alguém mais pode ser responsável por alguma coisa neste mundo?

Lembro-me de uma pessoa que nos ouvia e que um dia me fez a mesma pergunta que você agora. Ele me disse: ‘o senhor está dizendo que devo ser irresponsável’? Para compreender o alarme que aquela pessoa estava vivendo, saiba que ele era contador, ou seja, uma pessoa que precisa ter um senso de responsabilidade muito grande. Respondi da seguinte forma: ‘não estou dizendo que você deve ser irresponsável; estou afirmando que deve ser totalmente irresponsável’...

O que é ser responsável? Fazer as coisas certas... Para isso, o responsável precisa saber o que é o certo, o que é o bom, o que é o limpo. Quem se imagina capaz de conhecer estas coisas o que faz? Pela parábola da Gênesis da Bíblia (história de Adão e Eva) são os seres que imaginam bom ter o poder que é de Deus. Ou seja, são os espíritos que precisam encarnar até que um dia abram mão deste poder e assim poder voltar à convivência com o Pai.

Frente a tudo isso, afirmo que qualquer responsabilidade que você chame para si mesmo nada mais é do que engolir um fruto da árvore que Deus lhe disse para não se alimentar. Portanto, afirmo que você deve ser completamente irresponsável.

Sei que vocês não gostam desta afirmação, pois acham que desta forma poderão sofrer algum prejuízo, mas será que isso é verdade? Vamos ver...

Digamos que você se considere responsável, ou seja, se preocupe sempre em fazer o certo, o bom, o limpo. Pergunto: esta preocupação ao longo da sua existência lhe levou sempre a acertar, ou seja, sempre a conseguir fazer o que era certo ser feito? Tenho certeza que não. Por maior que seja o seu critério de responsabilidade acho que algum dia você falhou, não é mesmo? Sendo assim, de que adiantou a sua responsabilidade?

Lembram-se do que falamos? Não existe o mundo externo, mas apenas criações mentais que sofrem a ação de maya e por isso parecem para vocês como realidades. Sendo assim, quem faz o que vai acontecer? A mente. Eu lhe garanto que ela não tem nenhum senso de responsabilidade, a não ser com a provação que o espírito tem que realizar.

Tudo que a mente cria está sempre relacionado com a provação do espírito e não com o certo. Se for preciso para que esta provação aconteça que a mente crie ações que vocês consideram como erradas, ela criará e não terá nenhuma preocupação em fazer isso.

Portanto, não se preocupe com a questão da responsabilidade com relação às coisas deste mundo, mas torne-se espiritualmente responsável. Espiritualmente responsável é aquele que vive esta vida estando sempre consciente da necessidade de promover a sua reforma íntima, ou seja, de não mais alimentar-se do fruto da árvore do conhecimento.

36. A história de cada um

Acabei de dizer que você, se quer aproveitar esta encarnação para alcançar a elevação espiritual, deve se tornar espiritualmente responsável, mas para que consiga isso lhe digo uma coisa: é preciso que se desligue das histórias que a mente cria.

A história de cada um são os acontecimentos que são vivenciados pelo ser encarnado. Esta história, como ensina o Espírito da Verdade, não é determinada neste momento, mas trata-se de um reflexo da escolha deste ou daquele gênero de provação pelo espírito.

“A fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito faz, ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer. Escolhendo-a, instituiu para si uma espécie de destino, que é a conseqüência mesma da posição em que vem a achar-se colocado. Falo das provas físicas, pois pelo que toca às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o seu livre arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor de ceder ou resistir”. (O Livro dos Espíritos, pergunta 851)

Não importa como você vivencie o momento de agora, o que irá acontecer futuramente já está programado e não poderá ser mudado pela sua ação de agora, pois se isso acontecesse, a sua escolha de antes poderia ser alterada. Portanto, qualquer que seja a história que sua vida conte, ela não tem importância.

Se você fez ou deixou de fazer, comprou ou não, foi ou não a um lugar, isso não importa. O importante é como se relacionou com o que a mente diz que está acontecendo. Ligando-se ao bem, ou seja, a Deus, terá aproveitado a oportunidade para aproximar-se do Pai; ligando-se ao mal, ou seja, às conclusões emitidas pelo tentador, estará ligado à humanidade e com isso se afasta do Senhor.

Respondendo, então, definitivamente a quem me perguntou como agir durante a vida para promover a elevação espiritual, respondo: seja espiritualmente responsável. Para isso, desligue-se da história da sua vida e vivencie a história de sua existência eterna: a encarnação que está vivendo.

Enquanto encarnado, esta história não é formada pelos acontecimentos do mundo, mas pelos valores criados pela mente. Por isso, concentre todos os seus esforços na convivência com estes valores e busque saber o que fazer nesta relação e não o que fazer exteriormente. O que acontece fora do seu mundo mental é apenas teatro e por isso não deve ser motivo de preocupações.

A história que a mente cria para a existência de um ser apenas servem para dar a força de realidade aos valores que ela cria. Por exemplo: se ela cria a história de que você não impõe horário para o retorno do seu filho, ela está fazendo isso apenas para poder lhe dar o valor de pessoa muito boa de uma forma que isso pareça real. É sobre este valor que precisa agir e não sobre a história, mas não consegue fazer isso porque está apegado na história.

Quem tenta viver a história fica perdido numa multidão de assuntos a serem resolvidos, quando na verdade só existe um assunto a ser resolvido: o seu apego a uma norma de um sistema de vida. Quem não compreende a origem da formação mental quer resolver se prende ou não o filho, se faz isso ou aquilo, se trabalha ou passeia, mas tudo isso é só história que se resolverá por si só e não por causa de qualquer ação sua. Já quem compreende a função da mente para a encarnação do espírito, liberta-se de qualquer questão e com isso consegue concentrar-se na única coisa que precisa resolver nesta existência: a questão de não mais comer o fruto proibido.

A multidão dos assuntos que existem nas mentes dos seres humanizados é apenas uma forma de distrair os espíritos encarnados. Gerando uma quantidade infinita de assuntos, a mente retira o foco do ser encarnado do que ele realmente precisa fazer. É justamente para lembrá-los da sua realidade que os mestres e os espíritos enviados por Deus trazem à consciência humana ensinamentos sobre o trabalho da reforma íntima. Concentrando-se neles ao invés de se concentrar nos assuntos das histórias criadas pela mente, o espiritualista pode, então, realizar o trabalho necessário para aproximar-se do Pai.

37. Viver

Tudo o que falamos até aqui é importante para aquele que pretende aproveitar esta encarnação no período que começará no próximo dia 21 de dezembro de 2012. Isso porque para poder usar este tempo em favor da elevação espiritual, os seres humanizados vão ter que reaprender a viver. Se não fizerem isso, passarão realmente situações catastróficas como as previstas pela lenda que está relacionada com este período.

Viver hoje para vocês é participar da história dos acontecimentos, seja como agente ou como receptor das ações. Viver, para os seres humanizados, nada mais é do que estar consciente de acontecimentos a cada momento. Isso porque acreditam nas histórias que a mente cria, acreditam no valor de real que a força de maya concede às histórias criadas pelo tentador do espírito. Vivem desta forma, também, porque acreditam que são vocês que criam não só as ações, mas as formações mentais e emocionais. Enganam-se: tudo é só uma peça que é encenada para que algo seja transmitido a quem a assiste e este algo é o gênero de provas que o espírito pediu antes da encarnação.

Agora pouco alguém veio me perguntar como ficava a partir do próximo dia vinte e um a questão emocional, já que eu estava falando apenas de ataques a valores ligados a objetos materiais. Porque me foi feita esta pergunta? Porque vocês acreditam que o valor emocional, que as relações emocionais, são diferentes das relações com os objetos deste mundo. Acreditam que há alguma diferença entre o querer que uma televisão funcione e o querer que o seu filho alcance o sucesso material. Acreditam que esta última emoção é alguma coisa mais sublime, mais pura, mais elevada. Engano: todas as duas emoções são subprodutos de um sistema humano de vida, ou seja, são reações emocionais nascidas por conta de regras e normas que geram obrigações e necessidades.

Na verdade a única coisa que muda entre o desejo de ver televisão e o de que seu filho se realize são conteúdos da história: os personagens, o cenário, os objetos cênicos e as falas do script. A moral da peça não muda. Isso porque um desejo é sempre um desejo, não importa o que se deseje. Como a moral da prova está ligada à vivência da felicidade que Deus tem prometido, que é incondicional, ter desejos, de qualquer ordem, não lhe deixa vivê-la, pois o desejar leva inexoravelmente a só se ser feliz quando o que é desejado é alcançado.

Saiba de uma coisa: não há atos, não há normas ou regras, obrigações ou necessidades geradas pela mente que seja espiritualmente mais puras, mais elevadas. Nesta vida não existe pureza e já provei isso em momentos anteriores quando mostrei claramente que o Dalai Lama, apesar de ser considerado muito desapegado ainda quer que a China abandone o Tibet. Já provei também quando mostrei que Ghandi, apesar de ser considerado um pacifista, fez sim guerra contra a Inglaterra para libertar a sua terra natal. Pode não ter sido uma guerra armada, mas foi uma ação contra alguém e viver esta ação é guerrear.

No mundo material não existe a pureza que vocês querem, pois aqui é a terra do Diabo. Não o Diabo no sentido da figura mitológica de rabo que quer fazer o mal para os seres humanos, mas do diabo como o tentador dos espíritos que, ao tentá-los, gera a provação que cada um precisa para a sua evolução. Esta é a terra do tentador e por isso, qualquer coisa que aqui aconteça só tem como finalidade gerar uma provação para o ser universal. Tudo que aqui existe surge a partir deste tentador.

Claro que não estou dizendo que esta é uma terra sem lei, um local onde o tentador possa agir livremente fazendo aquilo que quer. Já estudamos que existe uma Causa Primária de todas as coisas e que é ela que gera primariamente qualquer coisa que acontece. Sendo assim, tudo o que o tentador faz, tem início em Deus. Por isso digo que esta terra é a terra da tentação que é gerada pelo tentador que Deus cria.

Mas, porque este tentador cria estas coisas? Será que é para ferrar com a vida de vocês? Será que é para lhes causar prejuízo? Até poderia ser se ele não fosse gerado pela Inteligência Suprema, pela Justiça Perfeita e pelo Amor Sublime. Como é gerado pelo Pai, tudo o que ele faz tem como finalidade lhe dar uma oportunidade de realizar um trabalho que o ajude na aproximação de Deus. Tem como finalidade lhe dar a oportunidade de amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Como ensinou Cristo, se você só ama os seus amigos, que vantagem espera alcançar? Até os pagãos fazem isso... Portanto, o tentador quando cria um inimigo, alguém que não satisfaz seus anseios, está lhe gerando uma oportunidade de fazer algo que lhe traga um benefício, que lhe dê um merecimento. Este inimigo pode não ser uma pessoa, mas uma televisão que não funciona, um dinheiro que não consegue receber, um carro que não funcione quando você está atrasado para chegar a algum lugar. Quando o tentador cria estas coisas, está lhe dando a oportunidade de permanecer em felicidade, o que denota o seu amor por Deus acima do que está acontecendo, e em harmonia com o inimigo, o que mostra que o ama.

Se esta é a terra do tentador, ou seja, todo o que existe é gerado por ele seguindo o que a Causa Primária determinou, e se a função da criação dele é esta, saiba que tudo aquilo que aqui é produzido é apenas uma tentação e não uma realidade. Portanto, nada neste mundo pode ser considerado como certo, bom ou limpo. Se fosse, esta criação não serviria para a função que existe.

Quando disse à pessoa que me falou que é uma mãe diferente porque não tolhe o filho com restrições que ela não tem nada de especial por agir assim, vocês não compreenderam, mas acho que agora podem fazê-lo. Como esta liberação atende os seus anseios acharam que ela é muito boa por se relacionar com o filho deste jeito, mas não há bondade alguma nesta ação.

Quando, na compreensão de vida de vocês, uma mãe não tolhe com restrições um filho? Quando ela acha que isso é certo. Na realidade, ela só age assim porque esta forma de agir atende a uma verdade que ela tem. Se para ela não fosse certo não restringir a ação do filho, será que agiria da mesma forma? Tenho certeza que não.

Olhando-se por este lado, pergunto: o que há de bondade para o outro naquele que só faz o que acredita que deva fazer? Realmente não consigo ver nada de bondoso numa ação desta estirpe, mas encontro apenas um fundamento egoísta, ou seja, não vejo ninguém bonzinho, mas alguém querendo ter suas verdades atendidas acima da dos outros. E se o seu filho pensar como a moça que conheci que se sentia mal porque os pais não cobravam um horário de chegada?

Em tudo o que o tentador cria não existe amor ao próximo. Sei que você acredita que libera seu filho por amor a ele, mas se só faz isso porque você acha certo fazer, está amando a quem? Acho que a si mesmo. O amor ao próximo só existe quando você não subordina o que faz ao que acha certo ser feito. Enquanto a sua concepção mental estiver subordinada a alguma opinião individual, o amor é a si mesmo e não ao próximo.

Como a partir do dia 21 de dezembro de 2012 estas opiniões serão atacadas fortemente como já conversamos, há realmente uma necessidade imperiosa de se alterar a forma de viver. Aquele que viver ainda crendo nas normas e regras do seu sistema humano de vida terão seus valores questionados e por isso não conseguirão viver a felicidade que Deus tem prometido.

A nova forma de viver que se faz necessária para suplantar as questões que serão levantadas no novo tempo que se iniciará terá que ser fundamentada no nada saber, pois quem ainda souber alguma coisa não conseguirá viver feliz quando suas verdades forem fortemente questionadas.

 

38. Normalidade

Participante: pelo que o senhor fala, para podermos viver este novo tempo teremos que ser como os idiotas, os doentes mentais de hoje. Eles vivem sem um sistema de vida...

Quem disse que eles não têm sistemas? Eles podem não ter o mesmo sistema que vocês, mas possuem regras e normas próprias que geram a eles obrigações e necessidades.

O que caracteriza um sistema de vida não é uma regra especifica, mas a existência de uma normatização. Isso o idiota, o doente mental que viva uma realidade diferente da sua, possui.

Outro detalhe sobre o assunto: o sistema dele está errado, é falso? Não... Para ele aquil