Amando - texto
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Transcrição do estudo amando 

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O tema de hoje

Participante: pode falar sobre amor nos relacionamentos como namoro e o divino, que é incondicional. Pode falar também sobre a nossa capacidade de amar?

Vamos, então, falar do amor nos relacionamentos e sobre a nossa capacidade de amar neles. Para isso, seria preciso entender antes o amor. Por isso vou falar em rápidas palavras no amor.

Entendê-lo é preciso porque o amor do ser humano é conceitual. Esse amor, na verdade, não é um amor, mas uma satisfação de um desejo gerado por uma verdade. O que estou dizendo é que o amor humano existe por alguém quando esse lhe satisfaz. Quando isso não mais ocorre, o ser humano deixa de amá-lo. Se houve uma mudança de situação sentimental, já não estamos falando de nada universal, pois tudo para ter essa característica precisa ser eterno e para todos e tudo.

Portanto, o amor que o ser humano sente por outros e pelo próprio Deus, não é o amor universal, o de Deus, de Cristo. Trata-se de um sentimento de satisfação, de sentir-se satisfeito com uma pessoa, com Deus ou com um acontecimento.

É por isso que como disse, vamos começar analisando o que é o amor universal.

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Amando universalmente

Ele é composto por três elementos. O primeiro é alegria, felicidade, ou seja, trata-se de um estado de felicidade permanente. Um estado onde não há contrariedades, medos. A felicidade daquele que ama é constante. Uma observação: entendemos essa felicidade não como uma exaltação, mas como um estado de espírito onde se alcança a harmonia com o universo e a paz interior.

A felicidade, portanto, é o primeiro quesito do amor universal. É preciso haver felicidade plena, eterna, para poder se dizer que está se amando universalmente. Aquele que possui um prazer passageiro, uma satisfação temporária, não pode dizer que está amando.

O segundo elemento do amor universal é a compaixão. Não estamos falando daquele postura onde o ser humano sofre pelo sofrimento do outro, mas sim aquela onde há a plena consciência do sofrimento alheio, sem sofrer junto com ele. Ou seja, não estamos falando de pena, dó, mas sim ter a consciência de que o outro sofre por fome. Estamos falando de não se prender a dizer coitadinho dele, que pena, que dó, mas sim reagir sem sofrimento pela situação do outro.

Aquele que tem a verdadeira compaixão, não existe a preocupação de sofrer, mas sim em manter a sua felicidade para poder transferi-la para quem está sofrendo. Esse é o que ama universalmente e não aquele que tem pena, dó dos outros. Ele tem a plena consciência do sofrimento do próximo, não participar dele, mas usar o amor para trazê-lo para a felicidade.

O terceiro elemento presente naquele que ama universalmente é a igualdade. Para se amar é preciso haver igualdade plena. Se quem ama se considera superior, essa emoção virou dominação; sendo de baixo para cima, torna-se submissão. Em nenhum dos casos é mais amor.

Apenas um detalhe. A igualdade que estou falando que deve existir em quem ama universalmente não se tata de tentar tornar os outros iguais a você ou tentar se tornar iguais e ele. Vamos entender essa questão.

Todos os seres humanizados são individualidades diferentes entre si. Essa é a realidade do universo: todos os espíritos são diferentes entre si. Eles são únicos. Por isso, a igualdade que estamos falando não pode se caracterizar pela uniformização dos seres.

A igualdade que estamos falando precisa manter intacta a característica individual do ser. Por isso a igualdade de quem ama universalmente se consiste em dar aos outros e a si mesmo o direito de ser, estar e fazer o que quiser. Quem ama universalmente vive uma igualdade que se consiste no direito de cada um ser diferente.

Se todos os espíritos são únicos, a única igualdade que pode existir é o direito de cada um ser diferente do outro. O seja, a igualdade do amor universal é baseada na liberdade de cada um ser quem for e mesmo assim ser amado.

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Relacionamentos

Podemos agora falar do amor nos relacionamentos. Só que antes, precisamos entender o que é um relacionamento.

Existem três tipos de relacionamentos entre seres: relacionamento profundo, que são os relacionamentos familiares; relacionamento de longa duração, que são as amizades, a camaradagem; relacionamentos passageiros, que são as pessoas que passam pela existência do ser seja rapidamente na rua ou convivendo dentro de um ambiente escolar ou profissional. Vamos falar deles.

Já estudamos em O Livro dos Espíritos que o ser escreve a sua vida humana. Quando faz isso, não escreve apenas os relacionamentos, mas também relaciona outros espíritos que encarnarão e com os que se relacionará durante a vida humana. Por isso, afirmo que as pessoas que fazem parte das relações profundas ou de longa duração de um ser humanizado, na verdade são espíritos carmáticos oriundos da existência fora da carne. Já as pessoas que fazem parte dos relacionamentos passageiros, são também instrumentos carmáticos, mas assumiram essa posição em decorrência de escolhas sentimentais dessa vida.

Dessas informações alcançamos a primeira compreensão sobre um relacionamento humano: todos são carmas. Eles podem ter sido acertados antes do nascimento ou merecido durante a vivência da encanação.

Participante: não entendi direito ...

As pessoas que participam dos seus relacionamentos profundos duradouros são espíritos que vocês, antes de encarnar, acertaram que seriam instrumentos um da prova do outro. As pessoas que permanecem por pouco tempo entre seus relacionamentos, são pessoas que foram escolhidas por Deus para gerarem situações que são carmas de escolhas sentimentais nessa vida. Vou tentar exemplificar para ver se vocês entendem melhor.

Antes de nascer vocês se comprometem a sentimentalmente trilhar determinado caminho. Aí dizem assim: ‘se não for, por favor faça alguém quebrar a janela da minha casa’. Isso você faz antes da encarnação, mas não escolhe quem irá quebra-la. Será o Senhor que colocará quem, por escolhas sentimentais nessa vida, mereça tornar-se um quebrador de vidraça para relacionar-se com você, quebrando a sua. Esse, como é temporário na sua vida, não foi escolhido anteriormente, mas exerceu um relacionamento com você por conta do merecimento adquirido durante essa encarnação.

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Relacionamentos duradouros

Falamos dos relacionamentos temporários, de onde eles surgem. Agora quero falar um pouco sobre a escolha dos seres com os quais o ser humano se relaciona profunda e duradouramente. Vou dar um exemplo.

Digamos que um espírito antes da encarnação escolha vencer o nervosismo para poder amar a Deus acima de todas as coisas. Para fazer essa prova, precisa estar exposto ao nervosismo. Faço essa afirmação porque a prova é vivenciar situações onde é possível a escolha da emoção que o ser quer vencer. Só quando isso acontece, ele pode vencer alguma coisa. Por isso, é preciso que haja um agente que pratique acontecimentos onde esteja presente a possibilidade se viver o nervosismo. Aí cabe a você optar por essa emoção ou não.

É por isso que os seus parentes e seus amigos duradouros são escolhidos a dedo antes da encarnação. Eles são agentes do que você precisa provar a Deus que é capaz de vencer.

Para facilitar a compreensão uso o seguinte exemplo: marido bagunceiro casa com mulheres arrumadas. O marido é agente carmático da mulher e ela dele. Nesse caso, a mulher veio arrumadinha porque precisava provar a si que era capaz de abrir mão da sua organização. O marido com sua bagunça, então, torna-se o instrumento capaz de dar a ela tudo o que precisa para poder fazer o que veio fazer. O contrário é verdadeiro: o homem é do jeito que o espírito precisa para fazer sua provação e a mulher é diferente para que possa ser o instrumento gerador da situação da prova.

Só que abrir mão daquilo que se é não se trata de fazer o que o outro quer. Como disse, a igualdade do amor não existe quando alguém se transforma no original que precisa ser copiado, mas em dar ao próximo o direito de ser quem é. Por isso, a vitória do homem bagunçado não se consiste em tornar a mulher igual, mas ser bagunceiro e dar a ela o direito de ser organizada. O contrário é verdadeiro: a vitória da mulher existirá quando ela continuando ser organizada, dá ao homem o direito de ser bagunceiro.

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Amando nos relacionamentos

Ficou claro o que são os relacionamentos? Pergunto porque se não compreendermos o que são os relacionamentos jamais conseguiremos entender o que é o amor neles.

Por isso, pergunto: o que é amar universalmente durante os relacionamentos? É vivenciá-los como ações carmáticas. Além disso, devemos conviver com os agentes dessas ações carmáticas como amigos. Precisamos nos relacionar com todos os outros humanos como os espíritos que organizarão o cenário para que possamos fazer nossas provas.

Eu diria: temos que nos relacionar como todos como se eles fossem um mestre, um mentor, um guru. Alguém que vem em nosso socorro, apoio, para que possamos ter nossas provas. O que estou falando é que se durante a encarnação um ser não tivesse um pai ou uma mãe que tomasse determinadas atitudes, ele não teria as provações necessárias para a sua elevação. Se não possui uma família com características específicas, não tem provações.

Eis aí, então, um caminho para lhe ensinar a amar universalmente os espíritos com os quais se relaciona nessa vida: vivendo com a compreensão de que todos são gurus que estão ao seu lado para lhe ajudar. Pouco importa se humanamente as pessoas com as quais se relaciona são amigos ou inimigos, conhecido ou estranho, você os conheça mais intimamente ou não: todos são instrumento do seu carma. Mais: tendo a consciência de que ninguém age quando se relaciona com você fazendo o que quer, mas sim porque você precisa e merece do que eles fazem.

Quem tem essa consciência pode amar o outro, agradecê-lo, louvá-lo por construir o cenário para a sua provação, mesmo que humanamente falando o que está acontecendo seja compreendido como ferimento ou perda. Ama porque vive feliz independente do que acontece, pois sabe que tudo é feito para que possa elevar-se; ama porque tem a consciência que o outro pode estar sofrendo pelo que está fazendo, mas não sofre pela dor dele; ama porque vê a todos de uma forma única: irmãos espirituais agindo em favor do outro.

Viver desse modo é aumentar a sua capacidade de amar durante os relacionamentos.

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Casamento

Participante: uma vez o senhor me disse que casamento é para sempre. Mesmo que haja uma separação, um casamento nunca acaba. Isso acontece mesmo quando encerramos nossas provas com aquele companheiro?

Casamento é um carma que existirá enquanto o companheiro for o agente carmático para aquilo que o ser precisa. Mesmo que vocês não estejam mais morando junto, se ele for o agente carmático do que precisa estarão ligado. Os dois podem mudar seus papéis, de conjugues para ex-cônjuges, mas se um ainda for útil carmaticamente ao outro, viverão um relacionamento.

Estou dizendo isso porque casamento nada mais é do que um relacionamento. Por isso, o que guia qualquer outro relacionamento serve também para o casamento.

Agora, tenha uma certeza: se não houver mais necessidade do outro para os acontecimentos carmáticos do ser, ele nunca mais ouvirá falar do outro.

Participante: porque ocorrem as separações?

Elas podem ocorrer por fim de carma. Isso ocorre quando os dois se amam num momento e no seguinte dizem: acabou.

Pode acontecer por falência de carmas. Isso acontece quando o mundo espiritual avalia que se deixar os dois juntos eles podem prejudicar um ao outro. Nesse caso existe uma separação.

A separação pode acontecer, ainda acontecer como o próprio carma. Isso ocorre quando os espíritos, antes da encarnação, pedem para viver determinado tempo casado e outro separado.

Participante: eu acho que quando há filho o relacionamento nunca acaba.

Nunca é uma palavra que não existe. O relacionamento pode acabar mesmo quando há um filho. Como? Quando você deixar de dar esse papel ao outro ser. Quando não ver mais o amigo espiritual ao seu lado como marido ou como ex, mas como irmão, o relacionamento casamento acabou.

Participante: acho que entendi ... O que preciso fazer é esquecer dos títulos dos relacionamentos ...

De nada adianta você querer se libertar dos títulos. O que precisa ser esquecido são as verdades que são anexadas aos papéis.

Para vocês o marido precisa cumprir determinados requisitos. São esses que precisam ser esquecidos e não apenas o título.

Participante: acaba o carma quando separa?

Não. Ele pode acabar com a separação, mas também pode não acabar. Nesse caso, o carma será vivido dentro de um cenário diferente.

Há maridos e mulheres que se relacionam mais, mesmo que seja apenas para brigar, do que quando eram casados.

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Relacionamento com Deus

Continuando a responder a questão, vamos agora falar em como se amar mais dentro do relacionamento com Deus. Peço atenção porque esse assunto é muito profundo.

Um ser humanizado só conseguirá amar a Deus mais profundamente quando se sentir amado por Ele. Em um trabalho anterior falei das sete consciências que um ser humanizado pode ter. A última delas, o último estágio antes da elevação espiritual trata-se da consciência do amor de Deus pelo ser. Sentir-se amado por Ele.

O que é sentir-se amado por Deus? É ver em tudo a ação do Senhor e não dos elementos, sejam humanos, animais, vegetais ou minerais. Isso é amar a Deus.

Você amará ao Pai quando sentir-se amado ao ser roubado, por exemplo. Amará a Deus quando sentir-se amado enquanto um cachorro lhe morde. Amará mais quando sentir-se amado ao contrair uma doença, quando for perseguido, caluniado, vilipendiado. É nesse momento que conseguirá amar mais a Deus, pois alcançou a incondicionalidade na vida. Quem alcança isso, vive um amor puro com o Pai.

Participante: acaba o carma quando acabam os sentimentos ruins?

Não, acaba o carma quando você prova a Deus, não só uma vez, que abriu mão de todas as suas posses, paixões e desejos para viver apenas a paz e a felicidade.

Nesse momento acaba o carma. Enquanto houver resquícios de um eu, os carmas estarão presentes.

Voltando ao nosso assunto de agora, compreenderam o que é o amor a Deus? É muito importante isso, porque esse amor é a essência da evolução espiritual. Se não vermos em tudo o amor de Deus, não amamos universalmente. Só que para ver em tudo o amor do Pai, é preciso retirar as condições que colocamos para amá-Lo.

‘Deus, se me der uma casa própria vou ficar feliz. Se não me der, reagirei como uma criança: vou chorar, gritar, esbravejar contra a vida’.

Participante: como fazemos para retirar essas condições que impomos para amar a Deus?

Libertando-se das suas verdades.

Enquanto houver um lugar certo para se guardar alguma coisa, há uma condição. Enquanto houver necessidade de um dia de sol para sentir-se feliz, tem uma condição. Enquanto achar que precisa ser respeitado ou amado pelos outros nessa vida, não haverá amor verdadeiro a Deus.

Participante: isso é uma questão de treinamento?

Sim. É preciso treinar a libertação das condições que se impõe ao mundo para sentir-se amado, feliz, para poder se amar a Deus incondicionalmente.

Por exemplo, hoje se alguém roubar o seu carro, virá o sofrimento. Com isso reconheceu a presença de um condicionamento. Nesse momento precisa treinar o desapego. Isso deve ser feito afirmando a si mesmo que naquele momento Deus está lhe amando. Quando assaltarem a sua, por já ter se lembrado antes, pode ser que consiga mais rapidamente acabar com a condição.

Para esse treinamento, no entanto, é preciso uma condição: deixar de esperar que alguma coisa determinada aconteça. Enquanto achar que precisa que determinada coisa aconteça para ser feliz, não conseguirá. Por isso, antes que roubem o seu carro, destrua a posse que tem sobre ele.

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Amar e sentimentos

Além do tema principal de hoje, amando, uma pessoa me pediu para falar sobre sentimentos. Como esse tema tem a ver com o primeiro, vamos falar um pouco dele.

Começo perguntando: algum de vocês é capaz de enumerar quantos sentimentos existem? É impossível, não? São tantos sentimentos ...

No entanto, o princípio dos ensinamentos de todos os mestres é de que Deus é tudo e tudo é Ele. Colocando-se esse ensinamento na prática, teremos que entender que Deus é uno: tudo junto numa coisa só. Por isso temos que entender que Deus não pode ser bipolar, ou seja, ter dois elementos ambíguas dentro de Si.

Por isso, quando nos referimos a existência de sentimentos, estamos gerando um deus ambíguo. É por causa disso que não podemos falar no plural, sentimentos, mas entender que só existe o singular: um único sentimento. No universo só existe um único sentimento: o amor universal.

O amor universal é a única coisa que Deus gera, pois tudo nasce Dele. Eu diria que Deus é o amor condensado. No universo não existe raiva, ódio, infelicidade, felicidade, prazer. No universo não existe nada além do amor universal.

Sendo isso verdade, nenhum de vocês teve inveja, raiva ou qualquer outro sentimento que imagine ter nutrido. Afirmo isso porque esses sentimentos não existem.

Está certo isso que disse? Está certo afirmar que não existe raiva, que nenhum de vocês nunca sentiram isso? Você concorda que ninguém nunca ficou nervoso, preocupado, já que isso são também considerados como sentimentos? Vou explicar o que estou falando ...

O que é raiva? Quando é que vocês têm raiva de alguém?

Participante: quando somos contrariados ...

Perfeito.

Sendo assim, o que é raiva? É um amor a si mesmo. Amor às suas verdades, paixões, posses e desejos.

O que é vaidade?

Participante: acho que é amor a si também ...

Isso. O que é inveja, preocupação, nervosismo, etc.? Amor a si mesmo. É dessa consciência que se chega à realidade: alguns seres do universo utilizam o que é gerado por Deus para amar o próximo, outros utilizam o mesmo sentimento de uma forma individual, para amar a si.

É por isso que no universo não existem sentimentos, mas apenas um. Além disso há um objeto do amor, ou seja, algo que é amado. Esse objeto pode ser de dois tipos: amar os elementos do universo, Deus e todos e tudo que existe, ou amar individualmente, amar a si acima do próprio universo.

Participante: raiva é um sentimento de momento, enquanto ódio é mais duradouro.

Certo, mas todos os dois são amar a você mesmo. Amar suas verdades, o que queria ou achava certo que não foi atendido em um momento.

Participante: quando todos os homens abrirem a porta dos seus corações e deixarem penetrar o amor, o perdão e a paciência, de certo sentirão o verdadeiro amor de Cristo.

Para isso precisará amar o próximo acima de si mesmo. Enquanto tiver o amor próprio, a defesa de si mesmo – que, aliás vocês lutam para ter e dizem que é certo, já que é uma das características do ser humanizado – não amarão. Enquanto acharem que amar a si acima dos outros faz bem, vocês não conseguirão se aproximar de Deus. Amar assim faz bem ao humano, mas não ao espírito, porque esse ama a Deus acima de todas as coisas, inclusive de si mesmo.

Participante: faço uma distinção entre sentimentos e emoções.

Universalmente falando não existe distinção, pois no universo tudo que não é inteligente é matéria, ou seja, fluido cósmico universal.

A diferença entre os dois é apenas uma questão de palavras. A psicologia fala em emoções, mas nós falamos em sentimentos.

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Sentimentos positivos

Participante: eu consigo entender esses tipos sentimentos negativos como ruins, mas os positivos é onde estão as minhas dúvidas.

Os sentimentos chamados de positivos são mais negativos do que aqueles que são tratados dessa forma. Vou dar um exemplo para entender o que estou dizendo.

Todo sentimento que você chama de negativo (raiva, ódio, vingança) é gerado pelo amor a si mesmo, que é tratado pelo ser humanizado como algo positivo. Veja como ele é negativo: quem o nutre não consegue amar a ninguém, a não ser que seja satisfeito por aquela pessoa.

Quando você diz, por exemplo, que ama o seu marido, não está nutrindo esse sentimento por ele, pois só o ama enquanto ele satisfaz as suas expectativas com relação ao marido. Na hora que ele não satisfaz, aparece o ódio. Para vocês o amor ao marido é positivo e o ódio é negativo, mas eles são iguais, já que são fruto do amor a si primeiramente.

Na hora que amar o próximo, amar universalmente, não brigará com seu marido, pouco importando o que ele faça. Verá esse marido como instrumento do seu carma e não como seu algoz.

O que hoje se chama de sentimento negativo no planeta é o individualismo, o amor a si. No entanto, o que é chamado de positivo, por também ser fundamentado na mesma diretriz, não pode ser tratado como diferente.

Quem não ama universalmente, vive essa vida em sofrimento e não realiza o trabalho da encarnação. Aliás, como disse Paulo, quem não vive para servir, não serve para viver. Quem não nasce para amar o próximo incondicionalmente não serve para a espiritualidade.

Será que alguém aqui já viu André Luiz ou qualquer outro socorrista colocar condições para amar os que estão precisando? Já viram eles deixarem de atender alguém porque foi um bandido ou fez mal a outro? Claro que não. O espírito elevado ama o próximo, independente do que tenha feito ou sido.

Ficou claro o que estou falando? Essa, como diversos outros assuntos são de difícil entendimento. Não por serem complexas, mas porque o que dizemos é diferente da compreensão que vocês mantêm há muito tempo.

Participante: mas, você pode se sentir feliz amando o próximo.

Ficar feliz verdadeiramente amando o próximo é fruto exclusivo de quem serve o outro. Ou seja, é uma característica alcançada apenas por aqueles que vivem sem condicionalidade alguma para ser feliz. Quem ama o próximo só quando ele lhe satisfaz, ama si mesmo.

A felicidade realmente surge do amor ao próximo, mas para que seja uma felicidade real há a necessidade de que esse amor seja incondicional. Quando a felicidade é oriunda do fato de que o outro supriu as suas expectativas, o que existe é prazer.

Prazer é algo que é vivido quando alguém supre as suas expectativas, quando alguém é, está ou faz o que você quer. Nesse caso, o amor não foi ao outro, mas a si mesmo, porque priorizou as suas posses, paixões e desejos.

Participante: quando sentirdes a dor da traição que porventura venha a machucar o teu coração, eleva o teu coração ao alto e pede forças para o nosso Deus para suportar mais uma dor.

De minha parte, diria como Cristo ensinou: ame o traidor, a traição. Foi isso que ele fez: foi traído e mesmo assim amou Judas.

O que você falou é perfeito e é caminho para a elevação, mas a aproximação de Deus só se concretizará na hora que não ver nem a existência de uma traição. Na hora que disser como Cristo falou a Judas: vá amigo, faça logo o que tem que fazer.

Sei que vocês chamam a ação de Judas de traição, mas Jesus Cristo não se sentiu traído Viver dessa forma é vivenciar o amor universal.

Participante: mas, enquanto não conseguirmos viver como o senhor diz, acho que pedir forças é o caminho.

É um dos caminhos. Cada um tem o seu caminho próprio. Por isso não posso dizer que esse ou aquele é o melhor.

Participante: aproveitando, o que seria de Jesus sem a ajuda de Cristo? Eram espíritos amigos?

Espiritualmente falando eram irmãos. São seres universais que possuem todo o amor que um ser pode ter pelos outros.

Quanto a serem espíritos amigos, tenho muito medo de fazer tal afirmação. Amizade para vocês ainda é algo conceitual: consideram como amigos apenas aqueles que fazem o que vocês querem, que concordam com vocês. Por isso tenho medo de afirmar que há amizade espiritual.