Reforma íntima - Textos - volume 07

Reforma íntima - Textos - volume 07

Coletânea de textos referente à reforma íntima

Reforma íntima - Textos - volume 07

Espiritologia - um resumo

A ESPIRITOLOGIA possui como finalidade básica transformar-se em mais um instrumento à disposição dos espíritos no processo de encarnação (sansara) no planeta Terra para a promoção da reforma íntima (alteração de valores da consciência) necessário para o aproveitamento da encarnação para a elevação espiritual.

A ESPIRITOLOGIA é classificada como uma ciência, ou seja, como um estudo sistematizado de objetos e/ou assuntos para que surjam verdades e realidades que não estão na consciência do ser humanizado.

A ESPIRITOLOGIA não é uma doutrina, pois não pretende criar um conjunto de princípios que sirvam de base a um conjunto filosófico, mas apenas revelar verdades e realidades, criando novas concepções para a existência humana do espírito.

A ESPIRITOLOGIA é uma ciência religiosa, pois as verdades e realidades por ela reveladas têm como objetivo aproximar o ser universal do Senhor Supremo, Deus, o Pai.

As verdades e realidades analisadas pela EPIRITOLOGIA fazem parte do mundo carnal, ou seja, são aquelas que são compreendidas racionalmente pelo ser humanizado através da ação do seu ego.

Ela ocupa-se, portanto, de analisar a compreensão que o espírito humanizado tem de si mesmo (a consciência sobre o eu); a compreensão que ele possui em sua consciência das funções (papéis) que representa neste mundo; a compreensão a respeito dos acontecimentos onde vivencia tais funções e a compreensão sobre os elementos (objetos e outros seres) que compõem junto com ele a vida carnal.

Apesar de revelar novas realidades e verdades, a ESPIRITOLOGIA não nega a existência de nada. Ela parte do pressuposto que tudo que um espírito acredita é real, pelo menos para ele. O que ela intenta é mostrar que a realidade que o espírito humanizado crê é apenas uma ilusão, uma miragem: algo que ele vê no lugar do que existe realmente.

Outro aspecto importante no estudo espiritológico dos objetos e/ou assuntos do mundo carnal é que a ESPIRITOLOGIA não aplica adjetivos ao que analisa e às verdades e realidades que revela. Sendo assim, os conceitos de bom ou mal, certo ou errado, bonito ou feio não fazem parte da ESPIRITOLOGIA.

As verdades e realidades que a ESPIRITOLOGIA utiliza para analisar objetos e assuntos do mundo carnal são diferentes das compreensões ilusórias vividas pelos espíritos humanizados porque se fundamentam em bases diferentes: ao invés do materialismo, o espiritualismo; ao invés da submissão a doutrinas religiosas, o ecumenismo; ao invés do individualismo, o universalismo.

Materialismo é a crença humana ou valores terrestres que o ser humanizado aplica ao elemento analisado; espiritualismo é a verdade ou realidade espiritual daquele elemento.

Crença nas doutrinas religiosas é vivenciar como real a compreensão, que é calcada no materialismo, que cada doutrina religiosa confere a respeito de determinado elemento; ecumenismo é o conhecimento calcado no espiritualismo do ensinamento de todos os mestres da humanidade enviados por Deus: Krishna, Buda, Cristo, Anjo Gabriel (que transmitiu os ensinamentos através de Maomé) e Espírito da Verdade (que se expressou através da codificação feita por Allan Kardec).

Individualismo é vivenciar como reais verdades ou realidades que são fundamentadas no dualismo e na pluralidade; universalismo é criar compreensões que contemplem como fundamento que tudo que existe no Universo é uno e funde-se no Todo Universal, que é, também, chamado de Deus.

Sendo assim, a ESPIRITOLOGIA analisa toda racionalidade do ser humanizado - os conhecimentos humanos, sejam eles técnico-científicos ou morais; as doutrinas religiosas e as compreensões fundamentadas ao individualismo humano - e a expõe às verdades e realidades transmitidas pelos mestres da humanidade, visando eliminar todo dualismo e pluralidade nela existente para poder transformá-la em universalista.

Apesar das verdades e realidades reveladas pela ESPIRITOLOGIA embasarem-se nestes três aspectos, elas ainda não são Absolutas, ou seja, eternas e universais.

Pelo próprio dinamismo científico (a constante transformação da realidade e da verdade) do qual está imbuída a ESPIRITOLOGIA, ela sabe que as verdades e realidades que revela ainda não são prontas ou completas dentro dos aspectos espiritualismo, ecumenismo e universalismo.

A ESPIRITOLOGIA tem a plena consciência de que elas são mais reais do que aquelas que os seres humanizados vivem como verdades, mas ainda não são definitivas. As verdades agora reveladas representam apenas o limite de compreensão atual da racionalidade humana, mas ainda não alcançaram o Universalismo Absoluto.

 Todo estudo que a ESPIRITOLOGIA realiza sobre os elementos da vida carnal têm como fundamento uma Verdade que foi trazida por Krishna, um dos mestres enviados por Deus: ‘tudo que pode ser compreendido pela razão humana a partir das percepções recebidas pelos órgãos dos sentidos (visão, audição, paladar, olfato e sensibilidades do corpo) é maya (ilusão), miragem.

A partir deste aspecto fundamental, podemos, então, definir a ESPIRITOLOGIA como um estudo sistematizado das ilusórias compreensões do ser humanizado a respeito de si mesmo e da sua ‘vida’ - das funções que exerce durante a encarnação, dos acontecimentos que participa e dos elementos terrestres - visando revelar novas verdades e realidades que as substituam.

Sendo assim, todo estudo espiritológico parte do seguinte aspecto: a compreensão que o espírito humanizado tem sobre si mesmo (ser humano) é ilusão e tudo aquilo que ele vive (sua vida) também é irreal.

Como nova realidade para estes elementos, a ESPIRITOLOGIA consagra, a partir dos ensinamentos dos mestres, o elemento ‘ser universal’ (espírito, alma, anjo, etc.) e a encarnação (ligação do ser universal com um ego que criará as compreensões ilusórias).

Eliminando o elemento homem como verdade da realidade sobre si mesmo de um ser universal, o materialismo acaba automaticamente, pois os valores espirituais de sentido da vida são completamente diferentes daqueles preconizados pela humanidade. O homem vive para realizar-se materialmente (ser feliz prazerosamente) enquanto que o espírito vive para atingir a realização espiritual (acabar com o seu egoísmo para poder se universalizar, aproximando-se de Deus, e, assim, viver a felicidade que Pai tem prometido aos seus filhos).

Eliminando o elemento vida humana das compreensões racionais do ser universal humanizado, aquilo que ele está vivenciando (a auto visão, as funções, os acontecimentos e os objetos) naquele momento muda de realidade. Isto porque, enquanto a vida humana consagra como realidade uma série de acontecimentos surgidos ao acaso ou por motivação individual do próprio ser humano, a encarnação trata-se de uma série de acontecimentos que precisa necessariamente se alternar entre o bom e o ruim (vicissitudes) para que, desta forma, eles representem o gênero de provação pedida pelo próprio espírito antes da encarnação.

Portanto, ao invés de analisar os elementos do mundo material como seres humanos e como vida, a ESPIRITOLOGIA o faz tendo como real a existência do ser universal e de uma encarnação.

É a partir destas duas realidades espirituais, ecumênicas e universalistas que a ESPIRITOLOGIA revela novas verdades e realidades que alteram a compreensão racional do ser humanizado.

Aqui acaba o resumo da ESPIRITOLOGIA como ciência acadêmica ou como geradora de verdades e realidades. Mas, ela é mais do que isso: também é uma ciência aplicada.

A partir dos ensinamentos dos mestres, a ESPIRITOLOGIA compreende que o ser universal que acredita racionalmente e emocionalmente nas verdades e realidades criadas pelo seu ego está afastado da graça de Deus (a felicidade que Ele tem prometido aos seus filhos). Ao invés deste estado de espírito, o ser humanizado vive preso ao ciclo de dor (sofrimento) e prazer, que, como ensinado, também é sofrimento.

É para libertar o ser universal humanizado deste ciclo e levá-lo a vivenciar apenas a graça de Deus é que a ESPIRITOLOGIA se aplica, ou seja, utiliza as verdades e realidades que criou como metodologia de ‘cura’ das dores morais.

Fundamentando-se nos ensinamentos dos mestres, a ciência espiritológica aplicada como metodologia de cura das dores morais entende que a vivência do ser universal humanizado dentro do ciclo do prazer e da dor tem origem na presença do egoísmo em todas as realidades criadas pro este ser. Ou seja, que todas as realidades ilusórias que são criadas racionalmente pelo ego ao qual está ligado o ser humanizado passam antes pelo crivo do individualismo.

Quando a realidade criada está de acordo com os valores individuais de cada um, o ser humanizado vivencia o prazer, ou a satisfação de ter visto as suas expectativas realizadas; quando isto não acontece, vem a dor moral, o sofrimento.

Alterando-se as realidades para padrões mais espirituais, ecumênicos e universais, tal processo extingue-se. Isto porque estes novos padrões não são fundamentados no individualismo, mas no universalismo.

Apesar de ter esta consciência, a ESPIRITOLOGIA sabe que o egoísmo é como um tumor que corrói internamente em silêncio. Sendo assim, o ser humanizado não ‘sente’ a presença dele nas realidades e verdades com que convive.

Mas, assim como o tumor (doença física), o egoísmo também gera efeitos colaterais, ou seja, gera sintomas que podem ser reconhecidos pelo ser humanizado. Estes sintomas são: as posses – material (dos elementos do mundo), sentimental (pelo falso amor ou desamor que os seres humanizados nutrem entre si) e moral (o saber a verdade e a realidade das coisas) - o apego a vida carnal, que leva inexoravelmente ao medo da morte, e a perda da fé em Deus.

Portanto, se o tumor não pode ser compreendido pelo ser humanizado, pois sua razão não o admite, estes sintomas podem e, por isso, a ESPIRITOLOGIA, utilizando-se das verdades e realidades geradas por sua faceta acadêmica, as aplica à compreensão racional do ser humanizado levando-o a eliminá-los. Com isso, o espírito extingue o atual padrão sentimental (viver entre o prazer e a dor) e alcança a felicidade incondicional.

Mas, para que isso aconteça, o ser universal humanizado precisa antes apagar a paixão que nutre por si mesmo e por suas compreensões. Estas paixões (ter certezas) são geradas pelo próprio ego ao qual o ser humanizado está ligado através do elemento egoísmo que foi utilizado na sua composição.

Estas paixões precisam ser eliminadas para que as dores morais acabem, pois enquanto elas existirem o ser humanizado terá sempre a vontade de ganhar e o medo de perder, desejará o prazer e terá medo da dor, buscará sempre ser afamado e terá medo da infâmia, apegar-se-á ao elogio e terá medo da crítica.

Vivendo subordinado ao resultante de suas paixões, que criam os desejos – positivos (querer) e negativos (ter medo de acontecer) - o ciclo de prazer e dor (dores morais) é inexorável.

Por isso, a ESPIRITOLOGIA, como ciência aplicada para eliminar as dores morais, também age no sentido de levar o ser humanizado a libertar-se dos desejos (sonhos, ideais) criados por seu ego.

Como ciência aplicada, então, pode se dizer que a ESPIRITOLOGIA age no racional humano alterando valores e realidades para que as novas verdades, mais espiritualizadas e universalizadas, ajudem o ser universal humanizado a libertarem-se dos desejos com os quais convive durante a vida carnal.

Alterando-se as verdades e realidades, as paixões se extinguem, pois pelo critério universalista delas, a possessão como sintoma do egoísmo acaba.

Liberto, então, da ação destes elementos sobre sua racionalidade, o ser universal humanizado pode, então, viver a felicidade que Deus tem prometido ao seu filho, pois não há mais razão para prazer (contentamento de desejos e paixões) ou dor (descontentamento destes mesmos elementos).

Neste ponto, a ESPRITOLOGIA aparentemente confunde-se com a Psicologia e daí a origem de seu próprio nome. No entanto, elas se diferem em um aspecto: a Psicologia visa tirar o ser humano apenas da dor e levá-lo a vivenciar exclusivamente o prazer, enquanto que a ESPIRITOLOGIA se aplica para libertar o ser humanizado destes dois estados de espírito.

Reforma íntima - Textos - volume 07

O esforço do espiritualista

“O preguiçoso fica pobre, mas quem se esforça no trabalho enrique”. (Provérbios, 10, 4)

Adquirir o conhecimento que se transforma em riqueza para o espiritualista depende de esforço. Que esforço é esse? O esforço de analisar aquilo que a humanidade chama de humano em comparação com aquilo que os espíritos dizem que espiritual. Ou seja, o esforço de analisar a defesa de seus interesses à luz do que é ensinado pelos espíritos. Este esforço leva a uma compreensão espiritual do que está ocorrendo realmente em cada momento ao invés da prisão à moralidade das coisas de acordo com o que a humanidade assim classifica. Vejamos um exemplo para compreender o que estamos falando...

A humanidade acha correto se defender o direito de dar alimentos àqueles que não têm o que comer. Isso é moralmente aceito como certo pela humanidade e por isso defender este ponto de vista é considerado como uma atitude elevada. Mas, será que é mesmo?

Cristo nos ensinou que não devemos dar o peixe, mas dar a vara e ensinar a pescar. Este ensinamento demonstra claramente que para os espíritos apenas dar o que comer não pode ser considerado uma atitude elevada. Por isso a defesa deste ponto de vista se torna apenas num egoísmo (a defesa de um interesse seu) e não uma atitude moralmente elevada.

Com relação à caridade o Espírito da Verdade foi mais longe:

“886. Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus? Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”. (O Livro dos Espíritos)

Além de defender o apenas dar o peixe, a moral humana aceita como certa a crítica àqueles que tendo possibilidade de ajudar os outros não faz. A crítica aos governantes e aos abastados que não repartem aquilo que tem entre os que não têm é moralmente aceita por aqueles que acreditam no dar o alimento, mesmo que este ser se diga espiritualista, ou seja, desejoso de viver a felicidade que Deus tem prometido. Com isso desvirtuam completamente o sentido da caridade, pois não contemplam a benevolência, a indulgência e o perdão a esta suposta falta dos governantes e abastados.

Diante de tudo isso, posso afirmar que a defesa da caridade feita pelos seres humanizados que não estudam a sua imperfeição, mas que se submetem aos padrões humanos de certo e errado, é apenas uma ação egoísta e não algo que leva à elevação espiritual. Este mesmo raciocínio vale para muitas outras questões do dia a dia da vida humana. Analisando-as à luz dos ensinamentos dos espíritos, o espiritualista pode, então, adquirir aquilo que precisa ter para alcançar o seu desejo: o de viver a felicidade pura e eterna.

Reforma íntima - Textos - volume 07

Um novo mundo

Todas as religiões afirmam que um ‘novo mundo’, uma nova era, nascerá no planeta Terra. Dizem, ainda, que este novo tempo será caracterizado através de uma transformação no planeta que trará paz, felicidade e harmonia para os seres humanizados.

As religiões cristãs afirmam que este ‘novo tempo’ surgirá quando Cristo voltar, outras falam em diversas mudanças que ocorrerão no planeta. No entanto, apesar da variedade de visões que determinam à chegada do ‘novo mundo’, todas as religiões são categóricas em afirmar que ela será marcada por fenômenos externos que promoverão a mudança do antigo para o novo.

No entanto, a partir do conhecimento do ‘eu’ interior de cada um, aprendemos que a paz, a harmonia e a felicidade formam um ‘estado de espírito’ e que a alteração deste não pode ser alcançada por uma mudança produzida pela alteração de fatores externos, mas apenas com a reforma do interior de cada um.

Os sentimentos com os quais o espírito encarnado vivencia os acontecimentos da vida carnal é decisão dele mesmo. Eles surgem diante de algum acontecimento de forma não padronizada, ou seja, cada um tem o direito de escolher o que quiser para sentir frente a cada momento da sua existência. Este é o livre arbítrio que Deus deu aos Seus filhos.

Desta forma, se o ‘novo mundo’ promoverá uma mudança sentimental na forma de viver dos seres humanizados (trocar o conflito pela paz; a guerra pela harmonia; o sofrimento pela felicidade), como ensinam todos os mestres, ele não poderá ser alcançado por fatores externos, mas apenas com a mudança interior de cada um.

Portanto, não será a ‘volta’ de Cristo que poderá trazer a paz para o planeta, mas isto acontecerá quando cada um alterar seu íntimo passando a vibrar (sentir) paz e não mais nutrir os sentimentos que geram conflitos. Não será com a retirada dos “ímpios” do planeta que a harmonia surgirá, mas quando cada um abandonar o desejo de guerrear com os seus irmãos para subjugá-los. A felicidade só chegará quando o ser humanizado optar por ela e não pela ‘escolha’ de sentimentos que tragam sofrimentos.

Mas, como deixar de guerrear ou sofrer? Como deixar de optar pelos sentimentos que levam o ser a viver num estado de beligerância com o próximo trazendo infelicidade para si e para os outros? Abandonando o individualismo, o egoísmo, o querer para si mesmo. Somente quando o ser humanizado libertar-se da busca individual durante a encarnação poderá encontrar a paz, a harmonia e a felicidade para si.

O individualismo é o ‘mal’ da humanidade e precisa ser extirpado para que o ser humanizado volte a viver a sua essência espiritual fundido ao Todo (universalismo). Isso porque o egoísmo fere frontalmente o amor ensinado por Cristo (amar ao próximo como a si mesmo) e a máxima que caracteriza a caridade: ‘dar ao outro o que deseja para si mesmo’.

Para que o individualismo exista, no entanto, é necessário que o ser humanizado possua ‘paixões’. Só quando o espírito encarnado nutre uma ‘paixão’ (gosta de determinada coisa, acredita em determinada verdade) é que surge nele o desejo de satisfazer suas paixões (viver o que quer, o que gosta e repudiar o que não quer, o que não gosta).

As paixões do ser humanizado são caracterizadas por ‘escalas dualistas’ que geram as ‘paixões positivas’ (querer, gostar) e negativas (não querer, não gostar). Ou seja, o individualismo é motivado pelas escalas de ‘bom’ e ‘mal’, de ‘certo’ e ‘errado’, de ‘bonito’ e feio’ que cada ser humanizado possui. É deles que surge o desejo (individualismo) de que o ‘certo’ aconteça e que o ‘errado’ não venha a acontecer.

Mas, porque o conhecimento de cada um sobre o ‘bem’ e o ‘mal’ acaba com a paz e a harmonia com o próximo que leva à felicidade de todos? Porque estes valores são individuais. O ‘certo’ e o ‘errado’, o ‘bem’ e o ‘mal’, o ‘bonito’ e o ‘feio’ são concepções individuais que cada um possui e quando se pretende impô-las ao próximo caracteriza-se o individualismo, o querer a ‘verdade’ para si em detrimento do desejo do próximo.

Portanto, para que a paz e a harmonia que levam à felicidade reinem sobre o planeta será necessário que cada um deixe de ter padrões de ‘certo’ e ‘errado’. Abolindo-os o individualismo (egoísmo) não terá onde se fundamentar e, com isso, extingue-se. Por isso dissemos no início que o ‘novo tempo’ não poderá surgir a partir de fatores externos, mas apenas com uma reforma íntima: deixar de guiar-se pelos padrões de ‘bom’ e ‘mal’ e vivenciar o amor ao próximo como a si mesmo praticando a caridade (conferir aos outros os mesmos direitos que quer para si).

A paz e a harmonia que levam à felicidade com que almejam todos os seres humanizados jamais serão alcançadas com a submissão de outros seres, ou seja, com a mudança deles para o padrão individualizado de perfeição de outro. Somente o fim desta vigilância constante sobre as atitudes do próximo é que levará o ser a conseguir entrar na felicidade universal.

Os acontecimentos do mundo não se alterarão para que comece o novo mundo. Os “beligerantes”, em todos os níveis, continuarão a existir, mas os outros seres lhes concederão o direito de agir da forma que quiserem, sem julgá-los ou criticá-los, buscando a felicidade universal para cumprir a lei de Deus. Será através da fé no Pai Justo, Inteligente e Amoroso que se eliminará o temor em transformar-se em vítima do conflito gerado por outros.

Este é o novo mundo: um mundo igual ao que existe hoje, mas visto com outros olhos, sentido com outros sentimentos.

Este nova forma de ver e sentir os acontecimentos, como já dito, é pessoal, ou seja, será alcançada por cada um ao seu tempo. Portanto, afirmo que não haverá uma mudança coletiva do dia para a noite na forma de sentir da totalidade da humanidade, mas, gradativamente, cada um se modificará promovendo a sua reforma e, desta forma, entrará no novo mundo.

Por este motivo, podemos entender que não existe um dia determinado onde o novo mundo se iniciará. Ele surgirá individualmente para cada um dentro de um espaço de tempo marcado por Deus para a reforma dos seres.

Portanto, meus amigos, não esperem que um novo dia comece como por um passe de mágica, pois isto não acontecerá. Esse dia só chegará para vocês quando tiverem conseguido a reforma íntima, quando não mais acreditarem e viverem os acontecimentos como fazem hoje, no ‘tempo velho’.

O mundo novo onde reine a paz, a harmonia e a felicidade, não é um ‘direito adquirido’ do ser humanizado, mas trata-se de uma conquista, um merecimento. Apenas aqueles que promoverem a sua reforma íntima, abandonando a visão “ser humano”, conseguirão adentrar neste reino.

Para participar dessa paz, felicidade e harmonia não existem horas nem dias certos: tudo dependerá do esforço de cada um. Existem seres humanizados que conseguiram alcançar o ‘novo mundo’ há muito tempo: São Francisco de Assis, Santo Agostinho e outros que, apesar de viverem uma existência humana no século passado, já vivenciaram suas ‘vidas’ dentro daquilo que ainda hoje esperamos: o ‘novo mundo’.

Mais recentemente, Chico Xavier, irmã Dulce, Madre Teresa de Calcutá e tantos outros espíritos anônimos conseguiram viver a vida carnal sem que paz e harmonia interior fossem afetadas, alcançando, assim, a felicidade universal. Conseguiram isto vivendo no mesmo mundo, vivenciando os mesmos acontecimentos, que vocês.

As guerras, a miséria, a fome, os conflitos foram os mesmos que vocês viveram e vivem no mundo, ou seja, que lhes tiram a paz, harmonia e felicidade. Eles, porém, não perderam este estado de espírito. Portanto, você também pode realizar isso, sem que para tanto o ‘mundo’ precise alterar-se, que os acontecimentos atuais deixem de existir.

Mas, como fazer viver assim? Em que é preciso acreditar para poder entender o mundo como estes seres encarnados entenderam e alcançaram, assim, o ‘novo mundo’?

Em primeiro lugar é preciso eliminar de vez com a auto visão ‘ser humano’ que cada um tem de si. Não existe ser humano, mas espírito encarnado. Portanto, somos todos espíritos, encarnados ou não, e não seres humanos.

Chico Xavier, Irmão Dulce e tantos outros sabiam que eram ‘filhos de Deus’ elementos universais. Eles não acreditavam que eram as personalidades transitórias que cada um vivencia durante a sua encarnação. Eles sabiam-se elementos eternos e universais e por isso não acreditavam no individualismo que lhes vinha à mente para compreender a vida (dar realidades a ela).

E por causa dessa visão que tinham de si mesmo, também não acreditavam na matéria, no mundo material. Eles compreendiam que, apesar de aparentemente viverem condições diferentes daquelas que chamamos espirituais (o corpo, os objetos, etc.) que tudo isso era apenas uma miragem do que é Real: o Universo.

Chico e tantos outros não acreditavam na vida material. Tinham a plena convicção de que tudo isso era uma pantomima criada ilusoriamente e que a Realidade (a vida espiritual) continuava a existir sempre. Por isso guiavam-se pelas máximas espirituais (amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, desejar para o próximo o que quer para si, etc.) ao invés de acreditar nos padrões humanos de satisfação.

Para eles, que viveram o ‘novo mundo’ no mesmo ‘lugar’ onde outros viviam a o velho, nenhum dos apelos humanos (privilegiar o seu bem estar, a sua vontade) eram importantes. Somente a busca de manter-se sintonizado às coisas espirituais e em perfeita harmonia amorosa com Deus e com a irmandade espiritual guiavam sua forma de ‘ver’ o mundo.

A partir destas crenças (que não há ser humano nem mundo material, mas apenas o espírito vivendo no Universo) eles buscaram entender porque estavam vivenciando esse ‘período’ de sua existência eterna ligado a uma personalidade transitória e descobriram que tudo isso trata-se apenas de provações ou missões para o espírito realizar.

Para eles não existia ‘acontecimentos de vida’, mas situações que eram criadas para lhes dar a oportunidade de provar alguma coisa e, ao mesmo tempo, exercer uma missão em nome do Pai para que se transformassem no sal da terra para os irmãos encarnados: aquele que tempera a ‘vida’ dos outros. E, por Cristo, aprenderam ainda que o único tempero que vale a pena ser saboreado é o amor.

A partir disso Chico Xavier, Madre Teresa de Calcutá e outros compreenderam finalmente que tudo que acontece tem como objetivo criar condições para que o espírito humanizado possa amar. Não um amor possessivo ou fundamentado no egoísmo como os seres humanizados vivem, mas um amor incondicional, sem posses, sem direitos ou deveres, mas que simplesmente ame.

A partir destas constatações o mundo mudou para estes seres. A fome e a miséria não se transformaram mais em tragédias ou agressões aos seres humanizados, mas uma oportunidade para que quem vivencia ou assiste estas situações possa amar a tudo e a todos. Ao invés de sofrer com uns e acusar outros, amar indistintamente os agentes ativos ou passivos da situação, para que as máximas divinas pudessem ser atendidas.

Por isso seus mundos mudaram. Não mais existiam agentes a serem condenados, nem situações constrangedoras ou agressivas, mas apenas situações ilusórias que passaram a existir apenas como uma oportunidade para que o amor superasse tudo. Este é o ‘novo mundo’: uma ‘vida’ onde o amor supera a crítica e o sofrimento porque o ser humanizado não mais está submetido às suas paixões e vontades, mas preocupa-se apenas em amar a todos.

Mas, para que isso fosse verdade para os seres humanizados que vivenciaram suas encarnações dentro de um ‘novo mundo’, foi preciso que eles estabelecessem um relacionamento profundo com Deus e não com a matéria. Eles viveram com Deus, para Deus e em Deus. E, quando isso acontece, o ser humanizado descobre mais Verdades que para ele são incompreensíveis: não cai uma folha da árvore sem que o Pai a faça cair, tudo que acontece é a Vontade do Pai.

Deus é Causa Primária de todas as coisas, ou seja, tudo se origina Nele. Tal concepção se transforma em Verdade Absoluta na existência de cada um que alcança o ‘novo mundo’. Quando isto ocorre, os acontecimentos da vida deixam de ser praticados por agentes carnais e tudo se transforma em emanação de Deus. E, se Deus faz, quem pode dizer a Ele que está ‘errado’ e ensiná-Lo o ‘certo’?

Mas, apenas a cultura, ou seja, o saber destas Verdades que já pertencem aos ensinamentos dos mestres enviados pelo Pai (ver ‘O Livro dos Espíritos’, ensinamentos dos evangélicos canônicos, de Buda e de Krishna) não foram o suficiente para que Madre Teresa, Irmã Dulce e outros conseguissem alcançar o ‘novo mundo’: foi preciso confiar e entregar-se a Deus, ou seja, ter fé.

A fé (confiança e entrega, absolutas e irrestritas) no Pai transforma o ‘mundo’ em que vive o ser humanizado. Por isso Cristo disse: a fé do tamanho de um grão de mostarda afasta as montanhas do seu caminho. Todos aqueles que quiserem viver o ‘novo mundo’, não importa a que tempo ou em que lugar, precisarão necessariamente entregar-se irrestritamente ao Pai confiando em seu Amor Sublime e na sua Justiça Perfeita.

A partir do momento que a fé entra em ação toda e qualquer compreensão (raciocínio) sobre os acontecimentos da vida, que é formada a partir das paixões e desejos do ser humanizado, extingue-se e sobra apenas o amor para ser vivido. Por isso, então, afirmo que a fé não pode ser raciocinada, ou seja, passar pelo crivo da razão formada por paixões e desejos egoístas, mas que deve transformar-se numa entrega incondicional.

Também não estou falando em fé cega. Até porque se estivesse falando não haveria problema algum, pois Cristo ensina aos seus seguidores que quem quiser ver (compreender) será um cego.

A fé de quem vive o ‘novo mundo’ não é cega, mas extremamente iluminada. Isto porque ela se ilumina (gera compreensão) a partir de Deus, da Inteligência Suprema do Universo, e do seu Amor e Justiça, que são frutos da sua Onipresença, Onipotência e Onisciência.

A compreensão das coisas do mundo de Chico Xavier, Irmã Dulce, Madre Tereza e de outros, não se fundamentavam nas inteligências menores que estavam vivenciando naquele momento (a consciência que gera a personalidade que o ser humanizado vive durante a encarnação), mas sim no ‘conhecimento’ que tinham de Deus e do que Ele é para o Universo: Pai amoroso, Senhor Supremo, .

Nesta curtas linhas, então, descreve-se um ser universal que, mesmo humanizado, vive o ‘novo mundo’. Trata-se daquele que compreende a si e ao mundo como espiritual e não material; daquele que sabe que não há uma vida para viver, mas acontecimentos que servem de provação para que ele possa colocar em prática todo o amor que ‘aprendeu’ antes da encarnação; e que entende que todo o Universo é regido por Deus através da Justiça Perfeita, mas fundamentada no Amor sublime que jamais fará o ‘mal’ para um filho.

E, para se viver assim não são precisos fatores externos nem esperar um determinado momento, mas basta apenas cada um buscar entregar-se em perfeita sintonia com Deus, amando-O e se sentido amado por Ele. Por isso, encerro essa mensagem com uma velha história.

Conta-se que na África, quando os primeiros raios do sol começam a aparecer, o leão levanta e sai correndo. Ele sabe que, se não correr muito, não conseguirá alimentar-se naquele dia.

Na mesma África, quando os primeiros raios do sol começam a aparecer, o veado também levanta e sai correndo. Faz isso porque sabe que se não correr muito, não conseguirá sobreviver e será comido pelo leão...

Portanto, não importa se você é veado ou leão, ‘certo’ ou ‘errado’, ‘bonito’ ou ‘feio’, cristão ou mulçumano, oriental ou ocidental, espírita ou não, quando os primeiros raios do sol surgirem, levante-se e comece a correr no sentido de estabelecer esta relação amorosa com Deus. Só assim você poderá entrar no ‘novo mundo’.

Reforma íntima - Textos - volume 07

Pensamento

Retirado do estudo 'Em busca da felicidade'

Vocês acreditam que são assediados por vários pensamento. Isso é impossível. Não há vários pensamentos, mas ideias diferentes. O pensamento é uma coisa só, única e contínua. Vocês estão confundindo pensamento com palavras que criadas pela mente. A palavra que vem à mente é uma consciência criada por um pensamento.

Vou tentar explicar o que é um pensamento. Para isso vou me utilizar de elementos materiais, mas apenas como exemplo. O pensamento não é este material...

Anteriormente expliquei que o que é captado pela mente como audição são ondas eletromagnéticas e não palavras. O processo do pensamento transformar-se em consciência ou ideia é a mesma coisa. O pensamento – e lembrem-se que estou usando este elemento apenas como exemplo – é uma onda eletromagnética que se transforma em ideias de existir, em consciências.

Acontece, porém, que não há várias ondas: é uma só. A vida inteira de um eu-mente é uma onda só. É essa onda que, num determinado momento, gera uma consciência, no outro, gera outra, no outro ainda, gera outra.... Ou seja, as múltiplas ideias que o você-mente tem são diversas consciências formadas por uma única onda...

Vocês estão querendo pegar cada consciência e estudá-la para se libertar dela. Mas, quantos pensamentos se passaram durante este tempo de estudo?

O pensamento é uma onda eletromagnética que não para... É por isso que Buda diz: ‘Você deve receber o seu sofrimento, abraçá-lo e deixá-lo ir'. O sofrimento é uma consciência gerada pela onda. Quando o você-observador deixa a consciência seguir junto com o pensamento, consegue se libertar da dor.

Portanto, o pensamento, dentro da figura que fiz, a onda eletromagnética, vai andando o tempo inteiro e as consciências vão surgindo e sumindo, surgindo e sumindo, surgindo e sumindo...

Pensamento não é palavra: palavra é consciência. O que você-observador observa é a consciência, não o pensamento. Mas, quando sabe que é só uma consciência e não palavras, verdades, realidades, atos, acontecimentos ou pessoas, pode se libertar mais facilmente...

Por que vocês estão abismados com o que eu disse? A ciência humana também fala que o pensamento é uma onda eletromagnética contínua que dura toda a vida... Ou não diz?

Quando você é declarado morto? Quando seu cérebro para de funcionar. Ou seja, quando não há mais ondas eletromagnéticas. A onda eletromagnética que circula na mente determina o estar vivo, ou seja, existe a vida inteira. Quando ela deixa de existir você está morto. Olhe o que eu venho dizendo: ciência e espiritualidade estão caminhando para um lugar só.

Portanto, o pensamento é isso: ondas eletromagnéticas que geram consciência que são palavras, ideias, saber, cultura, que formam o que é visto, cheirado, degustado, ouvido...

 Mas, para os espíritas, pergunto: o que chamei de ondas eletromagnéticas, Kardec chama do que? Fluido cósmico universal.

Reparem como as coisas vão se encontrando.... Só existe uma matéria universal, o fluído cósmico universal.

A mente, então, é a onda eletromagnética, não as palavras. A palavras são consciências. Por isso afirmo: não existem palavras...

Reforma íntima - Textos - volume 07

Respostas das provas

Se a provação do espírito depende da sua escolha entre o bem e o mal, o que é cada uma destas coisas? Vamos compreendê-las. Comecemos pelo bem...

Todo espírito nasce simples e ignorante. Para instruir-se ele vive o processo de elevação espiritual. Como já vimos, este processo leva o espírito a alcançar a perfeição. “Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade” (O Livro dos Espíritos, pergunta 115).

Sendo isso verdade, a opção moral pelo bem é a escolha de qualquer elemento que faça o espírito viver a pura e eterna felicidade. Agora repare, não é uma felicidade qualquer, mas a pura e eterna.

Os seres humanizados lidam mal com a questão da felicidade, pois a confundem com o prazer. O prazer é um gozo fugaz e grosseiro que não leva o espírito à alcançar à perfeição, a elevação espiritual. Mas, o que é o prazer? A satisfação de ver seus anseios atendidos...

Toda vez que um acontecimento espelha um anseio do ser humanizado este se considera feliz, mas na verdade está apenas tendo prazer. Esta felicidade não é aquela que se alcança com a perfeição, que é o bem. Sendo assim, então, ela é o mal.

Optar pela busca do prazer ou de uma felicidade pura e eterna são as opções que o espírito pode ter a cada acontecimento da sua existência humana. Optando pelo prazer estará fazendo a opção pelo mal e com isso não obterá aprovação no seu exame e terá que novamente realizar uma provação sobre o tema que estava presente no acontecimento; optando pela felicidade pura e eterna (que pode ser representada nesta vida pela consciência de estar em paz e harmonizado com os acontecimentos do mundo), ele é aprovado e se torna apto a continuar seus estudos sobre este aspecto da existência universal.

Mas, de onde surgem os desejos? Do egoísmo...

“913. Dentre os vícios, qual o que se pode considerar radical? Temo-lo dito muitas vezes: o egoísmo. Daí deriva todo mal”. (O Livro dos Espíritos)

Agir egoisticamente não é necessariamente prejudicar alguém, tirar algo de outra pessoa. Agir egoisticamente é priorizar os seus interesses acima de qualquer coisa. Todo aquele que prioritariamente acha importante defender suas vontades e posses é egoísta, mesmo que a humanidade veja de forma diferente a questão da defesa do que é seu.

A humanidade não acha que é egoísmo defender aquilo que cada um considera como seu. Ao contrário: acha válido defender seus interesses. Até mesmo aqueles que se consideram buscadores da elevação espiritual pensam assim. Não deveriam, pois o Espírito da Verdade ensinou assim com respeito a propriedades particulares:

“881. O direito de viver dá ao homem o de acumular bens que lhe permitam repousar quando não mais possa trabalhar? Dá, mas ele deve fazê-lo em família, como a abelha, por meio de um trabalho honesto, e não como egoístas”. (O Livro dos Espíritos)

Tudo que um ser humanizado possui sobre sua guarda é para ser compartilhado com todos e não defendido egoisticamente. Aquele que o defende, não cumpre, então, aquilo que os espíritos orientam que deve ser realizado para se alcançar a perfeição.

Aí estão, portanto, as duas opções que o espírito possui a cada acontecimento de sua existência: a opção pelo bem ou pelo mal, pela felicidade pura e eterna ou pela defesa de seus interesses que o levará apenas a vivencia do prazer.

Quem opta por estar em paz e harmonia consigo e com o mundo demonstra sua submissão às provas e chega mais depressa à meta que lhe foi assinada; quem opta pela defesa de seus interesses se desarmoniza consigo e com os acontecimentos, objetos e outras pessoas do mundo terrestre murmurando, ou seja, rebatendo ao taque aos seus bens. “Pela falta em que desse modo incorrem, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade” (O Livro dos Espíritos, pergunta 115).

Estes terão que reencarnar e viver acontecimentos que espelhem mais uma vez uma afronta às suas posses e com isso ter nova oportunidade de optar entre o bem e o mau.

Reforma íntima - Textos - volume 07

Divina Comédia Humana

A partir dos conhecimentos até aqui trazidos, a vida humana já mudou de sentido e forma. Antes nos víamos como seres autônomos, independentes do resto do universo e que a vida não teria um sentido fundamental além de ser vivida dentro da busca material. Com os ensinamentos dos mestres vistos sob outro prisma (espiritualismo), tudo muda.

Através do conhecimento do universo e do universalismo compreendemos que a vida carnal não é tão independente quanto pensam os seres humanos. Na verdade, podemos afirmar que a vida humana são os carmas do ser universal em ação. Todos os momentos de uma existência são reações a instantes anteriores e que Deus, Supremo Comandante dos Carmas, através da Causa Primária, dá a cada um de acordo com a sua obra.

Assim sendo, não se pode falar em acaso, sorte, azar ou até mesmo em reação individual, pois a vida universal nada mais é do que uma dramatização dos carmas de cada um comandados por Deus, quer seja na sua forma quanto na intensidade.

Deus dá a cada um de acordo com suas obras, ou seja, dispõe os acontecimentos da vida de cada ser universal de acordo com os seus carmas sem objetivar puni-los, mas, antes, estar sempre propondo uma nova oportunidade para que cada ser possa, buscando o espiritualismo, universalizar-se.

Desta forma, podemos comparar o ser humano a um personagem vivenciado pelo ser universal e a vida a uma grande peça: a divina comédia humana. Deus escreve o roteiro (acontecimentos) da vida do ser encarnado, monta o cenário e dirige toda a cena e o espírito a vivencia sem poder alterar em nada os acontecimentos, pois não pode jamais ser agente, apenas interprete.

“526. Tendo, como têm, ação sobre a matéria, podem os Espíritos provocar certos efeitos, com o objetivo de que se dê um acontecimento? Por exemplo: um homem tem que morrer; sobe uma escada, a escada se quebra e ele morre da queda. Foram os Espíritos que quebraram a escada, para que o destino daquele homem se cumprisse?”.

“É exato que os espíritos têm ação sobre a matéria, mas para cumprimento das leis da Natureza, não para as derrogar, fazendo que, em dado momento, ocorra um sucesso inesperado e em contrário àquelas leis. No exemplo que figuraste, a escada se quebrou porque se achava podre ou por não ser bastante forte para suportar o peso de um homem. Se era destino daquele homem perecer de tal maneira, os Espíritos lhe inspirariam a idéia de subir a escada em questão, que teria que quebrar-se com o seu peso, resultando-lhe daí a morte por um efeito natural e sem que para isso fosse mister a produção de um milagre”. (Livro dos Espíritos).

O carma deste ser humano era “morrer” em uma cena onde uma escada se quebraria: isto é o que diz o Espírito da Verdade quando afirma “se era destino daquele homem”. Para o cumprimento desse desígnio de Deus os espíritos não ficariam com uma “escada pouco forte” correndo atrás do ser esperando que ele subisse, mas montariam o cenário com a escada e levariam o espírito para lá e o faria subir. Esta é a realidade da vida.

Tudo o que o ser humano faz é conduzido pelos amigos espirituais no sentido de que o “faça-se” de Deus seja cumprido integralmente, para que o seu carma seja cumprido.

“527. Tomemos outro exemplo, em que não entre a matéria em seu estado natural. Um homem tem que morrer fulminado pelo raio. Refugia-se debaixo de uma árvore. Estala o raio e o mata. Poderá dar-se tenham sido os Espíritos que provocaram a produção do raio e que o dirigiram para o homem?”.

“Dá-se o mesmo que anteriormente. O raio caiu sobre aquela árvore em tal momento, porque estava nas leis da Natureza que assim acontecesse. Não foi encaminhado para a árvore, por se achar debaixo dela o homem. A este, sim, foi inspirada a idéia de se abrigar debaixo de uma árvore sobre a qual cairia o raio, porquanto a árvore não deixaria de ser atingida, só por não lhe estar debaixo da fronde o homem”. (Livro dos Espíritos).

Podendo cada ser viver independente, com vontade própria, seria o caos. Cada um agiria dentro do seu querer, e pelo individualismo intrínseco do ser humano ele se imaginaria sempre certo e assumiria, então, o comando do universo para impor suas verdades.

Deus é o Senhor Supremo do Universo, comanda todos os acontecimentos de tal forma que cada um vivencie o seu carma. Já comparamos o carma ao motor que movimenta uma máquina (os acontecimentos do Universo), mas agora podemos definir melhor esta questão.

Deus é o operador desta máquina. É Ele que coloca cada engrenagem (seres e matérias) no seu devido lugar interligando-os conforme a necessidade. O carma faz a máquina funcionar (roda as engrenagens, gera os acontecimentos) e o produto final chama-se Universo: algo Perfeito, sempre equilibrado.

 Esta é a “divina comédia humana”, ou o que o ser humano chama de “vida”. Deus dispõe de cada elemento do Universo fazendo com que cada um vivencie seu próprio carma, dando a todos a chance da evolução espiritual. O ser humano, agindo racionalmente, imagina que está criando as situações, gerando os acontecimentos, mas na verdade está apenas vivenciando todo o disposto por Deus como reação à suas ações anteriores.

“Assim é que, provocando, por exemplo, o encontro de duas pessoas, que suporão encontrar-se por acaso; inspirando a alguém a idéia de passar por determinado lugar; chamando-lhe a atenção para certo ponto, se disso resulta o que tenham em vista, eles obram de tal maneira que o homem, crente de que obedece a um impulso próprio, conserva sempre o seu livre arbítrio”. (Livro dos Espíritos – pergunta 525).

Reforma íntima - Textos - volume 07

Culpabilidade no aborto

O aborto é crime: assim pensam os seres humanos. Mas, Deus já mandou avisar que existe o carma. Todos os seres devem expiar atos passados em que ofenderam o todo universal. Portanto, não será justo que aqueles que um dia abortaram um futuro ser humano passem pela mesma situação?

E quando essa lei universal (ação e reação) acontecer, o instrumento dela será penalizado? Se um dia você abortou e Deus (todo universal) decretou que precisa agora passar por esse mesmo processo, o ser humano que servir de instrumento à Justiça Perfeita e ao Amor Sublime deverá ser penalizado? Receberá uma pena porque está fazendo um “favor” para aquele espírito servindo de instrumento para auxilia-lo a alcançar a perfeição, passando por suas vicissitudes?

É a não compreensão do aborto como ato movido pela lei da ação e reação que gera a culpabilidade e arrasta a necessidade do comando de Deus para o ato abortivo durante os séculos de encarnação. Somente o perdão pode acabar com a lei da ação e reação.

Quando o ser entender que o espírito abortado precisava e merecia passar por aquela situação, acabar-se-ão as acusações. Só então nascerá o perdão (não apontar erros em atos). Com isso, o ciclo da ação e reação estará quebrado. Enquanto permanecer o julgamento e a acusação, o ciclo terá que continuar para que se dê a cada um de acordo com suas obras.

A acusação é gerada por aquele que não entende o universo. O autor do ato abortivo merece e precisa passar por essa situação, mas não deve nascer daí a acusação. Ela só deveria existir se quem recebe o ato (é abortado) fosse um inocente.

No entanto, isso não existe. O espírito encarnado não poderia abortar alguém que não precisasse ser abortado, porque senão seria o supremo comandante do universo, aplicando a sua justiça e o amor a si mesmo.

Não existe bebê ou criança dentro da concepção que o ser humano dá a essa etapa da encarnação. O fruto do ventre materno é um espírito velho, que já encarnou em diversas existências onde, por seu individualismo, causou danos ao todo universal. É justo e único meio de atingir a perfeição, que agora passe por ações individualistas. Não com a finalidade de sofrer, mas para alcançar a compreensão de suas ações anteriores.

Se o bebê fosse essa pureza e ingenuidade que o ser humano imagina, se trataria de um espírito elevado. Jamais seria capaz de acusar ao próximo pelo que fizesse, pois possui toda a universalidade necessária para compreender a ação de Deus. Além disso, conheceria, como todo espírito conhece, a “história” de sua encarnação e já conheceria de antemão o ato abortivo que teria que passar.

No primeiro caso o aborto seria um carma negativo, ou seja, uma expiação de atos passados. Já no segundo (espírito elevado que se oferece para passar por situações como missão), o aborto se trataria de um carma positivo.

O carma positivo e negativo pode existir não só no ser que está sendo abortado, mas também em quem está praticando o aborto. Por amor um espírito pode “pedir” para ser o instrumento daquele que precisa e merece passar por esse ato. Nesse caso, o ato originou-se em um carma positivo para quem fez e negativo para quem foi abortado.

Você sabe se a pessoa que praticou o aborto o fez por carma positivo ou negativo? Então não julgue, acusando um e tendo “dó” do outro. Deixe que Deus, com sua Onisciência, advinda da sua Onipresença, aja com sua Onipotência para que o equilíbrio universal permaneça. Só Ele pode dar a cada um de acordo com as suas obras.

Para quem precisa e merece, a lembrança do ato e a culpa por sua prática permanecerão com quem fizer o aborto por carma negativo enquanto ele não compreender a ação de Deus (Causa Primária de todas as coisas com Inteligência Perfeita, Justiça Suprema e Amor Sublime).

O espírito que aceita vivenciar o ato abortivo como agente ativo ou passivo sem necessidade para a sua elevação espiritual, está realizando uma missão que auxiliará o outro a atingir a sua elevação. A “dó” ou “pena” de qualquer um dos envolvidos é um sentimento que desonra a missão do espírito, enquanto que a acusação é uma infração á interdependência universal.

Em nenhum caso há culpabilidade, mas participação de dois seres em um ato comandado por Deus para que um sirva de instrumento ao outro para a evolução. Dentro dessa compreensão, culpar quem? Se alguém se atrever a encontrar culpados, só poderá chegar a um: Deus. Alguém é capaz de dizer que Deus é “culpado”? Alguém possuirá conhecimento, justiça e amor capaz de acusar Deus?

Fica bem claro que não estamos fazendo apologia do aborto e nem que esse ensinamento seja “perigoso”, pois liberará a prática do aborto. Toda visão Espiritualista Ecumênica baseia-se na ação de Deus (Causa Primária de todas as coisas) e por isso não pode trazer as conseqüências que o ser humano quer imaginar.

Não será por causa dessas explicações que alguém conseguirá praticar um aborto sem que Deus comande a execução do ato, sem que todos os envolvidos (pais, família, amigos, feto) precisem e mereçam o ato.

Os ensinamentos que a espiritualidade traz são apenas instrumentos para que o ser humano possa alcançar a consciência crística, aprendendo a oferecer a outra face e a não condenar ou julgar seus semelhantes. Com a perfeita compressão do aborto dentro da verdade do universo (ação e reação), encerram-se as culpabilidades.

É o fim da crítica, da acusação e o início da compreensão do “motor” que move universo: a cada um de acordo com suas obras. Quem pratica o aborto não merece mais ser acusado, mas sim amado. Enquanto que a crítica aumentará sua carga energética negativa, o amor alterará os seus sentimentos. A partir daí o ser poderá não mais servir de instrumento para atos semelhantes.

Esse mesmo “motor” não deixará que o “criminoso” (quem praticou) fique “impune”. Continuará a sofrer às sanções discriminatórias que seus atos geraram por parte daqueles que assim desejarem, mas não mais reagirá acusando o outro de não compreende-lo. Cônscio de seu papel na “divina comédia humana” conseguirá manter a sua própria alegria quando acusado.

Reforma íntima - Textos - volume 07

Culpabilidade nos assassinatos

Dentro da doutrina Espiritualista Ecumênica aquele que pratica um assassinato não pode ser considerado “culpado”. Se Deus comanda o ato do assassinato, como pode Ele então julgar alguém culpado? Culpado de que: de fazer o que Deus acha Justo e Amoroso?

Essa forma de visão das coisas é apenas um desenvolvimento de todos os ensinamentos trazidos pelos mestres enviados por Deus. Não foi o próprio Jesus Cristo que pediu ao Pai que perdoasse os seus algozes porque não sabiam o que estavam fazendo?

Deus não culpa ninguém por assassinar o outro, mas transforma em “assassino” aquele que possui a “culpa” de quebrar o equilíbrio universal, ou seja, negativar o positivismo universal, individualizar o todo.

Isso também não quer dizer que acabar com a encarnação de outro pode considerado um ato “normal”, “corriqueiro”, a que todos estão sujeitos. É preciso se compreender bem o ensinamento para que não pairem dúvidas sobre o assunto.

Existem duas visões que podem ser aplicadas ao desencarne por meio de um ato violento: carma positivo ou negativo. O primeiro é pedido pelo próprio ser como um “merecimento” enquanto que o segundo é uma conseqüência por falências de provas.

O carma positivo é sempre gerado pelo aproveitamento das oportunidades que Deus concede ao espírito durante a encarnação (ver “Talismã”). Assim, um ser pode “pedir” durante a confecção do seu “livro da vida” que, conseguindo reagir positivamente as vicissitudes de sua existência, ela se extinga por meio de um assassinato.

Para que isso aconteça necessário é que haja um instrumento, alguém que materialize o planejado. Esse ser é escolhido pelo próprio espírito que será assassinado e quem provoca aceita por amor. Nesse caso, Deus não está penalizando quem pratica, mas orquestrando o planejamento dos seres.

Quando, por qualquer meio de ação, um ser acaba com a existência carnal de um espírito, com essa motivação, não pode ser considerado um assassino. São seres que, por fundamentos positivos (amor), se transformam em instrumento de aplicação da lei da ação e reação.

Mas, o desencarne por assassinato pode não ser a primeira escolha do espírito que irá desencarnar. Essa forma de “morte” só será escolhida preferencialmente se, de alguma forma, contribuir para a elevação de quem vai passar pela situação. No entanto, ela pode também ser optada de forma secundária.

Não exista apenas um momento ou uma forma de “morte” na existência carnal de um ser. A lei da ação e reação nos deixa antever essa verdade absoluta. Quando o ser planeja a sua existência sempre prevê situações para a ação universalista e individualista.

Assim, o desencarne por meio violento pode ser programado como merecimento positivo, e nesse caso se transformará em primeira opção, mas também pode ser programado como merecimento negativo. Nessa hipótese não se trata de planejamento preferencial, mas de opção para amenizar as ações negativas.

Por não crer na falência de suas provas, o espírito dificilmente acerta antes da encarnação um instrumento para essa hipótese. Por isso, quando necessário utilizar essa hipótese, Deus terá que providenciar um instrumento. É nesse caso que entram aqueles merecem passar pelas situações conseqüentes de um assassinato.

Os merecedores de ser aprisionado, passar por humilhações na mão da polícia e da sociedade (resultados materiais do assassinato), são aqueles que pediram isso como opção de acordo com o resultado de suas provas. São espíritos que deveriam “vencer” algumas tentações (situações de vida) e não conseguiram.

É por esse motivo que se transformaram em assassinos daqueles que precisavam ser assassinados. Portanto, eles não podem ser acusados pelo ato, que na verdade é conseqüência, mas pela ação espiritual (escolha de sentimentos) que foi a causa do acontecimento.

Baseado nessas verdades absolutas é que afirmamos no início desse trabalho que Deus não pune o assassino, mas transforma aqueles que não venceram as suas provas em assassino. Com base nessa verdade, a penalização material daqueles que praticaram o ato deve mudar.

O assassino precisa passar por situações conseqüências de seus atos, mas não precisam de outras penas. Não precisam da acusação, da crítica, do desprezo ou do ódio. Esses sentimentos apenas aumentarão as suas penas. Devem ser tratados como Jesus nos ensinou a tratar a todos: com amor.

Não são transgressores da lei material, mas, antes de tudo, transgressores da lei divina. É por essa base legal que devem receber a sua “culpa”. Não se tratam de criminosos, assassinos ou monstros, mas de ovelhas perdidas do rebanho do Pai.

Para aplicarmos a eles a pena que merecem temos que lembrar a parábola da ovelha perdida. O pastor abandona tudo (suas convicções e certezas) e parte na busca dessa ovelha. Quando a encontra afirma: amo-lhe mais do que as outras.

Reforma íntima - Textos - volume 07

Processo de elevação espiritual

“Deus criou todos os espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade, para aproximá-los de si”. (O Livro dos Espíritos, pergunta 115)

Todo espírito nasce simples e ignorante e precisa buscar o conhecimento. Nesta busca, mormente ele perde a sua simplicidade. Com isso precisa realizar nova missão onde adquira mais conhecimento e limpe-se da sujeira que lhe fez perder a sua simplicidade. Este processo é conhecido como busca da elevação espiritual.

O processo de elevação espiritual existe em dois planos de existência espiritual: na erraticidade (Universo) e no mundo carnal. Toda existência do ser universal acontece nestes dois mundos.

 “227. De que modo se instruem os Espíritos errantes? Certo não o fazem do mesmo modo que nós outros? Estudam e procuram meios de elevar-se. Vêem, observam o que ocorre nos lugares aonde vão; ouvem os discursos dos homens doutos e os conselhos dos Espíritos mais elevados e tudo isso lhes incute idéias que antes não tinham”. (O Livro dos Espíritos)

Durante a vida no Universo o espírito ‘estuda’ os assuntos espirituais para adquirir o conhecimento que acabará com a sua ignorância. Eles se instruem no tocante aos aspectos do mundo universal através de conselhos de outros espíritos e pela observação que fazem da vivência tanto dos espíritos superiores como daqueles que estão no mesmo nível seu.

“230. Na erraticidade, o Espírito progride? Pode melhorar-se muito, tais sejam a vontade e o desejo que tenha de consegui-lo. Todavia, na existência corporal é que põe em prática as idéias que adquiriu”. (O Livro dos Espíritos)

Como disse o processo de elevação é feito em dois mundos e em cada um deles acontece uma atividade diferente. Só que, como os estudantes do planeta Terra, eles precisam fazer verificações daquilo que estudaram. São os exames que prestam depois de um período de estudos que demonstra o quanto aproveitaram dos ensinamentos que receberam durante os estudos.

“166 a. Como realiza essa nova existência? Será pela transformação como Espírito? Depurando-se, a alma indubitavelmente experimenta uma transformação, mas para isso necessária lhe é a prova da vida corporal”. (O Livro dos Espíritos)

No caso do espírito, estes exames são realizados através do processo encarnação. Os seres universais encarnam em um mundo onde as fontes de consultas do que foi estudado não estão disponíveis, assim como os alunos de escola ficam durante os exames em uma sala sem o apoio dos livros, e aí vão provar que aprenderam aquilo que estudaram. Esta indisponibilidade das informações espirituais é chamada de véu do esquecimento.

O espírito agora encarnado, então, realiza provas. O conjunto destas provações, que se fundamentam naquilo que o espírito estudou antes da encarnação, é chamado de vida carnal ou humana. Nesta vida, então, o espírito sem acesso às informações do seu próprio mundo, precisa responder a estas questões de acordo com aquilo que estudou antes da encarnação.

“166. Como pode a alma que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea, acabar de depurar-se? Sofrendo a prova de uma nova existência”. (O Livro dos Espíritos).

Mais uma vez me utilizo do aluno de escola do mundo material para poder explicar o que se sucede com o espírito durante o seu processo de elevação espiritual. O aluno que é aprovado nos seus exames ao longo do período de estudo vai para uma classe onde aprofundará seus estudos; aqueles que são reprovados na totalidade dos exames de uma temporada voltam para a classe anterior e ali vão refazer seus estudos e depois farão novas provações. A mesma coisa acontece com os espíritos. Aqueles que são aprovados nas suas provações seguem para classes superiores onde farão estudos mais aprofundados das questões universais; já aqueles que não forem terão que retornar aos seus estudos na erraticidade e posteriormente reencarnarão.

“166 b. A alma passa então por muitas existências corporais? Sim, contamos muitas existências”. (O Livro dos Espíritos)

Todos os seres que encarnam no planeta Terra já viveram inúmeras provações ou encarnações ou outras vidas humanas. São espíritos que já estudaram, prestaram exames, não foram aprovados e tiveram que recomeçar seus estudos e voltaram a prestar exames. Este é o processo de reencarnações que ensinam os espíritos.

Neste processo todos continuaremos até que um dia consigamos nossa aprovação e aí poderemos ter conhecimento e manteremos nossa simplicidade.

“170. O que fica sendo o Espírito depois da sua última encarnação? Espírito bem aventurado; puro Espírito”. (O Livro dos Espíritos).

Reforma íntima - Textos - volume 07

Sonhar não custa nada

Os seres humanos afirmam que sonhar com determinados acontecimentos ou posses materiais não custa nem um centavo e por isso se entregam a devaneios. No entanto, o “preço pago” por estes sonhos é altíssimo.

Quem mata o tempo não é um assassino, mas um suicida.

O ser que se deixa levar pelo enlevo de um sonho foge da realidade em que vive. Perde seu tempo projetando uma outra vida e deixa de viver a vida que tem. Vive em um futuro de ilusão e abandona o presente concreto.

Para ser feliz é necessário ser feliz.

Quem projeta determinadas condições para ser feliz não consegue alcançar a felicidade e a ausência das condições projetadas se caracteriza em sofrimento. O ser que sonha determina as circunstâncias para a sua felicidade e não consegue ser feliz com a vida que possui.

Cada segundo é uma dádiva de Deus para que o ser seja feliz.

Cada segundo de um ser encarnado é projetado minuciosamente pelo Pai para que ele alcance a felicidade universal. Todos os detalhes de cada momento são avaliados pelo Ser Supremo para que possam proporcionar ao ser em evolução a chance de alcançar a elevação espiritual.

Portanto, meus amigos, não percam tempo sonhando com situações que Deus não projetou e aproveitem cada momento que Ele, com a Inteligência Perfeita, desenhou como o ideal para que vocês sejam felizes.

Quem sonha não vive o agora e, por isso deixa passar a situação idealizada por Deus para ser feliz. Quem imagina criar situações não consegue ser feliz com as que têm.

Vivendo cada segundo com a certeza que ele foi desenhado pelo Pai e que por isto é tudo o que precisa para ser feliz, você alcançará a felicidade eterna.

O resultado do sonho é o sofrimento com a realidade.

Reforma íntima - Textos - volume 07

Tempo

“TEMPO – 1. A sucessão dos anos, dias, horas, etc. que envolve a noção do presente, passado e futuro” (Mini Dicionário Aurélio – 3a. Edição).

 

Para o ser humano o tempo trata-se de uma sucessão de segundos que se transformam em minutos que irão transformar-se em horas. As horas virarão dias, meses, anos e, por fim, irão determinar uma vida. Materialmente o tempo é marcado pelos movimentos de translação e rotação do planeta. Entretanto, espiritualmente, o tempo tem outro significado completamente diferente.

Se ao final do somatório das partículas de tempo teremos uma vida, podemos dizer que todas estas partículas são “vidas” que se somam para fazer uma vida completa. Observando desta forma, afirmamos que cada segundo é uma “vida” que se inicia e termina, gerando uma nova vida: o segundo posterior.

É desta forma que a espiritualidade vê o tempo: “vidas” que se encadeiam por toda eternidade. Por este motivo é grande o chamamento para que o espírito não desperdice um segundo durante toda a sua existência, quer seja na carne ou fora dela. Trata-se de vidas que são jogadas fora quando não aproveitadas conscientemente.

Observando-se os ensinamentos já trazidos por todas as falanges espirituais, veremos que a “vida” é uma constante evolução espiritual. Portanto, cada segundo que se passa é uma chance que Deus dá ao espírito para que ele se evolua. Se o próximo segundo será uma vida diferente, será uma nova chance que Deus dá para que o espírito busque a evolução.

Esta evolução se dá quando o espírito coloca em prática o amor. Se a lei de Deus é amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, cada segundo que acontece na vida de um espírito é uma chance que Deus para que ele coloque em prática este amor. A isto chamamos de “prova”.

Cada segundo, portanto, é uma prova que Deus coloca na vida do espírito para que ele consiga provar ao Pai que é capaz de praticar as Sua lei. Esta é, para os espíritos fora da carne a única contagem de “tempo” que existe.

Se para o ser humano a vida é ditada pelo movimento do planeta, para os espíritos esta contagem se dá pela quantidade de provas que o espírito pratica em sua vida. Por isto o tempo não tem o mesmo significado para aqueles que estão na carne e os que estão fora dela.

Para os seres humanos um dia tem sempre 86.400 segundos, mas para os espíritos isto não é verdade. Em um segundo coloca-se uma prova, mas se o espírito não responde a esta prova com amor, ela terá que ser repetida. Desta forma, aquele segundo não foi contado, pois o espírito ainda não evoluiu para a próxima prova. Assim, um dia pode ter 86.400 provas, mas também poder ter muito menos, pois dependerá do “aproveitamento” que o espírito der a uma prova para poder iniciar outra.

Quando um espírito faz uma previsão de acontecimentos (provas) está se baseando exatamente no cumprimento de provas anteriores e não apenas nos movimentos do planeta Terra. O Livro da Vida, que traz a previsão dos acontecimentos de uma vida do espírito encarnado, é escrito desta forma. São provas, penas e missões prescritas para serem executadas em cadeia e, enquanto uma deixar de ser cumprida, a próxima não poderá ter início.

É necessário que o espírito cumpra a prova anterior ou dê provas sucessivas e definitivas de que irá falhar no cumprimento delas, para que a espiritualidade, a mando de Deus, inicia o novo evento da vida daquele espírito.

Fala-se que nos dias de hoje o tempo “anda mais rapidamente”: isto é verdade. Não é a Terra que está girando mais rapidamente, mas os eventos da vida de um espírito que estão sendo dados como falidos ou sendo aproveitados com maior rapidez. Isto ocorre porque o planeta está passando por uma fase de transição de sentido de encarnação.

Nesta fase, os espíritos precisam rapidamente “resolver” suas pendências para que se alcance a decisão da permanência ou não neste planeta. Por isto, a prova tem sido avaliada com maior presteza. A não utilização do amor em determinadas situações não podem mais gerar grandes quantidades de novas chances, pois são muitas as provas que os espíritos que estão encarnados precisam fazer para decidir o seu futuro.

Assim sendo, o “tempo” passa mais rápido, ou seja, é maior a quantidade de eventos que o espírito se submete para neles provar, expiar ou cumprir missões. Mesmo não tendo, conscientemente esta noção de “tempo”, inconscientemente o espírito sabe que sua “vida” está mais acelerada.

Reforma íntima - Textos - volume 07

Guerra e paz

Os homens buscam como objetivo de vida a paz, pois ela é um dos integrantes da felicidade que eles pretendem ter nesta vida. Entretanto, vivem muito longe deste objetivo. Não só não existe paz nas relações entre nações como também ela não é alcançada nas relações privadas. Isto ocorre porque o ser humano está muito longe de compreender o real significado da paz.

Para que a paz seja alcançada, o homem entende que seja necessário que os seus desejos e paixões formados a partir de seus conceitos ou verdades particulares sejam alcançados. Quando isto ocorre, ele encontra a paz, a felicidade e a harmonia. Enquanto estes pré-requisitos não ocorram, ou seja, estiver acontecendo algo com o qual ele não concorde, o ser humano tentará impor a sua vontade sobre a do outro.

Agindo desta maneira, o ser humano não promove realmente uma paz, mas uma dominação: sobrepõe suas vontades à dos outros. Esta dominação, no entanto, jamais poderá levar à verdadeira paz.

Isto porque aquele que foi submetido só aparentemente não passa a ter as mesmas ‘verdades’ de quem o submeteu. Ele apenas consentiu em não mais guerrear ou porque não tem mais argumentos, ou porque não tem mais força, para prosseguir no embate. No entanto, todos os argumentos dos que foram submetidos ficam latentes, aguardando uma nova oportunidade para, com mais subsídios, dominarem aquele que, por hora, saiu vencedor.

Isto não é paz, mas submissão temporária, pois enquanto os dois tiverem ‘vontades’ e ‘verdades’, vencedoras e vencidas, a paz jamais será alcançada.

 Para haver a paz real, aquela que permite ao espírito participar da Felicidade e da Harmonia do Universo, é preciso que não haja vontades (desejos) a serem satisfeitas. Para isso é preciso, também, que as paixões sejam exterminadas...

Portanto, para que a Felicidade e Harmonia do Universo, que são integrantes da paz, existam é preciso que todos os envolvidos abram mão de suas ‘vontades’ e ‘verdades’ e aceitem que os outros possam ‘achar’ e querer diferente de si.

Encontrar a paz é não ver erros nas atitudes alheias. Acabar com as origens dos ‘julgamentos’ sobre as atitudes e desejos alheios, ou seja, as ‘verdades’ e ‘vontades’ que determinam o que é ‘certo ou errado’, ‘feio ou bonito’, ‘bom ou mau’. Somente extinguindo em si estes elementos o ser humano poderá encontrar um estado de paz que não será afetado jamais.

A partir do momento que o espírito não tiver mais ‘verdades’ e ‘quereres’ que precise ser nutrido, tudo o que acontecer lhe trará ‘felicidade’, independente da forma que aconteça. Neste momento nada perturbará este seu estado de espírito e a paz será alcançada. Uma paz verdadeira onde se encerram as “lutas, violências ou perturbações sociais ou conflitos entre pessoas”, encontrando o “sossego e serenidade” (Citações da definição do termo ‘paz’ no Mini Dicionário Aurélio – 3a. Edição).

Às situações de lutas e conflitos, chamamos ‘guerra’. Se a paz, que é o antônimo da ‘guerra, como vimos, é alcançada quando se eliminam os conceitos, podemos, então, afirmar que a guerra é a utilização destes mesmos conceitos.

Os seres humanos condenam aquele que se utiliza da violência física. Criticam a guerra do crime, a guerra entre países, mas não vêem que a cada dia declaram guerra através das suas críticas, não só aos que promovem estas ‘guerras’ mas a muitos outros. Cada vez que um ser humano condena alguém por estar fazendo alguma coisa ‘errada’, ‘feia’ ou ‘má’, está abrindo uma nova frente de batalha que terá que se encerrar com a submissão de uma das partes.

Durante o dia são dezenas de novas frentes que o ser humano abre para guerrear com outros em busca da possessão da “verdade”. No trabalho, na escola, dentro de casa... Em qualquer local onde o ser humano esteja se relacionando com outro, sempre estará em guerra, pois tem desejos e verdades que precisam ser defendidos dos ataques dos outros.

Se vencer, estará acumulando ‘inimigos’ que serão submetidos, mas não vencidos, e estarão apenas aguardando uma outra oportunidade para vencer uma nova batalha. Assim, a guerra se estenderá por toda a existência. Entretanto, se aquele ser humano ‘perde’ uma batalha, da mesma forma, estará aguardando um novo momento em que conseguirá ‘impor’ sua vontade ao outro.

Assim, o ser humano passa a sua ‘existência’: julgando os demais e sendo julgado por eles. Tudo isso porque ainda tem verdades, desejos e paixões que precisam ser defendidos, mesmo ao custo da não realização do objetivo da encarnação: aproximar-se de Deus.

Não podemos esquecer que Cristo nos alertou que ‘com o mesmo peso que julgarmos, seremos julgados’. O estado de beligerância contínua é que afasta a possibilidade do espírito alcançar a verdadeira paz. Não adianta apenas o espírito “orar aos céus” pedindo a Deus, Cristo ou qualquer santo que lhe traga a paz:: é necessário que ele a conquiste a cada minuto de sua vida...

Para conquistar a paz, o ser humanizado não deve esperar que os ‘anjos’ intercedam para que tudo aconteça da forma que ele quer, mas é preciso, sim, que se promova a sua reforma íntima: a eliminação do seu íntimo das verdades, desejos e paixões que, em conjunto com o ‘egoísmo’ que é a base de ação de todo ser humano, acabam por gerar conflitos (guerras) e fazer vítimas.

Reforma íntima - Textos - volume 07

Honestidade e desonestidade

Começamos nossa análise do código moral humano à luz dos preceitos dos seres libertos da carne a partir do item honestidade e desonestidade. Para isso pergunto: o que é honestidade pelo conceito moral humano?

Honestidade é uma qualidade de ser verdadeiro; não mentir, não fraudar, não enganar. A honestidade é a honra, uma qualidade da pessoa que significa falar a verdade, não omitir, não dissimular. O indivíduo que é honesto repudia a malandragem a esperteza de querer levar vantagem em tudo.

A honestidade tem a ver com o próprio código de moral, pois ela se mede de acordo com a obediência que o ser tem ás regras morais existentes. Quanto mais um ser cumpre o código moral de sua comunidade, mais honesto ele será. Sendo assim, a honestidade para o espiritualista está vinculada aos ensinamentos dos espíritos através dos livros sagrados, já que são estes ensinamentos que nos trazem o código moral daqueles que vivem libertos da consciência humana.

Vivendo a partir dos parâmetros estabelecidos pelos mestres da humanidade como caminho para a elevação espiritual o ser encarnado é considerado como honesto no mundo espiritual; mas, vivendo de forma contrária a estes ensinamentos ele será considerado desonesto, mesmo que esta vivência esteja de acordo com a moral humana.

Partindo deste princípio pergunto: é honesto aquele espiritualista que ora a Deus pedindo alguma coisa? Se Cristo nos ensinou que não devemos pedir nada a Deus porque Ele sabe melhor do que o ser aquilo que precisa, acho que não. É honesto para o espiritualista defender sua propriedade privada? Acho que não, já que o Espírito da Verdade ensina que tudo o que um ser possui na vida carnal deve ser compartilhado como fazem as abelhas. É honesto aquele que dizendo acreditar haver algo além da matéria em si criticar um governante por qualquer motivo? Como poderia ser, se o apóstolo Paulo nos ensinou que os governantes foram escolhidos e colocados no poder por Deus?

Apesar de a amoralidade destas ações de acordo com a visão dos mestres estar aparente, tanto a função da oração como a defesa de seus interesses particulares bem como a crítica que se faz aos governantes são aceitas como certas pela moral humana que é seguida pelos espiritualistas. Sendo assim, para os espiritualistas humanos aqueles que praticam estas ações podem ser considerados como honestos. Mas, não o são para os seres libertos da carne...

O que o espiritualista precisa compreender é que subordinar-se aos códigos morais dos humanos em nada resulta para a sua existência eterna. É como diz Salomão em um dos seus provérbios:

“Aquilo que se consegue com desonestidade não serve de nada, mas a honestidade livra da morte”. (Provérbios, 10, 2)

Aquilo que é recebido como fruto da oração, o que se consegue manter a posse através da defesa de suas propriedades ou o reconhecimento que se recebe por estar falando mal dos governantes de nada valem para este ser após o desencarne. Isso porque como eles foram frutos de algo que é não aconselhado pelo código moral dos espíritos libertos das influências humanas, são considerados por estes como acontecimentos desonestos.

“275. O poder e a consideração que um homem gozou na Terra lhe dão supremacia no mundo dos Espíritos? Não; pois que os pequenos serão elevados e os grandes rebaixados. Lê os salmos”. (O Livro dos Espíritos)

O reconhecimento sobre o caráter de um ser é medido pela sua subordinação ao código moral de seu mundo. Sendo humano e subordinando-se ao código moral de sua comunidade o ser ganha um reconhecimento. Este, no entanto, não se transfere automaticamente a outro, pois lá os padrões morais que reconhecem um ser são diferentes.

Sendo assim, a glória de um espiritualista não deveria ser medida pelo acatamento aos valores da moral humana, mas sim à espiritual. Consciente disso deve, então, o espiritualista deve reformar a sua forma de viver. Mas, como fazer isso se sua atenção está apenas voltada para os fenômenos sobrenaturais que envolvem a relação do mundo dos espíritos com o carnal e não na diferença entre a moral de um e de outro?

Reformar o seu padrão moral humano para colocá-lo em consonância com o dos espíritos libertos da carne: é isso que quer dizer viver para o algo mais que acredita existir em si.

Aquele que sabe que há nele algo além da matéria precisa viver para este algo para realizar o seu trabalho durante a encarnação. Esta vivência resume-se em averiguar nos livros sagrados os preceitos morais daqueles que estão libertos da matéria e submeter-se a estes abandonando a subserviência aos dos humanos. Esta deveria ser a base da doutrina espiritualista, mas não é o que acontece.

Preso aos fenômenos paranormais o espiritualista nada faz por sua reforma íntima. Para aqueles que vivem desta forma, só resta a morte, que é a não vivência da felicidade que Deus tem prometido depois do desencarne ou sofrimento na pós-vida carnal:

“276. Aquele que foi grande na Terra e que, como Espírito, vem a achar-se entre os de ordem inferior experimenta com isso alguma humilhação? Às vezes bem grande, mormente se era orgulhoso e invejoso”. (O Livro dos Espíritos)