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Depois de falar sobre Maya, Joaquim de Aruanda nos fala agora então da realidade que vivemos. Mostra o que realmente existe a partir da visão espiritual.

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A criação das coisas

Desde a primeira palestra deste ciclo estamos conversando no sentido de destruir o que você chama de realidade, de real nos acontecimentos da vida material. Até que na última palestra (Maya), concluímos que tudo da vida material era maya, ilusão, fruto da conexão do pensamento com o objeto pensado.

Hoje falarei sobre o outro lado: veremos o que é Real, o que é Realidade neste mundo, ou seja, aquilo que não é a ilusão que se vive quando na carne.

Começaremos pelo princípio de tudo. A Bíblia nos diz: no princípio era o nada e Deus resolveu criar e, assim, Ele criou tudo que existe. Esta é uma afirmação muito importante e real. O Univer-so e as coisas não existiam até que Deus criou tudo que existe.

A Bíblia nos diz que Deus executou a criação de todas as coisas utilizando como instrumento apenas o faça-se. Podemos, então compreender que o Senhor Supremo comanda através de sua ordem e as coisas são feitas: esta é a informação bíblica sobre a ação criadora do Pai.

Agora, não se pode querer explicar o faça-se divino, como Deus faz as coisas acontecerem, pois para a grande maioria dos seres isto ainda é um mistério. No entanto, a Bíblia é muito clara: Deus pela sua vontade comanda faça-se e as coisas são feitas.

Mesmo que não se compreenda como ocorre a ação divina, isto é Realidade no universo. Tudo que existe é criado por Deus apenas com Sua ordem, sua determinação, e nada se interpõe a isto.

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O tempo da criação

Conhecida a origem e a forma da criação divina nos resta ainda uma pergunta: quando Deus cria? Em que tempo Deus cria?

O Pai não pode criar no passado, porque este não existe; não pode criar no futuro, porque este também não existe. Assim sendo, Deus só pode criar as coisas do universo no presente. Mas, o que é um presente? Quanto tempo dura o presente?

Se formos analisar profundamente o tempo presente veremos que é algo tão fugaz, tão rápido, tão passageiro, que não conse-guimos mensurar. Não se pode dimensionar o tempo presente em qualquer medida conhecida pelo ser humanizado (ano, mês, dia, hora, minuto ou segundo), pois este tempo é muito menor, inclusi-ve, do que aquele que é levado para se pronunciar a palavra presen-te.

Quando estou falando a palavra presente e soletro a letra “r”, a letra “p” já terá ido para o passado e a “e” ainda estará no futuro. Além disso, a própria letra “r” é composta por outros sons (“erre”) e, por isso, pronunciá-la envolve diversos presentes que virão do futu-ro e irão para o passado depois. O tempo presente é, portanto, fugaz.

Apesar disso, somente ele existe, é Real. Quando algo acaba de acontecer, vai para o passado, não mais existe Pode se ter lem-branças daquele momento, mas aquele tempo não mais existe. O futuro é o presente que ainda não ocorreu e que, portanto, também não existe. Pode se fazer conjecturas sobre ele, mas enquanto não se transformar em presente não será Realidade. Apenas o presente é Real.

O Senhor do Universo, portanto, só tem o presente para criar as coisas do universo. Podemos, então, afirmar que Deus cria as coisas universais (tudo que existe) a cada presente, ou seja, a cada micro fração de tempo que não pode ser mensurada.

Deus cria tudo que existe a cada presente através do Seu fa-ça-se, que é oriundo da Sua Vontade: isto é Real, isto é Realidade. Todas as coisas do universo são construídas a cada micro fração de tempo por Deus através do seu faça-se.

Apenas para colocar alguma imagem que possa ser compre-ensível aos seres humanizados, diria que a Realidade assemelha-se a um filme. São diversos fotogramas que se sobrepõe tão rapida-mente que dá a ilusão de movimento.

Cada presente é um momento distinto do outro. Assim como quando um fotograma acaba de ser projetado e vai para o passado leva junto consigo tudo que estava nele, aquilo que existe no uni-verso também acaba quando um novo presente se inicia.

Os seres não conseguem acompanhar a velocidade da cria-ção divina e por isso vê movimento e permanência nas coisas. A Verdade, no entanto é que Deus cria todas as coisas do universo a cada micro fração de tempo.

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A criação divina

O ser humanizado não consegue acompanhar a criação divina porque está obscurecido pela matéria, ou seja, utiliza-se dos “Cinco Agregados”. Quando, pela sua perfeição, se houver aproximado de Deus, ele o verá e compreenderá.

A criação divina pode ser de dois tipos: ser (espírito) e maté-ria. Estes são os dois únicos elementos que existem no universo, ou seja, o resultado da obra de Deus a cada micro fração de tempo através do seu faça-se.

“A matéria é o laço que prende o espírito; é o instrumento de que este se serve e sobre o qual, ao mesmo tempo, exerce sua ação” – O Livro dos Espíritos, pergunta 22a. Já o espírito é “o prin-cípio inteligente do Universo” – O Livro dos Espíritos, pergunta 23.

Portanto, uma das criações de Deus é o espírito, o ser uni-versal, o princípio inteligente do Universo, a alma: o nome não im-porta, mas sim saber que este elemento não é gerado por nenhum outro método (fecundação do óvulo, por exemplo) a não ser pelo faça-se divino.

 Ao criá-lo Deus colocou a seguinte observação: agora faça-mos o homem (que é o espírito), que será criado à Nossa imagem e semelhança. A partir deste ensinamento bíblico, podemos concluir que todo ser universal é filho de Deus e, além disso, é cópia perfei-ta de Deus (criado à imagem e semelhança).

Eu, você, todos os espíritos, somos filhotes de Deus, somos iguais a Ele. Tudo que Deus possui todo espírito também o tem, porque senão não haveria a imagem e semelhança. É por isto que Cristo diz: vós sois deuses. Somos todos iguais ao Pai, mas ape-sar desta semelhança, não somos o próprio Deus.

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Criador e criatura

A diferença entre um e outro está na utilização das coisas que o espírito recebeu geneticamente de seu Pai. No nível de compre-ensão sobre as coisas do universo, os seres humanizados conhe-cem três características de Deus: Inteligência, Amor e Justiça. Estes três elementos são as características de Deus que o ser humaniza-do pode conhecer com a compreensão que tem hoje.

Se eles existem em Deus, é preciso que cada ser do universo também o tenha. Você, como herdeiro das características de seu Pai também tem a mesma inteligência, justiça e Amor que Ele pos-sui.

Deus, porém, possui a Inteligência Suprema e o ser humani-zado possui a inteligência primária. Deus possui o Amor Universal, um amor idêntico para todos, mas você possui o amor individualis-ta, o amor a si acima de todas as coisas.

Deus sabe o que é Justo, é a Justiça na verdadeira acepção da palavra: a capacidade de dar a cada um de acordo com suas obras sem prejudicar ninguém. Mas, o ser humanizado, tem a justiça individualista, ou seja, aquela que prioriza sempre o que ele acha que está certo.

O código de leis que a justiça do ser humanizado se funda-menta é baseado no eu: eu sou, eu estou, eu sei. Tudo que um ser humanizado julga (raciocina) tem como referencial suas próprias verdades e desejos enquanto o julgamento de Deus totalmente impessoal. Por isso reflete a Realidade.

Com estes ensinamentos podemos compreender agora o universo. Ele é uma criação de Deus a cada micro fração de tempo, composto por matérias, elemento não inteligente, e pelos filhos de Deus, elementos iguais ao Pai, mas ainda utilizando-se das suas propriedades espirituais no sentido individualista.

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A existência da criatura

Continuemos.

Deus gera os espíritos dentro da Perfeição. Aquele que pos-sui a capacidade infinita de tudo não poderia gerar nada incompleto ou defeituoso. É por isto que o Espírito da Verdade ensinou que o espírito nasce puro, simples e perfeito.

Deus não pode criar nada que não seja perfeito: todas as coisas do universo têm que ser perfeitas para serem obras de Deus. Então, podemos concluir que todo espírito quando nasce é perfeito, é puro, é simples, mas como toda criança quando nasce, o espírito é desprovido de cultura, ou como se fala no Livro dos Espíritos: ele é simples e ignorante (desprovido de cultura).

Assim nascem, começam a existir todos os espíritos: sim-ples, puros, inocentes e sem cultura. Depois de gerados precisarão, então, caminhar no sentido de obter a cultura.

Depois que é gerado por Deus, o espírito começa uma cami-nhada (existência) no sentido de conhecer as coisas universais: os elementos e as ações materiais do universo. Durante toda esta ca-minhada, esta busca da cultura, o espírito continua simples, puro, inocente.

Em determinado momento o espírito gerado por Deus deixa de ser ignorante. Ele agora conhece todas as coisas do universo e, então, terá que provar ao Pai que, mesmo tendo a cultura possível, pode manter a sua simplicidade.

O processo de adquirir cultura que o espírito vivencia não é objetivo da conversa de hoje, pois para a reforma íntima que o ser humanizado precisa fazer no Mundo de Provas e Expiações este conhecimento de nada valeria. Portanto, vamos nos focar nesta segunda etapa onde o espírito vai precisar provar a sua inocência a Deus.

Utilizando-se de uma figura, podemos comprar o primeiro pe-ríodo de existência de um espírito com o início da vida de Adão e Eva no paraíso, quando aprendem sobre as criações divinas. Já o segundo iniciar-se-á quando Deus dá a ordem: não coma do fruto da árvore que fica no meio do paraíso.

 Através desta ordem Deus está propondo ao espírito uma provação aos seres. Aquele que quiser manter-se puro deverá cum-prir a ordem sem contestações, mas não é isto que ocorre.

O espírito aceita alimentar-se daquele fruto que é oferecido pela cobra e ao fazer isto perde a pureza, ganhando em troca um determinado poder que o maculará e do qual precisará se libertar. Este é o assunto que iremos abordar hoje e que é fundamental para o processo de reforma íntima.

Pergunta: temos, então, que absorver conhecimento e transmu-tar para a Real sabedoria com o passar da evolução?

O conhecimento que cito não é aquele que se adquire durante a vida carnal. Estou falando de um conhecimento anterior ao início das encarnações como seres humanos. Ainda não estamos falando do ser humanizado.

Como disse, o processo de busca do conhecimento que acaba com a ignorância que o espírito nasce pode ser comprado com a vivência de Adão e Eva no paraíso, quando eles aprendem sobre as criações do Pai. Até este ponto da conversa ainda não fomos expulsos do paraíso para vir habitar a Terra, ou seja, nascer e morrer.

Portanto, tudo o que falei até agora não se refere à cultura terrestre, mas a universal que o espírito adquire antes de começar as encarnações.

Pergunta: porque o espírito tem que provar isto? É por causa do “fruto” que comeu?

O fruto que comer será o que precisará vencer, pois ele é que maculou a Perfeição criada por Deus.

Mas, por que precisa haver uma prova, se o espírito já é pu-ro? Porque há uma lei básica no universo chamada merecimento, ou seja, receber de acordo com suas obras. É preciso realizar para merecer receber. Deus não dá nada de graça para ninguém, pois senão estaria ferindo a lei do trabalho, criada por Ele mesmo.

Desta forma o espírito é simples e puro, mas precisa traba-lhar para provar a Deus que a cultura adquirida não afetou a sua pureza. Só quando não passa nesta primeira prova tem que reen-carnar até conseguir libertar-se de toda complexidade que maculou a pureza original.

Portanto, na primeira encarnação o espírito vem simples e pu-ro para realizar uma prova e assim contemplar a lei do trabalho e gerar o merecimento de não ter que entrar na roda do sansara. Só quando não consegue este merecimento o espírito precisará reen-carnar até que tenha voltado à sua origem: simples e puro.

Pergunta: uma língua enganosa esmaga o espírito. Então, por-que as pessoas viram às costas para ajudar o semelhante?

Porque são individualistas. É a característica do espírito en-carnado no planeta Terra, o espírito em prova e expiações. Ele é individualista, só pensa em si primeiramente para depois pensar em Deus e por último nos outros.

Mesmo quando este espírito pensa em Deus só o faz para levar vantagem para si. “Meu Deus me dê isso”, “faça aquilo para mim”. Ele nunca comunga com Deus para louvá-Lo ou para pedir pelo seu semelhante.

Mesmo quando pede para o próximo, nunca se preocupa com o que o próximo quer, mas sempre pede a Deus aquilo que ele quer para o outro. Está sempre baseado no “eu quero”, “eu acho”, “eu sei”, que sã as características do individualismo que vive.

Esta é a característica dos espíritos que encarnam no planeta Terra que não os leva a servir ao seu semelhante.

Pergunta: mas, existem pessoas que não são assim e se dão mal por pensarem nos outros antes de si mesmo.

O achar que se deu mal já é uma prova de que esta pessoa é assim, ou seja, individualista. Ela só vive esta realidade quando queria alguma outra coisa diferente daquilo que aconteceu.

Quem não é assim, ou seja, não é individualista, não quer na-da, não espera nada, está de bem com a vida, com tudo que vier, por isso jamais imaginará que se deu mal. Agora, quem quer algu-ma coisa, quem espera algo, é o individualista que eu falei. Ele está sempre preocupado consigo e por isso julga os acontecimentos do mundo para saber se estão de acordo com as suas verdades e desejos.

A visão se dar mal já é uma prova de que este ser está preo-cupado consigo e não aceita o mundo do jeito que ele está.

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O espírito e a vida humana

Então, o espírito ciente de toda cultura universal recebe uma primeira tarefa de Deus, seja de que tipo for. Ao executá-la com pureza e simplicidade (não discernindo entre o que é bom ou mal, mas vivenciando a tudo dentro da felicidade incondicional) gera o merecimento de permanecer entre aqueles que vivem a simplicidade que são.

A prova acontece durante os acontecimentos da vida carnal. O espírito participa de uma primeira encarnação (vivencia aconteci-mentos materiais) para provar a sua simplicidade. Neste momento ele falha, ou seja, busca para si o poder de julgar (quer determinar o que está acontecendo) e por isto não serve ao próximo.

Ao macular-se neste primeiro momento, gera o merecimento de ter que cumprir expiações. Expiar é repor ao universo o desequi-líbrio que o espírito causa quando não age com simplicidade. O ser quando não usa de simplicidade, de amor universal, causa um de-sequilíbrio no universo e, pela lei do carma, precisa repor o equilí-brio.

Nestes dois paradigmas (provação e expiação) se fundamen-ta o ciclo de encarnações que vivem os seres humanizados. Estes são os objetivo das encarnações hoje no planeta.

Todo ser humano é, independente da cor e forma do corpo, raça, pátria, sexo, condição social ou cultural, um espírito puro, simples e não ignorante que ainda não conseguiu provar a Deus que é capaz de conviver com simplicidade com a cultura que adqui-riu durante a sua primeira etapa de existência e por isso está expi-ando e fazendo provas na vida carnal.

Por maior que seja a posição que um ser humano ocupe, por mais bens ou fama que tenha, ele é um espírito que em determinado momento deixou a sua simplicidade e se maculou exercendo o fal-so poder de dar valores (bem ou mal) a um acontecimento da vida carnal.

Isto é a humanidade, isto é a Realidade do ser humanizado. O ser humano como entendido pela humanidade é maya, ilusão. Co-mo dissemos, a compreensão que a humanidade tem de si não é verdadeira.

Na Realidade o ser humano é um espírito encarnado simples e puro na sua essência, repleto da sabedoria universal, e que agora precisa limpar-se, tirar as máculas oriundas da utilização do falso poder para julgar os acontecimentos (dualismo) que recobre tempo-rariamente a sua simplicidade.

Isto é, por definição, o ser humano, mas é também a realida-de do espírito que, mesmo fora da carne, ainda encontra-se em processo de evolução no Mundo de Provas e Expiações (planeta Terra). A humanidade de um ser não se decreta pela densidade de seu corpo, mas por encontrar-se maculado pelo poder de julgar os acontecimentos.

Ou seja, todos os espíritos ligados a orbe terrestre em pro-cesso de evolução são seres universais simples e puros repletos de cultura que estão sujos, maculados pelo que ficou conhecido no planeta Terra como pecado original.

Pergunta: qual o objetivo final da evolução?

Limpar-se e gerar o merecimento de estar próximo ao Pai provando a sua simplicidade. Tirar todas as manchas que adquiriu desde o início da provação: este é o objetivo final da evolução. Mas, isso durará ainda muitos milhares de anos.

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Local de provas

Este processo de evolução, ou processo de limpeza, que es-tamos falando (Mundo de Provas e Expiações) se dá nos chama-dos mundos inferiores, que é o universo material em si. Os seres que estão em provação habitam os planetas físicos do Universo, o que chamamos de cosmos. Nestes lugares estão os espíritos em processo de evolução.

Vivendo nestes planetas transitando entre matérias com den-sidades diferentes (encarnando no mundo material e vivendo um período no espiritual) estes espíritos precisam sempre provar sua simplicidade a Deus. Cada vez que provam a sua pureza se limpam de máculas geradas pelo uso anterior do falso poder de julgar as coisas do mundo.

Foi para que os espíritos vivenciassem estas provas, este processo de evolução, que Deus criou o que chamamos de mun-dos de vida: os planetas (Terra, Marte, Júpiter, etc.) e as suas di-versas camadas espirituais (planos em outras dimensões).Todas estas coisas são campos de trabalho para o espírito no sentido de provar a Deus sua simplicidade e com isso retirar as máculas oriun-das de encarnações anteriores, oriundas do processo de evolução.

Anteriormente já havíamos compreendido a Realidade sobre os seres humanos; agora podemos compreender mais uma. A vida espiritual em todos os níveis, desde que presas aos orbes planetá-rios, fazem parte de um processo de evolução: mais nada do que isso.

A vida carnal faz parte de um processo de evolução do espí-rito; a vida espiritual fora da carne, seja em que nível for, quando ainda presa ao planeta Terra, faz parte da evolução do espírito. Faz parte do processo de limpeza do ser universal. Um processo aonde os espíritos vão paulatinamente retirando as marcas que encobrem a sua pureza, a sua inocência.

Portanto, não é só a vida carnal que faz parte da evolução, mas quem habita uma colônia espiritual ou quem está no umbral, está vivenciando um processo de evolução. Quem vive o ciclo de encarnações ou quem está no orbe terrestre apenas para “trabalhar espiritualmente” fora da carne em qualquer grau de evolução, está vivenciando um processo de provação e expiação.

Não existem santos ou seres de elevação suprema junto aos planetas materiais. Todos os trabalhadores espirituais estão viven-ciando um processo de evolução assim como cada ser encarnado também está. Esta vivência pode se dá com a realização de traba-lhos diferentes, mas todos fazem parte de um mesmo processo evolucionário.

Você vive com esta Realidade? Você consegue enxergar as-sim ao seu parente, seu amigo ou inimigo? Você compreende que as coisas que estão acontecendo fazem parte de um processo de provação a Deus e expiação? Não? É por isso que afirmamos que a vida que você leva é maya.

A compreensão que cada um tem dos acontecimentos da vi-da são ilusões, pois não existe vida, mas sim um processo de evo-lução para o espírito. O ser humano não tem a vida que imagina, não participa de atos ou acontecimentos, mas vive um processo de evolução espiritual, onde estará sempre sendo questionado por Deus para que possa ter a oportunidade de provar a sua simplici-dade.

Pergunta: há vida espiritual nos outros planetas do nosso sis-tema solar?

Sim, há vida espiritual em todos os planetas, não só no seu sistema solar. No mesmo sentido da via terrestre (processo de evo-lução espiritual) e há vida fora dos planetas, no espaço entre as constelações.

Quando o ser não vive atrelado a um planeta específico, aí já vive outra Realidade diferente do que estamos falando. Mas esta os seres humanos não têm capacidade de compreender.

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A realidade real

Agora que compreendemos os elementos do universo e a Realidade deste, podemos então começar a trabalhar estas infor-mações.

Deus é o Supremo Comandante do processo de evolução, ou seja, Deus é o Supremo Comandante da vida ligada ao orbe planetário. Ele organiza a vida (seus acontecimentos) de acordo com o processo de evolução de cada espírito. Nada mais O motiva no exercício da função de Supremo Comandante da vida.

Para criar cada presente (as situações universais), sejam elas na vida carnal ou espiritual atrelada a um planeta, o faça-se de Deus é sempre motivado pelo processo de evolução que cada espírito vive. Esta motivação, no entanto, não sofre interferências dos dese-jos de Deus, mas é criada pela chamada lei do carma, ou lei da ação e reação.

O mestre dos mestres (Cristo) ensinou a Realidade: Deus dá a cada um segundo as suas obras. Esta mesma Realidade é o que vimos até aqui: Deus cria as coisas universais a cada micro fração de tempo tendo como motivação o processo de evolução do espíri-to. Para criar ele é movido pela lei da ação e reação.

De acordo com a Realidade acima exposta, podemos conclu-ir que a cada micro fração de tempo você está recebendo de Deus o resultado de suas ações anteriores, ou seja, a resposta aquilo que fez anteriormente. Isto é Real, isto é realidade. Esta concepção de vida não é maya.

Ilusão é achar que você é o ser humano que se imagina ser, quando na Realidade é um espírito, simples, puro e com cultura, mas que está maculado. Ilusão é você achar que está “vivo”, que vive a vida, quando na Realidade vivencia um processo de elevação que acontece a cada micro fração de tempo. Ilusão é você imaginar que está realizando alguma coisa materialmente falando, quando a única coisa que o espírito pode realizar durante a vida é provar a Deus que é capaz de voltar ao seu estado original.

Isso é Realidade, isso é Real. O resto tudo é ilusão.

Pergunta: no universo, entre as constelações, teria algo como colônias em pleno espaço sideral?

Não, entre as constelações, não. Ligado aos planetas sim.

Entre as constelações existem espaços imateriais que cha-mamos de macrocosmo. Ali não há necessidade de materialidade alguma. As colônias existem somente para aqueles que estão pre-sos a planetas (matérias).

Pergunta: quer dizer que nossos atos não são controlados pelo espírito? Deus comanda nossos atos e nós apenas escolhemos como nos sentimos?

Deus não comanda os seus atos: os faz. É muito mais do que comandar: é gerar a ação através do faça-se.

Se ele apenas comandasse seria você que executaria o ato sob comando Dele. Isso não é real: as coisas são feitas a partir do comando de Deus. Portanto, você não faz, Deus faz.

Para nós não nos aprofundarmos muito, pois como já disse este faça-se é incompreensível para a maioria de nós espíritos, diria que ele usa o seu braço para criar ação. Isto, no entanto, é uma definição apenas para não nos aprofundarmos muito no tema ago-ra, pois até isto ainda é irreal. Por agora compreenda apenas que não é você ou o outro que age.

Você não é capaz de decidir ou realizar nada neste mundo materialmente falando. Se pudesse, seria como um aluno que, ao fazer provas, escrevesse as questões antes. Esta provação seria muito fácil e continuaria não gerando merecimento.

Portanto, saiba apenas que você não faz, mas Deus faz. A você caberá apenas escolher o sentimento ao que Deus fez.

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Vivendo o processo de evolução

Descobrimos com tudo que conversamos até aqui a Realida-de da vida. Agora nos resta responder: como fazermos este pro-cesso de evolução? Como devemos vivenciar os acontecimentos universais para que promovamos a retirada das máculas que enco-brem nossa pureza original?

Reagindo a tudo que existe com simplicidade. Alguém falou anteriormente que as pessoas lhe fazem mal. Pergunto: isto é uma reação com simplicidade? Não, é uma reação onde houve um jul-gamento, ou seja, uma análise onde estiveram envolvidos diversos aspectos (multiplicidade).

Foi desta análise guiada pela dualidade (saber o que é bom ou mal para esta pessoa) que surgiu a verdade: eles me fizeram mal. Além disso, é uma reação não amorosa, com agressão, pois conclui que aqueles que agiram não prestam, são ruins. Também foi uma reação individualista que levou em conta apenas as paixões individualistas deste ser: eu não gostei.

A reação simples é caracterizada pelo nada saber, nada opi-nar, nada declarar sobre o acontecimento. Isto porque a reação do simples é realizada com a entrega a Deus da Verdade. Por isso não contém opiniões individuais sobre o assunto.

Se alguém fala alguma coisa, o simples não sabe se está sendo xingado ou não, não sabe se está perdendo ou não, se está sendo criticado ou não. Agindo com simplicidade (sem julgar as coisas) o simples não consegue vivenciar os dualismos de certo e errado, bonito e feio, bom e mal, limpo e sujo. Vivendo na simplici-dade o espírito não tem nada a declarar sobre qualquer coisa.

Omitir-se conscientemente de dar valores ao mundo é viver na Realidade. O ser humanizado está na carne e fora dela, preso a um planeta, dentro de um processo de evolução, para provar a Deus a sua simplicidade, abrindo mão de todo e qualquer valor que possa aplicar às coisas.

Para retirar a mácula e viver a pureza que lhe é característica o ser humanizado precisa nada saber, nada conhecer e nada ser. É para criar oportunidades para isso que Deus cria os acontecimentos da vida material e espiritual. Deus gera os “presentes” da existência de um espírito para que ele tenha uma oportunidade de provar a sua simplicidade.

Para isso Deus cria o universo a cada micro fração de tempo, para isso Deus cria os acontecimentos do universo: para que o espírito tenha uma oportunidade de trabalhar no sentido da evolu-ção espiritual agindo o tempo inteiro com simplicidade.

Isso é real. Qualquer outra coisa que você falar, imaginar ou acreditar, será ficção, maya, ilusão proveniente de um espírito que vive no falso poder oriundo da sua desobediência. Isto é Real, pois você ainda está preso a um orbe planetário, ou seja, ainda está em processo de evolução.

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Comentário fora do tema

Anteriormente me haviam pedido para falar do amor entre homem e mulher. Agora com este ensinamento já podemos falar.

Para a realização das provas do espírito enquanto encarnado, há a necessidade de que existam os instrumentos que gerem os acontecimentos (outras pessoas e objetos). Em cada micro fração de tempo dois ou mais espíritos trabalham juntos, cada um vivendo o seu carma ou aquilo que Deus cria para ele.

 O amor de um homem por uma mulher é um acontecimento, portanto, uma criação de Deus. É um acontecimento que gera a oportunidade de um espírito responder ao Pai se vai continuar simples ou vai se prender às suas manchas, as suas máculas, que determinam os valores individualistas da vida.

Ou seja, o amor entre o homem e uma mulher é maya, é uma ilusão: ninguém ama ninguém neste sentido. Trata-se apenas de um faça-se de Deus que aproxima dois espíritos que precisam viver juntos o seu carma.

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Substitua tudo por Deus

Voltemos agora ao nosso estudo neste ciclo de palestras. Até hoje destruímos todas as bases com a qual os seres humanizados vivem. Mostramos que tudo é maya. Hoje falamos sobre o que é Real para que o espírito tenha uma base de vida.

Na palestra de hoje eu coloquei algo Real na vida para substituir todo o maya que você tem: o nada. O simples vive o nada: nada saber, ter, ouvir, aprender comentar, imaginar. Isto é viver na Realidade.

No entanto, como já foi dito o nada não existe: tudo é sempre alguma coisa. Também já foi ensinado: Deus é tudo e tudo é Deus. Juntando as duas coisas, poderíamos dizer que viver na Realidade é muito simples: basta você substituir tudo o que acha por Deus: Seu Amor, Sua Justiça. Vivendo assim você se libertará das máculas e retornará à sua essência: simples e puro.

O simples vive Deus, ponto final. O simples não ataca nem acusa os outros, não casa nem namora, não tem filhos nem dirige carro, porque vive somente para Deus. É por isso que o espírito ao se elevar vai libertando-se de todas estas coisas e vai vivendo cada vez o nada absoluto que é o próprio Deus.

Esta é a Realidade de vocês e a minha. Fora isto todo resto é maya; todo resto contraria os ensinamentos dos mestres.

Todos eles nos ensinaram que com a evolução espiritual iríamos viver com Deus, para Deus, sem mais nada. Para isto é preciso não haver mais nada mesmo. Para isto é preciso não dar valor a nada que acontece.

Este é o processo que está se iniciando com o novo tempo. Os espíritos quando conseguirem completar o círculo de encarnações para regeneração estarão vivendo esta Realidade. O que é isso? Não sei. O que é aquilo? Nada, não conheço, não vi.

Esta é a marca a ser alcançada no novo tempo: a vida onde os espíritos não falam com a boca e nem ouvem com a orelha, mas que focam apenas o coração, os sentimentos. Neste tempo a comunicação será simplesmente sentimental e não material.

Não precisará haver palavra ou forma: bastará um emanar o amor para o outro e a se compreensão acontecerá perfeitamente. A palavra é uma forma fruto de um raciocínio, por isso é maya, é ilusão individualista que não deixa o amor universal existir. Hoje os homens não se entendem apesar da palavra e das formas porque não se amam.

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As doutrinas religiosas

Pergunta: este processo que estamos falando é o total desapego?

Sim, é o total desapego a tudo. Ainda hoje a humanidade compreende o ensinamento do desapego como apenas às coisas materiais, por isso não consegue realizar este ensinamento dos mestres.

Para desapegar-se de verdade o ser humanidade precisa se libertar da razão, da lógica, da verdade, do julgamento proferido pelo raciocínio (formação mental), da visão, da audição. Libertar-se do mundo como o próprio Cristo fez.

Entendido o tema de hoje e aproveitando a pergunta sobre o desapego, perguntaria: qual a primeira coisa que cada um precisa desapegar-se? Desapego às doutrinas religiosas.

Desapego aos livros doutrinários religiosos, ou seja, àquelas explicações materialistas para coisas espirituais. Desapegos às mágicas, às bruxarias, às orações recitadas e a pontos cantados ou riscados. Desapego a tudo o que é cultura material sobre coisas espirituais, porque esta cultura mantém você preso ao dualismo.

Todas as doutrinas religiosas criadas a partir de ensinamentos dos mestres baseiam-se no bem ou mal, no certo e errado, no bonito e feio, por isso prendem o ser humanizado no dualismo e não lhe deixa limpar-se desta mácula para voltar à simplicidade.

Desapego inclusive a essas palavras ou ao que se formou na sua mente durante toda a leitura deste texto. Não entenda estes ensinamentos como sabedoria, mas compreenda o caminho e se liberte também deste texto.

Este ensinamento é antigo, mas o ser humanizado ainda acredita que precisa se agarrar a algo, ter referências no estágio atual de evolução. Isso é apego, é maya gerado pelo seu ego. Para se fazer a evolução não é preciso ter referência alguma, pois o retorno a pureza só acontecerá quando o ser humanizado não tiver mais referências nenhumas.

Mas você como ser humano ainda achará que precisa, mesmo depois de ler estas palavras e concordar com ela. Ainda buscará ler outras fontes, ir a reuniões e a sermões, frequentar centros ou igrejas. Só estará gerando mais mayas que um dia, em alguma encarnação terá que se libertar para poder voltar a ser puro.

Eu diria dentro de tudo que vimos hoje que qualquer ser humanizado, pela sua pureza intrínseca recebida geneticamente tem condição de se libertar e se atirar neste vazio. Mas a maioria absoluta não sabe disso, não vê isso. Prefere não se arriscar no nada Deus e confiar no tudo cultural que pode ser percebido pelos órgãos do corpo.

É por isso que eu continuo falando e conversando sobre as coisas da vida.

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O individualismo e o universalismo

Pergunta: o universalismo é uma forma de desapego, correto?

O universalismo não é uma forma de desapego, o resultado do desapego.

O universalismo ocorre quando diversas individualidades se reúnem e criam um novo todo que passa a ser a individualidade de todas as individualidades que se reuniram para formar aquele todo. Vou dar um exemplo.

Na hora que você for uma individualidade sem individualismo se integrará perfeitamente a comunidade espiritual universal e com ela participará conscientemente de uma nova individualidade: o universo. Você será você, mas tudo que fizer, pensar, imaginar, estará, pensando, fazendo, imaginando como o todo universal e não como você apenas.

Tem algumas palavras e conhecimentos que são difíceis de explicar para vocês.

Vocês hoje fazem parte da individualidade universo, mas de uma forma individualista, pois ainda agem com ideias próprias: “eu não gosto daquilo, se o universo gostar o problema é dele, eu continuo não gostando”.

Pergunta: me confundi toda agora com essa resposta.

Compreender o universalismo é realmente muito difícil para os seres humanizados. Ele ocorre quando o objetivo do grupo é total para você e você não tem nenhum objetivo individual no grupo. Deixa de ter querer, vontade, de achar qualquer coisa e passa a viver o querer, a vontade e o achar grupal como seu Isto é universalismo.

Hoje o ser humanizado não consegue fazer isso porque está preso no raciocínio individualista: pensando a partir do eu. Por mais que ele goste, que se afine com as ideias do grupo, sempre coloca objetivos e paixões individuais na sua participação neste grupo. Quando você chegar na consciência universalista estará raciocinando coletivamente e aí viverá os objetivos e paixões do grupo e não os seus.

Diríamos assim. Quando existe o universalismo há uma inteligência grupal que raciocina pelo todo. Esta inteligência grupal, no caso do universo, é o próprio Deus que raciocina pelo todo. Todo espírito já vive isso quando vivencia o faça-se de Deus, mas enquanto tiver o raciocínio individual (o maya, as ilusões) a partir do eu (acho sei, gosto) não vive o universalismo.

Pergunta: mas, os grandes cientistas descobridores agiram em termo de individualismo e trouxeram grandes progressos para a humanidade, não foi?

Não. Os grandes descobridores, os grandes cientistas, não descobriram nada porque não há nada a ser descoberto: tudo existe e é criado por Deus. Deixe-me dizer uma coisa: o que há para ser descoberto no universo? Deus sabe tudo, conhece tudo, criou tudo. Não há incógnitas no universo.

Eu diria que os grandes descobridores foram instrumentos para trazer a informação das criações de Deus. Eles não descobriram nada: foram apenas portadores daquilo que Deus queria que fosse trazido à luz da humanidade.

Agora, se eles agiram assim com individualismo, trouxeram o ensinamento de Deus, mas para eles, em termo de evolução espiritual nada serviu esta missão. No entanto, outros trouxeram grandes descobertas e não tiraram patente, direito autoral do que descobriram. Esses trouxeram a informação de Deus igual aos primeiros, mas se elevaram no seu trabalho dentro da ação de Deus como conversamos hoje.

Pergunta: eles encontraram o caminho para a descoberta, mas a título individual. É isso?

Eles não encontraram nada: Deus deu o caminho. Tudo nasce do faça-se divino. Se Ele não quisesse que eles descobrissem nada, nada seria descoberto.

Então, não foram eles que descobriram nem que percorreram o caminho: Deus revelou através deles. Esta visão sobre as descobertas científicas está no Livro dos Espíritos quando o espírito da verdade afirma: Deus pode ampliar conhecimentos de acordo com Sal vontade, através da ciência ou não, para o avanço da humanidade em todos campos.

Já ali estava afirmado: não é nenhum cientista que descobre, mas sim Deus quem amplia os conhecimentos através do cientista.

Isso precisa ficar bem claro. Sem esta compreensão das coisas o homem seria mais forte que Deus. Descobria coisas fora da sua época e aí este teatrinho que vocês chamam de vida existira como realidade.

Já pensou quantos carmas deixariam de existir se o homem tivesse descoberto a penicilina um século antes? Não pode descobrir, pois neste caso os carmas poderiam deixar de ser vivenciados e sem eles o universo não tem razão de existir: ele só existe para a realização dos carmas.

Se o homem tivesse descoberto a cura da Aids como ficaria o carma dos que passam por esta doença? Já pensou se na guerra dos bárbaros houvesse bomba atômica? Que holocausto. Realmente o homem não pode descobrir nada sem que o Supremo Comandante dos carmas decrete pelo Seu faça-se.

Pergunta: realmente é difícil se imaginar como será o mundo de Regeneração. É melhor viver este de provas e expiações que Já está difícil compreender.

Isso, vá vivendo este mundo, mas comece a colocar em prática o desapego, senão não conseguirá viver nunca no mundo de Regeneração.

Mesmo que não consiga se desapegar de tudo, vá caminhando no sentido do desapego porque esse caminho preparativo para próxima vida. Quem não estiver neste caminho, estiver apegado no mundo material, terá que renascer no mundo onde este apego é generalizado.

Pergunta: O fato de termos consciência de que o espírito não faz nada é só canal de Deus, já mata a nossa arrogância de realizador de coisas no plano material, astral, mental e búdico.

Isso. É isso mesmo, você está certo.