Comunhão com Deus-Textos-1-A razão

Enfrentar a razão

Portanto, a reforma íntima se consiste em enfrentar a razão que você tem hoje avaliando o que nela é fruto das poluições que o Espírito da Verdade elenca para retirá-los e com isso viver com uma razão não poluída, uma razão que contenha verdades fundamentadas nos ensinamentos dos mestres. E este é o grande o problema para o ser humanizado.

Como Buda ensina, você é o seu pior inimigo. Todos estão ansiosos para modificar o mundo e não a sua própria razão. Todos querem mudar todas as coisas existem para que satisfaça a sua própria razão e não modificar-se internamente. No entanto, a necessidade de enfrentar a sua própria razão é ensinamento de todos os mestres.

Cristo, ao falar com os professores da lei, afirmou:

“Ai de vocês, professores da lei e fariseus, hipócritas, pois lavam o copo e o prato por fora, mas por dentro estes estão cheios de coisas que vocês conseguiram pela violência e pela ganância. Fariseu cego! Lave primeiro o copo por dentro e então a parte de fora ficará limpa também”.

“Ai de vocês, professores da lei e fariseus, hipócritas, pois são como túmulos caiados de branco, que por fora parecem bonitos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de podridão. Por fora vocês parecem boas pessoas, mas por dentro estão cheios de mentiras e pecados”. (Mateus, 23, 25 a 28)

Professores da lei são todos aqueles que acreditam nas informações que a razão chama de verdades. Por causa desta crença compactuam com a razão quando ela cobra dos outros que possuam a mesma verdade. Acreditam ainda na razão que afirma que isso é feito por amor. Qual o que; por dentro estão cheios de podridão, ou seja, estão cheios de intencionalidades individualistas. Como nós veremos, o que eles querem é apenas defender suas posses, paixões e desejos. O que querem realmente é vencer o outro. Esta é a intencionalidade real que está presente na razão poluída e que o ser humanizado vivencia quando não enfrenta a razão para despoluí-la.

Como afirma também Cristo no Evangelho de Tomé: vocês se olham no espelho e admiram o externo, mas será que teriam coragem de ver o seu interno. Eu acho que não. Os seres humanizados não têm coragem de enfrentar a sua razão, mesmo quando sabe que ela está cheia de ossos de mortos, ou seja, daqueles que vocês retiram a felicidade obrigando-os a aceitarem o que a sua razão lhes diz que é o certo.

Eu fico estupefato quando conversando com seres humanizados que acreditam no processo encarnatório (espíritas, espiritualista, umbandistas) falo que os acontecimentos desta vida são fruto do que fizeram em encarnações anteriores. Normalmente eles não aceitam isso. Acham que a menina que foi morta não tem nada ver com carma de existências anteriores. Acreditam que um bandido agiu por livre vontade. Será que eles não sabem que todas as existências estão interligadas e o que se faz em uma cria reflexos (carmas) para a próxima? Claro que sabem, mas não admitem, pois se fizessem isso teriam que não acusar quem age diferente do que a razão deles acusa como errado. Como não querem perder a posição de sábio, de conhecedor da verdade, preferem ignorar aquilo que dizem que acreditam.

Quando para esses acontece alguma coisa que a sua razão diz que não deveria, ao invés de colocar aquilo que dizem acreditar em prática e com isso viver a sua situação carmática, preferem compactuar com a razão poluída e acusar o agente da situação que ele mesmo provocou com suas ações nesta ou em outra existência. Agem sempre como se não tivesse carma, como se esta fosse a sua primeira encarnação ou como se nunca tivessem errado ao longo de existências anteriores.