Comunhão com Deus-Textos-1-A razão

O grau de elevação dos espíritos no orbe terrestre

O ser humanizado não tem coragem de enfrentar suas criações mentais porque tem medo do que a perda constante da razão pode lhes trazer: a depressão da dor. Porque a razão poluída sempre lança emoções de dor para aquele que perde a razão, que nunca se sobrepõe ao outro? Porque como iremos ver a sua intenção básica é ganhar, vencer. Como esta intencionalidade está presente no nível de elevação de todos aqueles que encarnam no planeta Terra, eles não conseguem se libertar desta emoção. Pelo medo de viver o sofrimento, então, não tem coragem de enfrentar a razão humana e perder a razão, o estar certo.

Mundo de provas e expiações, como ensina o Espírito da Verdade, é uma reunião de espíritos que possuem a mesma afinidade. A afinidade caracteriza o grau de elevação dos espíritos atual é marcada pelo egoísmo pelo desejo de vencer, de obter vitórias, como está ensinado pelo Espírito da Verdade (pergunta 913 de O Livro dos Espíritos). A razão humana poluída, portanto, espelha este grau de elevação dos espíritos justamente para que eles possam provar a si mesmos que superaram esta intencionalidade. Daí eu afirmar que o trabalho de reforma íntima se marca pelo enfrentamento da razão.

Sabe, não dá para reformar nada imaginando que se é puro, certo, bom. Se fosse, porque estaria encarnando num mundo de provas e expiações? Para que se promova a reforma íntima é preciso que o ser humanizado se conscientize de que ele precisa mudar alguma coisa e esta é o egoísmo, que segundo o Espírito da verdade na pergunta 913 é o vício mais radical e que dá origem a todos os outros.

Para realizar o trabalho da reforma íntima e com isso aproximar-se de Deus e viver a felicidade que Ele tem prometido, a primeira coisa que um ser humanizado precisa fazer é conscientizar-se de sua posição no mundo dos espíritos. É preciso se conscientizar que ele está entre estes seres (afinidade) porque quer sempre ganhar, estar certo, saber o que deve ser feito. Só a partir desta conscientização pode, então, enfrentar a sua razão que é formada justamente por estas características como iremos ver.

Aliás, não é a toa que todos os mestres ensinaram como caminho o serviço ao próximo, o libertar-se de suas posses, paixões e desejos. Se eles mostraram estas atitudes como caminho é sinal de que os seres humanizados no seu íntimo agem de forma diferente. Esta é a consciência que pode lhes fazer trabalhar no sentido de mudar alguma coisa em suas existências. Sem ela, continuarão atendendo os reclames da razão poluída e acharão que estão fazendo algo produtivo no sentido da aproximação de Deus.

Todos aqueles que acreditam na existência da vida depois da vida sabem que a existência é uma encarnação onde é necessário realizar o trabalho da reforma íntima para alterar a sua situação atual no mundo dos espíritos, mas ninguém quer mudar nada na sua razão. Todos estes sabem que este trabalho não gera lucros materialmente e por isso ninguém está disposto a abrir mão da sua própria razão.

Para estes, um ensinamento de Cristo:

“Quem ouve esses meus ensinamentos e lhes obedece é como um homem sábio que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes e o vento soprou com força contra aquela casa. Porém ela não caiu porque havia sido construída sobre a rocha”.

“Quem ouve esses meus ensinamentos e não lhes obedece é como um homem sem juízo que construiu a sua casa na areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes e o vento soprou com força contra aquela casa. Ela caiu e a sua destruição foi completa”. (Mateus, 7, 24 a 27)

É, falando popularmente, para quem não despolui sua razão e com isso não cede a razão (a verdade, o certo) para o próximo, a casa cai. Isso porque tudo aquilo que é amealhado nesta vida aqui permanece e o espírito chega ao outro mundo completamente destruído, sem nada que possa lhe ajudar a alterar o seu nível dentro da escala espiritual.