Comunhão com Deus-Textos-1-A razão

As falsas realidades da razão má educada

A má educação da razão que o ser vivencia durante a encarnação, ou seja, a razão que é formada por valores humanos, acaba gerando algumas falsas realidades. Isso porque ela trata o valor humano como absoluto, ou seja, o usa como fiel para dizer o que é real e o que não é, o que é certo e o que não é. Um exemplo disso é a questão da vida em outros planetas...

Apesar de O Livro dos Espíritos dizer que há vidas em todos os planetas do Universo, já ouvi muito espírita e espiritualista falar que não existe vida na Lua ou em Marte. A razão que eles usam para dizer isso? A falta de oxigênio...

Para a razão humana a vida existe apenas nos lugares onde sejam satisfeitas as condições de existência impostas à massa carnal do planeta Terra. Mas, será que a vida existe apenas na forma humana? Porque não pode haver outras formas que habitem princípios inteligentes e que não precisem das condições humanas? Além do mais, como já vimos, a matéria universal é o fluído cósmico universal. É a múltipla forma que este elemento se combina consigo mesmo que dá origem às matérias como o ser humanizado percebe. Será, então, que o fluído cósmico universal é capaz apenas de formar corpos que abriguem princípios inteligentes se ele estiver combinado da forma que vocês chamam de humana?

Tudo o que falei nesta análise está em O Livro dos Espíritos, mas a razão má educada dos espíritas e espiritualistas acredita preferencialmente na ciência. Será que ela nunca leu nos ensinamentos do Espírito da Verdade que a ciência só pode descobrir o que Deus lhe permite?

“17. É dado ao homem conhecer o princípio das coisas? Não, Deus não permite que ao homem tudo seja revelado neste mundo”.

“18. Penetrará o homem um dia o mistério das coisas que lhe são ocultas? O véu se levanta a seus olhos à medida que ele se depura; mas, para compreender certas coisas, são-lhe precisas faculdades que ainda não possui”.

“19. Não pode o homem, pelas investigações científicas, penetrar alguns dos segredos da natureza? A ciência lhe foi dada para seu adiantamento em todas as coisas; ele, porém, não pode ultrapassar os limites que Deus estabeleceu”. (O Livro dos Espíritos)

Ao falar da pretensão da razão do ser humanizado (ser o original das coisas do Universo), me lembrei de uma história interessante. Durante uma palestra tinha uma mocinha sentada ao meu lado e para chamar a atenção dela para a questão que estamos conversando, perguntei: ‘você acredita, como está na Bíblia, que foi feita à imagem e semelhança de Deus’? Ele me disse que sim. Então, lhe pedi um favor: ‘você pode emprestar sua tesourinha para Deus cortar as unhas Dele’? É claro que Deus não tem unha, mas para que a razão de vocês fosse certa deveria ter, pois acreditam que o Pai tem a mesma forma humana de vocês e não que vocês, espíritos, tenham a mesma forma de Deus.

Será que depois de tantos anos convivendo com os ensinamentos espíritas e espiritualistas não sabem que o espírito não possui a forma humana? Será que nunca leram em O Livro dos Espíritos que o espírito é apenas um princípio inteligente, um brilho (perguntas 23 e 23a)? Os espíritos são criados à imagem e semelhança do Pai, mas não do ser humanizado. A forma humana nada tem a ver com a forma de Deus.

Aliás, nesta questão da forma há outras falsas realidades que a razão mal educada cria e que vocês acreditam. Vamos falar dela...

Se perguntar para espíritas e espiritualistas se já perceberam pela visão ou pela audição espíritos, certamente encontrarei muitos que responderão que sim. Só que o Espírito da Verdade afirma que o espírito para o ser humanizado é um nada (pergunta 23a). Como se consegue ver ou ouvir algo que nada representa para quem está tendo contato com ele?

Na verdade o que a razão está vendo é o perispírito e não o próprio espírito. O que ela está percebendo é a substância vaporosa que cobre os espíritos e não eles mesmos. Mas, perguntariam vocês, isso faz diferença? Muita... Vamos ver isso...

O fato de um ser humanizado se considerar capaz de ver espíritos dá chance à razão má educada a explorar no médium a soberba. Ela afirma que ele é capaz de realizar coisas como a cura de outras pessoas e o insufla a considerar-se melhor por conta disso. Mas, se o próprio Cristo diz que é a fé do ser humanizado que o cura, será que alguém pode se dizer capaz de curar? Ela afirma que o médium é um curador, mas a pergunta hum de O Livro dos Espíritos afirma que Deus é a Causa primária de todas as coisas e o comentário de Kardec à pergunta 9 afirma que “quaisquer que sejam os prodígios que a inteligência humana tenha operado, ele própria tem uma causa e, quanto maior for o que opere, tanto maior há de ser a causa primária”. Portanto, é real a vaidade e soberba dos médiuns?

Outra coisa que a razão explora para dar ideias que sirvam de provações para os espíritos encarnados quando eles exercem a função de médium é a comunicação com aqueles que já se foram para obter informações sobre o mundo espiritual. Já repararam que os seres humanizados se comunicam com reis, rainhas, cantores ou outros que cujo nome já foi imortalizado por obras anteriores. Nenhum espírito que a razão humana afirma estar em contato é um Joaquim, mas todos são Bezerra da Silva ou Ramatis. Mesmo movendo-se à velocidade do pensamento, certamente os espíritos que viveram estes personagens durante uma de suas encarnações não conseguiriam atender a todos os médiuns que afirmam contatar-se com eles.

Mas, como o ser humanizado médium sabe com qual espírito está se comunicando? Por causa da forma do perispírito. Acontece que em O Livro dos Espíritos é dito que qualquer ser universal pode moldar o seu perispírito para que ele se torne um instrumento perfeito da missão que tenha que executar. Será que por trás dos Ramatis ou dos Bezerra da Silva que os médiuns entram em contato não estão espíritos que viveram uma encarnação onde foram simples analfabetos? Se isso é possível, porque deixar-se levar pela exaltação que a razão mal educada faz destes seres humanizados?

Eis aí, portanto, algumas falsas realidades que a razão mal educada cria e utiliza para poder gerar a provação do espírito. Cabe ao ser humanizado manter-se fiel ao que crê e não deixar-se levar por ela...