Reforma íntima - Textos - volume 07

Respostas das provas

Se a provação do espírito depende da sua escolha entre o bem e o mal, o que é cada uma destas coisas? Vamos compreendê-las. Comecemos pelo bem...

Todo espírito nasce simples e ignorante. Para instruir-se ele vive o processo de elevação espiritual. Como já vimos, este processo leva o espírito a alcançar a perfeição. “Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade” (O Livro dos Espíritos, pergunta 115).

Sendo isso verdade, a opção moral pelo bem é a escolha de qualquer elemento que faça o espírito viver a pura e eterna felicidade. Agora repare, não é uma felicidade qualquer, mas a pura e eterna.

Os seres humanizados lidam mal com a questão da felicidade, pois a confundem com o prazer. O prazer é um gozo fugaz e grosseiro que não leva o espírito à alcançar à perfeição, a elevação espiritual. Mas, o que é o prazer? A satisfação de ver seus anseios atendidos...

Toda vez que um acontecimento espelha um anseio do ser humanizado este se considera feliz, mas na verdade está apenas tendo prazer. Esta felicidade não é aquela que se alcança com a perfeição, que é o bem. Sendo assim, então, ela é o mal.

Optar pela busca do prazer ou de uma felicidade pura e eterna são as opções que o espírito pode ter a cada acontecimento da sua existência humana. Optando pelo prazer estará fazendo a opção pelo mal e com isso não obterá aprovação no seu exame e terá que novamente realizar uma provação sobre o tema que estava presente no acontecimento; optando pela felicidade pura e eterna (que pode ser representada nesta vida pela consciência de estar em paz e harmonizado com os acontecimentos do mundo), ele é aprovado e se torna apto a continuar seus estudos sobre este aspecto da existência universal.

Mas, de onde surgem os desejos? Do egoísmo...

“913. Dentre os vícios, qual o que se pode considerar radical? Temo-lo dito muitas vezes: o egoísmo. Daí deriva todo mal”. (O Livro dos Espíritos)

Agir egoisticamente não é necessariamente prejudicar alguém, tirar algo de outra pessoa. Agir egoisticamente é priorizar os seus interesses acima de qualquer coisa. Todo aquele que prioritariamente acha importante defender suas vontades e posses é egoísta, mesmo que a humanidade veja de forma diferente a questão da defesa do que é seu.

A humanidade não acha que é egoísmo defender aquilo que cada um considera como seu. Ao contrário: acha válido defender seus interesses. Até mesmo aqueles que se consideram buscadores da elevação espiritual pensam assim. Não deveriam, pois o Espírito da Verdade ensinou assim com respeito a propriedades particulares:

“881. O direito de viver dá ao homem o de acumular bens que lhe permitam repousar quando não mais possa trabalhar? Dá, mas ele deve fazê-lo em família, como a abelha, por meio de um trabalho honesto, e não como egoístas”. (O Livro dos Espíritos)

Tudo que um ser humanizado possui sobre sua guarda é para ser compartilhado com todos e não defendido egoisticamente. Aquele que o defende, não cumpre, então, aquilo que os espíritos orientam que deve ser realizado para se alcançar a perfeição.

Aí estão, portanto, as duas opções que o espírito possui a cada acontecimento de sua existência: a opção pelo bem ou pelo mal, pela felicidade pura e eterna ou pela defesa de seus interesses que o levará apenas a vivencia do prazer.

Quem opta por estar em paz e harmonia consigo e com o mundo demonstra sua submissão às provas e chega mais depressa à meta que lhe foi assinada; quem opta pela defesa de seus interesses se desarmoniza consigo e com os acontecimentos, objetos e outras pessoas do mundo terrestre murmurando, ou seja, rebatendo ao taque aos seus bens. “Pela falta em que desse modo incorrem, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade” (O Livro dos Espíritos, pergunta 115).

Estes terão que reencarnar e viver acontecimentos que espelhem mais uma vez uma afronta às suas posses e com isso ter nova oportunidade de optar entre o bem e o mau.