Reforma íntima - Textos - Volume 10

Espírito e corpo

Quem ainda não deixou de gostar de alguém e depois passou a gostar? O desgostar pode ter sido motivado por verdades repassadas por outras pessoas. Através do raciocínio e das informações recebidas, fazemos um julgamento; mas quando adquirimos conhecimento, ou seja, vemos que a informação estava errada, alteramos nossa verdade.

Dessa forma, o parecer inicial não poderia ser verdade porque verdade não se altera. Se a verdade um dia se transformar em mentira é porque nunca foi verdade, pois para sê-la, tem que valer por toda a eternidade.

As verdades ditadas por fatos que se está presenciando ou que estão acontecendo, são sujeitas às nossas interpretações. Ver uma pessoa atirar em outra e matá-la, pode não ser uma verdade, pois ainda não se conhece os motivos dos disparos. A pessoa tanto pode estar matando a outra, como também pode estar agindo em defesa própria. Mesmo o que se vê está sujeito à interpretação de quem vê.

Tudo o que se sujeita a uma interpretação, que se sujeita a conhecimentos, não pode ser definitivo. A começar pela maior mentira que uma pessoa pode acreditar como verdadeira: a carne que o espírito ocupa.

As pessoas acham que esta carne é ela, mas um dia, com toda certeza, a carne irá acabar e a pessoa não. Ninguém, por mais que acredite no mundo espiritual, consegue se ver sem a carne. Por esse motivo o perispírito tem a mesma forma da carne. Assim, a ilusão de forma permanece.

Essa é a maior mentira na vida de uma pessoa. A própria carne que o espírito veste e que acha que nunca acabará. Um dia, certamente, acabará. Ela se transformará e as pessoas continuarão vivendo sem ela. O espírito é a verdade eterna, a carne é a mentira da vida. Não importa o sexo nem a forma encarnada agora, pois o espírito, o dom do raciocínio e o poder da inteligência são eternos. O espírito nunca morrerá, porque é de Deus. Tudo que se origina Dele é verdade.