Reforma íntima - Textos - Volume 10

Apelo de um irmão

Espíritas, aos senhores quero dedicar principalmente estas palavras, mas elas também devem ser lidas com muito cuidado por católicos, evangélicos, budistas, islâmicos, judaicos, umbandistas, quimbandeiros e todos os demais freqüentadores de religiões existentes no planeta.

O grupamento espiritual que está trazendo estas palavras o faz com ordem de Nosso Senhor Cristo, Governador Geral do planeta Terra, deste sistema solar. É com sua ordenação e permissão que pudemos comparecer ao mundo dos encarnados e trazer os ensinamentos que agora estão sendo transmitidos. Assim sendo não poderíamos nunca nos diferenciar do que Ele pregou.

Uma das mensagens que Cristo deixou bem clara e consta dos livros sagrados é a seguinte: “não vim para mudar as leis já ditadas pelos profetas, mas sim atualizá-las”.

Todos os ensinamentos passados pelo plano espiritual valem até um determinado conhecimento científico material do ser humano. Quando se alcança novo patamar de conhecimento, deve o mundo espiritual aprofundar-se nos ensinamentos.

Como poderia Cristo explicar aos seres humanos do mundo pré-cristão sobre “energias”, se o que eles conheciam era o lampião a óleo? Desta forma, tinha Ele que dizer que ninguém acende um candeeiro para esconder dentro do armário. Havendo o conhecimento, mesmo rudimentar da energia elétrica, pode o mundo espiritual trazer novas informações.

Apareceu Kardec com as informações sobre energias e ondas eletromagnéticas e já se poderia dizer que não se acende uma lâmpada elétrica dentro do armário. Hoje a fissão nuclear já é capaz de criar novas energias e as velhas lâmpadas incandescentes, que mais pareciam objetos voadores não identificados ao tempo de Kardec, começam a virar peças de museu substituídas pelas possantes lâmpadas de halogênio.

Já podemos mudar o enunciado da lei para: “não se acende um holofote sem projetar a sua imagem no céu”.

Por este motivo nem Kardec nem os demais profetas trouxeram a totalidade dos conhecimentos do mundo espiritual. Nem nós podemos fazê-lo, pois existem ensinamentos que não possuem palavras para serem definidos e outros que não seriam compreendidos, mesmo com as palavras existentes.

Desta forma, não estamos aqui para rasgar as leis existentes nem negar os profetas, Cristo, os apóstolos, Kardec, Mohamed ou qualquer outro mensageiro do plano espiritual. Estamos apenas complementando informações ou atualizando-as, conforme o caso.

Portanto, nossas informações não podem e não estão em desacordo com tudo o que foi dito até hoje pelo mundo espiritual. Se chegássemos à presença dos irmãos encarnados e disséssemos que o preto virou branco e vice-versa seria uma prova de nossa incapacidade para o que estamos fazendo.

Kardec ensinou ao espírito como se deve proceder em caso de novas verdades: verificar se as novas informações trazidas passam pelo crivo da razão. Se houver fundamento lógico e não alterarem a base passada ao longo dos anos pelos interlocutores mandados pelo plano espiritual, deve o espírito na carne acreditar como real.

Baseado nesta premissa conclamo os espíritos de todas as seitas a fazerem uma análise mais profunda dos ensinamentos deste material e dos outros produzidos sob a tutela do Espiritualismo Ecumênico Universal.

Aos mais enraizados na sua fé lembramos sempre as palavras de todos os mestres, desde Cristo a Kardec, que prometeram a vinda de novos espíritos como continuação de sua obra.

Cristo prometeu o “Espírito da Verdade” sempre que fosse preciso, Kardec informou que sua obra continuaria mesmo após sua volta ao mundo espiritual. Portanto, aqueles que se fecham em casulos sem buscar novos ensinamentos estão negando palavras dos próprios mestres.

A única diferença entre este trabalho espiritual e os gerados durante a vinda dos profetas, Cristo, apóstolos ou missionários espirituais é que desta vez não haverá a necessidade da encarnação de qualquer mentor para executá-lo.

Os trabalhadores do Espiritualismo Ecumênico Universal não são profetas ou apóstolos. Eles apenas cumprem a função de amplificadores do som produzido pela Academia Superior de Ciências Espirituais.

Este detalhe só vem confirmar o que o Comandante do Grupamento Espiritual que recebeu a missão da divulgação destes ensinamentos informou no seu manifesto: o comando do novo mundo será do plano espiritual e não mais de encarnados.

O momento da evolução espiritual no planeta não aceita mais que a fé seja conquistada por comprovações materiais e por isso se um apóstolo viesse hoje à carne, cairia no descrédito, como algumas almas benditas caem.

Se muitos que dedicam a sua vida a fazer o bem do próximo são chamados de hipócritas, que dirá aqueles que dissessem falar em nome de Cristo ou de Deus diretamente?

Desta forma, é necessário que os ensinamentos sejam transmitidos unicamente pelo plano espiritual por mensagens mediúnicas ou psicofônicas e que a direção das coisas espirituais, a partir do novo mundo, estejam diretamente subordinadas a Deus.

É o fim dos “representantes” encarnados de Deus: o papado, o bispado, os líderes religiosos encarnados, os monges, etc. É o fim da dominação do mundo religioso pelos encarnados eleitos para serem mensageiros do Senhor e que se transformaram em mensageiros do seu próprio querer.

Como Cristo, conclamamos, principalmente, aos senhores dos templos a abandonarem seus estudos sem prática. Conclamamos estes senhores a desenraizarem-se dos conhecimentos individualizados que possuem e universalizá-los, dando as mãos aos outros senhores de templos diferentes.

É preciso que todo o comando das religiões desça de sua falsa onipotência dando mãos a todos os habitantes do planeta para procurarem a união e a força em Nosso Senhor Cristo, nosso irmão maior e querido e a Deus, nosso Pai Criador.

Dirijo-me, principalmente, aos espíritas, pois estes deveriam ter uma compreensão maior do universo do que os outros, uma vez que foi a sua falange espiritual que fez algumas atualizações do conhecimento das coisas espirituais recentemente.

Outras religiões ainda seguem ao pé da letra códigos religiosos arcaicos, feitos para pessoas que andavam em lombo de burro e mal conheciam o poder do fogo.

Os espíritos conclamados a militar na falange espírita foram os primeiros a serem alertados da necessidade constante da atualização dos ensinamentos recebido e agora também se transformaram em velhos monastérios, em fieis defensores de uma verdade que não é mais atual.

Posso afirmar isso com segurança, pois trabalhei durante algum tempo junto com a falange kardecista nos centros espíritas. Víamos o orgulho destas pessoas em intitularem-se as mais instruídas nas coisas espirituais, portanto imaginando-se as mais elevadas.

Sentíamos a sua prepotência em julgarem-se melhores que os seus irmãos de outras religiões uma vez que um micronésimo a mais lhes tinha sido revelado.

Nada podíamos fazer na transmissão de informações deste tipo aos irmãos daqueles templos, pois não havia a autorização de Cristo para assim procedermos. O plano espiritual não pode alterar o livre arbítrio dos espíritos encarnados, principalmente quando ele se diz guia ou mentor de outros espíritos.

Para isto Cristo deixou os ensinamentos para os professores da lei na Bíblia Sagrada. Mas, como alcançar estes ensinamentos se a própria Bíblia é marginalizada por estes senhores?

Por este motivo, hoje no umbral é grande o número de espíritos que estiveram em sua última encarnação como dirigentes de casas espíritas. Antes nesse local podiam ser vistos em grande número os padres e dirigentes evangélicos, mas hoje os líderes de casas espíritas também abundam neste estado de espírito.

Enquanto isso, os trabalhadores de última hora, aqueles que procuram não se enraizar em conhecimentos, mas amar a Deus acima de todas as coisas, cada vez mais encontram a felicidade universal.

Senhores da lei, detentores da “verdade”, analisem a mudança comportamental do plano espiritual trabalhador da religião espírita.

Antes os ensinamentos eram mais técnicos do que doutrinários. Kardec desvendou o desconhecido e as suas relações com o conhecido. André Luís continuou esta obra, mas hoje as transmissões espirituais dos falangeiros desta religião são só doutrinárias. Trazem romances ou mensagens que abordam o cunho doutrinário e não mais o técnico.

Quando se vê uma literatura espírita nova que busca desvendar as técnicas espirituais, o crédito da obra é dado a um encarnado, que apenas interpreta dentro dos seus conceitos as informações já passadas. Não são mais realidades espirituais, mas, me perdoe a palavra, um "achômetro" de encarnados.

Além disso, estas obras nada mais são do que meras repetições de toda interpretação que foi alcançada no século XIX. Ninguém se atreve a acrescentar nem uma vírgula à interpretação dada pelos senhores da lei com medo de serem “excomungados” da religião.

Kardec nos disse que o avanço da ciência é dado para o desenvolvimento em todos os campos, inclusive o moral. No entanto, todo avanço alcançado durante o século XIX pela ciência espírita não foi capaz de alterar um milímetro da interpretação que foi ensinada pelos senhores da lei do tempo de Kardec.

Por este motivo, a religião espírita, que poderia ser a diretora da mudança espiritual do planeta, não está trabalhando neste momento para este fim.

A vinda da alma bendita de Francisco Cândido Xavier para o Brasil foi o primeiro preparativo para esta liderança da religião. No entanto, os senhores da lei espíritas afirmaram que ele era “igrejista” uma vez que defendia uma nova interpretação para os textos do Pentateuco Espírita.

Os senhores do templo espíritas naufragaram quando se preocuparam em decorar os textos legais sem colocá-los em prática.

Apesar de todas estas palavras, não as interpretem como uma acusação ao espiritismo. Amo os ensinamentos de Kardec e os trabalhadores desta falange.

Meu objetivo com este texto é chamar a atenção dos senhores da lei que estão descumprindo os avisos dados pelo próprio Mestre que eles dizem seguir. Confira no Capítulo 23 (Jesus e os professores da lei) do Evangelho de Mateus o procedimento que Cristo afirma como “falsidade”.

Por estes motivos e nesta curta visão histórica, peço a todos que reflitam sobre as palavras aqui escritas. Elas são um desabafo que um espírito que até bem pouco tempo esteve entre vocês.

Destruam os conhecimentos enraizados, busquem novas informações, passem-nas pelo crivo da razão e depois verifiquem com os anteriores se houve alguma informação contraditória ou se apenas mais se detalhou a informação.

Façam isso por amor a si mesmo, façam isso por amor aos seus irmãos, façam isso por amor àqueles que lhe são confiados, façam isso por Cristo, façam isso pelo nosso Pai Supremo.