Senhor da mente - textos - livro 3

Versículo 41

Vamos, então, começar, ou melhor, recomeçar o estudo do Senhor da Mente. Vamos ao versículo 41.

“Ainda que julgue perscrutar os corpos materiais e do seu próprio pensamento saltem fora os atributos, o yogi, neste mesmo mundo, com sua percepção sempre fixa no ser, não se deixa afetar pelos atributos dos supostos corpos materiais, tal como o vento, que não se deixa afetar pelos aromas que transporta”.

Belíssimo ensinamento: o senhor da mente, ou seja, o yogue, aquele que busca e consegue a realização espiritual durante a vida carnal, apesar de estar percebendo um jardim florido, por exemplo, e apesar de a sua mente dizer que aquilo é belo, não se deixar contaminar, nem pela percepção, nem pelo pensamento e nem pela emoção. Por quê? Porque não está concentrado na Terra, na vida material. Está concentrado no ser, no universo, em Deus.

Esse é um grande ensinamento para quem quer ser senhor da mente. Ele coincide com o que Cristo ensinou: “meu reino não é deste mundo”. O senhor da mente domina a relação entre ele e a mente que o faz acreditar que a sua existência, ou sua vida, é composta por elementos materiais. Não aceita essa ideia como real porque para ele a vida material não vale nada. Não vale nada como vida, mas apenas como etapa da evolução espiritual.

Sabe, o ser lúcido, o homem lúcido, não se apega a valores da vida material. Não se apega a vida material apesar de ter percepções, pensamentos e emoções como todos os seres humanizados têm. Ele não cria raízes na terra porque a sua raiz está no reino do céu.

É como fala Krishna: “o ser lúcido, o homem lúcido, é como o vento, que transporta as mais variadas fragrâncias sem deixar de ser vento, sem se deixar contaminar por essas fragrâncias”.

Ninguém vive uma só vida. Vocês já foram homens, mulheres, homossexuais e heterossexuais. Já foram ricos e pobres, dominadores e dominados. Essas coisas são os aromas, as fragrâncias que você espírito ‘vento’ recebeu durante a sua existência. Por isso, para tornar-se lúcido precisam trabalhar para não deixar essa fragrância contaminar. Não deixar as verdades, os desejos, as paixões e as posses, que pertencem ao ego, contaminar a sua existência.

Resumindo, o senhor da mente precisa estar atento na sua relação com o ego para não deixar que as fragrâncias, dessa e de outras vidas, o contamine para que continue sendo como o vento: livre, leve e solto a cruzar os ares.