Senhor da mente - textos - livro 3

Versículo 46 - Ajudar o próximo

Agora podemos ter uma compreensão geral sobre o texto.

O que o Sublime Senhor afirma nesse versículo é que um sábio, um ser lúcido, aquele que sabe que era antes de existir, que necessariamente não veste batina ou manto, mas que é um ser humano comum que tornou-se senhor da sua mente, quando participa de uma ação onde alguém o acusa, xinga, briga, calunia, ofende, agride, mesmo que reaja no mundo externo, absorve toda a emoção negativa e não se deixa contaminar pelas razões que o ego cria. Ou seja, interiormente está em paz, mesmo que por fora esteja disfarçado. Mesmo que exteriormente haja uma resposta agressiva, por dentro está em paz. Essa paz auxilia a abrandar a queimação do outro.

Olha que maravilha. Outro dia me perguntaram como ajudar o próximo. Respondi e continuo afirmando: não há outra forma de ajudar o próximo a não ser se ajudando, realizando o trabalho de libertação das verdades do ego. Agindo assim, o ser alcança internamente um estado de espírito de equanimidade que é a única forma de ajudar o próximo.

Não há palavras, ideias, atos que possam ajudar o outro. Você pode dar dinheiro; o necessitado sai e vai tomar cachaça. Você pode dar um prato de comida, mas com isso não estará realmente ajudando o próximo: a única coisa que estará fazendo é ajudando a gerar matéria para fazer cocô. Pode falar palavras lindíssimas, mas se não tocar no coração do outro, não resolve.

A única coisa que resolve o problema do outro é tocar o coração dele. Só que fazer isso você tem que estar com o coração tocado, ou seja, por dentro precisa estar em equanimidade.

Belíssimo ensinamento, não?