O espírito e a vida humana

Tudo é prova

Respondidas as perguntas, vamos começar nossa conversa de hoje.

Falamos da vida humana para o espírito, mas ao fazer isso abordamos muito rapidamente de algo que agora me aprofundar mais: se toda atividade humana, seja física ou mental, é uma atividade espiritual, não podemos nos prender a ideia de que apenas a atividade física é um elemento da prova ou da missão do espírito.

Naquele momento foi feita uma pergunta longa sobre vontade e vou usá-la para conversar sobre o tema que falei pouco da última vez.

Vontade é algo que os seres humanos têm através da mente. É um raciocínio que expõe uma vontade. Não vou usar o termo cria, pois a mente não cria nada, mas apenas expõe o que Deus determina que chegue à consciência do espírito.

Ora, se a atividade de gerar um pensamento que cria uma vontade é humana, a vontade não é do espírito. Não sendo do ser, faz parte da provação e da missão que o espírito vivencia durante uma encarnação.

Ter vontade de qualquer coisa, desejo sexual, inveja, ganância, não são atividades do espírito. O ser universal não tem nada disso. Enquanto você, humano, está racionalmente vivendo um desejar, um querer possuir através da atividade mental, o espírito está, no mesmo momento, vivendo uma atividade espiritual.

A partir dessa constatação, posso entender que qualquer atividade mental, ou seja, atividade que acontece apenas no mundo interno de um ser humano, que não leva a uma atividade física, é espiritual. Sendo assim, tudo o que vem à mente do ser humanizado é prova e missão do espírito.

Esse é o primeiro detalhe que quero abordar hoje. Segundo: para que a atividade material seja completa, existem os elementos materiais, os objetos da matéria. Estes objetos não existem. Fazem parte da atividade material e por isso são instrumentos da prova e da missão.

Ora, se o desejar é uma prova para o espírito e para que ele ocorra é preciso que haja os elementos humanos, posso dizer que ninguém quer nada. A razão cria um objeto ilusório e cria uma vontade de ter para que a prova do espírito exista.

A partir disso, afirmo que a verdadeira compreensão sobre um ser humano que deseja algo é um espírito que está vivendo uma prova. O ser que vivencia essa prova pode apegar-se ao desejar ou amar a tudo e a todos. Apegando-se ao desejo viverá o desejar como real e com isso posso dizer que ele está desejando. No entanto, esse desejar do espírito não é realmente desejar, mas o resultado a uma provação.

Aplicando o mesmo raciocínio a outra atividade, digo que a crítica do ser humano a alguém não existe no mundo real. O ato, a atividade de criticar, é uma prova para o espírito. Aquele que se apega ao mundo humano vivencia isso como real, mas essa realidade é ilusória. Por isso não podemos afirmar que realmente existe.

Ficou claro o que estou querendo dizer? Tudo que o ser humano toma consciência, faça parte do mundo material, seja interna ou externamente, não faz parte do mundo real. Trata-se apenas de elementos da atividade da encarnação do espírito.