O espírito e a vida humana

Não acredite nas suas ideias sobre o espiritual

O umbral, portanto, é uma ideia humana, mas não só ele. Quando se fala em entendimento do que é espiritual, tudo o que é concebido pela mente humana também o é. As obsessões, por exemplo, também são criações de lógicas humanas e não realidades universais.

Um espírito não obseda o outro, ou seja, não se junta a outro para conduzi-lo à desgraça. Isso fica bem claro quando analisamos o início da mesma pergunta que acabamos de citar:

“... os espíritos se juntam por afinidade”.

Por isso, para que a obsessão, como vocês conhecem, exista, é preciso que os dois comunguem da mesma coisa. Se um deles não comungar, jamais estarão próximo. Sendo assim, jamais haverá um obsedando o outro.

Por causa disso afirmo: não há um espírito que consiga obsedar outro se não houver afinidade de ideias. Se isso é real, ninguém pode obsedar quem quiser.

Por isso, dentro dessa conversa que estamos abordando o valor das coisas espirituais para os seres humanizados, afirmo que precisam libertar-se de todas as ideias que têm até hoje sobre o universo espiritual. Oriento-lhes que não sejam como os seres humanos que acreditam na ideia da existência do umbral ou das cidades espirituais e tantas outras criações humanas para o mundo dos espíritos.

Como disse anteriormente, quem vive do mesmo jeito que alguém terá o mesmo fim. Se não viver diferente, não conseguirá resultado diferente.

Libertem-se da ideia da existência de um mundo espiritual onde haja ônibus espacial, casas, ruas, flores. Não acredite nisso, porque você é espiritualista, ou seja, vive para as coisas do mundo de lá e estes elementos são do mundo de cá, fazem parte das atividades humanas.

A humanidade, o ser humano, se fosse fiel ao que diz acreditar, deveria simplesmente dizer: ‘não posso saber nada sobre a outra vida’. O ser humano não pode saber como o espírito evolui, quem é, como age, onde mora ou como se comunica no Universo, pois como se diz espírita ou espiritualista acredita em O Livro dos Espíritos e lá está escrito que o ser espiritual para os humanos é um nada. Ter essa consciência demonstraria a fidelidade ao que afirma acreditar. Como não existe a fidelidade, afirma acreditar em O Livro dos Espíritos e ao mesmo tempo na existência do umbral ou das cidades espirituais.

O que estou fazendo aqui? Será que estou querendo que vocês humanos mudem a sua consciência sobre as coisas, ou seja, que deixem de acreditar na existência desses elementos? Claro que não. A consciência que a mente tem é uma atividade espiritual e ela só será mudada se Deus assim determinar.

O que estou fazendo, como, aliás, já disse diversas vezes, é falando a espíritos através de egos humanos. Estou mostrando ao ser universal que as ideias que a personalidade humana de agora está acreditando são hipócritas, são contrárias ao que ela mesma afirma crer. Estou mostrando ao espírito o quanto são falsas a sabedoria humana que está chegando agora à sua consciência primária.

Faço isso porque é parte da minha missão orientar o espírito que hoje está vivendo ligado à uma consciência humana. Essa missão existe porque o espírito que está nessa condição acredita no que a mente humana afirma.

Portanto, digo: espíritos, não acreditam nestas ideias.