7ª Conversa - Diversos temas

Loucura - O certo das coisas

Hoje, uma pessoa nos diz que convive com o marido e que por causa da doença dele, está tendo problemas no casamento. Será?

Será que é a doença do marido que está trazendo problemas? Será que é a visão da realidade dele que gera problemas? Ou será que o fato dela não aceitar a visão dele? Será que não é o fato dela se achar sã e por isso imaginar-se certa na interpretação das coisas?

Repare na diferença das coisas. O ser humano gosta de jogar a culpa em todos. Gosta muito de dizer que todos estão errados e só ele está com o passo certo. Por causa disso acha que todos os problemas da sua vida surgem porque o outro agiu, viveu, pensou, de forma diferente.

É aí que surge o problema. Ele não está na forma que o outro faz ou age. O problema surge em você quando chama de errado o jeito do outro ser.

É isso que o guerreiro da paz compreende. Como já falamos no início, ninguém pode lhe roubar a paz: você só pode perdê-la para seus inimigos internos.

Você só perde sua paz para o seu saber qual é o certo e o que deve ser feito. Você não perde a paz porque o outro vive de outro jeito, mas sim porque sabe que o jeito do outro viver é errado.

Isso não é novidade nessas nossas conversa. Estou falando em relacionamentos entre pessoas que não são classificadas como doentes e que imagina que devam se mudar, que a perda da paz só acontece porque você quer saber o certo. Porque quer que elas se mudem. Imagine, então, no relacionamento com aqueles que são declaradamente doentes? Com aqueles que imagina que não podem se muda, porque são doentes.

O desapego ao seu ‘certo’, ao seu ‘saber’, pelo amor que tem a uma pessoa que sabe que não pode ser diferente, deveria ser maior ainda, não? O amor, atenção, cuidado, respeito por quem classifica como doente deveria ser o suficiente para acabar com os problemas que aparentemente surjam por causa desta relação.