7ª Conversa - Diversos temas

Acessos de raiva - Trancado a sete chaves

Já falamos sobre isso. Falamos sobre apegos a pessoas queridas. O apego existe quando se tem uma importância muito grande para alguma coisa. É essa importância que acaba lhe levando a ter um desgosto maior em alguns assuntos do que em outros.

Ter essa consciência faz o guerreiro da paz também compreender outra coisa: a busca da libertação daquele elemento é muito mais importante e primordial do que do outro. Quando se fala em desapego, vocês aceitam se desapegar de determinadas coisas. Trabalham para a realização desse desapego. Só que há outras que você tranca a sete chaves para que ninguém ponha a mão.

Esse é um ponto que o guerreiro da paz tem muito claro: por mais que lute para se desapegar de algumas coisas, ele sempre tem dentro de si coisas trancadas, guardadas a sete chaves e que protege muito. Este reconhecimento é muito importante para o trabalho da paz, pois as coisas protegidas são inimigos muito fortes. Por isso precisarão de um trabalho muito grande de libertação. São coisas, que, diferente do que imaginam, têm que ser tratadas prioritariamente e não deixadas para depois.

Como vocês, seres humanos, querem sempre vencer e de preferência sem muita batalha, fazem o trabalho de busca de libertação das coisas que dão menos importância. Agindo assim acham que estão ganhando. Só não veem que com isso estão empurrando a sujeira principal para debaixo do tapete. Estão nutrindo inimigos que vão agir e contra os quais não terão armas para lutar.

O guerreiro da paz sabe disso. Por isso, por mais que doa perder coisas, esses apegos são os primeiros inimigos que ele ataca.

São aquelas convicções profundas. Estou falando do que aprendeu na escola, com sua mãe, do que a sociedade diz que é sagrado e religioso. Da sua curiosidade.

‘Eu sou um ser humano, sou curioso por natureza’. Este é o grande inimigo que vai lhe fazer contrariar fortemente. Precisa ser atacado de início. Se esse inimigo for contrariado, muito mais do que perder a paz, vão ter acesso de raiva. Podem, até, entrar em depressão.

Portanto, diferente do que fazem na limpeza dos seus armários – só pegam aquilo que não querem mais para jogarem fora – o trabalho da libertação para viver em paz começa se jogando fora aquilo que você acha extremamente importante. Aquilo que acha que não pode viver sem, que é imprescindível. Aquilo que acha que possui bases sólidas, que tem argumentos profundos.

É por aí que o guerreiro da paz começa o seu trabalho para viver em paz.