7ª Conversa - Diversos temas

Impor limites a criança - Limitar, sem gerar conceitos

Vamos começar esse tema por um ponto: é preciso impor limites às crianças? Eu responderia que sim.

‘Ah, Joaquim você não fala em liberdade? Você não fala que é preciso dar liberdade ao outro de ser, estar e fazer o que quiser?’ Sim, eu digo isso, mas ao mesmo tempo digo que é necessário impor limites às crianças, porque essa é a função do pai e da mãe.

Um pai e uma mãe existem para que trabalhando junto à criança ou ao espírito encarnado enquanto criança, construir um mundo mental que mais tarde vai servir de provação, de libertação àquele. Sendo assim, a função do pai e da mãe é exatamente a de impor limites. É dizer: ‘olha, não vai por ali, porque aquele caminho é perigoso’, ‘não faça isso, porque se fizer terá aquele destino’, ‘não toque aqui, porque se tocar vai queimar a mão’.

Essa é a função do pai e da mãe. Ao agir assim, eles vão construindo um mundo mental no filho. Essas informações vão sendo absorvidas pela mente estabelecendo verdades que mais tarde vão servir de provas.

Então, sim, é preciso que pai e mãe imponham limites. Mas, a questão não para só em impor ou não limites. Há a questão da geração do certo e errado. Eu afirmo que os pais devem impor limites aos filhos, mas sem levar a criança à formação de conceitos certo ou errado sobre as coisas. Vamos entender isso ...

Quando é que você transmite ao seu filho o conceito de certo ou errado? Quando diz: ‘fazer isto é errado’, fazer assim é certo’. Isso não deve ser feito, pois gera um código que servirá futuramente para julgamento dos outros.

Portanto, se você não classificar o limite que está impondo como o certo ou o errado, estará impondo limites sem formar nos seus filhos os conceitos que mais tarde o fará quebrar os ensinamentos dos mestres.

Reparem nos exemplos que usei antes. Impus um limite (não vá por aí) e mostrei um novo caminho, tudo sem dizer que um caminho era o certo e o outro o errado. Criei limites para um filho sem classificar nada como certo ou errado, nem o próprio caminho. Quando disse que o caminho era perigoso, não disse que era errado: apenas mostrei uma probabilidade do final daquele caminho.

Se uma pessoa no mundo de hoje anda de madrugada na rua, está sujeita a acontecer determinadas coisas. Isso é uma probabilidade que pode ser abordada na limitação que os pais impõem. Não é ensinar ao filho que é errado ficar na rua à noite, mas que fazer isso pode leva-lo a determinadas consequências.