7ª Conversa - Diversos temas

Loucura - O amor supera tudo

Participante: percebi que essa intenção de consertar o mundo é egoísmo. É querer impor o seu certo, é hipocrisia. A única coisa que tenho feito é reparar nessas proposições da mente e tentar não me enredar nas historinhas e sonhos que ela apresenta. Às vezes é difícil apenas observar isso sem se envolver, causa uma certa aflição ...

Qual seria o sofrimento de quem convive com uma pessoa que possui uma doença dita mental? Por exemplo o caso do bipolar? Querer sair e não poder, poder conviver mais com as pessoas. Quem tem alguém com essa doença fica com medo do outro agir de uma forma estranha e as pessoas repararem. Por isso evita o contato com outras pessoas.

Pode ser ainda que por causa da doença o outro vira a cara para você em determinados momentos. Pode haver outros em que responde com mais aspereza, que não trata com carinho. Mas, querer que aconteça o que você quer não é egoísmo?

Ou seja, todos os contratempos que podem ser causados por uma pessoa com doença bipolar estão fundamentados no egoísmo. Em um querer individual, em uma busca de satisfação individual.

Agora, se está nessa relação se imagina que haja amor, não? Será que o seu amor por ele não suplanta essas decepções? Será que seu amor não é suficiente para entender que ele possui uma forma de ver diferente?

É isto que estou querendo levar a vocês. Quando nos relacionamos com alguém que pensa diferente, por motivo de doença ou não, precisamos ter muito cuidado em usar armas para vencer a condição de atrito.

Se você gosta de uma pessoa, para que vai discutir com ela para provar que alguma coisa está certa? Se convive com uma pessoa numa relação amorosa, para vai insistir que ela mude? É isso que estou querendo que vocês pensem.

Vocês falam e enchem a boca a respeito de amar: ‘eu amo tal pessoa’ ... Mas, que amor é esse que precisa que o seu individualismo seja satisfeito para que exista? Saiba que quando critica e diz que tem problemas por causa do que o outro faz, não está amando.

Esse é um ponto que precisam parar para pensar. É muito fácil dizer: ‘eu amo meu filho, eu amo meu marido, eu gosto de tal pessoa’. É muito simples dizer isso. Quero ver é se esse amor continua presente na hora que a pessoa, por qualquer motivo, lhe contraria.

Saiba que se houver contrariedade, não há amor. Se houver chateação, não há amor. O amor não aceita essas coisas. O amor é calmo, tem paciência.

É isto que precisam para parar de se iludir e dizer que amam alguém. Para existir amor tem que haver doação. Principalmente no que diferencia você do outro. A doação dessa diferença é que vai lhe dizer se você está amando ou não.

Quando ela aparecer, se conseguir suplantar, há amor. Se não consegue suplantar, não há amor algum.

Participante: minha intencionalidade é que não tenha mais nada de ruim nesta vida, ou seja, que no futuro não tenha mais do que reclamar. Como fica isso?

Você sempre vai ter do que reclamar. Se não quer reclamar de nada, vai reclamar de tudo.

Não tenha intencionalidade. Viva tudo o que vier sem julgar se é bom ou mal. Quando chegar cada momento, liberte-se de qualquer intencionalidade. Não tenha intencionalidade prévia, senão ela vai agir no momento e você sofrerá.