O espírito e a vida humana

Amar

Veja a diferença da forma como vivem. Hoje amam a coisa e esperam recebê-la um dia; vivendo a atividade do espírito poderão amar o não ter e por isso a ausência do que é desejado não causa sofrimento, angústia ou nervosismo.

Quem compreende a atividade do espírito sabe que a cada momento há um amor sendo vivenciado e por isso pode optar em como amar: individualmente ou universalmente. Já aquele que está preso às múltiplas atividades ilusórias que a mente cria, perde-se, pois a cada momento está praticando uma ação diferente e com isso se concentra na ação e não no amar.

Agora, repare que estou falando em amar de coração e não de razão. Qual a diferença entre as duas coisas? Amar pela razão é ter motivos para amar; amar de coração é ter esse sentimento sem motivação.

Por isso posso dizer que aquele que aproveita a oportunidade da encarnação para aproximar-se de Deus é quem tem o seu coração sempre leve e solto de quaisquer amarras. Este é aquele que ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Quem vive isso não tem amarguras, ressentimentos ou ansiedades no seu coração. No entanto, para viver desta forma é preciso que esteja concentrado em cada momento de sua existência em acabar com a multiplicidade de realidades e com as possíveis reações e concentrar-se apenas em viver a atividade espiritual.

Só quem faz isso pode concentrar-se na forma como ama. Aquele que está iludido pelas múltiplas atividades tem tanta coisa para se atentar que se esquece de verificar como está amando.

Veja como a vida e o alcançar o objetivo do buscador ficam simplificados quando se entende perfeitamente qual o valor da vida humana para o espírito. Veja como as coisas mudam.

Já não se trata mais de aprender a como reagir a quem lhe ofende – será que se dá a outra face fisicamente? será que se pode brigar mesmo amando? – mas, sim em atentar a forma como se está amando. Quando o tapa na cara se torna apenas uma prova para o espírito e não uma ofensa, o ser pode, então, concentrar-se no seu coração, que como ensina Cristo, é de onde vem o que importa.

Quem alterou a sua realidade não está preocupado que ação humana marcará a reação a um determinado acontecimento, mas sim de que forma o seu coração está se comportando naquele momento. Isso porque ao alterar a sua forma de entender os acontecimentos, sabe que a reação já será uma nova provação e, por isso, aguardará este momento em paz e harmoniza consigo e com o mundo.