O nobre caminho

Vivendo o caminho do meio

Portanto, viver o Caminho do Meio que leva à elevação espiritual é eliminar completamente a busca de culpados para os acontecimentos da vida. Esse ser estará liberto da devoção aos prazeres sensuais e da austeridade extremada.

Quando o ser eliminar esta tarefa da sua vida sobrará apenas uma coisa: a realidade. Essa não será afetada por nenhum conceito individualista, pois contemplará as Qualidades da Vida Espiritual. Quando isso acontecer o ser viverá na verdade universal, abandonando as suas verdades relativas. Todos os ensinamentos para a vida do ser são interdependentes e levam a uma só conclusão: Deus Pai, Justo e Amoroso.

Nesse momento o ser não terá mais preocupações e, por isso, conseguirá viver. Hoje o ser está preocupado em achar o culpado a cada segundo da vida e esquece da coisa mais importante: viver. Como já vimos, vida é estar dentro da lei de Deus e, portanto, viver é estar dentro dessas leis.

O ser que vive o Caminho do Meio ama a Deus acima de todas as coisas, não por uma fé cega, mas uma fé alcançada a partir da compreensão das Qualidades da Vida Espiritual e da existência de verdades individuais e verdades absolutas. Essa forma de compreender a vida (percepções) gera uma confiança absoluta em Deus e facilita a entrega do destino ao Pai.

Para viver essa vida é preciso que o ser não queira nada. Por isso o ensinamento da consciência crística não passa pela preocupação com atos futuros ou passados. Ele não leva a uma inércia, mas apenas a compreensão do acontecimento de agora.

O ser humano imagina que viver é realizar alguma coisa e, por isso, preocupa-se com os acontecimentos. Sua intenção é antecipar o futuro para que já possa se preparar para enfrentar eventuais contratempos que não permitam que ele conquiste os objetivos da vida. O único objetivo que um ser tem na sua existência é a evolução espiritual. Este deve ser o objetivo da vida de cada ser.

Para isso é preciso que ele apenas ame a Deus, ou seja, cumpra sua lei. Os ensinamentos até aqui aludidos de maneira levam a uma inércia, mas sim a uma ação: amar a Deus acima de todas as coisas. Todo resto será reflexo dessa forma de agir do ser.

Se ele não amar a Deus, aceitando a sua ação universal como justa e amorosa, não conseguirá viver situações positivas. Para que o ser seja feliz durante a sua vida só se faz necessário que ele ame a Deus acima de todas as coisas.

Amando ou não a Deus acima de todas as coisas, o homem só agirá se Deus comandar. Preocupando-se ou não com os acontecimentos, as coisas se sucederão dentro do escrito pelo ser antes da encarnação sob a direção do Pai Supremo. Não existe inércia no universo.

Se o ser não consegue praticar atos é porque aquele (objeto da ação) que se beneficiaria do ato não merece que ele seja praticado e o próprio ser não mereceria se tornar agente. Isso é verdade absoluta. A compreensão diferente é verdade relativa e leva ao sofrimento. Se o objeto acreditar que o outro tem que fazer Deus não comandará o ato e se o agente se acusar de não ter feito, jamais conseguirá fazê-lo.

Portanto, viver o Caminho do Meio é viver, sem culpas e preocupações. É não esperar que os outros façam aquilo que você acha que deveria ser feito nem se culpar pelo que pratica. Dessa forma os dois seres envolvidos no relacionamento permanecerão feliz em qualquer situação.