Superando o carinho que tens pelos parentes a amigos e renunciando a tudo, anda pelo mundo com um perceber equânime e fixa a tua mente completamente em Mim.
Participante: quando agimos assim os outros interpretam como se fossemos frios e insensíveis e não compreendem nada.
Participante: concordo contigo.
Mas, eles estão certos: o equânime para esse mundo é frio. Não calculista, mas frio, já que não tem a paixão humana.
A paixão humana é quente, mas a equanimidade, ou paixão espiritual, é fria. Apesar disso, acho preferível sentir a equanimidade, não?
Digo isso porque, segundo a analogia humana, o inferno é quente. Se isso é verdade, o céu é frio. É melhor estar no céu ou no inferno?
Só mais um detalhe: se vai esperar aprovação dos outros para fazer alguma coisa, saiba que não vai realizar nada. Uma coisa que o senhor da mente tem que saber é que o mundo não está aí para ajudá-lo a controlar-se. Pelo contrário: os outros egos estão aqui para incitar você a se humanizar cada vez mais.
Porque isso? Porque nenhum ego quer que você faça a reforma intima. Nenhum ego é criado por Deus com razões, emoções ou percepções para facilitar a vida dos outros. Esse mundo é de prova e não estância de férias.
Participante: será que existe um ácido para jogar nas paixões?
Participante: o amor.
Precisa mais que amor. É necessário determinação. Só amar não adianta. Se não houver determinação nada se realiza.
Só uma determinação profunda na busca da felicidade na lida com as coisas da vida é que pode gerar uma encruzilhada onde você terá a oportunidade de decidir por percorrer um caminho. Além disso, ela também é necessária para ao se escolher um caminho, abrir mão do outro.
Por exemplo moço, não dá para ser equânime com a família e achar-se o esteio dela.
Participante: se tudo é amor de Deus, com o que você tem que reagir?
Tudo é amor de Deus, mas você não conhece esse amor. Conhece apenas as paixões positivas ou negativas: gosto ou não gosto. O amor de Deus está no caminho do meio indicado por Buda.
O amor de Deus está no meio entre as paixões humanas, positivas e negativas. Esse caminho é exatamente a equanimidade citada aqui por Krishna, ou seja, quando nem a paixão positiva nem a negativa se superam.
Quando uma anula a outra, você chegou a equanimidade.
Participante: isso quer dizer que enquanto seres humanizados não podemos saber o que é o amor verdadeiro?
Perfeito.
Além do mais, tudo que você diz saber, na realidade não sabe. É o ego que cria a informação e diz que você sabe daquilo. Como a mente humana não tem como dizer o que é o amor verdadeiro, nem através dela conseguirá saber o que é. Por isso, afirmo que enquanto ligado ao ego não pode conhecer.