Superando o carinho que tens pelos parentes a amigos e renunciando a tudo, anda pelo mundo com um perceber equânime e fixa a tua mente completamente em Mim.
Aqui começa a ideia sobre o controle da mente.
Segundo Krishna, para controlar-se o ser humanizado precisa superar o carinho que tem pelos parentes e familiares e por todas as coisas. É exatamente o que estudamos quando falamos do carma e que chamamos de paixão.
Segundo o Sublime Senhor é necessário superar as paixões que o ego cria por determinados elementos fictícios: filhos, pais, parentes, amigos ou qualquer objeto desse mundo. Esse é o trabalho que o senhor da mente precisa exercer.
Aquele que busca a elevação espiritual precisa trabalhar junto ao seu ego de tal forma que a paixão, seja pelo que for, não domine a razão ou o emocional do ego. Como se faz isso? Krishna ensina: caminha com o perceber equânime. Equanimidade é a ausência de paixões.
Então, o senhor da mente é aquele que age junto as emoções e razões criadas pelo ego sem alteração de emoção. Vou explicar isso.
Muita gente acha que é preciso deixar de ver um filho no filho para poder viver feliz, mas isso é impossível. O ego está programado para chamar aquele outro ser como filho. Por isso vai sempre tratá-lo desse jeito. Por isso não há como o senhor da mente acabar em si com a ideia do filho.
Se não pode acabar com essa ideia, o senhor da mente pode libertar-se da paixão pelo filho. Acabar com a posse sentimental: ‘é meu filho’. Para isso é preciso agir quando o ego incitar uma emoção apaixonada com relação a aquela figura. É preciso reagir e dizer: ‘não ego, não posso ter essa paixão por esse elemento. Essa paixão é uma posse e eu não posso possuir nada. Se tiver essa posse a minha felicidade incondicional estará comprometida’.
Esse é o trabalho do senhor da mente: a cada vez que o ego lança a paixão sentimental ele busca libertar-se dessa emoção. Para isso coloca no lugar dela a equanimidade. Só depois dessa libertação poderá posteriormente agir contra a razão, ou seja, acabar com o rótulo de filho àquela imagem criada pelo ego.
Portanto, esse é o primeiro passo nosso. É o primeiro porque a questão da paixão pelos parentes muito importante. Aliás, é tão importante que vamos falar dela praticamente o livro inteiro. Além de importante, é uma das coisas mais difíceis de ser feita.
Participante: a gente confunde muito essa história de ser equânime ou possuir a paixão.
Não é você que confunde: quem confunde é o ego. Ele se confunde para lhe confundir.
Segundo detalhe: você sabe o que é paixão. Vou tentar mostrar.
Paixão é quando gosta ou não de alguma coisa. Equanimidade é quando não gosta nem desgosta. Não há uma emoção especial por aquela pessoa ou coisa.
É disso que estou falando: libertar-se da emoção com relação aos parentes é não ter uma especial por ele. A liberdade existirá quando você tiver a mesma emoção pelo seu filho que tem por um mendigo da rua ou por alguém que considera errado. Nesse momento tornou-se senhor da sua mente.
É isso que o ser humanizado precisa alcançar. Só que para alcançar isso precisa não vibrar dentro da mesma paixão que o ego cria a respeito dos seus parentes: ‘ah, minha mãe... Não, eu não tenho que sentir nada especial por aquela mulher. Ah, mas ela me pôs no mundo... Não, quem me pôs no mundo foi o médico’. Esse é um exemplo de conversa que pode ter consigo mesmo para se libertar de vibrar dentro daquela emoção.
É isso que Krishna diz que é necessário ser feito. Aliás foi também o que Cristo fez quando a mãe e os irmãos e irmãs foram visitá-lo. Ele não parou de falar com os outros para atender a mãe querida. Ele disse: ‘minha mãe e meus irmãos são meus irmãos em Deus’. Esse é um exemplo de como acabar com a paixão pela figura da mãe; isso é ser equânime.
Participante: estou adorando esses ensinamentos. A família nos enche de obrigações.
Não, a família não enche de nada. É o seu ego que enche você de obrigações familiares.
Por isso afirmo: essas obrigações continuarão existindo mesmo com o controle da mente. Só que não serão mais obrigações, coisas obrigatórias, por que a obrigação nasce da paixão pela família. Na hora que conseguir ser equânime com a família, não terá obrigações especificas com a família, apesar do ego continuar jogando razões que diz que é obrigado a fazer aquilo.