Unidade - Capítulo 1

Versículo 18

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Faixa 1

 18. Ó mente! Por que vagueias perplexa, como um fantasma? Entende o Atma (que é) incapaz de divisão. Abandona o desejo e sê feliz.

Ó ser humanizado, porque vive esta vida de uma forma tão desesperada? Por que tem medo, receio, chora e sofre? Entenda, você já é a Perfeição: o espírito, o Filho de Deus.

Por ser Perfeito em sua origem, você não pode ser “certo ou errado”, “bonito ou feio”, “limpo ou sujo”... Você é a Ventura. Por isso, abandona o desejo...

O que é o desejo? É a vontade de satisfazer o “eu” – conjunto de verdades e realidades que formam o ego – que cria o condicionamento para ser feliz. É o decreto do ser humanizado que estabelece a forma como as coisas devem acontecer para que possam ser classificado como “certas” ou “boas”...

Abandone a sua posição de imperador, de ditador, que vive traçando leis e criando obrigações para si e para os outros. Sei que muitos têm medo de agir assim, sentem-se inseguros, mas qual será o resultado depois do abandono de seus desejos? Ser feliz...

Só isso. Esse é o resultado que você ganhará quando não mais desejar nada, inclusive ser feliz. Com o fim de todos os desejos poderá, por fim, surgir a verdadeira felicidade...

Falei em todos os desejos e não apenas alguns. Tem uma pessoa que sempre vem aqui, para quem eu disse: enquanto desejar a elevação espiritual não a conseguirá. Isto porque você estará presa a um desejo e como ele é um condicionador da felicidade, sofrerá enquanto não a realizar.

Quem deseja a realização espiritual jamais a alcançará, pois condiciona a felicidade, que, em última instância, é a própria elevação espiritual. Além do mais, que elevação vocês buscam? Todos já são elevados em essência. São livres dos condicionamentos à felicidade, mas não conseguem viver esta Realidade porque acreditam no condicionamento que o ego cria.

Realizar a reforma íntima e com isso alcançar a felicidade incondicional – estado de espírito daquele que alcançou a elevação espiritual – é muito simples e fácil: basta lutar contra você mesmo para libertar-se dos desejos... O problema é que querem lutar contra os outros e contra o mundo. Por isso vocês vagueiam como fantasmas, perplexos como o mundo que não faz o que querem.

Como pode ser? Será que os outros são burros e idiotas e não conseguem aprender como a coisa deve ser feita? Como eles não sabem que daquele jeito está “errado”? Olha a perplexidade. Este é aquele ser humanizado que lutou contra o mundo.

Aquele que luta contra si recebe em sua mente o pensamento que determina que o acontecimento está “errado”, mas ao invés de acreditar nele, diz: cala a boca pensamento, não existe “certo ou errado”; cada um faz o que tem que fazer, o que ele quer fazer...

Mas, apesar desta facilidade de realização, muitos ainda continuam dizendo que é difícil. Raciocinar é uma coisa que imaginam saber fazer: porque não raciocinam deste jeito? Porque não utilizam o raciocínio para matar o desejo, mas para brigar contra o mundo que não realizou aquilo que era desejado.

Portanto, trata-se apenas de uma mudança de uma forma de raciocinar: ao invés de aliar-se ao “eu material”, manter acessa a busca a Deus. Isto é a reforma íntima, a mudança do interior de cada um.

Para aqueles que falaram agora a pouco na sobrba do ser humano pergunto: a forma de agir que foi citada aqui – esperar que o mundo se submeta aos seus caprichos individualistas – não é soberba? Querer impor ao mundo verdades e vontades, não é arrogância? Achar que Deus criou todo este Universo para se subordinar ao desejo e a vontade de um único ser humanizado não é querer colocar-se numa posição muito superior? Se isso não é soberba, eu não sei o que é ser soberbo.

Se o ser humanizado não tiver a consciência de que é assim que vive (imaginando que Deus e todo o Universo têm que estar à sua disposição para que ele seja feliz, pouco se importando com os outros), não consegue se aproximar de Deus.