Unidade - Capítulo 1

Versículo 13

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Faixa 1

 13. Tu não és nascido nem morto, tampouco tens qualquer corpo. Tudo isto é Brahman. Assim declaram os Vedas para sempre.

Que você não é o corpo que imagina ser, acredito que isto já seja uma realidade, mas agora Dattatreya destrói mais elementos do mundo material: a matéria e os acontecimentos. Tudo é Deus, tudo é emanação de Deus, nada existe isoladamente do Pai.

Tudo que você acredita que existe como algo individual é emanação de Deus. É miragem, reflexo de Deus e não as coisas em si.

Não existem os corpos físicos ou espirituais como você os conhece: forma, elementos, propriedades. Eles não são elementos reais, mas emanações divinas. Não existem os acontecimentos como os vê (ação, movimento, motivação), mas apenas o reflexo de Deus que se projeta e você afirma estar ‘vendo’ acontecer alguma coisa.

Toda matéria é uma emanação de Deus. Se a matéria fosse um ‘elemento’, mesmo que criado por Deus, tornar-se-ia independente do Senhor do Universo após a criação. Ela é uma emanação de Deus, ou seja, um reflexo de Deus, algo que é o próprio Senhor do Universo.

Todos os acontecimentos não existem. Eles não podem ser compreendidos pela suas ações, movimentações e nem possuem motivação alguma que não seja a Vontade de Deus. Tudo que acontece é reflexo de Deus, é o próprio Senhor.

Nada na cena do nascimento é real. Toda aquela encenação da massa fetal saindo do corpo da mãe é uma emanação de Deus. Não há massa, mãe ou feto, não há o hospital, os médicos ou os instrumentos cirúrgicos.

Não existe também o ato de ‘nascer’, pois você não poderia nascer porque é um espírito, gerado por Deus na eternidade do Universo. Por que, então, valoriza esta cena atendo-se apenas às matérias e ao ato em si?

Quando a mulher humanizada engravida, o casal pensa em tudo que é material. Prepara enxoval, procura o melhor hospital e médico possível, lembra-se de contratar pessoas para filmar ou fotografar o parto, mas não se lembra da ação divina, a não ser que ocorram complicações.

 Não existe a morte: nem a cena (incluindo o enterro), nem a doença e nem as coisas materiais. Tudo que acontece é emanação de Deus. Se assim é, porque você sofre durante todo o processo?

Por que não vê Deus em tudo? Porque não está uno com o Pai e por isso não entende que nada está ocorrendo. Seu lamento e sofrimento durante o processo morte advêm das suas verdades que formam os elementos materiais e valorizam um acontecimento dando a ele determinado significado, quando apenas existe o amor emanado por Deus.

Até o seu sofrimento é falso. Você acredita que está sofrendo pelo morto, mas ninguém chora pelo morto, mas por si mesmo. Chora pela saudade que terá, pela ausência que sentirá, por aquilo que não mais vai poder fazer com aquela pessoa. Como sua satisfação exige a presença daquela pessoa sofre antecipadamente pela ausência da pessoa.

Tudo é Deus e Deus é tudo. Na hora que isto for compreendido você não mais viverá os acontecimentos ou os elementos materiais, mas apenas Deus: Seu amor, Sua Glória.

No entanto, enquanto houver outro valor na sua vida que não o amor, a tudo e a todos, não conseguirá se elevar, não conseguirá ver em tudo a emanação de Deus. Permanecerá preso na mesma “historinha” de sempre: preciso ganhar a vida (salário), tenho que emagrecer, engordar, descansar, alguém nasceu, alguém morreu.

Esta vida cercada de realidades ilusórias ocorre porque você não vê em tudo que acontece a emanação de Deus e acha que precisa agir.