Unidade - Capítulo 1

Versículo 12

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Faixa 1

 12. Conhece o Atma para sempre como o Um absoluto, onipresente. Eu próprio sou o contemplador e o mais elevado contemplado. Como pode o indivisível ser dividido?

Vamos entrar em um assunto que a humanidade não gosta de abordar: a idolatria. Os seres humanizados preferem idolatrar o atma para dizer que estão procurando a Deus do que trabalharem para derrotarem suas concepções (reforma íntima) e assim alcançarem à elevação espiritual.

Conhece o atma como o Um absoluto, nunca divisível. Ao invés de buscar o absolutismo no espiritual o ser humanizado prefere criar escalas evolutivas para poder justificar o seu modo de ser.

Quando, durante o estudo de “O Livro dos Espíritos” me recusei a estudar a escala de evolução espiritual que está lá, alguns comentaram que não deveria ter agido assim. Mas, pergunto, como é que eu vou dividir os habitantes do mundo espiritual quando eles são unos?

Mesmo que você não viva com esta realidade, não existem espíritos diferenciados entre si. Não existem espíritos mais ou menos evoluídos. A realidade é que existe apenas um grupo universal de espíritos que na Unidade com Deus formam o Universo.

Quando você quer dividir a plêiade espiritual em escalas que contemple quem sabe mais ou menos, é mais bonito ou feio, elegante ou deselegante, poderoso ou fraco, divide o próprio Universo que é indivisível. Isto é o que todos os mestres nos ensinaram.

A partir daí Dattatreya afirma: se todos somos um, como eu posso contemplar se eu próprio sou o mais alto contemplado? Como alguém pode adorar, idolatrar espíritos por sua suposta ascensão, se ele é, em essência, um espírito igual aos outros, o melhor do universo?

Não estamos abordando a idolatria a seres materiais (pai, mãe, filhos, cônjuge) como até agora fizemos neste estudo. A própria palavra ‘contemplar’ nos remete para aqueles seres além da matéria que são idolatrados: os chamados deuses, santos, guias, mentores ou devas.

Por que glorificar, por exemplo, Santo Antônio, São Francisco, se ele é um espírito igual a você, que é o mais elevado contemplado? Por que idolatrar os deuses hindus ou da umbanda, criando para eles figuras possantes, seres de ações fenomenais, com super poderes, se você é o todo?

Para se elevar espiritualmente é preciso alcançar a igualdade plena com todos, a Unidade com todo o atma, inclusive com o próprio Senhor do Universo: Deus.

O Pai não quer idolatria vã. Aliás, quando os professores da lei cobraram de Cristo que seus apóstolos se alimentavam no dia sagrado do Sabbath ele afirmou: vocês não sabem o que quer dizer as Escrituras Sagradas quando afirmam que Eu quero que sejam bondosos e não que queimem incensos em Minha homenagem.

Deus não quer que você o ame acima de todas as coisas, como ensinou Cristo. O mestre nazareno deixou este ensinamento sim, mas ele em si não é a realização da elevação espiritual, mas um caminho. Quem fica apenas contemplando Deus nada realiza. Somente aquele que compreende o desejo de Deus, submete-se a Ele e vive dentro da Unidade consegue a realização.

 Amar a Deus sobre todas as coisas é um caminho para que você compreenda a verdade máxima do universo: só Deus é Real. A partir do momento que você compreende esta realidade, a primeira providência é sair da inércia (idolatria vã) e caminhar para a Unidade, para uma relação amorosa de igual para igual com todos, inclusive aqueles que são considerados sagrados. Para isto, é preciso que se liberte de suas verdades e vivencie a Realidade do Universo.

O Senhor do Universo não é um ditador, não é um rei, um soberano: Ele é um espírito. Se Deus exigisse este amor idólatra para lhe amar, isto não representaria uma soberba? A imposição do amor para receber alguma coisa em troca seria uma barganha e não uma Justiça; seria uma relação ditatorial e não Amorosa.

Quanto mais que esta exigência é feita ao próprio filho. Você é gerado por Deus e por herança genética é igual a Ele, tem tudo que o Ele tem. Exigir a submissão total de um igual é um ato de despotismo.

Na hora que você entrar na comunhão universal com Deus, na relação ombro a ombro com os demais seres universais ao invés de querer ser maior ou se sentir menor que qualquer um deles, terá alcançado a sua evolução espiritual, terá compreendido o mundo.

O processo de reforma íntima passa pelo fim da prisão às ilusões do ego que lhe levam a idolatrar Cristo, Krishna, Buda ou qualquer outro espírito como superior dou deus. Estes mayas têm a intenção de iludi-lo afirmando que está trabalhando para purificar-se, enquanto continua vivendo sob o jugo do ego.