O nobre caminho

Verdade absoluta

A verdade relativa possui duas características essenciais: ele é individual e temporária. A cor é determinada individualmente a partir do conjunto de valores (consciência) que o ser tiver. Além disso, quando esse conjunto se alterar, a cor também se alterará. No exemplo do branco, quando o ser não mais individualizar uma cor como branco, mas compreender que essa cor é formada pela junção de todas as cores do universo, alterará a sua verdade relativa.

A verdade absoluta das coisas, antagônica da verdade relativa, deve, então, possuir características que se contraponham à relativa. Se a verdade relativa é individual e temporária, a absoluta deverá ser universal e eterna.

A característica universal da verdade absoluta confere a ela o mesmo valor em todo universo. Uma cor branca não pode ser verdade universal, pois, como já vimos, dependendo da região ou do grau de intimidade com o assunto, essa cor poderá ter valores diferentes. Alterações como rótulos e matizes acabam com a universalização necessária para que a cor branca seja considerada uma verdade absoluta.

Se eliminarmos as qualificações que cada um dá, chegaremos à verdade absoluta do elemento universal. A cor branca não é apenas uma cor, mas uma pigmentação universal. Ao afirmarmos dessa forma, em qualquer lugar do universo independente da consciência de cada um, a verdade será compreendida. Chega-se a uma verdade absoluta.

Além disso, a verdade absoluta tem que ser eterna, não pode sofrer alteração alguma ao longo do tempo. Os matizes da cor branca foram sendo descobertos quando o homem foi se aparelhando. Quando não havia instrumentos que ampliassem as figuras a olho nu os seres não conseguiam ver as minúsculas diferenças entre um matiz e outro.

Esse aprofundamento da percepção do objeto alterou a verdade branca constantemente ao longo dos tempos e destruiu uma verdade anterior para criar uma nova verdade. Todas as duas (anterior e a criada) são verdades relativas, pois sempre haverá uma nova verdade que será conquistada quando o ser se aparelhar melhor.

Fugindo um pouco do nosso exemplo, podemos melhor nos aprofundar na questão verdade relativa e absoluta e ligarmos a universalização da verdade relativa ao avanço da humanidade. Durante muitos anos as doenças eram transmitidas por fatores climáticos.

A gripe era transmitida pelo ar. Depois que os primeiros microscópios apareceram o ar deixou de ser o transmissor da doença e passou a ser o transmissor dos germes, vírus e bactérias que realmente provocam a doença. Com essa descoberta o homem pode melhor combater as doenças. Com o avanço no poder de observação dos microscópios o homem chegou ao DNA. Agora a doença não é transmitida pelos germes ao acaso, mas existe uma pré-disposição, que se alterada, impedirá a doença.

Ainda falta muito para universalizar o assunto doença, pois muitos possuem um DNA que lhes colocaria como prováveis doentes, mas mesmo assim não se tornam doentes. Apesar da presença de germes que poderiam causar a doença, da predisposição eles não contraem o mal. Na busca da verdade absoluta da doença a medicina sempre se universaliza, pois alcançam verdades universais.

O que faz os germes latentes agirem de uma hora para outra? Porque uma pré-disposição muitas vezes não se concretiza? Essas perguntas foram respondidas a Allan Kardec.

“4 – Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus? Num axioma que aplicais às vossas ciências: não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e vossa ação vos responderá”.

“7 – Poder-se-ia encontrar a causa primeira da formação das coisas nas propriedades da matéria? Mas, então, qual seria a causa dessas propriedades? É preciso sempre uma causa primeira” (O Livro dos Espíritos).

A verdade absoluta de todas as coisas no universo é Deus: Sua ação, Sua Inteligência, Sua Justiça e Seu Amor. Apenas quem possui a Inteligência Suprema, a Justiça Perfeita e o Amor Sublime pode compreender a verdade absoluta de todas as coisas. Apenas quem possui Suas propriedades intrínsecas elevadas ao expoente máximo pode compreender algo universalmente e eterno.