O nobre caminho

Sensações

Apesar de aparentemente se imaginar que sensações são as criações dos órgãos de percepção do corpo físico, isso não é real. As sensações causam sensibilidades que por definição quer dizer: faculdade ou capacidade de sentir; sentimentos (Mini Dicionário Aurélio).

O elemento sensação que se agrega ao ser quando do advento é aquilo que é chamado pelo ser humanizado de sentimento. Na verdade o que assim é tratado pelos seres humanizados não o é, pois espiritualmente falando o sentimento é incondicional.

Tudo que o ser humanizado sente é condicional, ou seja, é criado por razões humanas. Ele ama, gosta, odeia e tem carinho por algum motivo. Nada do que sente é desmotivado e por isso não pode ser sentimento, pois, como entendido pelo ser humano, os sentimentos surgem do coração e este não possui razões.

Ora, se as sensações dependem da mente, ou seja, das razões criadas para se sentir determinada coisa, ela não é espiritual, mas surge com o advento. Sendo assim, apegar-se a elas leva o ser humanizado apenas ao prazer e desprazer. Por isso quem quer ser feliz verdadeiramente não pode se apegar o que está sentindo.

Além do mais, a questão das sensações é importante no tocante a viver a felicidade universal porque elas são criadas de acordo com a forma que a mente dá para as coisas. Para aquele que se apega às paixões, posses e desejos há uma determinada forma de reagir emocionalmente aos acontecimentos da vida.

Quem acha que está certo, ou seja, possui moralmente alguma questão do mundo humano, quando acontecer de alguém lhe dizer que está errado, certamente reagirá com chateação, aborrecimento. Recebendo esta sensação da mente e sabendo que ela está apenas vinculada ao prazer e ao desprazer, ele pode, então, buscar o que a originou. Sem estar atento ao que está sentindo no momento, o ser humano dificilmente luta para desapegar-se da forma criada pela mente.