Carmas humanos - Texto

Por quê?

Só assim vocês vivem o presente, o momento de agora. Na hora que estiverem alterando a realidade estarão conscientes de que estão fazendo. O problema que o ser humano quer sempre viver o futuro, ou seja, está sempre programando o que irá fazer no próximo segundo. Esta forma de viver afasta o ser do momento atual e com isto ele não reconhece a essência da ação carmática e não consegue agir para libertar-se do ego.

Portanto, viver é muito mais simples do que vocês imaginam. Viver é fazer o que está fazendo e não se cobrar pelo que queria fazer e não está fazendo. Viver é vivenciar o que você está fazendo, sem padrões ou regras. Portanto, se vocês pegarem um martelo e quebrarem a mesa, quebraram porque era o que tinham que fazer. Se derem um chute em uma parede era o que tinham que fazer.

Não adianta ficar preso ao ego que pelo raciocínio que lhes cobra as razões porque agiu, porque fizeram de tal forma: ‘porque eu fiz isto, para que fiz isto, o que acontecerá disto?’. Não adianta interagir com o carma através de perturbações mentais que objetivam compreender os porquês e os para quês, ou seja, que expliquem logicamente a motivação da ação carmática (o que está acontecendo), pois como Paulo nos ensinou, Deus, na Sua sabedoria, não deixa o homem conhecê-Lo por meio da sabedoria deles (Coríntios 1, 1, 21).

Se a elevação espiritual é alcançada com a submissão aos desígnios divinos, a resposta será sempre uma: Deus. ‘O que eu estou fazendo? É o que eu estou fazendo, o que Deus emanou para fazer. Por que estou fazendo isto? Porque Deus sabe que é o que preciso fazer. No que dará esta ação? Naquilo que Deus determinar’.

No entanto, todo este pensamento tem que ser liberto da ação das dualidades, dos padrões de certo e errado, bonito ou feio, limpo ou sujo, porque a Perfeição só pode emanar aquilo que é Perfeito e que, portanto, está liberto destes padrões. O que vem de Deus não é belo, mas a Beleza, a Perfeição.

Um pequeno detalhe. Até agora, dentro do exemplo que estamos usando para falar sobre a interação com os objetos na ação carmática (limpar a mesa), por falta de hábito de usar palavras, falei errado: você limpa a sujeira. A sua ação não deve ser compreendida como limpar a sujeira, mas tirar o pó.

Enquanto vocês derem ao ato o valor de limpar a sujeira ainda estarão acreditando que a mesa aquilo vai ficar limpa. Aí vem Deus e cria uma nova ação carmática que suja a mesa e você sofre porque imagina que não fez direito o que tinha que fazer.

Portanto, me desculpem. Interajam com o objeto mesa na ação de limpeza retirando apenas o pó, sem que com isto tenham a pretensão de acreditar que com esta ação ela ficará limpa.