Das penas e gozos futuros

Pergunta 980

O laço de simpatia que une os Espíritos da mesma ordem constitui para eles uma fonte de felicidade?

Os Espíritos entre os quais há recíproca simpatia para o bem encontram na sua união um dos maiores gozos, visto que não receiam vê-la turbada pelo egoísmo. Formam, no mundo inteiramente espiritual, famílias pela identidade de sentimentos, consistindo nisto a felicidade espiritual, do mesmo modo que no vosso mundo vos grupais em categorias e experimentais certo prazer quando vos achais reunidos. Na afeição pura e sincera que cada um vota aos outros e de que é por sua vez objeto, têm eles um manancial de felicidade, porquanto lá não há falsos amigos, nem hipócritas.

Vocês ouviram bem? A união que pode trazer a felicidade para o espírito, é a espiritual, a afinidade espiritual, e não a material. Não é o casamento, a maternidade ou paternidade a amizade ou o companheirismo que pode garantir felicidade a um espírito, mas a união por afinidade espiritual.

Isso quer dizer que só devo me unir àqueles que espiritualmente pensam igual a mim? Não. Preciso me unir a todos, inclusive com aqueles que hoje não vivem na mesma frequência ou, como disse o Espírito da Verdade, na mesma dedicação ao bem que vivo. Preciso me unir com todos, mas numa união espiritual e não material. Para isso é preciso relembrar que na essência somos todos espíritos, independente do papel que estejamos vivendo no teatro da vida agora.

É preciso unir-se a todos, mas não através das relações materiais. A união que se faz necessária não pode acontecer pelas normas, costumes e padrões do mundo material. Devem existir na verdadeira afinidade: a espiritual.

Qual é a afinidade espiritual que deve nos unir aos outros? O amor ao próximo e a Deus acima de tudo. Essa é uma fonte de felicidade.

Quem se une ao próximo por laços materiais, nessa ou em outra vida, não garante felicidade para si. É por causa dessa união levando em consideração apenas os fatores humanos que os casais brigam entre si, que os filhos enfrentam os pais e esses se perturbam com eles, que as amizades são rompidas Tudo acontece porque não houve uma ligação espiritual, mas uma norteada por padrões materiais.

Se me ligo espiritualmente ao meu amigo, vou ser sempre amigo dele. Se me ligo materialmente, exigirei que ele puxe meu saco ou que bata sempre a cabeça ao que disser ou fizer. Terá que ser igual a uma vaquinha de presépio para continuar sendo meu amigo.

Ligando-me materialmente ao filho, o possuo e ele tem que fazer o que eu quero. Se ligo espiritualmente, o amo de forma incondicional e não o obrigo a nada. Amando o meu cônjuge universalmente, nos unimos para auxiliar Deus na Sua obra e não para o ser o dono do outro.