Das penas e gozos futuros

Pergunta 967

Em que consiste a felicidade dos bons Espíritos?

Em conhecerem todas as coisas; em não sentirem ódio, nem ciúme, nem inveja, nem ambição, nem qualquer das paixões que ocasionam a desgraça dos homens. O amor que os une lhes é fonte de suprema felicidade. Não experimentam as necessidades, nem os sofrimentos, nem as angústias da vida material. São felizes pelo bem que fazem. Contudo, a felicidade dos Espíritos é proporcional à elevação de cada um. Somente os puros Espíritos gozam, é exato, da felicidade suprema, mas nem todos os outros são infelizes. Entre os maus e os perfeitos há uma infinidade de graus em que os gozos são relativos ao estado moral. Os que já estão bastante adiantados compreendem a ventura dos que os precederam e aspiram a alcançá-la. Mas, esta aspiração lhes constitui uma causa de emulação, não de ciúme. Sabem que deles depende o consegui-la e para a conseguirem trabalham, porém com a calma da consciência tranquila e ditosos se consideram por não terem que sofrer o que sofrem os maus.

Quem alcança o reino do céu é quem vive a felicidade incondicional, ou seja, é quem se liberta do gozo da paixão humana e do sofrimento causado pelas paixões humanas. Esse vive no reino do céu.

Que tem se libertou dessas paixões durante a encarnação não vai ter medo de morrer. Volto a esse tema porque foi o do início da nossa conversa hoje.

Ele não vai ter medo de morrer porque está com a consciência tranquila. Já aquele que não alcançou, vai ter medo. Vai temer o seu destino depois da morte porque sabe, inconscientemente, que ele será ditado pela forma sentimental que vivenciou durante a encarnação.

É por isso temos sempre insistido num ponto: não se preocupe com o que faz ou com o que acontece durante a sua vida; ocupe-se em estar em Deus, com Deus e para Deus. Ocupe-se em vivenciar a sua relação amorosa com Deus.

Repare como estamos voltando ao início de tudo que conversamos hoje. Na hora que você estabelecer uma relação profunda, mútua, de amor com Deus, não há mais medo da morte. Não importa o que faça, como viva.

Mesmo que esteja caminhando pelo vale das sombras, o Senhor o guiará a verdes campos: esse é um salmo muito interessante. Na hora que estabeleço a minha relação com Deus, uma relação interna profícua, nada mais me ameaça, nem a morte.