Desgosto da vida - Suicídio

Pergunta 944 a

Não é sempre voluntário o suicídio?

O louco que se mata não sabe o que faz.

O que será que quer dizer isso?

Acabamos de dizer que não há suicídio, que o ser humanizado não pode dispor de sua vida existência carnal. Por isso temos que temos que entender que não pode haver ninguém que se voluntarie para a morte. Ninguém pode se voluntariar para morrer, mas pode haver alguém que durante o ato de suicidar-se acredite que está dispondo da sua vida.

Essa crença é uma ilusão, é um maya. Só que existem seres que acreditam que estão se matando. Quem tem essa crença é um suicida voluntário. Aquele que quando Deus está dispondo da vida acredita que é ele que está dispondo, e um suicida voluntário sem ser.

A diferença está em acreditar, não fazer. Em como você se relaciona com o que o ego faz. Aliás, é sempre isso.

Portanto, não existe suicida; existe alguém que acredita que está se se suicidando enquanto Deus está dispondo da vida dele. Deu para ficar bem claro que não há suicídio?

Participante: mas, onde fica o livre arbítrio e a vontade daquele que se suicida?

Existe apenas antes da encarnação.

Leia a pergunta 258 de O Livro dos Espíritos:

“Quando na erraticidade, antes de começar nova existência corporal, tem o Espírito consciência e previsão do que lhe sucederá no curso da vida terrena? Ele próprio escolhe o gênero de provas porque há de passar e nisso consiste o seu livre arbítrio”.

Leia a pergunta 851:

“Haverá fatalidade nos acontecimentos da vida, conforme ao sentido que se dá a este vocábulo? Quer dizer: todos os acontecimentos são predeterminados? E, neste caso, que vem a ser do livre arbítrio? A fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encanar, desta ou daquela prova para sofrer. Escolhendo-a, instituiu para si uma espécie de destino, que é a consequência mesma da posição em que vem a achar-se colocado”.

Leia a pergunta 853a:

“Assim, qualquer que seja o perigo que nos ameace, se a hora da morte ainda não chegou, não morreremos? Não; não perecerás e tens disso milhares de exemplos. Quando, porém, soe a hora da tua partida, nada poderá impedir que partas. Deus sabe de antemão de que gênero será a morte do homem e muitas vezes seu Espírito também po sabe, por ter lhe sido revelado, quando escolheu tal ou qual existência.

Aí está. O espírito pediu um gênero de provas e a partir dele foi criada a situação de morte entendida como suicídio. Cumpre agora, depois de encarnado, viver o que escolheu trabalhando, como dissemos anteriormente, com paciência e resignação para alcançar a felicidade incondicional. No momento determinado o Pai disporá da vida canal dele. Isso é o que você chama de vida...

Participante: acredito que se levando em conta que o suicídio é prova para a família, amigos e não para quem se suicidou, acho que fica viável isso.

Não. É também para quem se suicida, pois quando o ser sai da carne acreditando no suicídio, que se matou, cria o tal vale do suicida e lá vai repensar como viveu. Só que nem todo suicida vai para esse vale.

Joana D’Arc era uma suicida, Paulo era um suicida, pois sabiam que teriam a morte no fim das suas jornadas. Isso quer dizer que eles foram para o vale dos suicidas? Claro que não. Não foram porque quando tiveram o seu fim estavam ligados com Deus e não estavam nem aí para o que estava acontecendo.