Desgosto da vida - Suicídio

Pergunta 957

Quais, em geral, com relação ao estado do Espírito, as consequências do suicídio?

Muito diversas são as consequências do suicídio. Não há penas determinadas e, em todos os casos, correspondem sempre às causas que o produziram. Há, porém, uma consequência a que o suicida não pode escapar; é o desapontamento. Mas, a sorte não é a mesma para todos; depende das circunstancias. Alguns expiam a falta imediatamente, outros em nova existência, que será pior do que aquela cujo curso interromperam.

Pior no sentido material.

Não existe no universo, nesse ou em qualquer outro caso, penas pré-determinadas. A cada um segundo as suas obras. Então, o carma é individualizado. Agora, todos passarão por uma coisa incomum.

O que é que diz que todos passarão por uma coisa incomum?

Participante: o desapontamento.

O que é desapontamento? É quando se verifica que não realizou o que tinha que realizar.

Quando avalia seus esforços e trabalhos, você pode se contentar com o que fez ou se desapontar por não ter realizado tudo que poderia realizar. Esse último é o aspecto comum a todos que participam do suicídio acreditando no ego, ou seja, como voluntario. Mas, é também um ponto comum porque passam todos os espíritos quando avaliam sua encarnação.

Falamos de suicídio moral, ou seja, de apego às paixões humanas; essa é a maior causa de desapontamento de um espírito quando sai da carne. Quando volta a consciência espiritual toma consciência do quanto estava preparado para viver aquela vida e o quanto durante ela não se esforçou para vivenciá-la do modo que se preparou. Esse talvez seja o aspecto que mais precisamos nos conscientizar.

Veja bem. Se hoje você está vivendo determinada tribulação isso se deve ao gênero de prova que pedido antes da encarnação. Esse pedido foi feito porque você se sentia preparado para vivenciar essa determinada provação. Quando liberto do ego avalia a sua forma de relacionar-se com a personalidade temporária e vê o quanto se deixou enganar por ela. Nesse momento, a decepção ocorre.

Para que isso não aconteça, pare de dizer ‘eu não posso’, ‘eu não consigo’, ‘eu não sei fazer’. Voce está preparado para viver tudo que vive de uma maneira que seu estado de espírito de paz e felicidade interior e que, a sua harmonia com o acontecimento, jamais se perca. Não diga ‘eu não posso’; diga ‘vou tentar fazer’. A partir disso, lute, trabalhe para fazer. De nada adianta dizer ‘eu não sei’, porque sabe. Você está pronto para essa vida. Agora, se não fizer, não se desiluda quando sair da carne, pois Deus é Onisciente e, por isso, já sabia que não ia fazer.

Deus às vezes deixa que os seres escolham provas que sabem que não serão realizadas. Faz isso para que eles aprendam que não são tão fortes quanto creem.

Portanto, nessa ou em outra vida, jamais se desaponte com você. Esse é um tema profundo que está ligado ao amar-se, o amar a si mesmo.

Quem se desaponta consigo não se ama e, por isso, não consegue amar o outro. Para amar o próximo é preciso, antes de mais nada, amar a si mesmo. Amar a si é aceitar-se como é, sem precisar tirar ou colocar nada.

Então, se nesse mundo você representa, por exemplo, o papel de fomentador de briga, ame-se. Não queira mudar-se para se amar; se ame do jeito que é.

O contrário do amor a si mesmo é o desapontamento. Por isso, querer ser outra coisa, é uma paixão e, como já vimos, quem tem paixões comete um suicídio moral.

Na verdade, todo espirito passa pelo despontamento, nessa ou em outra vida. No entanto, todos podem não passar por isso. Como? Aprendendo a conviver consigo mesmo em paz, felicidade e harmonia. Esse é o recado mais forte que queria deixar hoje.