As virtudes e o vício

Pergunta 904

Incorrerá em culpa aquele que sonda as chagas da sociedade e as expõe em público?

Depende do sentimento que o mova. Se o escritor apenas visa produzir escândalo, não faz mais do que proporcionar a si mesmo um gozo pessoal, apresentando quadros que constituem antes mau do que bom exemplo. O Espírito aprecia isso, mas pode vir a ser punido por essa espécie de prazer que encontra em revelar o mal.

Novamente o mesmo tema da pergunta anterior: constatar a forma como um espírito relaciona-se com a comunidade espiritual, encarnada ou não. Só que nesta pergunta, além da constatação individual, existe ainda o fato da divulgação daquilo que se concluiu.

A constatação do individualismo (mau) do próximo, seja para uso individual ou para divulgação, sempre nos auxilia no processo de evolução, mas se dela decorrer a crítica, tal atitude não nos leva a nada. Ou seja, sempre que o sentido ou a intenção for de melhorar-se ou ajudar o próximo a se elevar, com certeza ela é válida, mas quando objetivar expor o erro do próximo à execração individual ou pública, tal atitude não se fundamenta jamais no amor universal.

Portanto, aquele que da sua observação sobre o não amar universalmente critica o próximo ou vangloria-se, nada faz para a sua própria evolução. Tal atitude pode até servir como fonte de prazer, mas em nada auxilia no amealhar o bem celeste (felicidade incondicional).

Por isso Cristo ensina: fora da caridade (indulgência, perdão e benevolência) não há salvação.