Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa

O que deve ser feito

Participante: visto que todas emoções humanas são fundamentadas no egoísmo, devemos renunciar a elas ou fazem parte do carma?

Para lhe responder, preciso definir o que é renunciar.

Será que renunciar é não ter? Não, você não pode deixar de ter estas emoções. O que pode é compreender que elas são fundamentadas no egoísmo e que não podem ser de outro jeito.

Por isso digo que o que pode fazer é tentar não viver as emoções fundamentadas no egoísmo. Mas, se não conseguir, não se perturbe por causa disso. Perturbando-se, estará mostrando o seu egoísmo, pois sofrerá por não ter feito o que queria.

Saiba de uma coisa: não dá para se trocar as verdades do ego. O que pode ser feito é se libertar, ou seja, estar egoísta sem ser egoísta.

Como se faz isso? Se o ego egoísta diz que precisa desejar o que é do próximo, responda a ele: ‘eu não vou desejar; mas se você quiser, deseje’.

Participante: na verdade, quando você diz para o ego que ele que deseje, ainda é o ego falando. Como algumas pessoas não tiveram contato anterior com este ensinamento, pergunto: está valendo ego dizer a ego que ele faça? Isso leva a algum lugar?

Se fizer, fez, se não fizer, não fez.

Leva a algum lugar? Se levar, leva; se não levar, não leva.

É isso que quero falar hoje: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Sabe, não adianta usar o que eu falei para não fazer algo, quando não se vive com o que falei o tempo inteiro.

Na verdade vocês usam o que eu ensinei de vez em quando. Usam apenas na hora que querem.

Participante: eu não uso, porque não posso mandar no ego. Quem usa é ele ...

Sim, mas isso é uma verdade para você? Vive com isso o tempo inteiro ou usa apenas quando convém?

É isso que você precisa se conscientizar.