Carmas humanos - Texto

O prazer e o desprazer

Estes são os dois aspectos da vida que estamos falando há muito tempo sobre a convivência com o carma que não leva à elevação espiritual. São os bens terrestres que Cristo disse que não devíamos amealhar.

Enquanto você estiver preso ao que está vendo, ou melhor, achando mentalmente (por raciocínios) alguma coisa sobre a percepção que está tendo (isto que está acontecendo está certo ou errado) vai sofrer. Vivenciará os acontecimentos com sofrimento: passará por medos, pavores e dores. Isso só acontecerá porque está preso em você mesmo (acreditando no que o pensamento lhe diz que é real), trabalhando a sua verdade como realidade.

Portanto, para se libertar de tudo isto é preciso chegar à conclusão que a interação com a sua ação carmática deve ser sempre lutar contra as suas verdades sejam de prazer (aconteceu o que você queria) ou dolorosas (não aconteceu o que esperava).

Participante: O senhor falou em alguns tipos de sofrimento, mas para mim o pior é a ansiedade. O que é a ansiedade, o que é este comichão que dá na gente que não conseguimos controlar?

Vontade do prazer.

Participante: Será que é tão simples assim?

É simples assim mesmo.

Responda-me uma coisa: você quer a casa arrumada para que? Se arrumar a casa é um trabalho que gera cansaço, para que faz? Para ter o prazer de vê-la do jeito que você quer, como a sua verdade a obriga a querer. Repare: você não limpa para limpar, mas sim para ter o prazer de contentar a sua verdade: ‘eu sei o que é arrumação, eu a quero do jeito que eu acho que deve ser e eu consegui isto’. Por causa do seu anseio por este prazer fica ansiosa para vê-la arrumada.

A ansiedade só ocorre porque você não controla a sua verdade, ou seja, ainda tem um padrão de casa arrumada ou não na sua memória. Todo padrão que cria a forma dual de ver as coisas faz parte do seu carma, é instrumento da ação carmática. Achar que está arrumado ou desarrumado faz parte do seu carma. É preciso se lutar contra o que acha interagindo com as verdades que lhe vem à mente sem se prender a elas. Quando não age desta forma lhe vem à mente que a casa tem que estar arrumada e aí se entrega a este padrão de casa arrumada como verdade e cria a ansiedade dela estar da forma que acredita ser real para poder ter o prazer de estar certa.

Mas, como colocar em prática o remédio para a ansiedade que dei? Quando você perceber (olhar) a mancha na parede, a mente vai dizer que ela está manchada e que é necessário que se levante e a limpe. Para não ficar ansiosa você deve dizer à personalidade humana: ‘não preciso levantar porque aquilo não é uma mancha e eu não me sinto obrigada a limpar todas as manchas do mundo’.