Carmas humanos - Texto

O carma e a fé

Estes dois apegos são frutos do egoísmo e das possessões. Mas, porque eles são danosos ao processo de reforma íntima, de elevação espiritual? Porque acabam com a fé.

É isso: o egoísmo expressado pelas possessões acaba com a fé em Deus. O querer (amar, possuir ou saber) sempre fundamentado no que o ser humanizado quer, ama e acha certo, é a antítese da fé no Pai. Isto porque fé é entrega com confiança: total e cega. Quem acredita apenas em si, nas consciências que tem, tem fé apenas em si mesmo, ou seja, se entrega e confia apenas nele mesmo e não a Deus.

Sendo assim, posso afirmar que o carma é uma prova de fé.

Quem compreende a ação carmática, ou seja, a conscientização como uma provação fundamentada no egoísmo e expressa através das possessões, consegue entender que naquele momento está sendo submetido a uma prova de fé a Deus ou a si mesmo (egoísmo). Se você compreende que não gosta do que está acontecendo eis uma prova para sua fé, ou seja, confiar em Deus e manter-se em estado de graça (felicidade incondicional) mesmo não gostando. Acreditando na sua compreensão, terá que sofrer e criticar os agentes daquele acontecimento e com isso expressa a sua fé em você mesmo e, por isso, age egoisticamente.

Se a compreensão que está vivenciando agora lhe diz que tudo que está acontecendo é errado, eis aí uma prova de fé, pois você terá a oportunidade de se libertar do egoísmo (achar que está certo) e declarar-se incompetente para saber deixando apenas a Deus a compreensão das coisas.

É isso... Viver com Deus, para Ele e Nele: este é o resultado do não deixar-se guiar pelo egoísmo expresso através das posses que são usadas pelo ego para criar as compreensões. Com isso acaba o desejo de querer estar vivo (encarnado), de gozar a existência carnal pelos valores materiais.

Mas, o apego à vida e à humanidade do ser universal não é danoso apenas no sentindo espiritual, mas também no carnal. Isto porque ele gera o medo da morte. Na verdade, este medo não é propriamente da morte, mas da perda do eu, da humanidade que o ser universal está vivenciando. Portanto, mesmo que você queira apenas viver bem materialmente, a libertação da ação das conscientizações (está certo) é necessária.