Carmas humanos - Texto

Metodologia do trabalho

Agora que já vimos o que é carma e como ele acontece quando o ser está humanizado, vamos entender como operaremos no estudo dos carmas humanos. Para tanto, darei um exemplo: maternidade.

A maternidade é uma compreensão racional, ou seja, o espírito humanizado acha que é mãe. Como eu disse, essa compreensão racional é um carma e esse gera uma prova. Mas, para entender bem a prova da maternidade é preciso saber que tipo de possessão está em jogo e que tipo de paixões e desejos ela gera. Só aí podemos saber no que não acreditar, ou seja, como vencer o carma.

A maternidade vive a posse sentimental: é meu filho. A partir do momento que o ser humanizado se conscientiza da posse, necessita compreender que toda vez que lhe vier à mente a idéia é meu filho, não deve acreditar nisso. Ou seja, para vencer o seu carma, o ser humanizado precisa não acreditar que aquele ser humanizado seja seu filho.

Não se trata de negar, pura e simplesmente, que ele seja seu filho já que o ego sempre o tratará desta forma, mas sim a maternidade (posse sentimental) sobre o outro. Isto porque a partir do momento que o ser não se submeta aos valores da maternidade estará silenciando a paixão e ao silenciá-la estará silenciando, também, os desejos oriundos delas. Com esta atividade se elimina o carma da posse sentimental ao filho.

Portanto, este é o trabalho para o qual o ser encarnou: a luta constante contra o ego. Compreender o carma sabendo em que paixões, posses e desejos ele está fundamentado para, de posse desta informação resolver aquele determinado aspecto da universalização ou elevação espiritual.

Este será o trabalho que faremos daqui para frente nesta obra. Iremos analisar as diversas compreensões da vida que vêm à mente do ser encarnado para que possamos descobrir que posse está sendo expressa através daquela paixão e de que desejos o ser humanizado precisa se libertar, porque aí ele conseguirá a reforma íntima.

Isto é o que eu gostaria de fazer com vocês durante este trabalho: analisar as compreensões humanas para entender o carma de cada um através das suas crenças.

Por exemplo: prostituição. Considerar-se uma prostitua é uma compreensão e, portanto, um carma. Então, achar-se ou achar que outra pessoa é uma prostituta é um carma. Que posse será que está envolvida nisso? Que paixões estão envolvidas nisso?

No entanto, quero deixar bem claro: este estudo não tem nada a ver com atos. Não vamos analisar as ações humanas em determinados momentos de sua existência, mas buscaremos compreender o que, internamente, está formando aquela consciência sobre o assunto.

É isso que pretendemos fazer neste trabalho: estudar as compreensões da vida e aos poucos descobrir os carmas e aprender a libertar-se deles.

Participante: O mesmo vale para a compreensão da morte (por exemplo: minha mãe morreu)?

Morrer é uma compreensão, então é um carma. Isto porque ninguém morre, já que não existe morte, mas libertação de uma consciência.

Portanto, compreender que houve uma morte é fruto de uma paixão, neste caso pela vida da mãe. Nesta hipótese levantada por você existem diversas posses envolvidas e será com o objetivo de reconhecê-las para estancar as suas ações é que iremos conversar daqui para frente.

Mas, no entanto, saiba que o raciocínio de que a compreensão racional é um carma vale qualquer elemento criado através do pensamento.