O poder da felicidade

Mediunidade

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82. Ter dons mediúnicos

Salve!

Antes de qualquer coisa, obrigado a você por ter trazido a nós o seu problema esperando que possamos ajuda-lo a vencer esta questão. Segundo, desculpe pela demora, mas o final do ano é um momento difícil dentro do planeta Terra porque, apesar de ser o nascimento de Cristo, apesar de nessa data abrir-se um portal para o universo, as pessoas estão muito mais envolvidas em comprar comidas e presentes do que qualquer outra coisa. Por isso, o materialismo é muito grande nessa época, o que nos leva a ficar um pouco afastados. É por este motivo que não lhe respondi antes. Agora, vamos lá ...

Você me narra que desde pequena tem contato com espíritos desencarnados. Pois bem, lhe pergunto: o que são espíritos desencarnados? Poderia dizer que são seres iguais a você ...

O simples fato de um espírito não estar ligado a uma matéria que não seja perceptível a você não muda a essência do ser. Não é porque a maioria dos seres humanos não conseguem perceber o corpo desses espíritos que vai determinar que eles sejam diferentes daqueles que estejam ligados a corpos que esta maioria consiga perceber.

Este é o primeiro grande detalhe na resposta que tenho a lhe dar. Não podemos fazer diferença entre os espíritos desencarnados e os encarnados. É isso. Precisamos aprender, principalmente aqueles que possuem o dom da visão, da audição, do olfato e do tato, a lidar com os espíritos de forma uníssona.

Aqueles que possuem esses dons não podem separar os espíritos pelos corpos que ocupam ou pelo mundo em que vivem, já que todos são perceptíveis. Por isso esses precisam aprender a conviver com os dois mundos simultaneamente. É nisso que quero basear a minha resposta à você.

Esta é a orientação que tenho para lhe dar: ao invés de sentir-se estranha por ver e ouvir coisas do outro mundo, ao invés de deixar os outros lhe darem a pecha de estranha, é preciso começar a aprender a conviver com isso na normalidade.

Sei que já busca fazer isso, pois como disse, não tem medo do que lhe acontece. O que está buscando é a compreensão dessas coisas. Esta começa com a consciência de que os dois mundos, espiritual e material, coexistem e alguns possuem o dom de perceber os dois. É a partir disso que vamos, então, começar a conviver sobre a convivência, que é o que está lhe causando contrariedades.

83. Cada relação é única

O primeiro problema que me relata na sua atividade mediúnica é quanto a uma entidade que recentemente tem percebido. Diz que para você ela é diferente porque apesar de estar acostumado a ver outros espíritos, como seu avô, por exemplo, este é diferente. Além de não o ver com os olhos, mas apenas sentir a sua presença, você me conta que ele é tão sofrida que às vezes sente pressão no seu corpo. Vou começar com este problema.

Repare só uma coisa: essa percepção não tem visão, apesar de outras terem. Só que no momento em que apenas sente e ouve, mas não vê, não há nada de extraordinário. Nada diferente da visão do seu avô ou de outras pessoas que já morreram. Apenas no contato com esta entidade não houve a visão que há em outros.

Por isso, se disse que é preciso conviver harmonicamente com o outro mundo, você precisa estar preparada para momentos onde verá outros onde não verá. Precisa fazer este preparo para não achar nada de extraordinário em ver em alguns momentos e em outros não sem que isso cause contrariedade ou medo.

Relacione-se com esta entidade do mesmo jeito que se relaciona com as outras. Se você a ouve, converse com ela, troque ideias, fale e ouça. Conviva com ela dentro da normalidade como convive com outros seres que vê e que não lhe causam mal estar. Esse é o primeiro conselho que posso lhe dar.

Sei que vocês quando o contato espiritual foge do que estão acostumados ou quando esta relação pode lhe causar algum mal estar têm medo, mas isso não precisa ser vivido. Para isso, é preciso que não crie a ideia de extraordinário para algumas relações.

Assim como na vida humana, a relação com os espíritos desencarnados é individual. Cada relação possui características individuais de existir. Só que isso não quer dizer que aquele que se relaciona com você de forma diferente é do mal ou está ali para lhe prejudicar.

A sensação que a relação pode causar nas sensibilidades do corpo físico, como é este caso onde você relata sentir sofrimento, não denota maldade por parte do espírito. Na verdade é a particularidade daquela relação com você. É você que o recebe dessa forma e não ele que lhe causa isso.

Essas sensibilidades como disse são particulares e fazem parte da atividade mediúnica de cada relação. Você como médium não possui uma única forma de se relacionar com os espíritos desencarnados. Em cada relação pode ter uma percepção sensibilizada diferente e reagir ao contato de formas diferentes.

É isso que vocês precisam compreender para não deixarem algumas características tornarem a relação extraordinária e com isso sofrerem.

84. Lide com o espíritos sem excepcionalidade

Mais um problema. Fala que tem ouvido sons e sensações de sofrimento e que quando isso acontece uma entidade lhe diz: chegou a hora! É isso que me relata.

Lhe pergunto primeiro: se ouve alguém chorando, uma pessoa que todos veem, um ser encarnado, o que faz? Vai até ela, busca consolá-la, o que está a afligindo, em que pode ajuda-la, não é isso? Pois bem, deve fazer a mesma coisa quando percebe um ser desencarnado que está chorando ou emitindo sensações de sofrimento.

Se percebe algum choro, converse com este ser. Esta conversa não precisa ser feita com a boca, mas apenas mentalmente. Pergunte a ele: ‘o que está acontecendo? Em que posso lhe ajudar? Pare de chorar, vamos conversar, vamos trocar ideias, quem sabe posso lhe ajudar de alguma forma’? É simples assim ...

O problema é que como não consegue perceber quem é, ver a forma deste ser, está achando que está numa relação extraordinária. Por isso não sabe como agir neste caso. Acabe com a sensação de extraordinário. Lide nesta relação como lidaria se estivesse andando numa rua e visse alguém sentado na calçada chorando.

Este é o segundo ponto que quero falar: vocês lidam com os espíritos de forma extraordinária. Lidam com eles como se fossem alguma coisa diferente de vocês e dos outros que estão encarnados. Isso não é real.

O ser humano relaciona-se com a espiritualidade conferindo características de excepcionalidade àqueles que estão no outro mundo. Acreditam que os espíritos são diferentes dos seres encarnados e por isso precisam ser tratados de forma diferente. Isso é irreal.

Os espíritos com os quais lidam neste mundo são todos iguais a você. São seres que estão ligados ao mundo humanizado e por isso existem dentro da mesma faixa vibratória. Por isso a lida com eles não pode ser feita dentro da excepcionalidade.

O relacionamento com os seres que não estão ligados a uma matéria densa deve ser o mesmo que se tem com aqueles que são percebidos indistintamente. Se eles choram, deve se consolá-los; se reclamam, deve se ouvir suas reclamações. Nada de excepcional precisa ser feito nestas relações.

Isso é algo que vocês precisam entender, pois da forma com que convivem hoje com os espíritos, acabam ficando sem saber o que fazer nestas relações e por isso vivem o medo ou a contrariedade durante estes contatos.

85. Saber o que o espírito quer

Continuando no último problema que você me relatou – um ser que lhe diz que chegou a hora – pergunto: chegou a hora do que? Será que este espírito está lhe dizendo que vai acontecer alguma coisa? Se é isso que ele está tentando lhe dizer, o que será que vai ocorrer? O que será que está sendo previsto por este espírito? São essas questões que ficam no ar quando você me diz que alguém lhe falou que chegou a hora.

A partir desta dúvida, lhe pergunto: quem pode afirmar o que este ser está dizendo? Quem pode definir que hora chegou? Quem pode dizer o que acontecerá por ter chegado a hora? Eu? Não, não posso fazer isso. Não lhe disse que chegou a hora, como, então, posso dizer o que acontecerá agora? Você pode dizer o que vai acontecer? Acho que não. Você só recebeu a informação de que chegou a hora, mas ainda não sabe o que acontecerá nesta hora. Quem, então, pode lhe dar resposta? O ser que lhe deu a mensagem ...

Somente quem traz uma mensagem dizendo que está na hora de acontecer alguma coisa pode dizer o que ocorrerá. Por isso, lhe dou um conselho: pergunte a ele o que vai acontecer ...

Isso é o que vocês não entendem. Como acabei de dizer, o relacionamento daqueles que convivem com elementos dos dois mundos deve se dar sem excepcionalidade. Como vocês ainda acham que há algo de extraordinário nos elementos dos outros mundos, não dialogam com eles. Com isso ficam sem saber o que as mensagens que eles trazem quer dizer.

Se um espírito chega até você e lhe traz uma mensagem, só ele pode explicar o quis dizer com ela. Por isso, pergunte, questione, converse sobre o assunto. Se não fizer isso viverá a dúvida sobre o que foi dito. Pior: irá querer resolver sozinho o que o espírito quis dizer e com isso pode gerar uma interpretação errônea que acabará lhe desviando do que foi avisado.

Por isso, se o espírito lhe diz que chegou a hora, responda: ‘chegou? Está bem. Agora, o que vai acontecer? O que você espera que eu faça neste momento? Me explique, por favor. Estou aqui para lhe ouvir e conversar sobre o assunto’.

Esta é a questão. Como disse desde o início desta resposta, a solução sempre estar no trato da relação com dois mundos de uma forma ordinária, dentro da mesma forma que se trata a relação com as coisas deste mundo.

Se você está andando na rua, se vai à uma igreja ou um centro, e alguém lhe diz que chegou a hora, a primeira coisa que fará é perguntar a hora do que. Porque deve reagir de forma diferente quando esta informação é passada por um ser sem carne?

Quando a mensagem não é plenamente compreensível é preciso que se converse sobre ela para que aja o entendimento. Isso vale tanto para o relacionamento entre os espíritos encarnados quanto com os desencarnados.

86. A interferência do medo

Acho que tudo o que falamos até aqui responde à questão central que você levanta: o que devo fazer. Em todos os casos que me narrou digo que deve interagir com aqueles que não estão nesse mundo da mesma forma que interage com estes, mesmo que não perceba a forma deles. Só que escondido atrás da sua pergunta há um detalhe que não mencionou e é ele que está lhe levando a não saber como agir agora, enquanto já soube como agir em outras oportunidades: o medo ...

No seu caso específico, o medo surge porque você não percebe pela visão com quem está se comunicando. Quando você se comunica com espíritos sem vê-los e eles lhe passam mensagens, como o choro de alguns e o que está lhe dizendo que chegou a hora, existe o medo de se entregar a esta relação.

Repare que que quando o contato possuía a percepção de quem falava, como era o caso do seu avô, não havia o medo. Isso aconteceu, também, quando eram seres que você conseguia reconhecer. Só que agora que não está vendo o medo lhe domina.

Só que isso não é exclusividade sua. Todos os seres que possuem atividades mediúnicas onde não conseguem estabelecer com quem estão se relacionando sentem medo. Por isso quero aproveitar esta oportunidade e falar uma coisa: tenham medo dos vivos e não dos mortos.

Nenhum espírito desencarnado pode lhe fazer mal. Sabe porquê? Porque vocês são filhos de Deus.

Ora, se vocês têm filhos, não vão protege-los, não cuidarão para que nenhum mal lhes aconteça? Se vocês fazem isso, imaginam que Deus, que é o nosso Pai, vai lhes expor ao perigo desnecessariamente? Acham que Ele não lhes protegerá?

Claro que irá. Cada espírito é um filho único para Deus, ou seja, Ele trata de forma especial. Zela com todo carinho e amor por cada um.

Por isso, não temam nada neste mundo nem no outro. Como diz a letra da música da igreja católica, segurem na mão de Deus e caminhem. Este é o ponto principal da orientação que tenho a dar a quem exerce atividades mediúnicas.

Segure na mão de Deus e caminhem, ou seja, estejam atentos o máximo possível em estar amando ao Pai acima de todas as coisas e ao próximo, estejam atentos em não quererem prejudicar ninguém, em não contrariar ou fazer o mal aos outros e entreguem-se às relações ditas sobrenaturais que a vida lhes oferece.

Não tenha medo. Aquele que ama tem um escudo que lhe protege de qualquer mal. Por isso, entreguem-se na mão de Deus e caminhem para frente. Busquem relacionar-se com aqueles que se apresentam. Ouçam o que os espíritos têm a lhes dizer e avaliem se isso é para o bem de alguém. Se for, sirva de instrumento para que as coisas se façam.

Volto a agradecer a pessoa que me trouxe esta questão por ter me dado a oportunidade de lhe falar diretamente e de orientar aos demais. Obrigado por confiar em nós, apesar de não nos conhecer.

Que a paz de Deus esteja com você.

Salve!