O nobre caminho

Justiça Perfeita

Assim, Deus dá a cada um dos seres humanos no universo um pensamento que servirá como guia para as ações. Sempre a ação refletirá o pensamento. Por esse motivo, podemos afirmar que a ação é causada por Deus e não pelo próprio ser, pois o ser humano jamais trairá seus próprios pensamentos.

Assim, todos os atos dos seres humanos são construídos por Deus através dos pensamentos que ele dá aos seres. Esse Deus é Onipotente, Onipresente e Onisciente. No entanto, o ser não perdeu o seu livre arbítrio, pois antes que Deus lhe comandasse um pensamento ele fez uma escolha sentimental.

O ser pode escolher o sentimento que quiser para cada percepção, mas Deus não poderia deixá-lo agir livremente dentro dessa escolha porque senão o ser poderia causar ferimentos a quem não merecia. É para estabelecer a Justiça Perfeita que Deus dá os pensamentos para o ser.

Imaginemos uma situação onde um ser tenha ódio. Atos que reflitam esse sentimento certamente causarão ferimentos no alvo do sentimento. Para que esses ferimentos ocorram na justa medida, Deus comandará o ato desse ser que tenha ódio na sua intensidade para que cause apenas o ferimento que aquele merece receber.

Se o receptor da ação material do ser merecer uma agressão verbal será o que receberá, se merecer ferimentos leves, receberá, mas se o merecimento for de ferimentos profundos ou até que venham causar o desencarne, Deus comandará o ato para que provoque os ferimentos justos.

Isso é Justiça Perfeita: Deus dando a cada um de acordo com suas obras. Quem provoca o ferimento merece essa condição por suas escolhas sentimentais e quem os recebe, merece recebê-los, pelo mesmo motivo. Esses ferimentos serão controlados na sua extensão pela Inteligência Suprema do Universo que é a Perfeição.

No entanto, o ferimento pode não ser físico, mas espiritual. Muitas vezes uma pessoa pode sentir determinado sentimento contra outra pessoa sem que jamais consiga expressa-lo através de atos físicos. Mesmo assim, estará causando ferimentos ao objeto do sentimento.

Como dissemos um ser age com uma matéria sobre outra. Quando um ser comanda um raciocínio com um determinado sentimento, ele enviará esses sentimentos contra a pessoa que está sendo percebida. Neste caso, não houve um ato físico, mas esse sentimento enviado poderá provocar ferimentos no ser que o receber.

Tendo a matéria que está aprisionada encharcada pelo sentimento que o outro ser remeteu, a pessoa ficará sujeita a escolher esse sentimento para seu processo de raciocínio. Essa nova ação recebeu a influência de um ser externo e para que a harmonia seja mantida é preciso que essa influência seja merecida. Mesmo no nível espiritual o ser não pode causar ferimentos a outros sem que eles mereçam. Se isso acontecesse a Justiça Perfeita estaria quebrada.

Desta forma, Deus precisa também comandar, através de raciocínios o direcionamento dessas matérias energéticas (sentimentos). Quando um ser sente algo, Deus dá, através de um pensamento, o direcionamento para esse sentimento. Assim sendo, o ser escolhe o sentimento, mas o alvo do sentimento terá que ser determinado por Deus para que não se cause ferimento a quem não mereça ou, menos merecendo, que não cause ferimentos além dos necessários.

Na prática esse ensinamento nos diz que o ser apenas escolhe sentimentos para viver e Deus os direciona para quem mereça recebê-los. Um ser não tem raiva de outro: apenas tem raiva e Deus lhe diz quem merece receber a raiva. Isso ocorre com todos os sentimentos: amor, inveja, ganância, sinceridade. Todos os sentimentos são escolhidos pelo ser e Deus, através do pensamento dá o direcionamento desses sentimentos.

A vida do ser humano é isso. Ele é um ser que escolhe sentimentos. Baseado nessa escolha Deus causa os acontecimentos para que a Justiça Perfeita possa existir sempre no universo. O livre arbítrio do ser não foi quebrado, nem a Justiça Universal.