Choque de realidade

Fatalidade

Como disse antes, o mais importante é se reconhecer o que é devaneio e retirá-lo do nosso fluxo de pensamento para que possamos viver a realidade. Um desses devaneios diz respeito à fatalidade.

Será que a vida é fatalista? Será que a fatalidade existe? Os adeptos das teorias expressas por Joaquim se apressariam a dizer que sim, mas será que isso é real na nossa vida ou só um devaneio? Vamos ver...

Falar que tudo está escrito, que Deus é que causa tudo, que o destino está predeterminado ou dizer que aquilo está acontecendo porque tinha que acontecer é fugir do momento presente. Na verdade isso são apenas suposições ou elucubrações mentais. Ninguém que viva a realidade por ela mesmo se atreveria a dizer isso, porque o que é percebido, descrito pela mente e vivenciado com um determinado sentimento não embute em si tal presunção.

O presente não é fatalista, ou seja, não estava escrito. Ele é o que é. Ele não está ocorrendo por causa disso ou daquilo: está ocorrendo desta forma porque está. Viver o presente é constatar a vida e não viver declarações sobre ele.

Ao dizer isso parece que estou indo contra tudo o que foi ensinado por nosso amigo espiritual, mas isso também não é real. Estou escrevendo porque estou e não porque sou contra ou a favor.

Além disso, quando escrevo isso, estou me prendendo aquilo mesmo que ele disse: é preciso viver o aqui e agora com o que existe nele e não entender o que está acontecendo. Quem quer aplicar fórmulas ou teorias para explicar o presente não o vive: pensa na explicação enquanto ele ocorre.

Eu não sei por que faço, para o que faço ou no que vai dar o que estou fazendo: apenas faço. Apenas vivo o que está sendo feito.

Portanto, a vida não é fatalista: ela é o que é. O presente não é decorrência de uma pré programação ou dos desígnios de Deus: ele é assim porque foi assim que me foi apresentado...