Conciliação

É preciso destruir a fé

Se estou dizendo essas coisas a respeito de Deus, pergunto; dá para confiar em entidades, orixás, mentores? Claro que não. Gosto de ver pessoas que batem no peito dizendo que são filhos de Ogum e por isso não caem e quando veem estão no chão. Se bastasse apenas ser filho de um orixá para não cair, ao invés de procurar a sua reforma interior, bastava ao espírito encarnado pedir a um dos mentores da umbanda para lhe adotar.

Não dá para confiar que as entidades vão fazer o que querem. Se não trabalharem esses dois pontos, nem Deus nem entidade alguma lhes dará o que querem, estarão sempre esperando. Estarão sempre imaginado que porque foram ao centro, ao templo, a igreja está resolvido os seus problemas. Pensando assim, não trabalham dentro de si na busca do estado de ânimo de fazer a conciliação com o outro.

Sim, ainda estou falando em conciliação. O grande problema porque vocês não aceitam perder é porque imaginam que Deus lhes dará tudo o que querem. Que a entidade lhes dará tudo. Para isso, imaginam que basta ir ao centro e fazer uma oração ou acender uma vela em casa. Se fizerem isso, apenas estarão dando dinheiro a quem faz vela.

Lembrem-se que Deus ensinou claramente: Deus dá a cada um segundo as suas obras. Portanto, se não baterem, a porta não se abrirá. Mais: se baterem com a esperança que ela abra, que você alcance o que quer, também não será aberta, pois houve um egoísmo no bater e não entrega.

Portanto, para que o ser humanizado chegue à consciência de conciliar-se, para que ele aceite perder, é preciso destruir a fé que possuem, não a verdadeira, em Deus e nos guias e mentores. Se esse ser não a destrói, não aceitará perder. Pelo contrário: continuará a acender vela para ele passar no concurso. Quanto àquele que tem cinco filhos e que precisa desesperadamente passar no concurso, para aquele que vive com a fé que vocês possuem hoje, que se dane.

Participante: mas, tem entidade que acha que pode fazer e que faz o que o ser humanizado quer ...

Sim, há entidade que imagina que faz, mas há outras que dizem que fazem, mas como prova para aquele que foi pedir. Tem entidade que acha que faz, mas tem entidade que trabalhando consciente que não pode fazer diz que fará. Quando a promessa não é cumprida fica a pergunta ao ser humanizado: você gostava mesmo da entidade ou estava apenas bajulando-a para ganhar alguma coisa? Era amor de verdade ou o ser humanizado estava apenas procurando ganhar.

Portanto, há as duas: aquelas que acham de fazem e aquelas que cumprem o seu papel dentro da roda de encarnações.

Portanto, para poder aprender a perder e se conciliar com o próximo, é preciso combater a fé que o ser humanizado vive hoje. Aquela que é fundamentada no receber para crer.

Participante: o senhor diz que somos missionários e que precisamos levar a mensagem aos outros. Só que se quisermos destruir a fé que as pessoas estão acostumadas, certamente elas se revoltarão conosco ...

Sim, com certeza. Só que se os missionários tivessem medo da reação dos seres humanizados, com certeza vocês não teriam todos os ensinamentos que possuem, pois eles sempre veem para quebrar algo que está consolidado.

Um grande exemplo disso, é Cristo e seus apóstolos. Aqueles que possuíam a missão de levar os ensinamentos de Cristo foram mortos, alguns com crueldade. Todos foram sacrificados em nome da sua fé, mas não mudaram o seu discurso nem um minuto. Mantiveram-se firme no ensinamento do mestre que seguiam.

Portanto, sim, vocês podem ser vítima de revolta dos seres humanizados ao falar com eles sobre a fé, mas isso faz parte da missão de cada um.

Participante: antigamente eu me calava, pois dizia que não queria chatear os outros ...

Isso é uma postura normal, mas acho que é melhor chatear alguém e ter a consciência limpa de que prestou alguma ajuda do que só falar o que outro quer ouvir. Isso não a ajuda em nada.

Quando alguém lhe pedir ajuda, fale bem seriamente: ‘acho que posso lhe ajudar, mas para isso é preciso falar seriamente, como adultos. Agora, se quiser posso fazer promessas vãs como as de uma criança. Posso, também, apenas balançar a cabeça e concordar com o você quer. Só que as duas últimas opões não lhe ajudará a ser feliz’.

Eu mesmo quando comecei a conversar com vocês, fala como se fala a crianças. Agi assim porque vocês eram crianças, pois viviam chorando pelos cantos dizendo à vida e a Deus o que queriam ganhar. Hoje que vocês já amadureceram, posso conversar de outra forma.