Função espelho

Conhecer a si mesmo

Voltando, então, à nossa conversa, a primeira orientação do Espírito da Verdade (ver pergunta 919) é que, para elevar-se, o espírito encarnado deve conhecer a si mesmo. Tal ensinamento nos leva a entender que o primeiro grande detalhe para aquele que pretende aproximar-se de Deus é conhecer a si mesmo, se auto reconhecer.

Mas, depois, vem Santo Agostinho é afirma que esse autoconhecimento é quase impossível. Isto porque o ‘amor próprio’, que chamamos de individualismo ou egoísmo, faz o ser julgar-se de um modo diferente do que julga os outros. O amor próprio lhe faz ter compreensões diferenciadas entre a sua participação nos acontecimentos da vida e a dos outros.

Sendo assim, posso afirmar que o autoconhecimento (saber quem é você mesmo) que o Espírito da Verdade diz que é fundamental para a elevação espiritual, é um trabalho que deve ser realizado indo-se além daquilo que você acredita sobre si mesmo.

Para que esta busca seja realizada com sucesso é preciso, então, que o ser humanizado vá além daquilo que acha, sabe, conhece ou imagina como ‘certo’ e ‘errado’ em si mesmo. Foi com esta finalidade que Santo Agostinho abordou no texto acima o conhecimento que pode servir como ‘formula mágica’ para cada um se auto conhecer: a função espelho.

Ou seja, a informação que Deus coloca na sua frente espíritos afins (iguais, com o mesmo padrão de ação) para que você compreenda que possui ‘dois pesos e duas medidas’ para avaliar a mesma coisa.

Apesar deste ensinamento, que é raiz para quem quer aproximar-se de Deus e que já foi trazido há muito tempo, o ser humanizado não avalia sua participação nos acontecimentos do mundo com esta Realidade. Por isso continua julgando a participação dos demais espíritos encarnados nos acontecimentos.

 Conhecer-te a ti mesmo é fundamental, mas para isso é preciso conhecer profundamente a ‘função espelho’ que Santo Agostinho comenta. Isso porque quem não compreende este assunto não entende a lei do carma: a justa reação à sua ação. Vamos entende-la.