O poder da felicidade

Cobrança, juros e falência

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Cobrança, juros e falência

97. Cobrar

Agora uma pessoa me fala que a empresa dele estava numa situação difícil. Por isso, precisou pegar dinheiro emprestado com juros altos. Hoje essa pessoa só consegue pagar os juros deste empréstimo e não consegue reduzir a sua dívida. Além do mais, como mal dá conta de arcar com este pagamento, está vendo a hora que nem isso conseguirá pagar. Por isso, tem medo de que a empresa acabe, entre em falência.

A partir deste quadro, esta pessoa me pergunta: como agir como espírito nesta situação? Como manter a felicidade neste quadro? Vamos tentar responder esta questão que, aliás, também não é de apenas uma só pessoa. Quantos devem muito nos dias de hoje, não é mesmo?

Primeiro detalhe: dever alguma coisa à alguém. Vamos falar um pouco sobre isso ...

Porque alguém deve alguma coisa a alguma pessoa? Porque se pediu algo a ele. A questão do dever é uma retribuição de algo do qual quem deve se serviu.

Estou falando isso porque tem muita gente que acha o cobrador uma pessoa injusta, uma pessoa que não presta, que não vale nada. Acha que ele está errado em cobrar. Isso não é real. Aquela pessoa tinha algo que você precisava; ele lhe forneceu o que precisava. Agora é o momento de retribuir. Se você não retribui, ele é que sairá perdendo.

Portanto, não há nada errado em cobrar. Não há nada errado em pedir a devolução daquilo que você pegou porque precisava. Só que tem um detalhe que todos citam quando falo disso: os juros são altos. Todos quando cobrados sempre afirmam que o custo para ter o que precisava é muito alto. Vamos falar disso também.

98. Juros

Na Bíblia Cristo diz assim: se alguém lhe pedir; se alguém lhe pedir emprestado, não cobre juros. Sei que muitos ficam surpresos quando falo destes ensinamentos, porque acreditam que a questão do emprestar e dos juros não tem nada a ver com o mundo espiritual, mas tem. Tanto tem que Cristo passou esses ensinamentos.

Sendo assim, seria justo imaginar que todos deveriam dar ao invés de emprestar e mesmo quando emprestassem, não cobrassem juros. Só que os ensinamentos de Cristo só tem força para aqueles que querem se aproximar de Deus. Aqueles que não querem fazer isso, que querem viver a vida humana pelos valores humanos, não são obrigados a seguir este caminho.

Antes que falem alguma coisa sobre isso, vou deixar bem claro: ninguém é obrigado a buscar a Deus, neste ou e qualquer mundo. Todos têm o livre arbítrio e por isso nem Deus pode cobrar que se viva com este objetivo. O Pai não cobra nada de ninguém.

Por este motivo, afirmo que aquele que não pratica este ensinamento de Cristo, não está errado. Este não é um pecador, porque este ensinamento não é verdade para ele, não é objetivo de vida. Por isso não está errado em cobrar juros.

99. Juros altos

A pessoa que me procura afirma que o juros cobrados dele são altos. A partir disso, pergunto: o que são juros altos? É uma extorsão, é cobrar mais do que o combinado.

Os juros não podem ser definidos como baixos ou altos pelo valor que possui, mas pelo fato de estar acima do que foi combinado. Porque estou falando isso? Porque há um ditado no mundo humano que diz o seguinte: o que é combinado não é caro.

Ora, se foi pegar dinheiro emprestado e quem lhe emprestou disse que o juros era cem por cento ao mês e você aceitou essa condição e pegou o dinheiro, qual o problema com esse valor? Ele é o justo, pois é o que foi acertado entre as partes no início do negócio. Este juros, por maior que seja, nunca poderá ser considerado abusivo. Ele será sempre o perfeito, pois é o que foi combinado.

Portanto, no caso dessa pessoa e de todos os que vivem a mesma situação, acredito que ao tomarem o empréstimo acertaram um valor para os juros. Foram informados do quanto iriam pagar e mesmo assim disseram que precisavam do dinheiro. Acabou, neste caso, não existe juros alto, mas sim justos.

Porque falei de tudo isso antes de falar como aplicar o poder da felicidade? Porque o ser humanizado perde a sua felicidade quando acusa o outro de lhe cobrar o que é devido e dos juros que são anexados à dívida.

O outro não está errado em cobrar: está pedindo a restituição do que é dele. Não está errado em cobrar o juros que cobra, pois aqueles foram os juros acertados no momento do empréstimo. Na hora que precisava, aceitou, por isso agora não há como reclamar de nada.

Aqui começa o trabalho da felicidade. É preciso deter o processo mental que está transformando uma situação de vida que foi lícita, justa e combinada em algo que se transformou algo que não deveria ser feito ou uma extorsão. Não está acontecendo nada disso. O que está acontecendo é alguém lhe pedindo a restituição do que pegou de acordo com o que foi combinado no momento em que pegou. Só essa mudança de visão do fato, do ato, já lhe dará uma tranquilidade para viver a mesma situação que está vivendo hoje intranquilo, nervoso, com sofrimento.

Eu sempre digo: meu trabalho não é o de socorrer as necessidades humanas de vocês. Nós não nos impressionamos com os acontecimentos do mundo humano. Nosso trabalho tem por finalidade lhe orientar para que passe pelas situações de vida que acontecem na sua existência de uma forma diferente. O que fazemos é lhe ensinar a passar pela mesma situação que tem hoje, só que sem dor, sofrimento, intranquilidade e desarmonia.

Para este trabalho, o importante é isso: é compreender que o fato do outro estar lhe cobrando e no valor que é cobrado não há nada errado, injusto, maldoso. O que existe é apenas aquilo que foi pedido e combinado de ser devolvido. Este é o primeiro detalhe desta questão.

100. Falência

Portanto, com relação a vivência do que está passando agora, não se apegue quando à mente lhe disser que o juro é alto ou que não é justo lhe cobrarem o que deve. Só que tem mais um detalhe que precisamos conversar.

O nervosismo que tem vivido não existe apenas pelo fato de ter que pagar e não ter dinheiro, mas também pelo fato de estar na iminência de perder a sua empresa. Vamos conversar um pouco sobre isso.

O que é uma empresa? Um elemento do mundo humano que pode ser tratado com posse ou sem ela. É apenas algo humano.

Ter ou não ter uma firma, trabalhar ou não numa empresa, não afeta em nada a sua espiritualização, pois não será os seus diplomas nem a quantidade de bens que amealhou nesta vida que terá alguma importância para o mundo espiritual. O que contará quando sair da carne, o que levará será a quantidade de amor, paz, harmonia e felicidade que conseguir vivenciar.

Portanto, repare que o seu nervosismo para alguém que sabe que é um espírito e que existe vida depois da vida, como você diz que sabe, é algo infundado. É apenas uma criação mental apegada à valores da Terra, defendendo valores humanos para testar a sua espiritualização. Ou seja, é uma prova, como você mesmo diz na sua pergunta.

Como se vence esta prova? Amando a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Amando a Deus tendo ou não uma empresa, estará em paz; amando ao próximo como a si mesmo, sendo cobrado ou não por ele, estará em paz e harmonia.

Portanto, aí está a saída para você que está pagando juros por conta de um empréstimo que fez e que está na iminência de perder a sua empresa: ame a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Fazendo isso, não haverá sofrimento.

Mas, você poderia me perguntar: como se faz isso? Como, concretamente nesta situação, posso amar a Deus acima de todas as coisas? Eu responderia: amando a Deus acima de todas as coisas, inclusive do ter ou não uma empresa.

Não estou dizendo para abandoná-la, deixa-la fechar, não ligar mais para ela. Não é isso que estou falando. O que estou dizendo é que deve amar a Deus tendo ou não uma empresa. Quando faz ama o Pai acima do ter ou não, a possibilidade de fechamento não causa mais problema.

A possibilidade de perder alguma coisa, quando se ama a Deus acima de tudo, não causa mais perturbação. Esse é o grande detalhe da vida que vocês não levam em conta. É preciso amar a Deus acima de todas as coisas para poder escapar das armadilhas do sofrimento humano.

Concretamente, como se ama a Deus? Priorizando Deus na sua vida.

A minha pergunta é a seguinte: é mais importante para você ter Deus na sua vida ou uma empresa? É com este tipo de questionamento que se consegue a vitória na vida, ou seja, a manutenção da felicidade, pois ela só existe para aquele para quem é mais importante estar em Deus, com Ele, por Ele do que ter uma empresa ou qualquer outra coisa.

Quando o ser humanizado toma esta postura frente à vida, nada mais da existência terrestre lhe causa problemas. Porque isso? Porque aquilo que quer, Deus, você tem.

O que estou falando aqui não vale apenas para esta pessoa nem somente para o caso da possibilidade de falência. Qualquer sofrimento que tenha sido narrado neste estudo ou à qualquer momento destes anos que estamos juntos tem origem no não se amar a Deus acima de todas as coisas e só pode ser vencido quando estar em e com Ele for a coisa mais importante da existência.

A única saída para deter o poder da felicidade é a prioridade por ter Deus ao seu lado o tempo inteiro. Quem prioriza Deus na sua vida não sofre por mais nada, pois vê o Pai em tudo.

Só mais um detalhe que quero abordar que com certeza você me perguntaria se estivesse aqui neste momento: ‘se minha empresa fechar, como vou cuidar dos meus filhos, da minha família e de mim mesmo’? Sei que muitos possuem esta angústia, mas vocês possuem um ditado que poderiam usar neste momento e não vive-la: Deus fecha uma porta, mas abre outra.

Como ensina Cristo, se o Pai dá o alimento a todos os animais, porque não dará à você? Se a sua empresa fechar, isso não é o seu fim. Continuará com dois braços e duas pernas e por isso poderá procurar emprego.

‘Ah, mas se viver só de um emprego minha família não terá o mesmo padrão de hoje’, você poderia alegar. Sim, mas o que pode fazer? Você fez de tudo para que eles continuassem dentro do mesmo padrão, mas não deu certo. Lutou para manter a sua empresa, mas não foi possível mantê-la.

Por isso lhe dou um conselho: aceite o que a vida lhe apresenta. É outra frase de Cristo que já falamos muito: Pai, afasta de mim este cálice, mas se não for possível, que seja feita a vossa vontade.

Portanto, não tenha medo de qualquer coisa que possa acontecer como consequência do momento que vive agora. Refugie-se em Deus ou como Krishna ensina, repouse em Deus e assista a sua vida. Deixe os acontecimentos irem passando e espere o final para ver o que acontecerá.

Viva a vida que lhe é apresentada, mas nunca perca o seu norte, o sentido daquele que quer ser feliz: estar em Deus, com Ele e por Ele.

Que a paz esteja com você.