Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa

Auxiliar o próximo

Participante: consigo entender bem as suas palavras, mas tenho a percepção que o número de pessoas alheias à espiritualidade ou a universalidade é gigantesca. Devemos tentar despertar as pessoas para a transição planetária?

Não vou desfazer de você. Acho que deve ajudar os outros a despertarem. Só que pergunto: como pode fazer isso? Como pode despertar os outros? Despertando você. Compreender isso é a grande diferença entre ajudar o próximo e se servir dele para se ajudar.

Tem muita gente que decora ensinamentos e assume a postura de mestre e a partir de qualquer coisa que o outro faça ou fala diz: ‘você está errado, eu sei a verdade’. Só que não se ajuda ninguém ensinando alguma coisa, porque nenhum encarnado tem uma resposta absoluta para dar os outros. Mesmo que tivesse, isso não garantiria que o outro acreditasse.

Por isso, é preciso deixar que os outros cheguem às suas própria respostas. Para isso é preciso que não haja um mestre. As respostas que cada um chega são obtidas através da observação dos outros.

Por isso, digo: se quer ajudar alguém, faça por você. Aliás, elevação espiritual, em termos humanos, é uma atitude individualista. Só quando estiver buscando para si poderá ajudar alguém, pois assim estará exemplificando ao invés de ensinando.

Essa é a grande diferença. Quer ajudar alguém? Exemplifique o ensinamento que quer passar para aquela pessoa e a deixe ela captar o cainho para a felicidade.

Participante: então o ditado correto seria: quando o aluno está pronto o mestre desaparece?

Mais do que o mestre desaparece: quando o aluno está pronto, o próprio ensinamento desaparece.

Já disse por diversas vezes que vocês precisam ter atenção plena para reconhecer que a sua mente está em contrariedade com o agora porque desejaria ter um presente diferente. Isso é um ensinamento. Na hora que estiverem prontos, ou seja, na hora que interiorizarem o que ouvirão, nem se lembrarão do ensinamento. Nesse momento fará automaticamente, ou seja, sem se lembrar que há um ensinamento para ser posto em prática.

Então, sim, na hora que o aluno está pronto, o mestre e o ensinamento somem.

Participante: desde o nosso nascimento somos bombardeados por informações diversas que vão formando nossas opiniões. Um dia deparamos com nossas semelhanças e somos atraídos por elas. Estamos todos aqui ouvindo pai Joaquim porque nos identificamos com suas palavras. Dessa forma, poderíamos transmitir algumas informações para as pessoas com as quais nos identificamos, para que elas, se quiserem tenham contato com estas novas informações e modifiquem seus caminhos.

Deixe só lhe dizer uma coisa: você pode fazer isso. O que não pode é esperar que com isso esteja ajudando essa pessoa.

Pode dizer ao outro que existe alguma coisa que esteja lhe fazendo bem e perguntar se ele quer ouvir. Agora, não pode esperar que o que lhe faz bem, faça para ele.

Não espere que ele aceite o que lhe faz bem como um bem, pois isso pode não acontecer. Alguns podem aceitar o que você tem para dizer, mas muitos não aceitarão.

É isso que quis dizer. O melhor que pode fazer é conseguir colocar algum ensinamento em prática e quando alguém perguntar porque está do jeito que está, diga: foi por causa disso aqui que ouvi.

O problema de querer ensinar é querer ajudar. Foi o que já disse: ajude sem querer ensinar, sem querer ajudar. Se quiser ajudar, irá querer que eles aceitem, que gostem, do que você está trazendo. Isso pode não acontecer ...