Atividade mediúnica

As partes do corpo

Porque o corpo não é feito de uma parte só, mas de muitas. Se o pé disser: por que não sou mão, não sou do corpo, nem por isso deixa de ser do corpo. Se o ouvido disser: porque não sou olho, não sou do corpo, nem por isso deixa de ser do corpo. Se o corpo todo fosse olho, como poderíamos ouvir? (Capítulo 12 – versículo 14 a 17)

Não é porque você diz que é evangélico que é filho exclusivo de Deus. Sim, você é, mas o espírita também. Se todos fossem evangélicos, como saberíamos a ciência espiritual? E se todos fossem espíritas, onde estaria a fé?

Cada falange, cada parte do corpo de Deus, tem uma missão. Todas têm uma informação e uma função.

Assim como o olho está no corpo para criar a visão, a falange espírita existe para fazer uma determinada coisa. Assim como o ouvido existe para criar a audição, a falange evangélica existe para fazer algo para Deus. E assim em diante: cada religião possui uma missão a realizar.

Quando todas se juntam, o que se tem? Um corpo perfeito, onde todas as suas funções se unem para o bem maior

Se houver o corpo de Deus sem a falange evangélica, haverá um corpo sem coração. Sem a falange espírita, um corpo sem cérebro. Só quando se une todas as partes é que se tem um corpo perfeito.

Portanto, se não unirmos todas as religiões numa só, teremos corpos mutilados, corpos que não conseguirão exercer determinadas funções. Por isso digo: só o ecumenismo existe como corpo ideal de Deus.

Não estou falando do ecumenismo pregado pelas religiões humanas. Aquele onde cada um acha que está certo e que todos os outras precisam se mudar para o que ele prega. Falo de um ecumenismo onde cada religião compreenda que é uma parte do corpo de Deus que é responsável apenas por uma função dele e não o próprio Deus.

E, se o corpo todo fosse ouvido, como poderíamos sentir cheiro? Assim Deus colocou cada parte diferente do corpo como Ele quis. Se o corpo todo fosse uma parte só, não existiria corpo! Assim há muitas partes, mas um só corpo. (Capítulo 12 – versículo 17 a 20)

Sim, Deus colocou cada parte do corpo como Ele quis.

Quem deu a falange evangélica o seu trabalho? Quem deu à falange espírita o trabalho dela? Quem disse à falange diocesana o que deve fazer? Deus.

Sendo assim, quem somos nós para acusarmos que o trabalho de tal falange está errada? Quem somos nós para dizer que não deveria haver missa? Quem somos nós para dizer que os espíritas deveriam trabalhar de outro jeito?

A crítica às outras religiões surgem do fato de você não entender que todas fazem parte de um só corpo e que cada uma tem a sua função que é dada por Deus.

Portanto o olho não pode dizer à mão: eu não preciso de você. Nem a cabeça pode dizer aos pés: não preciso de vocês. Ao contrário, não podemos ficar sem as partes do corpo que parecem mais fracas. (Capítulo 12 – versículo 21 a 22)

A fé dos evangélicos sem o conhecimento do espiritismo não vale nada, assim como o conhecimento do espírita sem a fé do evangélico, também não vale nada. O modo de vida ensinado por Buda sem a fé do evangélico, não vale nada. O ensinamento de Krishna sem a visão de Kardec sobre o Universo espiritual, não vale nada. É isso que está sendo dito neste trecho.

A vida ideal é a vivida com a fé dos evangélicos, com a cultura dos espíritas, dentro do desapego dos budistas e da falta de intencionalidade de Krishna, vivendo o que o maktub criar com o amor crístico.

Esse é o corpo de Deus com suas múltiplas partes funcionando. Vivenciar com realidades formadas a partir disso leva à vida ideal para quem quer aproveitar a encarnação, pois reúne todo corpo de Deus numa só vida.

E aquelas que achamos menos dignas são justamente a que tratamos com mais cuidado. (Capítulo 12 – versículo 23)

Você é espírita e acha que o evangélico é m pobre coitado porque não tem as informações que você têm? Como está enganado.

Ao invés de ficar criticando-o, achando-o um pobre coitado, ajude-o! Ah, não sabe fazer isso? Eu ensino: ame-o incondicionalmente.

Só que diz que não pode amá-lo porque é um fanático. O critica dizendo que não entende de nada, não sabe de nada. Por isso, ao invés de ajudá-lo, sai de perto.

Por que age assim? Porque se considera que faz parte uma seleta minoria. Acha que por pertencer a sua religião e ter estudado os livros de Kardec sabe tudo do universo espiritual. Por causa do que imagina saber, se considera melhor e se afasta de quem não possui o seu conhecimento. Só que devia ser ao contrário.

Achando que a sua religião é forte e que as outras são fracas, deveria cuidar com muito cuidado do religioso de outras doutrinas. Assim estaria engrandecendo o corpo de Deus e colocando em prática o que a sua doutrina pega.

Participante: como se ama os outros?

Sem críticas, dando a eles o direito de serem diferentes sem que você se sinta superior ou inferior. É desse jeito que se ajuda o próximo.

De modo nenhum se ajuda o outro dizendo que você sabe verdade e que ele precisa ouvir o que tem a ensinar a ele.

Participante: então é não fazer nada?

Ajudar é acima de tudo não criticar. Fazer isso já é fazer alguma coisa. Não se sentir superior já é fazer alguma coisa.

Não estou falando em fazer no sentido de ir ao outro e dizer o que precisa fazer, mas orientar, com amor, para a busca a Deus, não importando a religião.

Enquanto as partes que não são tão bonitas, recebem cuidado especial, as outras mais bonitas não precisam desse cuidado. Assim Deus fez o corpo de tal maneira que as partes menos consideradas recebam mais consideração. (Capítulo 12 – versículo 23 a 24)

Se a falange evangélica fosse fraca, porque seus seguidores não têm o conhecimento que você tem, com certeza os evangélicos receberam de Deus mais consideração.

Está duvidando do que falei? É só lembrar do ensinamento de Cristo: ‘eu vim para os doentes e não para os sãos’.

Se a sua religião é muito boa, Cristo e Deus não estão lá, pois não vão onde têm sãos, mas sim onde têm doentes...

Desse modo não há divisão no corpo, mas todas as partes têm o mesmo interesse umas pelas outras. Se uma parte do corpo sofre, todas as outras sofrem com ela. Se uma é elogiada, todas as outras participam da sua alegria. (Capítulo 12 – versículo 25 a 26)

Para Deus não existe religião melhor do que outra...

Portanto, vocês são o corpo de Cristo e cada um é uma parte desse corpo. Por isso, na Igreja, Deus pôs tudo no lugar certo: em primeiro lugar, os apóstolos; em segundo, os profetas; e, em terceiro, os mestres da Igreja. Em seguida pôs os que fazem milagres; depois os que têm o dom de curar, ou de ajudar, ou de dirigir, ou de falar em línguas estranhas. Nem todos são apóstolos, nem profetas, nem mestres da Igreja. Nem todos têm o dom de fazer milagres, nem de curar doenças, nem de falar línguas estranhas, nem de explicar o que essas línguas querem dizer. Por isso, se esforcem para possuir os melhores dons. (Capítulo 12 – versículo 27 a 31)

Na verdade, Paulo está falando da missão de cada um dentro do trabalho. Aqui só queremos fazer uma ressalva: ninguém é melhor do que o outro.

A escala de valores citada por Paulo não é real: todos são iguais. Todos têm a mesma importância para o trabalho de Deus.