Obrigações e necessidades - texto

A conerência entre o que sabe e o que vive

Existem hormônios e outras coisas que interferem na vivência diária?

Eu pergunto: espírito tem hormônio?

Participante: não, mas nós sentimos a interferência deles.

Não, você não sente interferência. Quem sente é a sua mente.

Já ouviu falar de pessoas que perderam o pé e ainda têm coceira no membro amputado? Como pode isso acontecer? Onde está a coceira? Será que está no pé que não está mais lá?

Participante: é a questão das dores fantasmas?

Não. Não se trata de uma dor fantasma, mas sim de uma dor igual a qualquer outra. Saiba: toda dor é gerada pela mente e não pelo corpo.

Sendo assim, posso dizer que não é o hormônio que lhe atrapalha, mas sim a mente. Sabe porque ela atrapalha? Porque você acha que é mulher. Porque acha que é a mente e isso não é verdade: ela é o ser humano, o tentador. Ela existe para lhe impulsionar para o lado humano.

Você acredita em O Livro dos Espíritos?

Participante: sim.

Acredita, também no que a sua mente diz? Acha que ela está certa?

Participante: sim.

Pois saiba, sem ofensas, que está vivendo de uma forma hipócrita.

Em O Livro dos Espíritos há duas questões importantes para aqueles que acham que suas mentes estão certas. Kardec primeiro pergunta o que é melhor para guiar a vivência do ser encarnado: o raciocínio ou o instinto? O espírito da Verdade afirma que é o instinto.

Kardec volta a perguntar: quer dizer que a razão não é guia infalível? A resposta é não, a razão não é guia infalível porque é mal educada, orgulhosa e vaidosa.

Isso está escrito em O Livro dos Espíritos, que você diz acreditar, mas apesar disso ainda se deixa guiar pela razão. Esse é o problema.

Vou falar uma frase que tenho dito e na qual devem colocar muita atenção: o problema é falta de vergonha na cara. Não estou ofendendo ninguém, mas o problema é que o espiritualista diz que acredita em espírito, mas não quer viver como Cristo viveu. Não quer oferecer a outra face, cumprimentar seu inimigo, ser crucificado, deixar que os mortos enterrem os mortos, doar tudo que é seu para quem necessita.

Acreditam em O Livro dos Espíritos, mas não agem como está lá ensinado. Acreditam em Buda, mas não lutam para não se apegar às suas posses, paixões e desejos. Isso mostra claramente que, para vocês, espiritualidade é apenas cultura e que sua busca espiritual é apenas a busca de informações.

Esse é o grande problema: o que está faltando hoje em dia é prática. Ninguém quer praticar o que os mestres ensinaram. Durante essa conversa vamos entender porque isso acontece. Basta colocar em prática o que ensinaram os mestres que se consegue aproveitar essa encarnação.

Por isso, desculpe, mas não é o hormônio que interfere no seu viver. Ele faz a mente agir de determinada forma, mas não você. O problema é que você aceita o que a mente diz placidamente porque acredita que é ela. Esse é o problema.

Por isso já havia dito anteriormente que só dá para começar esse trabalho de busca de Deus quando o espiritualista assumir uma dupla personalidade: ele e ele mesmo. Ele, a mente, o humano; ele mesmo, aquilo que chama de espírito.

Depois dessa conscientização é preciso trabalhar essa relação para não deixar a mente, que é influenciada pelos hormônios, pelos conceitos, pelos códigos e normas humanos, dominar você, o espírito.